O antigo ordenamento administrativo português tornara-se, no decurso dos séculos, numa imbricada confusão de concelhos, vilas coutos e honras, a que ninguém ousava pôr cobro. Era uma herança da História que só uma revolução das mentalidades, como aquela que resultaria da vitória liberal em 1834, poderia alterar. Esse foi um princípio de honra e compromisso político do novo regime. Teorizada por José Henriques Nogueira, esboçado por Mouzinho da Silveira mas levada à prática por Manuel da Silva Passos, a Reforma Administrativa exarada no decreto de 6-11-1836 exterminou os coutos da Igreja, as vilas e honras da Nobreza, e reduziu a menos de metade os concelhos então existentes. Não vamos agora dissecar o assunto. Em todo o caso, para se fazer uma ideia do seu profundo alcance, bastará dizer que dos 816 concelhos então existentes apenas se mantiveram 351, dos quais o Algarve foi uma pseudo-vítima.
Na verdade, dos 17 concelhos que o Algarve possuía apenas se extinguiram quatro, a saber: Alvor, Sagres, Aljezur e Castro Marim. Das suas 68 freguesias reduziram-se-lhe duas: N.ª S.ª do Verde, em Monchique, e S. João da Venda, em Faro, a qual se restabeleceria em 1842, mas no concelho de Loulé. Com Aljezur passou-se algo inusitado, pois que estando previsto fundir-se no concelho de Lagos acabaria por ser anexado a Monchique, o que causava grandes transtornos aos seus moradores.
O problema da reforma administrativa nunca foi pacífico e, de certo modo, agudizou-se com a publicação do Código, uma espécie de bandeira do novo regime liberal. Se no Código Administrativo de Passos Manuel, de 1836, os concelhos, como vimos, foram reduzidos para 351, no Código de Costa Cabral, de 1842, cresceram para 381; mas com Rodrigues Sampaio, em 1878, reduziram-se para 290, em 1880 Luciano de Castro não mexeu nos municípios e com João Franco, em 1895, apenas se acrescentou um concelho. Como se constata pela análise dos diversos códigos administrativos, não foi o Algarve objecto de grandes mudanças, pois que desde 1836 se manteve nos 15 concelhos e cerca de 70 freguesias. Porém, não podemos deixar de afirmar que os concelhos algarvios que mais sofreram com as bolandas da reforma administrativa foram Castro Marim, Vila do Bispo e Aljezur. A sua justificação era sempre a mesma: escassez populacional, isolamento geográfico e falta de letrados para a execução do poder autárquico.
A economia agrária do Algarve, na transição do Antigo Regime para o Liberalis...José Mesquita
Este documento discute a economia agrária da região de Algarve em Portugal durante a transição do Antigo Regime para o Liberalismo entre 1790-1836. Analisa como a agricultura de Algarve dependia de fatores naturais e socioeconômicos e tinha duas orientações distintas entre a serra montanhosa e a planície costeira fértil. Explora como a agricultura de Algarve entrou em declínio no final do século XVIII e as potencialidades e desafios de desenvolvimento de uma economia agrária capitalista na região
O documento descreve a história da pesca na cidade de Tavira no século XIX. Resume que a pesca sempre foi uma indústria importante para a economia de Tavira, com várias espécies de peixe sendo capturadas, como sardinha e atum. Também discute como os pescadores se organizavam em grupos e como pagavam impostos sobre sua captura de peixe.
Da Extinção à Restauração Do Concelho De Aljezur Nos Finais Do SécJ. C. Vilhena Mesquita
1) O documento discute o desenvolvimento desigual do Algarve no século XIX, com o litoral prosperando enquanto o interior ficava estagnado devido à falta de estradas.
2) Especificamente, analisa como a falta de estradas ligando Aljezur ao litoral levou ao seu desenvolvimento econômico enquistado em comparação aos concelhos costeiros.
3) Discute como o poder central ignorou o problema das comunicações em Aljezur, aprofundando suas carências socioeconômicas ao longo do tempo.
Este documento é um projeto de 1825 para construir um canal no rio Séqua em Tavira, desviando seu curso diretamente para o mar. Isso abriria uma nova barra e evitaria assoreamento, revitalizando o porto da cidade. O projeto parece simples e eficiente, aproveitando a topografia para poupar custos e preservar o meio ambiente. Infelizmente, sem o orçamento completo, não se pode avaliar sua viabilidade.
Vila Real de Santo António no I Centenário do seu FundadorJosé Mesquita
1) O documento descreve as comemorações do centenário da morte do Marquês de Pombal em Vila Real de Santo António em 1882.
2) Uma comissão foi formada para organizar os eventos, incluindo um sarau literário-musical para inaugurar as comemorações.
3) O sarau contou com discursos sobre a vida e obra do Marquês de Pombal, bem como performances musicais.
Breve ensaio geo-económico sobre o Algarve na primeira metade do séc. XIXJosé Mesquita
O documento descreve a economia do Algarve na primeira metade do século XX. A economia era baseada principalmente na agricultura, pesca e indústria conserveira. A região litoral era mais próspera do que o interior serrano, devido à fertilidade dos solos e culturas de regadio. A pesca e indústria conserveira eram importantes fontes de renda, apesar de dependerem de investimento estrangeiro.
A pesca e os seus avultados rendimentos marcaram decisivamente toda a História do Algarve, desde os tempos mais remotos até ao presente, com particular acento no início da política pombalina, que fez do sotavento e da foz do Guadiana o seu principal centro de polarização económica. A concentração demográfica na faixa litoral explica-se, quase exclusivamente pela riqueza e afabilidade destas águas, em cujos portos fundeavam embarcações oriundas dos mais variados quadrantes do globo.
A economia agrária do Algarve, na transição do Antigo Regime para o Liberalis...José Mesquita
Este documento discute a economia agrária da região de Algarve em Portugal durante a transição do Antigo Regime para o Liberalismo entre 1790-1836. Analisa como a agricultura de Algarve dependia de fatores naturais e socioeconômicos e tinha duas orientações distintas entre a serra montanhosa e a planície costeira fértil. Explora como a agricultura de Algarve entrou em declínio no final do século XVIII e as potencialidades e desafios de desenvolvimento de uma economia agrária capitalista na região
O documento descreve a história da pesca na cidade de Tavira no século XIX. Resume que a pesca sempre foi uma indústria importante para a economia de Tavira, com várias espécies de peixe sendo capturadas, como sardinha e atum. Também discute como os pescadores se organizavam em grupos e como pagavam impostos sobre sua captura de peixe.
Da Extinção à Restauração Do Concelho De Aljezur Nos Finais Do SécJ. C. Vilhena Mesquita
1) O documento discute o desenvolvimento desigual do Algarve no século XIX, com o litoral prosperando enquanto o interior ficava estagnado devido à falta de estradas.
2) Especificamente, analisa como a falta de estradas ligando Aljezur ao litoral levou ao seu desenvolvimento econômico enquistado em comparação aos concelhos costeiros.
3) Discute como o poder central ignorou o problema das comunicações em Aljezur, aprofundando suas carências socioeconômicas ao longo do tempo.
Este documento é um projeto de 1825 para construir um canal no rio Séqua em Tavira, desviando seu curso diretamente para o mar. Isso abriria uma nova barra e evitaria assoreamento, revitalizando o porto da cidade. O projeto parece simples e eficiente, aproveitando a topografia para poupar custos e preservar o meio ambiente. Infelizmente, sem o orçamento completo, não se pode avaliar sua viabilidade.
Vila Real de Santo António no I Centenário do seu FundadorJosé Mesquita
1) O documento descreve as comemorações do centenário da morte do Marquês de Pombal em Vila Real de Santo António em 1882.
2) Uma comissão foi formada para organizar os eventos, incluindo um sarau literário-musical para inaugurar as comemorações.
3) O sarau contou com discursos sobre a vida e obra do Marquês de Pombal, bem como performances musicais.
Breve ensaio geo-económico sobre o Algarve na primeira metade do séc. XIXJosé Mesquita
O documento descreve a economia do Algarve na primeira metade do século XX. A economia era baseada principalmente na agricultura, pesca e indústria conserveira. A região litoral era mais próspera do que o interior serrano, devido à fertilidade dos solos e culturas de regadio. A pesca e indústria conserveira eram importantes fontes de renda, apesar de dependerem de investimento estrangeiro.
A pesca e os seus avultados rendimentos marcaram decisivamente toda a História do Algarve, desde os tempos mais remotos até ao presente, com particular acento no início da política pombalina, que fez do sotavento e da foz do Guadiana o seu principal centro de polarização económica. A concentração demográfica na faixa litoral explica-se, quase exclusivamente pela riqueza e afabilidade destas águas, em cujos portos fundeavam embarcações oriundas dos mais variados quadrantes do globo.
Tavira, o Marquês de Pombal e a fábrica de TapeçariasJosé Mesquita
A acção política do marquês de Pombal na 2ª metade do séc. XVIII teve como objectivo a centralização do poder no Estado-Pessoa. Porém, quase em simultâneo, desenvolveu iniciativas de fomento económico que, em grande parte, contribuíram para um vasto programa de reformas, quer na organização da administração pública, quer no ordenamento social, introduzindo ideias e projectos que se assemelham, em certa medida, à revolução iluminista. O fomento do sector industrial foi um dos sectores de maior sucesso e grande dinamismo económico durante o seu consulado. A cidade de Tavira foi contemplada com o apoio à instalação de uma unidade fabril dedicada à produção de tapeçarias. Razões de vária ordem, nomeadamente o afastamento do Marquês do poder, contribuíram para o insucesso mercantil e encerramento desta unidade industrial, única em toda a História do Algarve.
Trabalho de investigação sobre a preservação das terras de degredo mais de um século depois de terem sido extintos os Coutos de homiziados em Portugal. O Algarve, e nomeadamente a vila de Castro Marim, foi uma das primeiras regiões de Portugal a receber cartas de Couto para obstar ao fenómeno socioeconómico do ermamento demográfico.
1. O povoamento de Mato Grosso começou no século 18 com o descobrimento de ouro nas margens do Rio Coxipó por bandeirantes paulistas.
2. Cuiabá foi fundada em 1719 como um arraial e se tornou a vila mais populosa do Brasil na década de 1720 devido às descobertas de ouro.
3. A Capitania de Mato Grosso foi criada em 1748 para defender a fronteira ocidental do Brasil e promover a colonização da região.
Loulé no contexto político e socioeconómico das Lutas LiberaisJosé Mesquita
Durante as lutas liberais no século XIX, Loulé e o Algarve apoiaram amplamente as forças liberais devido à sua mentalidade cosmopolita moldada pelo comércio e à sua proximidade com o Porto, centro do movimento liberal. Embora não tenha participado ativamente nas revoluções iniciais, o Algarve expressou apoio à Constituição de 1826. Nas disputas entre absolutistas e liberais, os algarvios ficaram do lado dos liberais e de Pedro IV, apesar das questões de legitimidade de ambos os l
O Terror Miguelista no Algarve - perseguição e devassaJosé Mesquita
O Algarve, pelo evoluir dos acontecimentos políticos, que marcaram a primeira metade do séc. XIX, constituiu-se numa espécie de enclave revolucionário, liberal-constitucionalista, de
apoio e em consonância com a Junta Governativa do Porto. Se tivesse havido melhor coordenação de meios, e sobretudo mais apoio no efectivo castrense, a revolta cartista do eixo Porto-Algarve não teria desembocado no triste episódio da “belfastada”. O fracasso da “Revolta de Maio”, em 1828 no Algarve, contribuiu decisivamente para a usurpação miguelista e para a restauração do absolutismo, cujo clima persecutório acabaria por desencadear a guerra civil.
Na verdade, a prepotência miguelista deixou-se resvalar para os limites da insanidade política, num quotidiano excessivamente repressivo, vedando à nação os seus mais elementares direitos de cidadania. O autismo político do regime absolutista dividiu o país em dois projectos distintos – o do passado tradicionalista,
apostólico e legitimista; e o do futuro, liberal, constitucional e parlamentar. A grande diferença entre os dois projectos políticos incidia na concepção e cedência da liberdade, para transformar os vassalos em cidadãos.
Este documento apresenta 11 questões sobre a história de Mato Grosso, abordando tópicos como a ocupação inicial da região pelos bandeirantes, a fundação de Cuiabá, a criação da Capitania de Mato Grosso e a economia colonial baseada na extração de ouro.
A estrada de ferro da bahia ao são francisco trabalhadores e atos desordeiros...UNEB
1) O artigo analisa a implantação da Estrada de Ferro da Bahia ao São Francisco na cidade de Queimadas entre 1880-1890, focando nos trabalhadores e nos atos de desordem que ocorreram.
2) Busca entender como a sociedade local recebeu a ferrovia e os motivos que levaram os trabalhadores a provocarem distúrbios.
3) Também compara esses atos com distúrbios em ferrovias paulistas para verificar se houve semelhanças.
O documento descreve a evolução urbana da cidade do Rio de Janeiro desde sua fundação em 1565. Apresenta três principais mudanças na paisagem natural do centro da cidade: 1) Aterros que permitiram o crescimento da malha urbana sobre a planície; 2) Remoção do Morro do Castelo no início do século XX; 3) Construção de edifícios e infraestrutura de transporte que substituíram as antigas ruas e morros.
História de Mato Grosso em Exercícios... Prof. MedeirosJoão Medeiros
Este documento apresenta 12 questões sobre a história de Mato Grosso no período colonial, focando nos seguintes tópicos: 1) o movimento dos bandeirantes e suas atividades; 2) a importância das bandeiras para a história de Mato Grosso; 3) a extração de ouro na região e o uso de mão-de-obra escrava; 4) a descoberta de ouro no rio Coxipó e o início do povoamento da região de Cuiabá.
1. O documento contém perguntas sobre a história de Rondônia, cobrindo tópicos como a ocupação do Vale do Guaporé no século 18, a exploração da borracha no século 19 e a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.
2. As perguntas abordam motivos para a ocupação inicial da região, fatores que levaram à intensificação da ocupação dos rios no século 19, como a procura por borracha, e influências da 2a Guerra Mundial no povoamento de Rond
1. O documento descreve a história do estado de Mato Grosso no Brasil, desde o período colonial até a independência, cobrindo temas como a exploração do ouro, tensões de fronteira com a Espanha, e a participação na Guerra do Paraguai.
2. Mato Grosso foi inicialmente explorado por bandeirantes paulistas em busca de ouro nos séculos XVII-XVIII, resultando no estabelecimento de Cuiabá como principal centro urbano.
3. Tensões de fronteira com a Espanha mot
O documento contém 35 questões sobre a Idade Média referentes a temas como o início da Idade Média, medo do fim do milênio, importância de Carlos Magno, estrutura da sociedade feudal, cruzadas, islamismo e arquitetura medieval.
Atividades económicas nos séculos XIII e XIVCátia Botelho
O documento descreve as principais atividades económicas nos séculos XIII e XIV em Portugal, com foco na agricultura, pecuária, florestal, pesca e artesanato. O comércio interno e externo cresceu nesse período, levando ao desenvolvimento de cidades como Lisboa e Porto.
As três frases resumem questões sobre a Baixa Idade Média e as Cruzadas na Europa: 1) A descentralização do poder real levou os senhores feudais a se relacionarem diretamente através de laços de fidelidade e obrigações recíprocas. 2) O Estado intervinha na economia para regularizar o uso dos recursos naturais, como rios. 3) Os senhores feudais juravam fidelidade uns aos outros para se defenderem de invasões, transferindo o poder real de fato para eles.
O documento trata sobre o surgimento e características do feudalismo na Europa. De acordo com o texto, o feudalismo teve início na Europa no século V, com a invasão do Império Romano pelos povos germânicos. Suas principais características eram o poder descentralizado, o feudo como unidade política e econômica e a prevalência do trabalho servil e da agricultura.
1) O documento discute a arquitetura neoclássica no Rio de Janeiro durante o reinado de D. João VI, quando a corte portuguesa se mudou para o Brasil em 1808.
2) A chegada da família real transformou o Rio de Janeiro na nova capital e trouxe um grande crescimento urbano e populacional, criando desafios para a infraestrutura da cidade.
3) O legado arquitetural de D. João VI inclui obras como o Paço Imperial e a introdução de estilos arquitetônic
I. O documento discute o período colonial de Mato Grosso e atividades de fixação sobre o tema.
II. Inclui perguntas sobre as monções, a mineração em Mato Grosso, e a relação entre colonizadores e indígenas.
III. Fornece contexto histórico sobre o abastecimento da região das minas de Cuiabá e a expansão territorial durante o período colonial.
1) Goiás foi inicialmente explorado por bandeiras vindas de São Paulo no século XVII em busca de ouro, mas seu povoamento só ocorreu no século XVIII com o descobrimento de minas de ouro na região;
2) A Bandeira de Bartolomeu Bueno da Silva, conhecido como Anhanguera, descobriu ouro em Goiás em 1722, dando início ao povoamento da região em torno da mineração;
3) A economia de Goiás dependia exclusivamente da mineração
Este documento descreve a evolução urbana da cidade do Rio de Janeiro desde sua fundação em 1565 até meados do século XX. Ele aborda a fundação da cidade, seu crescimento inicial no Morro do Castelo, sua expansão para as planícies ao longo dos séculos XVII-XIX e as grandes reformas urbanas do século XX, incluindo a destruição do Morro do Castelo.
O Remexido e a resistência miguelista no AlgarveJosé Mesquita
Desenvolvida análise do trajecto de vida de José Joaquim de Sousa Reis, vulgo o Remexido, não só como heróico guerrilheiro miguelista, mas também como cidadão, como político local e como militar. O trabalho está estribado em documentação inédita e em credíveis fontes bibliográficas. A sua leitura pode ser muito proveitosa até mesmo àqueles que se sentem menos familiarizados com a temático das Lutas Liberais no nosso país.
Artigo científico sobre a acção político-militar de José Joaquim de Sousa Reis, depois transformado no herói popular que o vulgo designava por Remexido, famoso guerrilheiro que sustentou a causa miguelista até ao fim do período histórico conhecido por Setembrimo. Foi, e ainda é, uma das mais carismáticas figuras da história regional algarvia, retratado em diversas obras da literatura portuguesa, desde o séc. XIX até à actualidade.
Silvio Pellico, ao longo da sua penosa existência, metamorfoseou a sua personalidade política em diferentes opções e sucessivas etapas, hesitando sempre no caminho a escolher. Por isso, começou por ser um fervoroso nacionalista, passou ligeiramente pelas fileiras clandestinas da carbonária, apodreceu durante dez anos nas masmorras austríacas e acabou por se converter definitivamente à causa religiosa, regressando à paz católica em que nascera.
Este último gesto, talvez o de um desiludido, fará de Silvio Pellico uma espécie de desilusão pública do revolucionarismo político, o que lhe granjeará sérios dissabores, entre os quais o escárnio da traição. Para a maioria dos nacionalistas italianos, As Minhas Prisões de Silvio Pellico, são um “bluff”, espécie de literatura de seminário, que ninguém aproveita a não ser os inimigos da própria Itália. Por conseguinte, Silvio Pellico é um traidor à causa independentista italiana, um reles pacifista a quem não cabem as honras de perfilar ao lado de Garibaldi, de Cavour ou de Mazzini.
Tavira, o Marquês de Pombal e a fábrica de TapeçariasJosé Mesquita
A acção política do marquês de Pombal na 2ª metade do séc. XVIII teve como objectivo a centralização do poder no Estado-Pessoa. Porém, quase em simultâneo, desenvolveu iniciativas de fomento económico que, em grande parte, contribuíram para um vasto programa de reformas, quer na organização da administração pública, quer no ordenamento social, introduzindo ideias e projectos que se assemelham, em certa medida, à revolução iluminista. O fomento do sector industrial foi um dos sectores de maior sucesso e grande dinamismo económico durante o seu consulado. A cidade de Tavira foi contemplada com o apoio à instalação de uma unidade fabril dedicada à produção de tapeçarias. Razões de vária ordem, nomeadamente o afastamento do Marquês do poder, contribuíram para o insucesso mercantil e encerramento desta unidade industrial, única em toda a História do Algarve.
Trabalho de investigação sobre a preservação das terras de degredo mais de um século depois de terem sido extintos os Coutos de homiziados em Portugal. O Algarve, e nomeadamente a vila de Castro Marim, foi uma das primeiras regiões de Portugal a receber cartas de Couto para obstar ao fenómeno socioeconómico do ermamento demográfico.
1. O povoamento de Mato Grosso começou no século 18 com o descobrimento de ouro nas margens do Rio Coxipó por bandeirantes paulistas.
2. Cuiabá foi fundada em 1719 como um arraial e se tornou a vila mais populosa do Brasil na década de 1720 devido às descobertas de ouro.
3. A Capitania de Mato Grosso foi criada em 1748 para defender a fronteira ocidental do Brasil e promover a colonização da região.
Loulé no contexto político e socioeconómico das Lutas LiberaisJosé Mesquita
Durante as lutas liberais no século XIX, Loulé e o Algarve apoiaram amplamente as forças liberais devido à sua mentalidade cosmopolita moldada pelo comércio e à sua proximidade com o Porto, centro do movimento liberal. Embora não tenha participado ativamente nas revoluções iniciais, o Algarve expressou apoio à Constituição de 1826. Nas disputas entre absolutistas e liberais, os algarvios ficaram do lado dos liberais e de Pedro IV, apesar das questões de legitimidade de ambos os l
O Terror Miguelista no Algarve - perseguição e devassaJosé Mesquita
O Algarve, pelo evoluir dos acontecimentos políticos, que marcaram a primeira metade do séc. XIX, constituiu-se numa espécie de enclave revolucionário, liberal-constitucionalista, de
apoio e em consonância com a Junta Governativa do Porto. Se tivesse havido melhor coordenação de meios, e sobretudo mais apoio no efectivo castrense, a revolta cartista do eixo Porto-Algarve não teria desembocado no triste episódio da “belfastada”. O fracasso da “Revolta de Maio”, em 1828 no Algarve, contribuiu decisivamente para a usurpação miguelista e para a restauração do absolutismo, cujo clima persecutório acabaria por desencadear a guerra civil.
Na verdade, a prepotência miguelista deixou-se resvalar para os limites da insanidade política, num quotidiano excessivamente repressivo, vedando à nação os seus mais elementares direitos de cidadania. O autismo político do regime absolutista dividiu o país em dois projectos distintos – o do passado tradicionalista,
apostólico e legitimista; e o do futuro, liberal, constitucional e parlamentar. A grande diferença entre os dois projectos políticos incidia na concepção e cedência da liberdade, para transformar os vassalos em cidadãos.
Este documento apresenta 11 questões sobre a história de Mato Grosso, abordando tópicos como a ocupação inicial da região pelos bandeirantes, a fundação de Cuiabá, a criação da Capitania de Mato Grosso e a economia colonial baseada na extração de ouro.
A estrada de ferro da bahia ao são francisco trabalhadores e atos desordeiros...UNEB
1) O artigo analisa a implantação da Estrada de Ferro da Bahia ao São Francisco na cidade de Queimadas entre 1880-1890, focando nos trabalhadores e nos atos de desordem que ocorreram.
2) Busca entender como a sociedade local recebeu a ferrovia e os motivos que levaram os trabalhadores a provocarem distúrbios.
3) Também compara esses atos com distúrbios em ferrovias paulistas para verificar se houve semelhanças.
O documento descreve a evolução urbana da cidade do Rio de Janeiro desde sua fundação em 1565. Apresenta três principais mudanças na paisagem natural do centro da cidade: 1) Aterros que permitiram o crescimento da malha urbana sobre a planície; 2) Remoção do Morro do Castelo no início do século XX; 3) Construção de edifícios e infraestrutura de transporte que substituíram as antigas ruas e morros.
História de Mato Grosso em Exercícios... Prof. MedeirosJoão Medeiros
Este documento apresenta 12 questões sobre a história de Mato Grosso no período colonial, focando nos seguintes tópicos: 1) o movimento dos bandeirantes e suas atividades; 2) a importância das bandeiras para a história de Mato Grosso; 3) a extração de ouro na região e o uso de mão-de-obra escrava; 4) a descoberta de ouro no rio Coxipó e o início do povoamento da região de Cuiabá.
1. O documento contém perguntas sobre a história de Rondônia, cobrindo tópicos como a ocupação do Vale do Guaporé no século 18, a exploração da borracha no século 19 e a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.
2. As perguntas abordam motivos para a ocupação inicial da região, fatores que levaram à intensificação da ocupação dos rios no século 19, como a procura por borracha, e influências da 2a Guerra Mundial no povoamento de Rond
1. O documento descreve a história do estado de Mato Grosso no Brasil, desde o período colonial até a independência, cobrindo temas como a exploração do ouro, tensões de fronteira com a Espanha, e a participação na Guerra do Paraguai.
2. Mato Grosso foi inicialmente explorado por bandeirantes paulistas em busca de ouro nos séculos XVII-XVIII, resultando no estabelecimento de Cuiabá como principal centro urbano.
3. Tensões de fronteira com a Espanha mot
O documento contém 35 questões sobre a Idade Média referentes a temas como o início da Idade Média, medo do fim do milênio, importância de Carlos Magno, estrutura da sociedade feudal, cruzadas, islamismo e arquitetura medieval.
Atividades económicas nos séculos XIII e XIVCátia Botelho
O documento descreve as principais atividades económicas nos séculos XIII e XIV em Portugal, com foco na agricultura, pecuária, florestal, pesca e artesanato. O comércio interno e externo cresceu nesse período, levando ao desenvolvimento de cidades como Lisboa e Porto.
As três frases resumem questões sobre a Baixa Idade Média e as Cruzadas na Europa: 1) A descentralização do poder real levou os senhores feudais a se relacionarem diretamente através de laços de fidelidade e obrigações recíprocas. 2) O Estado intervinha na economia para regularizar o uso dos recursos naturais, como rios. 3) Os senhores feudais juravam fidelidade uns aos outros para se defenderem de invasões, transferindo o poder real de fato para eles.
O documento trata sobre o surgimento e características do feudalismo na Europa. De acordo com o texto, o feudalismo teve início na Europa no século V, com a invasão do Império Romano pelos povos germânicos. Suas principais características eram o poder descentralizado, o feudo como unidade política e econômica e a prevalência do trabalho servil e da agricultura.
1) O documento discute a arquitetura neoclássica no Rio de Janeiro durante o reinado de D. João VI, quando a corte portuguesa se mudou para o Brasil em 1808.
2) A chegada da família real transformou o Rio de Janeiro na nova capital e trouxe um grande crescimento urbano e populacional, criando desafios para a infraestrutura da cidade.
3) O legado arquitetural de D. João VI inclui obras como o Paço Imperial e a introdução de estilos arquitetônic
I. O documento discute o período colonial de Mato Grosso e atividades de fixação sobre o tema.
II. Inclui perguntas sobre as monções, a mineração em Mato Grosso, e a relação entre colonizadores e indígenas.
III. Fornece contexto histórico sobre o abastecimento da região das minas de Cuiabá e a expansão territorial durante o período colonial.
1) Goiás foi inicialmente explorado por bandeiras vindas de São Paulo no século XVII em busca de ouro, mas seu povoamento só ocorreu no século XVIII com o descobrimento de minas de ouro na região;
2) A Bandeira de Bartolomeu Bueno da Silva, conhecido como Anhanguera, descobriu ouro em Goiás em 1722, dando início ao povoamento da região em torno da mineração;
3) A economia de Goiás dependia exclusivamente da mineração
Este documento descreve a evolução urbana da cidade do Rio de Janeiro desde sua fundação em 1565 até meados do século XX. Ele aborda a fundação da cidade, seu crescimento inicial no Morro do Castelo, sua expansão para as planícies ao longo dos séculos XVII-XIX e as grandes reformas urbanas do século XX, incluindo a destruição do Morro do Castelo.
O Remexido e a resistência miguelista no AlgarveJosé Mesquita
Desenvolvida análise do trajecto de vida de José Joaquim de Sousa Reis, vulgo o Remexido, não só como heróico guerrilheiro miguelista, mas também como cidadão, como político local e como militar. O trabalho está estribado em documentação inédita e em credíveis fontes bibliográficas. A sua leitura pode ser muito proveitosa até mesmo àqueles que se sentem menos familiarizados com a temático das Lutas Liberais no nosso país.
Artigo científico sobre a acção político-militar de José Joaquim de Sousa Reis, depois transformado no herói popular que o vulgo designava por Remexido, famoso guerrilheiro que sustentou a causa miguelista até ao fim do período histórico conhecido por Setembrimo. Foi, e ainda é, uma das mais carismáticas figuras da história regional algarvia, retratado em diversas obras da literatura portuguesa, desde o séc. XIX até à actualidade.
Silvio Pellico, ao longo da sua penosa existência, metamorfoseou a sua personalidade política em diferentes opções e sucessivas etapas, hesitando sempre no caminho a escolher. Por isso, começou por ser um fervoroso nacionalista, passou ligeiramente pelas fileiras clandestinas da carbonária, apodreceu durante dez anos nas masmorras austríacas e acabou por se converter definitivamente à causa religiosa, regressando à paz católica em que nascera.
Este último gesto, talvez o de um desiludido, fará de Silvio Pellico uma espécie de desilusão pública do revolucionarismo político, o que lhe granjeará sérios dissabores, entre os quais o escárnio da traição. Para a maioria dos nacionalistas italianos, As Minhas Prisões de Silvio Pellico, são um “bluff”, espécie de literatura de seminário, que ninguém aproveita a não ser os inimigos da própria Itália. Por conseguinte, Silvio Pellico é um traidor à causa independentista italiana, um reles pacifista a quem não cabem as honras de perfilar ao lado de Garibaldi, de Cavour ou de Mazzini.
1. O documento discute o pioneirismo de Ataíde Oliveira no monografismo algarvio, produzindo estudos detalhados sobre vários concelhos da região.
2. Explica que as monografias surgiram como forma de conhecer melhor a realidade local e regional, analisando aspectos históricos, culturais e econômicos.
3. Aponta que o espírito regionalista esteve na origem de muitas monografias, especialmente em regiões periféricas, como forma de dar visibilidade a essas localidades.
Aquilo que verdadeiramente distingue a Imprensa, como órgão de comunicação social, é a sua capacidade de interferência pública e de consciencialização das massas. Em certos momentos da História da Humanidade, essas capacidades transformaram-se em elementos catalizadores, isto é, em princípios revolucionários conducentes à irrupção de uma nova ordem social. A implantação da República em Portugal, o regime republicano e a democracia plena, muito devem à força e perseverança da imprensa, nomeadamente dos órgãos regionais que propagandearam os novos ideais. É desses jornais e dessa luta pela conquista da liberdade que vamos tratar neste artigo, aqui colocado ao dispôr do grande público.
Este documento discute a origem e autoria do órgão da Sé de Faro. Apresenta três teorias principais: 1) Que foi construído pelo mestre organeiro alemão Arp Schnitger em 1701; 2) Que foi encomendado em 1715 ao organeiro João Henriques de Lisboa; 3) Que sua origem permanece incerta devido à falta de evidências conclusivas sobre seu construtor. O autor analisa cada teoria e argumenta que, embora possa ter influência alemã, a autoria de Schnitger não é definitivamente comprovada
Subsídios para a História Eclesiástica do Algarve - Os Bispos de SilvesJosé Mesquita
Este Catálogo mais não é do que uma breve relação dos Bispos da Sé de Silves; mas cumpre acrescentar que o seu primordial interesse reside na comprovação documental da existência da conhecida contenda entre o rei de Castela e D. Afonso III respeitante à nomeação dos prelados silvenses, assim como a presença das suas assinaturas em vários diplomas de escrituras, doações e mercês, cuja citação constitui uma fonte de indesmentível importância para o estudo da História Eclesiástica do Algarve. Por outro lado, apercebi-me de que a maioria dos documentos aí referidos pertence ao Arquivo do Mosteiro de S. Cruz de Coimbra e ao Arquivo Nacional da Torre do Tombo, para além de serem citadas várias obras clássicas da historiografia ibérica. Tudo isto dava a entender que o seu autor seria um investigador erudito e bastante cuidadoso. Rapidamente me apercebi de que não me enganava ao verificar que a assinatura pertencia ao historiador Frei Manoel dos Santos, um dos mais notáveis intelectuais do seu tempo.
O presente manuscrito que ora se dá a público, pela primeira vez, compõe-se de quatro folhas, preenchidas no rosto e verso, numeradas de fls. 112 a 115 do códice 152 depositado na B. N. L., pertencente ao espólio da antiga Academia Real da História Portuguesa.
«Chronica do Algarve» terá sido o primeiro jornal algarvio?José Mesquita
O documento discute o primeiro jornal publicado no Algarve, chamado "Chronica do Algarve", e data a sua publicação em 15 de Julho de 1833. No entanto, o autor argumenta que este não deve ser considerado o primeiro jornal da região, exibindo como prova o único exemplar conhecido, que na verdade é apenas um prospecto. O autor aponta "O Popular Jornal do Algarve", publicado em 1847, como o primeiro jornal verdadeiro da região.
As primicias jornalísticas de mestre Aquilino Ribeiro no AlgarveJosé Mesquita
Poucos saberão certamente que o escritor Aquilino Ribeiro fez as suas primícias de publicista emérito no Algarve, mais precisamente na vila de Olhão, tendo escolhido para palco da sua estreia jornalística o semanário «O Cruzeiro do Sul», fundado e dirigido por José Marques Corpas Centeno, dedicado secretário da edilidade local e notável publicista. Trata-se de um pormenor biográfico, frequentemente descurado, que à primeira vista poderá parecer irrelevante mas que, no fundo, assume particular interesse para o roteiro literário e estilístico do autor do Malhadinhas. Por outro lado, constitui um elemento de insofismável orgulho para a História da Imprensa Algarvia, que de forma alguma se poderá desdenhar, sob pena de incorrermos num verdadeiro atentado à memória daquele que muito justamente se considera como o maior romancista português do século XX.
A economia agrária do Algarve, na transição do Antigo Regime para o Liberalis...J. C. Vilhena Mesquita
a situação económica da agricultura algarvia foi sempre deficitária, mercê
dos baixos índices de produtividade e de rendimento, suscitados pela desigual
distribuição social da propriedade, pelo baixo investimento financeiro e
pelo atraso científico-tecnológico, que – desde o período de reestruturação
político-económica levado a cabo nos finais do séc. XVIII pelo consulado
pombalino – dependia da reformulação de novas estratégias para a potencialização
dos recursos endógenos. Além disso, os factores naturais de dinamismo
energético, como a amenidade climática, os recursos hídricos e a fertilidade
dos solos, só foram aproveitados na vigência do Liberalismo, e com especial
acuidade no declinar de Oitocentos. Acrescente-se, por fim, que o sector
dependia de factores extrínsecos, como a estrutura social da terra, a educação
agrícola, o investimento integrado e as leis de mercado, entre outros elementos
de fomento ou de desagregação do sector. Por outro lado, vemos que essa
dualidade se distribuía numa geo-economia do espaço entre a beira-mar e as
terras altas da serra algarvia.
Distribuição geográfica da população portuguesa continental: o peso da HistóriaIdalina Leite
O documento descreve a distribuição da população portuguesa entre os séculos XIII e XIV, com a região de Entre-Douro-e-Minho sendo a mais povoada. Lisboa era a principal cidade e centro político, embora a população também estivesse dispersa pelo interior e regiões fronteiriças. O documento também discute as condições sociais e econômicas do reino de Portugal na época, que enfrentava escassez de recursos e produtos.
O documento descreve (1) o povoado fenício de Tavira entre os séculos VIII-VI a.C., que serviu como centro religioso e portuário na rota entre o Atlântico e Gibraltar, (2) sua possível destruição no século VI a.C. e abandono até ao século XI d.C., (3) a herança fenícia que perdurou até à dominação romana.
O documento fornece informações sobre o estado brasileiro de Alagoas, incluindo sua localização, limites, economia, cidades principais e aspectos culturais. Alagoas está localizado na região Nordeste do Brasil, tem Maceió como capital e é um dos maiores produtores de cana-de-açúcar e coco no país. Sua cultura é rica em artesanato, culinária, folguedos e danças tradicionais.
O documento descreve a região Sudeste do Brasil, abordando sua caracterização física, formação socioespacial, mobilidade populacional e transformações econômicas. A região possui relevo dominado por planaltos e serras, clima tropical e vegetação original de Mata Atlântica. Sua ocupação iniciou-se com a mineração e expandiu-se com a economia cafeeira, concentrando população e atividades nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e regiões próximas.
1) O documento descreve a expansão marítima portuguesa no século 15, iniciada após a consolidação política do Estado português e favorecida por avanços tecnológicos como a bússola e a pólvora.
2) Portugal conquistou Ceuta em 1415, sua primeira conquista no norte da África, porém os muçulmanos desviaram o comércio para outras regiões, diminuindo o sucesso inicial.
3) A escola de navegação de Sagres, liderada pelo infante D.
Este documento é um projeto de 1825 para construir um canal no rio Séqua em Tavira, desviando seu curso diretamente para o mar. Isso abriria uma nova barra e evitaria assoreamento, revitalizando o porto da cidade. O projeto parece simples e eficiente, aproveitando a topografia para poupar custos e preservar o meio ambiente. Infelizmente, sem o orçamento completo, não se pode avaliar sua viabilidade.
1. O documento discute a história da colonização da África pelos europeus desde o século XV e a corrida imperialista no final do século XIX, quando as potências europeias iniciaram o controle do continente em busca de matérias-primas e mercados.
2. Fala sobre as tensões internas e conflitos que marcam o passado e presente de diversos povos africanos, como o episódio em que integrantes de um grupo separatista atacaram o ônibus da seleção de futebol de Togo.
3
O documento discute as relações entre urbanização, turismo e populações afrodescendentes na região do Recôncavo Baiano. A urbanização e o turismo têm provocado transformações ambientais e sociais significativas, com impactos desiguais para as populações negras que vivem nas periferias pobres. As atividades tradicionais dessas populações, como pesca e mariscagem, também têm sido ameaçadas pelo desenvolvimento. O texto analisa essas questões a partir de estudos sobre cidades históricas da região e suas populações
Formaçäo da nacionalidade brasileira flamarion barreto lima pdfSaulo Barreto
I - O livro discute a formação da nacionalidade brasileira, abordando os aspectos físicos, a conquista, colonização, formação territorial, étnica, econômica e política do Brasil.
II - O documento analisa especificamente o meio físico brasileiro, incluindo o relevo, vegetação, clima e rede hidrográfica, e como esses fatores influenciaram a ocupação e desenvolvimento do território.
III - A posição geográfica do Brasil facilitou o contato com potências europeias, enquant
Estrutura socio economicas da africa no inicio do seculo xviii e finais do se...Herminio Banze
Nos séculos XVIII e XIX, a África tinha sociedades tribais organizadas com estruturas políticas, econômicas e de crenças próprias. Os europeus comerciavam principalmente com tribos costeiras que intermediavam o comércio com o interior, incluindo o tráfico de escravos. Este comércio triangular perdurou até o século XIX em função da demanda por mão de obra na economia americana.
1. O litoral catarinense foi inicialmente explorado e mapeado por navegadores europeus nos séculos XV e XVI.
2. Os primeiros assentamentos permanentes na região foram estabelecidos por portugueses no século XVII, incluindo São Francisco, Desterro e Laguna.
3. No século XVIII, houve um aumento na colonização portuguesa e açoriana da ilha de Santa Catarina e arredores.
A particularidade do quadro urbano do litoral catarinense no processo de urba...Gabrieldibernardi
Este documento analisa as peculiaridades do desenvolvimento urbano no litoral de Santa Catarina no contexto da colonização do sul do Brasil. A autora discute como os contrastes geográficos entre o planalto e o litoral, combinados com outros fatores naturais e humanos, influenciaram a formação de duas estruturas sócio-espaciais distintas e moldaram a rede urbana do estado, marcada por uma descentralização e ausência de grandes metrópoles.
Balofas palavras em dia de fuga para as praias.pdfGRAZIA TANTA
1 – MRS em seu esplendor no último 10 de junho
2 – A deificação de Portugal é uma elevação sem conteúdo
3 – O habitual verbo oco de MRS
4 - MRS e a arraia-miúda
5 – Periferia geográfica e de conhecimento
O Bairro Alto teve sua origem em 1513 quando o rei D. Manuel I autorizou a urbanização da área. Com ruas abertas e fachadas planas, o bairro acolheu população ligada às atividades marítimas da época dos Descobrimentos. A instalação dos jesuítas em 1553 atraiu a nobreza e o bairro ganhou ambiente popular e aristocrático, visível em seu rico patrimônio arquitetônico.
Salvador teve seus primeiros habitantes em 1510 com o naufrágio de um navio francês. Foi fundada oficialmente em 1534 e recebeu o primeiro donatário em 1536. O relevo da cidade é acidentado entre a Cidade Alta e Baixa. Salvador é um importante destino turístico brasileiro devido à sua cultura, culinária, música e arquitetura histórica.
Este documento fornece informações sobre:
1) Um estudo sobre os últimos pescadores avieiros no concelho da Chamusca, incluindo um CD com depoimentos e fotografias.
2) Uma análise comparativa dos portos de Barcelona e Lisboa, focando nos aspectos comerciais e de espaços públicos ribeirinhos.
3) Exemplos de reabilitação do património portuário em Lisboa, incluindo projetos de espaços públicos, edifícios industriais e armazéns portuários convertidos em
O documento descreve a formação e povoamento do território brasileiro desde o período colonial até os dias atuais. Inicialmente, a Coroa Portuguesa dividiu o território em capitanias hereditárias para incentivar o povoamento. Posteriormente, o desenvolvimento de atividades econômicas como a mineração, a produção de cana-de-açúcar e o café influenciaram a expansão territorial e populacional. Ao longo dos séculos, o Brasil conquistou e perdeu territórios, e medidas de integração econômica e constru
O documento discute a Dinastia de Borgonha em Portugal e a Revolução de Avis. A dinastia estabeleceu uma monarquia centralizada com controle da economia e apoio aos servos. Uma crise na Europa prejudicou o comércio português, mas os mercadores investiram no comércio marítimo. Após a morte do Rei D. Fernando, os mercadores financiaram uma guerra que levou D. João de Avis ao trono, aproximando a monarquia dos interesses mercantis.
O documento discute os progressos técnicos, agrícolas e de transporte entre os séculos XI-XIV na Europa, que contribuíram para o renascimento econômico. Isso incluiu novas técnicas e ferramentas agrícolas, melhorias nos transportes terrestres e marítimos, e um aumento da produção e comércio.
Semelhante a Da extinção à restauração do concelho de Aljezur (20)
O ódio nacionalista ao rei D. Pedro IV.pdfJosé Mesquita
O documento discute a oposição nacionalista ao rei D. Pedro IV no início do liberalismo português. Detalha como o país se dividiu entre partidários de D. Pedro e D. Miguel durante esta época turbulenta. Também descreve um dos maiores inimigos de D. Pedro, Joaquim António da Silva, conhecido como "Silva das Barbas", que distribuía panfletos difamatórios contra o rei.
As instituições reguladoras da Fazenda Pública no Algarve nos primórdios do l...José Mesquita
O documento descreve as principais instituições reguladoras da fazenda pública no Algarve no início do período liberal em Portugal. Estas incluíam a Provedoria da Fazenda Pública, a Superintendência Geral dos Tabacos, o Corregedor e os Juízes de Fora, que supervisionavam a cobrança de impostos e a gestão financeira dos municípios. O documento também discute outros tributos como a sisa.
O primeiro relógio público de Lagoa, adquirido em 1828José Mesquita
Artigo de investigação sobre o primeiro relógio público comprado pela Câmara Municipal de Lagoa em 1828, através de uma colecta subscrita integralmente pelos moradores daquela vila algarvia. Todavia, a autarquia não tinha meios financeiros para pagar regularmente um salário a alguém que se responsabilizasse pela manutenção desse grande símbolo do progresso e da modernidade, ao som de cujas badaladas passou a regular-se a vida quotidiana dos lagoenses. Esse relógio ainda hoje figura na torre da Igreja Matriz daquela bela e tradicional vila algarvia.
José Carlos Vilhena Mesquita, As minhas memórias académicas e cívicas com o P...José Mesquita
Depoimento memorialista sobre o convívio, a amizade e a vida académica desenvolvida ao longo de anos com o Prof. Doutor Joaquim Antero Romero Magalhães, eminente historiador, docente da universidade de Coimbra, deputado da 1ª Assembleia Constituinte após o 25 de Abril, e figura de relevo na sociedade portuguesa, no último quartel do século XX.
Felipa de Sousa, algarvia condenada na Inquisição pelo "pecado nefando da sod...José Mesquita
O documento descreve o caso de Felipa de Sousa, uma mulher de Tavira, Portugal condenada pela Inquisição no Brasil colonial no século XVI pelo "pecado nefando da sodomia". Ela foi acusada junto com outra mulher após interrogatório forçado. Este foi o primeiro caso registrado de condenação por lesbianismo pela Inquisição nas Américas. O documento também fornece contexto histórico sobre a Inquisição e a sociedade colonial brasileira na época.
A Banha da Cobra - uma patranha com históriaJosé Mesquita
Entende-se por “Banha da Cobra” tudo aquilo que sendo um simples placebo, isto é, inócuo e inútil, se difunde e propaga publicamente como algo comprovadamente eficaz, seguro, poderoso e miraculosamente infalível. Para os lexicólogos significa algo que se publicita ou anuncia para endrominar incautos; um palavreado com o velado propósito de enganar os outros; uma proposta ou promessa de que não existe intenção de cumprir. Em suma, uma mentira, uma trapaça, um ludíbrio, uma vigarice. Hoje a expressão “banha da cobra” é usualmente empregue de modo pejorativo. E o "vendedor de banha da cobra" identifica alguém que é mentiroso, charlatão e de falsa índole. A banha da cobra é sempre a mesma, porque o prazer psicótico da fraude não se refreia perante a ganância de lucros tão arrebatadores. O que muda é a embalagem, isto é, o design e o marketing, porque a finalidade é sempre a mesma, sendo inclusivamente comum à mensagem hipocrática: submeter a dor e o sofrimento, vencer a doença. A diferença é que os charlatães visam apenas o lucro pelo embuste, enquanto os médicos e a medicina validam a ciência no confronto com a doença e o padecimento, na quimérica ilusão de triunfarem sobre a morte.
Para a História da Saúde no Algarve. As epidemias do cólera-mórbus no século XIXJosé Mesquita
1. O documento discute as epidemias ao longo da história, incluindo a Peste Negra que matou metade da população européia no século XIV.
2. Ele define os termos infecção, epidemia e peste, explicando como as doenças se espalham.
3. O foco é nas epidemias de cólera no século XIX no Algarve, Portugal.
Cenótáfio do bispo D. António Pereira da Silva na Sé de FaroJosé Mesquita
Trata-se de um breve apontamento sobre o significado histórico do Cenotáfio, enquanto túmulo simbólico ou memorial em homenagem aos heróis caídos em defesa da pátria, da religião, da liberdade ou de supremos ideais humanitários.
Sagres um lugar na história e no património universalJosé Mesquita
A insignificante aldeia, que de Sagres usufrui o nome, despertou para a luz da ribalta histórica pela mão do Infante D. Henrique. À partida e no regresso da expedição a Ceuta se ficou a dever o seu primeiro contacto com o Algarve e no preço das surtidas pescarescas dos seus marinheiros, que arpoavam as baleias no mar alto e se defendiam bravamente dos corsários marroquinos, parece residir a sua escolha e o seu encanto por estas recônditas paragens. Concentrado no desafio dos mares e na expansão da Fé, o Infante lança ferro na baía de Lagos, o seu "grande porto de armamento". Daí até à fundação daquela que ficou conhecida como a "vila do Infante" será um pequeno passo no tempo.
Artigo científico, cujo texto constitui a comunicação apresentada às VI Jornadas Regionais sobre Monumentos Militares, realizadas em Vila do Bispo, Lagos Silves, Loulé e Faro, de 28 de Novembro a 1 de Dezembro de 1986, sob a égide da APAC - Associação Portuguesa dos Amigos dos Castelos.
Salazar e Duarte Pacheco não ouviam a mesma músicaJosé Mesquita
Apesar de Salazar ser um ultraconservador, antidemocrata e antipartidário, de espírito rural, atreito a modernismos e inovações reformistas, teve no seio do seu primeiro governo uma figura de marcante iniciativa, contagiante ativismo, destacado empreendedorismo e de fulgurante reputação, que foi o Eng.º Duarte Pacheco. Não foi um convicto partidário do corporativismo salazarista, ate porque nas manifestações oficiais e públicas, em que intervinha, não fazia a saudação fascista nem evidenciava o júbilo esfuziante, quase fanático, dos outros ministros e acólitos do «Estado Novo». Inclino-me a aceitar que Duarte Pacheco nunca foi um fascista, na verdadeira asserção do termo, mas já não tenha duvidas quanto as suas convicções nacionalistas.
Este documento descreve as tradições de Natal portuguesas. Apresenta as principais tradições como a queima do madeiro, a consoada, a missa do galo, o presépio, as janeiras e reis, e os cortejos dos reis magos. Explora as variações regionais destas tradições, especialmente no que diz respeito à gastronomia de Natal, e discute a origem e significado destas celebrações.
A Juventude e a Educação - da política da cigarra ao sacrifício da formigaJosé Mesquita
Urge proceder à “alfabetização cultural” da nação portuguesa, não só através duma educação auto-sustentada, como principalmente dum programa nacional de instrução das massas laborais, urbanas e rurais. O processo educativo deve contemplar não só os jovens estudantes, como também as classes etárias intermédias ou produtivas. Aos desempregados deverá ser dada prioridade num programa de formação intelectual e de reaprendizagem da vida produtiva. Aos idosos deverá ser franqueada a entrada nas universidades para obterem cursos reais e efectivos, e não apenas a simples ocupação dos tempos livres, como acontece nas designadas Universidades para a Terceira Idade.
Convém incutir não só nos jovens como nas classes adultas uma educação autodidáctica, estribada na observação e na análise empírica, a qual poderá vir a ser consolidada por um acompanhamento de leituras educativas a preços controlados e acessíveis. O Estado precisa de optar urgentemente por uma política do Livro, que facilite a edição a baixo custo e proporcione o consumo e a popularização da leitura. Daqui resultará uma política de defesa e valorização da língua portuguesa, uma divulgação e fomento da leitura pelo prazer da descoberta autodidáctica dos grandes valores da literatura nacional.
Na esperança de encontrarmos as genuínas manifestações culturais do Natal, fomos até à serra algarvia, cujos lugarejos percorremos ao sabor e à aventura de seculares caminhos. Conversámos com anciãos de provecta idade, em diferentes “montes” e em esconsos sítios, mas também falámos com pessoas instruídas e alguns jovens, que nesta quadra retornam às suas origens familiares para passarem as suas férias natalícias. Depressa concluímos que as tradições antigas se perderam, e são já irrecuperáveis; que a juventude pouco se interessa com o passado e que despreza as tradições etnográficas; que a televisão, pela sua massificação telenovelesca, faz reter as pessoas em casa e retira o convívio social, perdendo-se também o diálogo familiar em torno da lareira, durante o qual se transmitiam aos jovens as estórias do romanceiro popular; que a carestia de vida exterminou quase por completo as visitas aos lares para estreitar relações… Consensual entre as diferentes gerações é a ideia de o Natal ser a época em que se recebem presentes, sendo, enfim, a consoada uma noite especialmente feliz, mas muito menos alegre do que a noite da Passagem de Ano.
Permanece ainda desse passado a Ceia de Natal, assim como a gastronomia tradicional, a reunião da família, o presépio e os grupos de cantadores populares, a que chamam «charolas», que animam as noites frias das janeiras e das reisadas.
O documento resume um discurso sobre o lançamento do livro de poemas "A Minha Rua", de Ernesto Silva. Em três frases:
1) Elogia o livro por perpetuar a cultura e memória de Aljezur através da poesia popular de Ernesto Silva.
2) Destaca a diversidade de temas abordados nos poemas, como a família, a terra e a filosofia de vida.
3) Parabeniza a Câmara Municipal por promover a cultura local através de obras como esta.
As origens e desenvolvimento do ensino em FaroJosé Mesquita
São intrinsecamente religiosas as origens do ensino em Portugal. E se nos primeiros tempos cabia aos Dominicanos, Beneditinos, Agostinianos a missão de educar, a partir de meados do século XVI o ensino tornara-se praticamente monopólio dos inacianos. A reforma Pombalina do ensino constitui a pedra basilar do nosso sistema educativo. Essa reforma atribuía a todas as cidades e vilas do reino uma escola de «aprender a ler, escrever e contar». Em 1836, Manuel da Silva Passos, procedeu ao reordenamento educativo, criando os Liceus Nacionais, as Escolas Médico-Cirúgicas, as Escolas Politécnica de Lisboa e do Porto, o Conservatório de Arte Dramática, as Academias de Belas Artes de Lisboa e do Porto, a Escola do Exército, etc. Nunca se tinha ido tão longe numa reforma educativa.
Em 1849 abriu portas o Liceu de Faro. Daí por diante, assiste-se à fundação das escolas de Desenho Industrial Pedro Nunes, a Escola Primária Superior, a Escola Normal Superior, a Escola Comercial e Industrial Tomás Cabreira, o Magistério Primário, a Escola de Hotelaria e Turismo, o Instituto Politécnico e a Universidade do Algarve.
Museu Antonino de Faro e o turismo no AlgarveJosé Mesquita
No contexto museológico da cidade de Faro assume particular interesse o Museu Antonino, que, reunindo características populares, perpectualiza justamente a memória de um dos mais antigos padroeiros desta cidade: Santo António. A ermida de Stº António do Alto, onde se acha inserido o Museu, situa-se na mais alta colina da cidade, que em tempos idos foi uma primitiva torre de vigia da costa (as conhecidas atalaias), que para contrariarem as constantes investidas dos corsários árabes davam o sinal de rebate chamando as populações a defenderem os seus haveres. Igualmente ali se verificaram sangrentas lutas, durante a guerra civil de 1832-1834, pela posse do mais estratégico ponto militar da cidade, facto esse que era há anos facilmente constatável pelos buracos das balas incrustadas nas paredes do edifício, mas que, infelizmente, são hoje irreconhecíveis devido aos trabalhos de reboco e restauro mandados executar pela edilidade.
O que mais impressiona em Aljezur é a pureza ambiental, e a beleza paisagística do casario que sobe até ao castelo, por entre ruelas estreitas e sinuosas, íngremes ladeiras no ardor da cal, que nos levam, no olhar atento da calçada acutilante, para as cumeadas do seu velho castelo árabe. Lá no alto, espraiando o olhar sobre o horizonte, depara-se-nos a várzea fértil, tricotada em viçosas leiras, o prateado reflexo do rio cristalino, a ebúrnea colina da Aldeia Nova, e a entrecortada linha verde da serra… Um quadro de ímpar beleza que nos faz sentir senhores do mundo, como nos tempos dos espatários conquistadores. A pureza ambiental é a pedra filosofal de Aljezur.
Este documento resume uma monografia escrita em 1950 pelo Dr. Manuel dos Santos Serra sobre o concelho de Albufeira. A monografia descreve detalhadamente as condições sociais, econômicas, demográficas e de saúde pública em Albufeira naquela época. O documento também compara esses dados com a situação atual, notando grandes diferenças devido ao crescimento do turismo.
António Rosa Mendes o historiador do Algarve ignoradoJosé Mesquita
1) O documento descreve a amizade de longa data entre José Carlos Vilhena Mesquita e o historiador António Rosa Mendes, que faleceu recentemente de forma inesperada.
2) Rosa Mendes destacou-se como um estudante culto e viajado e posteriormente como um proeminente historiador, professor, jornalista e político do Algarve.
3) Apesar de diferenças ideológicas na juventude, Mesquita e Rosa Mendes mantiveram uma forte amizade ao longo das
Judice Fialho, o maior industrial conserveiro do AlgarveJosé Mesquita
João António Júdice Fialho foi o maior industrial conserveiro do Algarve no início do século XX, fundando fábricas em várias cidades e exportando conservas de peixe para a Europa. Ele também investiu em propriedades rurais e tornou-se um dos maiores capitalistas portugueses. Sua vida foi dedicada ao trabalho e ao desenvolvimento econômico da região, e ele era conhecido por tratar bem os funcionários e apoiar a comunidade local.
O Que é Um Ménage à Trois?
A sociedade contemporânea está passando por grandes mudanças comportamentais no âmbito da sexualidade humana, tendo inversão de valores indescritíveis, que assusta as famílias tradicionais instituídas na Palavra de Deus.
PP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
Slideshare Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV, 2° TRIMESTRE DE 2024, ADULTOS, EDITORA BETEL, TEMA, ORDENANÇAS BÍBLICAS, Doutrina Fundamentais Imperativas aos Cristãos para uma vida bem-sucedida e de Comunhão com DEUS, estudantes, professores, Ervália, MG, Imperatriz, MA, Cajamar, SP, estudos bíblicos, gospel, DEUS, ESPÍRITO SANTO, JESUS CRISTO, Comentários, Bispo Abner Ferreira, Com. Extra Pr. Luiz Henrique, 99-99152-0454, Canal YouTube, Henriquelhas, @PrHenrique
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.Mary Alvarenga
A música 'Espalhe Amor', interpretada pela cantora Anavitória é uma celebração do amor e de sua capacidade de transformar e conectar as pessoas. A letra sugere uma reflexão sobre como o amor, quando verdadeiramente compartilhado, pode ultrapassar barreiras alcançando outros corações e provocando mudanças positivas.
REGULAMENTO DO CONCURSO DESENHOS AFRO/2024 - 14ª edição - CEIRI /UREI (ficha...Eró Cunha
XIV Concurso de Desenhos Afro/24
TEMA: Racismo Ambiental e Direitos Humanos
PARTICIPANTES/PÚBLICO: Estudantes regularmente matriculados em escolas públicas estaduais, municipais, IEMA e IFMA (Ensino Fundamental, Médio e EJA).
CATEGORIAS: O Concurso de Desenhos Afro acontecerá em 4 categorias:
- CATEGORIA I: Ensino Fundamental I (4º e 5º ano)
- CATEGORIA II: Ensino Fundamental II (do 6º ao 9º ano)
- CATEGORIA III: Ensino Médio (1º, 2º e 3º séries)
- CATEGORIA IV: Estudantes com Deficiência (do Ensino Fundamental e Médio)
Realização: Unidade Regional de Educação de Imperatriz/MA (UREI), através da Coordenação da Educação da Igualdade Racial de Imperatriz (CEIRI) e parceiros
OBJETIVO:
- Realizar a 14ª edição do Concurso e Exposição de Desenhos Afro/24, produzidos por estudantes de escolas públicas de Imperatriz e região tocantina. Os trabalhos deverão ser produzidos a partir de estudo, pesquisas e produção, sob orientação da equipe docente das escolas. As obras devem retratar de forma crítica, criativa e positivada a população negra e os povos originários.
- Intensificar o trabalho com as Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, buscando, através das artes visuais, a concretização das práticas pedagógicas antirracistas.
- Instigar o reconhecimento da história, ciência, tecnologia, personalidades e cultura, ressaltando a presença e contribuição da população negra e indígena na reafirmação dos Direitos Humanos, conservação e preservação do Meio Ambiente.
Imperatriz/MA, 15 de fevereiro de 2024.
Produtora Executiva e Coordenadora Geral: Eronilde dos Santos Cunha (Eró Cunha)
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...Biblioteca UCS
A biblioteca abriga, em seu acervo de coleções especiais o terceiro volume da obra editada em Lisboa, em 1843. Sua exibe
detalhes dourados e vermelhos. A obra narra um romance de cavalaria, relatando a
vida e façanhas do cavaleiro Clarimundo,
que se torna Rei da Hungria e Imperador
de Constantinopla.
2. DA EXTINÇÃO À RESTAURAÇÃO
DO CONCELHO DE ALJEZUR
NOS FINAIS DO SÉC. XIX
Po r J o s é Ca r l o s V il h e n a M e s q u it a '
A inserção geográfica do Algarve no extremo sul do território nacio
nal, moldou a mentalidade e suavizou as diferenças sociais entre os seus
habitantes, menoscabadas pelo cosmopolitismo emergente do trato mer
cantil. Apesar das suas privilegiadas condições naturais viabilizarem um
promissor desenvolvimento económico, estribado na extracção pesquei
ra, nas primícias agrícolas e no comércio internacional, não dispunha
porém de recursos hum anos e m uito menos de líderes carismáticos na
esfera do poder político que lhe permitissem emancipar-se da sua inexorável
condição periférica de reino integrado.
O Algarve sempre foi encarado pelo poder central como um a região
perdida nos antípodas do extremo sul - derradeira nesga da cristandade
na úbere fronteira mediterrânica e um fantasioso prelúdio da inóspita
imensidão africana - que servia de tampão ao quadrilátero nacional. Desde
a sua integração no território nacional que tem sido um a terra de opor
tunidades perdidas, porque de um a vasta e ampla porta se tratava no
ordenamento geográfico da civilização europeia.
‘Professor da Faculdade de Economia da Universidade do Algarve
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3. Ignorar a sua importância geostratégica seria descurar a sua defesa e
perdê-lo seria abrir as portas à anexação ibérica. Por isso se cum ularam
os seus povoadores de privilégios foraleiros, dando-lhes até a dignidade de
se fazerem representar nos primeiros bancos das Cortes. Em reconheci
mento da sua identidade patriótica, sempre os algarvios se esforçaram
para permanecerem no seio da nação. Nos momentos cruciais tiveram a
especial acuidade de se baterem ao lado dos partidos que defendiam os
supremos interesses da nação. Foi assim na crise de 1383, nas guerras da
Restauração, nas invasões napoleónicas, nas lutas liberais e até na im
plantação da república. Nunca os algarvios deixaram que se pusesse em
causa o seu patriotismo, nem invocaram ou alimentaram qualquer pre
tensão separatista.
A participação do povo algarvio nos principais conflitos políticos em
que a nação esteve envolvida, deu-lhe não só a particularidade de granje
ar prestígio entre os seus compatriotas como, principalmente, de lhe ou
torgar a dignidade de portugueses. E foi esse orgulho, associado ao seu
apreço pela liberdade individual, que lhe deu alento e protagonismo no
contexto político-militar da primeira metade do século XIX. O relaciona
mento mercantil com os empresários britânicos, as tentaculares influên
cias maçónicas e as várias praças de guerra sedeadas no Algarve, colocaram
este pequeno e esquecido reino em sintonia com os tum ultos sociais e
pronunciamentos militares que despontaram na redentora cidade do Porto.
Tornou-se sui generis essa participação do Algarve ao lado da cidade Invic
ta em todo o século XIX. Esse relacionamento manteve-se permanente,
imitando-lhe as atitudes e decisões. Assim aconteceu, por exemplo em
1828, quando acorreu a secundar a «Belfastada»; em 1833 quando rece
beu as tropas do Duque da Terceira como libertadoras; ou em 1847, quando
em plena guerra-civil da Patuleia erigiu um a Junta Governativa em con
sonância com a sua congénere do Porto.
Mas, tanto ou mais decisivo do que tudo isso terá sido o facto de o
Algarve se haver transformado, durante esta conturbada primeira meta
de do século, num eixo de penetração militar para atacar por via terrestre
a capital do reino. O seu posicionamento geostratégico tornou-se, assim,
168
4. incontestável. Recrudesceu de importância e de interesse no contexto po-
lítico-económico do país. Doravante seria encarado como um espaço de
crucial ambivalência, quer nas relações comerciais mediterrânicas, quer
na defesa militar territorial. E terá sido nessa duplicidade de valores, sen
timentos e orientações políticas, que o Algarve terá adquirido a sua iden
tidade, consciência e notoriedade. No contexto nacional era, enquanto
região periférica, a mais marginal e excluída, devido às dificuldades de
comunicação que praticamente só se podiam efectuar por via marítima.
Por força do seu isolamento terrestre, viram-se os algarvios na contin
gência de desenvolverem especiais aptidões para a pesca e navegação mer
cante, sendo disso resultante não só a sua riqueza como também a sua
identidade sociocultural.
Um dos principais problemas socioeconómicos de que enferma o
Algarve é resultante da excessiva litoralização na costa sul dos seus re
cursos humanos e materiais, o que suscitou um progressivo afastamento
cultural das gentes do interior e um a vectorialização do sector mercantil
nos principais centros urbanos. Daí que a dicotomia entre o litoral e o
interior, tão com um no território nacional, tivesse no Algarve um a ex
pressão mais agudizada por se encontrar assente num processo histórico
de desenvolvimento geodemográfico. Isto é, a sua economia desenvolveu-
se da faixa litoral sul para o interior próximo, formando um hinterland
económico relativamente frágil e inexpressivo, quando comparado com
outras regiões do litoral norte. A falta de grandes bacias hidrográficas ou
de estuários com acentuadas proporções, impediu que aqui despontasse
um a burguesia empreendedora e cosmopolita, de diferenciadas culturas,
distintos credos e de diversas ideologias.
No Algarve existiram até meados deste século três zonas geográficas
de polarização socioeconómica que não correspondem, necessariamente,
às tradicionais divisões orográficas da região - litoral, barrocal e serra. A
essas zonas ligam-se processos históricos bem definidos no tempo, for
mando um a espécie de complexo geográfico demo-socioeconómico. As
sim, à primeira zona corresponde o período dos Descobrimentos, durante
o qual julgam os que a costa vicentina teve a sua época áurea, que se
169
5. extinguiu por volta do século XVI. A mudança do bispado para Faro e o
protagonismo de Tavira no socorro às praças do Norte de África, terão
contribuído para a desactivação do Algarve Ocidental, permanecendo
apenas a praça de Lagos, enquanto sede dos governadores-gerais, como
núcleo de "resistência". Todavia, o megassismo de 1755 arrasou a cidade,
deixando-a privada do seu porto e dos elementares meios de abasteci
mento, transform ando aquela histórica urbe num testem unho de deca
dência. O segundo período corresponde à centralização do poder político,
que outorgou à cidade de Faro o papel de capital administrativa do reino,
desviando para a zona Central o protagonismo, que antes pertencera ao
pólo barlaventino. O terceiro e últim o período estão relacionados com o
desenvolvimento industrial e as relações económicas mediterrânicas, que
desviaram para a zona sotaventina as principais unidades fabris de trans
formação do pescado. Desde os meados do século passado até aos anos
cinquenta assistiu-se ao crescimento das indústrias conserveiras que se
estenderam até Portimão. Todo esse incremento se ficou a dever não só à
riqueza dos recursos naturais, como ainda ao investimento nos seus mei
os de exploração e, sobretudo, à reconstrução e reequipamento das estru
turas portuárias. A decadência desses recursos e desactivação dessas
indústrias suscitou um novo período, desde os anos sessenta até ao decli
nar do século, relacionado com o sector dos serviços e do turism o
Por conseguinte, digamos que a partir da centralização do Estado e
da desaceleração do processo histórico dos Descobrimentos se assiste no
A lgarve a um lento m as irreversível adorm ecim ento das suas
potencialidades autóctones, acentuado pelo assoream ento dos seus es
tuários fluviais e pela consequente decadência dos seus portos m aríti
mos. A insuficiente e insegura rede de estradas terrestres contribuiu para
o cavar do fosso que separava o litoral do interior. Digamos que até ao
aparecimento do cam inho-de-ferro o Algarve dependeu quase em ex
clusivo das comunicações marítim as, servindo-se da estrada fluvial do
Guadiana como intercâmbio da linha do comboio que se quedava em
Beja. Praticamente foi só no nosso século, em 1906, que o Algarve viu
concluir a sua ligação ferroviária, entre Portimão e Vila Real de St.°
170
6. António. O que, mais um a vez apenas beneficiava a faixa litoral, dei
xando os mais prósperos concelhos do interior, como Loulé, desprovidos
do recurso a esses meios de escoamento das suas produções agrícolas e
até industriais.
Não restam pois dúvidas de que o Algarve, à imagem do país se apre
sentava repartido entre dois perfis: o litoral desenvolvido e próspero, e o
interior adormecido e ronceiro. As assimetrias foram-se acentuando ao
longo dos tempos a partir do m om ento em que se descuraram as liga
ções terrestres, se desactivaram as vias fluviais ou decaíram as comuni
cações m arítimas. O resultado foi por demais evidente. As comunidades
hum anas não desapareceram, é certo, porém as distâncias que fisica
m ente separavam o litoral do interior fizeram -nas estiolar num a
prostrante m onotonia, privando-as do estímulo natural da formação
dos mercados. Sem contacto nem mobilidade hum ana não há econo
mia que se preze. E essa estagnação resultava em absoluto da falta de
comunicações e de meios de transporte, fiáveis e seguros. Enquanto nas
cidades e vilas do litoral se m antiveram os portos abertos ao comércio
externo, verificou-se um acentuado crescimento demográfico e um alas
tram ento da sua m alha urbana. Mas quando essas condições ficaram
ameaçadas de assoreamento, como foi o caso de Tavira, ou destruídas
por razões anómalas, como foi o caso do terram oto de 1755 que arru
inou o porto de Lagos, depressa sobrevieram a essas populações os anos
da decadência económica e o espectro da recessão cultural. Apesar de
nos exemplos citados essa situação ter sido paulatinamente ultrapassa
da por força das medidas conjunturais de recuperação económica, o
certo é que nas vilas e cidades do interior cada vez mais se acentuaram
as distâncias pela desarticulação e insuficiência das vias de comunica
ção terrestre, quase sempre sem a largueza necessária à circulação de
veículos pesados. Não esqueçamos que até ao dealbar do nosso século as
estradas no Algarve rural ou interiorizado eram, na m aior parte dos
casos, simples carreiros que não serviam tão pouco para a circulação
das diligências. Daí que o interior serrenho fosse cada vez mais pobre,
com fortes tendências para o ermamento.
171
7. Nesta conformidade, o século XIX - marcado pelas lutas políticas que
opuseram liberais a absolutistas, ensanguentado por duas guerras-civis e
m uita instabilidade governativa - ficou assinalado na nossa História como
um período de oportunidades adiadas, quando comparado com a prospe
ridade económica e o progresso técnico dos países do eixo europeu. O
centralismo absolutista deu lugar ao estadismo centralista, operando-se
mudanças pouco significativas no ronceirismo do Portugal interiorizado,
a que certos snobes da capital passaram a designar por saloiísmo ou
provincianismo. Ou seja, o atraso cultural, de que o poder central era o
único responsável, passava a ter nome. Na realidade pouca coisa mudou.
Apesar da prosperidade da década de setenta, suscitada pela construção
da rede ferroviária durante o período do Fontismo, pouco se fez pela pro
víncia. No Algarve não se verificaram grandes investimentos, bem pelo
contrário, durante as crises económicas que se sucederam ao Fontismo e
suscitaram o desemprego das massas produtivas, houve indícios de fome
quase generalizada, que foi atenuada com o recurso a programas de ocu
pação laborai dos quais resultou a construção de um a linha de comboio
fictícia, cujos railes eram de madeira.
Nesta difícil gestão das desigualdades socioeconómicas e das notórias
assimetrias regionais acentuava-se a falta de um processo de industriali
zação nas localidades afastadas dos centros político-administrativos do
litoral. Mas sem estrada não havia Indústria nem sequer Comércio, ape
sar do aturado processo de animação do mercado interno através da
criação de novas feiras. Apesar da criação da Sociedade Agrícola, em
1850, e de um Banco Rural na década de setenta, toda a agricultura do
interior algarvio estava condenada ao fracasso por falta de estradas
que proporcionassem a abertura de um mercado pelo menos à escala
regional. São disso exemplo os concelhos de Alcoutim, Monchique, Sil
ves, Aljezur e até Loulé, pois que as freguesias do barrocal e serra não
tinham meios de comunicação que lhes permitissem escoar as suas pro
duções. Portanto, não restam dúvidas que o crescimento económico
algarvio se processava a duas velocidades diferentes, conforme a situa
ção geográfica dos concelhos.
172
8. O exemplo de Aljezur
No caso de Aljezur, que agora nos interessa analisar, é precisamente a
falta de estradas de ligação ao litoral que está no cerne do seu enquistado
desenvolvimento económico. Muito embora os seus habitantes tivessem
plena consciência dos prejuízos causados pela falta de comunicações com
os concelhos limítrofes, nomeadamente com Lagos, o certo é que o poder
central nunca deu a mínima importância à solução do problema. E com
o decorrer dos tempos foram-se acentuando as carências socioeconómicas
do concelho, devido ao assoreamento do rio que servia de estrada fluvial
para a comunicação com a vila, à decadência e ruína do seu porto m arí
tim o1 e às consequentes insuficiências daí resultantes no intercâmbio
cultural das suas gentes. Repare-se que a partir do início do séc. XVI, que
marca o terminus do processo histórico dos Descobrimentos, já a zona
vicentina apresentava claros sinais de decadência. O pólo de atracção eco
nómico-administrativa no contexto regional desviara-se para a zona
centro. A costa vicentina, de Lagos ao Promontório subindo até à foz do
rio de Aljezur, tinha passado à história. A realidade tornara-se outra, ti
nha a ver com as «pescarias ricas» e o comércio com o Norte de África. A
costa atlântica tornara-se num a rota de passagem para Lisboa. E do
Algarve até à capital não havia portos com interesse comercial quejusti
ficassem um a escala intermédia, à excepção de Setúbal. Se assim não
fosse o porto de Aljezur nunca teria sido desactivado.
A verdade, nua e crua, é que a vila de Aljezur, no contexto económico
algarvio, de pouco valia. Muito embora se situasse na orla costeira o cer
to é que não fazia parte do hinterland de Lagos, devido à falta de comuni
cações, quer terrestres quer marítimas. Não esqueçamos que para chegar
à costa sul os barcos aljezurenses teriam que dobrar o cabo de Sagres,
cujo regime de "nortada" que soprava durante quase todo o ano não faci
litava a tarefa às frágeis embarcações da época. Por isso, Aljezur pertencia
ao Algarve interior, pobre e esquecido. Aliásjá o próprio D. Dinis, que lhe
havia dado foral em 12-11-1280, se apercebera da sua parca importância
económica no contexto regional, pois que a escambou, isto é trocou-a,
173
9. juntam ente com outras terras, em 1298, pela vila de Almada, que per
tencia à Ordem de Santiago. Não obstante a antiguidade e interesse
histórico daquela vila algarvia, isto indicia um claro depreciamento do
poder central que, infelizmente, se repetiria ao longo dos séculos e só não
se verifica hoje devido ã profissionalização dos funcionários públicos e às
compensações financeiras dos cargos políticos.
Apesar de D. Manuel I, aquando da outorga do "Foral Novo" datado
de 20-8-1504, ter atribuído a Aljezur o epíteto de Honrada, o certo é que
nela não se reconhece a existência de famílias nobres, nem de significati
vos eventos que justificassem a sensatez de tal qualificativo. Em todo o
caso, chamou-se-lhe Nobre e Honrada, o que deve ser motivo de orgulho
para todos os aljezurenses. A essa época rem onta seguramente a funda
ção da Misericórdia, que apesar de humilde erigiu templo e hospital, sen
do hoje considerada como um a das mais antigas do Algarve.
Mas sejam quais forem os argumentos que usemos para dourar a ve-
tustez deste burgo, não podemos escamotear o facto de nunca ter sido
grande, rico ou próspero. A principal razão da letargia económica em que
se encontrava mergulhado o concelho de Aljezur era a inexistência de
vias de comunicação que ligassem aquela vila à costa sul, principalmente
a Lagos e Portimão, que eram os centros urbanos de maior desenvolvi
mento na zona barlaventina. Sem a abertura dessa estrada o concelho
estaria condenado a um a espécie de ostracismo económico e sociocultural.
A Câmara tinha plena consciência do problema e insistia com o poder
central na sua resolução. Por isso, aproveitando em 1828 o ensejo de feli
citar D. Miguel pelo seu regresso ao Reino solicitou-lhe que usando da sua
real protecção lhes mandasse construir as estradas para Lagos e Portimão.
Nesse ofício afirmava que o custo da obra não iria além de um conto de
reis «que he moderada despeza comparada com ogrande beneficio que rezulta
de ser o unico tranzito por onde se podem conduzir Artelharias e carruagens
quando persizão circular desta parte para todo o Algarve». Cansados de
tantas petições e despesas em aparatos burocráticos de que não obtinham
solução, lavraram o seguinte desabafo: «Corte V.A.R. o pescoso á serpente
demoradora que tem engulido os Santos Papeisjá informados com tanto di
174
10. nheiro inutilmente gasto só em aparatos».2Trata-se de um a form a de ex
pressão m uito própria da gente simples, mas que serve para ilustrar a
triste realidade em que se achava aquele laborioso povo.
A economia do concelho era fundamentalmente agrária e os contac
tos externos demasiado inconstantes para se poder assegurar um a acti
vidade mercantil. A produção cerealífera, a que sejuntavam leguminosas
e algum vinho, não eram suficientes, em quantidade e qualidade, para
suscitar a atenção do mercado. Basta dizer que aquando do inquérito
pombalino de 1758 foi claramente afirmado que não tinha feira nem
correio.3 No entanto, por Portaria Régia de 17-3-1828 foi outorgada a
Aljezur um a Feira Franca nos dias 25 e 26 de Setembro de cada ano, na
qual as mercadorias de maior transacção parecem ter sido as fazendas,
os cereais e gados.4Vê-se, assim, que antes do séc. XIXAljezur não dispu
nha de meios que justificassem a realização de um a feira, o que parece
demonstrar a existência de um a economia deficitária e praticamente de
subsistência.
Por outro lado, a sua costa marítim a, ainda que rica e abundante em
espécies de qualidade piscícola, não motivava o desenvolvimento da in
dústria pesqueira. A falta de salinas, de onde se extraísse o sal necessário à
conservação e exportação do pescado, impossibilitava a manutenção dessa
indústria, razão pela qual nunca se fundaria um Compromisso M aríti
mo. Esse era, aliás, o primeiro sintoma de unidade e afirmação das comu
nidades marítim as. Por isso, causa um a certa estranheza que num
concelho litoralizado como é o de Aljezur, com cerca de 40 Km de costa,
nunca tivesse despontado um a forte comunidade piscatória. O que exis
tiam eram pequenas "praias", ou seja, diminutos aglomerados de pesca
dores. Fora dessa economia tudo era episódico.
A escassez populacional é disso um forte indício. Repare-se que em 1732
Aljezur somava 833 habitantes, em 1756 crescia para 934, em 1788
atingia 1375, mas em 1802 baixa para 1287, em 1828 sobe para 1735,
atingindo aqui o seu pico demográfico, sendo talvez por isso que nessa
data se realizou a sua Feira Franca; em 1835 baixou para 1644, em 1836
caiu para 1233 (certamente devido aos devastadores efeitos do surto epi-
175
11. démico da cólera-morbo) e em 1837 subiu para 1591. Mas o que impor
ta aqui reter é a comparação demográfica com outras sedes de concelho.
Assim, verificamos que abaixo de Aljezur se situava apenas Vila do Bispo,
cuja população nas datas acima referidas, variou entre os 536 e os 856
habitantes. Em mais nenhum a sede de concelho se conhecem índices
populacionais tão baixos. Nem sequer em Alcoutim que oscilou entre os
1018 habitantes em 1732 e os 3182 em 1837.5E este seria talvez o con
celho mais comparável com Aljezur, visto considerar-se do interior e situ
ar-se no extremo oriental da província, a um a latitude ligeiramente
superior. Em todo o caso, se tom arm os em consideração a variação da
população, entre 1 7 5 8 e l9 1 1 , veremos que em termos de crescimento
demográfico a vila de Aljezur é a 24.a localidade do Algarve, visto que
entre essas datas o índice cresce em 1854 habitantes, o que é bastante
significativo.6Actualmente a população da vila tem aum entado de um a
forma bastante acentuada, sendo disso exemplo a form a como a malha
urbana se tem desenvolvido para o lado oriental da vila, seguindo as di
rectrizes do Bispo D. Francisco Gomes do Avelar que em 10-9-1809 ali
consagrou a N.a S.a de Alva a nova Igreja Matriz. Nessa altura, aquele
ilustre prelado julgou que estaria a criar um a «Aldeia Nova», mas esse
desiderato só viria a consumar-se nos nossos dias, transcorrido mais de
um século após a sagração do templo. Provou-se que sendo um homem
de vistas largas era certamente um espírito bastante esclarecido e inova
dor para o seu tempo, não havendo na prelazia algarvia quem se lhe
possa comparar.
A extinção do Concelho
Desde a formação da nacionalidade que a base da administração pú
blica incide no concelho, cujas origens rem ontam ao império visigótico
onde o consilium ou o conventus publicus vicinomm, funcionavam como
assembleias dos chefes de família e dos religiosos, cuja instrução ajudava
a construir com melhor discernimento a vontade geral. As cartas de foral,
176
12. que mais tarde os monarcas irão atribuir aos seus povoadores, serão um a
forma de arrecadação de impostos e de controlo político-administrativo
da nação. A organização do Estado-Nação teve pois a sua origem na
conglomeração dos concelhos que, por razões geosocioeconómicas e afi
nidades culturais, se constituíram em unidades, mais ou menos artifici
ais, a que se resolveu chamar reinos, comarcas, províncias e distritos. Em
qualquer um a dessas concepções político-administrativas foi sempre o
concelho, na sua ancestral acepção municipalista, que deu o cerne às di
versas realidades vigentes, desde a Idade Média até aos nossos dias.
Assim, o antigo reino do Algarve, submetido ao Islão no século VIII
por tribos berberes, unificado pelos Almorávidas e alargado ao Sul da
Hispânia pelos Almóadas, sofreu apenas duas alterações administrativas
dignas de monta. A primeira foi a sua definitiva integração, em 1250, no
território nacional; a segunda ocorreu em 1836 com a Reforma Admi
nistrativa levada a cabo por Passos Manuel, da qual resultou a transfor
mação do Reino do Algarve em simples distrito de Faro. Assistiu-se, nessa
altura, à mais profunda e controversa remodelação da estrutura admi
nistrativa da nação.
Com efeito, o antigo ordenamento administrativo tornara-se no decur
so dos tempos num a imbricada confusão de concelhos, vilas coutos e hon
ras a que ninguém ousava pôr cobro. Era um a herança da História que só
um a revolução das mentalidades, como aquela que resultaria da vitória
liberal em 1834, poderia legitimamente alterar. E esse foi um princípio de
honra e um compromisso político de que dependeria a própria sobrevivên
cia do regime. Teorizada por José Henriques Nogueira, esboçado por
Mouzinho da Silveira mas levada à prática por Manuel da Silva Passos, a
Reforma Administrativa exarada no decreto de 6-11-1836 exterminou os
coutos da Igreja, as vilas e honras da Nobreza e reduziu a menos de metade
os concelhos então existentes. Não vamos perder tempo a dissecar o assun
to. Já o fizemos, com desusado pormenor, num trabalho de apurado rigor
científico.7Em todo o caso, para se fazer um a ideia do seu profundo alcan
ce, bastará dizer que dos 816 concelhos então existentes apenas se m anti
veram 351, dos quais o Algarve foi um a pseudo-vítima.
177
13. Na verdade, dos 17 concelhos que o Algarve possuía apenas se lhe ex
tinguiram quatro, a saber: Alvor, Sagres, Aljezur e Castro Marim. Das
suas 68 freguesias reduziram-se-lhe duas: N.aS.ado Verde, em Monchique,
e S. João da Venda, em Faro, a qual se restabeleceria em 1842 no concelho
de Loulé. Portanto, nada de especial. Apenas o caso dos concelhos era mais
grave, já que Castro M arim não aceitou a decisão de ser extinto e m uito
menos de ser integrado no de Vila Real de Santo António, município mais
pequeno e mais recente do que o da antiga sede da Ordem de Cristo. Quanto
aos outros nada a obstar. Tanto Alvor como Sagres estavam praticamen
te extintos desde o fim do pombalismo. Os parâmetros utilizados para a
sua ab-rogação incidiam na escassez populacional, nas dificuldades de
comunicações terrestres e na constituição "unicelular" do tecido concelhio.
A celeuma suscitada pelos habitantes de Castro M arim foi tão acesa que
a Junta Geral do Distrito de Faro aconselhou o governo central a revogar
a decisão inicial.8
Os casos de Sagres e Aljezur não ofereceram grande polémica visto
serem pobres, reduzidos em população e não disporem de gente instruída
para o exercício dos cargos municipais, razão pela qual foram anexados
aos de Vila do Bispo e Monchique, respectivamente. E, de facto, quando o
oficial inglês George Landmann, visitou o Algarve durante a Guerra Pe
ninsular, a vila deAljezur pareceu-lhe pobre e pouco populosa, cujo casario
desprovido da alvura da cal se apresentava aos olhos do visitante com
um aspecto desolador.9
Curiosamente com Aljezur passou-se algo inusitado, pois que estando
previsto fundir-se no concelho de Lagos acabaria por ser anexado a
Monchique, o que causava grandes transtornos aos seus moradores. Esse
desnorte foi aproveitado pelos aljezurenses para lavrarem um a petição de
protesto na qual se queixavam da m á contagem dos fogos na vila (que
era de 552 e não de 468) e a perda de grande parte da freguesia de Bordeira,
que serviu para garantir à de Vila do Bispo os índices estatísticos de sobre
vivência como concelho, que eram geralmente inferiores a Aljezur.10
Considerando os transtornos que as cinco léguas de travessia da serra de
Monchique causavam aos aljezurenses para irem tratar das suas obriga
178
14. ções fiscais e camarárias, decidiu a Comissão de Estatística [a quem fora
entregue a revisão da Reforma Administrativa] restabelecer o concelho de
Aljezur, devolvendo-lhe «as freguezias que formavão o território do seu
antigo municipio».11 O decreto de 27-9-1837 aceitava a autonom ia
concelhia de Aljezur e reintegrava-lhe a freguesia de Odeceixe, term inan
do assim a primeira tentativa frustrada de extinção deste concelho.
O problema da reforma administrativa nunca foi pacífico e, de certo
modo, agudizou-se com a publicação do Código, um a espécie de bandeira
do novo regime liberal. Se no Código Administrativo de Passos Manuel, de
1836, os concelhos, como vimos, foram reduzidos para 351, no Código
de Costa Cabral, de 1842, cresceram para 381; mas com Rodrigues
Sampaio, em 1878, reduziram-se para 290, em 1880 Luciano de Castro
não mexeu nos municípios e com João Franco, em 1895, apenas se acres
centou um concelho. Como se constata pela análise dos diversos códigos
administrativos, não foi o Algarve objecto de grandes mudanças, pois
que desde 1836 se manteve nos 15 concelhos e cerca de 70 freguesias.
Porém, não podemos deixar de afirm ar que os concelhos algarvios que
mais sofreram com as bolandas da reforma administrativa foram Cas
tro Marim, Vila do Bispo eAljezur. A sua justificação era sempre a mes
ma: escassez populacional, isolamento geográfico e falta de letrados para
a execução do poder autárquico.
No início da década de cinquenta no século passado surgiu a tão espe
rada estabilidade política, através de um movimento liderado pelo velho
general Saldanha, e que a História registaria como o período da "Regene
ração". Em todo o caso quem nessa altura surgiria na ribalta da política
como sendo o verdadeiro rosto da reconstrução económica, foi o Eng.°
Fontes Pereira de Melo. A sua estratégia política incidiu num plano de
ordenamento das vias de comunicação terrestre, estradas e caminho-de-
ferro, de forma a potenciar os recursos agrários, desenvolver os mercados
regionais e interligar as populações do interior com o litoral. Para isso
teve de recorrer a um vasto plano de obras públicas e de fomento agro-
industrial, para cuja concretização teve de recorrer aos empréstimos ex
ternos. Em certa medida pode dizer-se que a política do governo foi bem
179
15. sucedida. O sistema, que na imprensa se denominaria por «Fontismo», foi
também nos tablóides da época vulgarizado sob a designação de «melho
ram entos m ateriais». O objectivo últim o era dim inuir o atraso
"civilizacional" do nosso país em relação à Europa central.
Mas se para o norte vinhateiro essa política foi benéfica, já o mesmo
não se pode dizer em relação ao Algarve, onde os melhoramentos incidiram
fundamentalmente na abertura de novos troços com as principais cida
des do litoral, assim como no alargamento e reestruturação da estrada
longitudinal que ainda hoje serve esta província. Todavia, foi nessa altura
que surgiram as cliques políticas e o clientelismo partidário, que opôs in
teresses privados a benefícios gerais. As lutas eleitorais e a corrupção po
lítica tornaram -se num a prática corrente. Julgamos que terá sido neste
jogo de interesses eleitorais que se terá publicado o decreto de 24-10-1855,
mercê do qual se extinguiram os concelhos de Aljezur e de Vila do Bispo,
integrando-os no de Lagos. Foi um ano memorável, por assinalar a subi
da ao trono do rei de D. Pedro V Mas enquanto o país rejubilava com o
novo monarca, o povo do pacato concelho de Aljezur lamentava a sua
extinção.
Com efeito, a publicação da lei eleitoral de 30-9-1852 definiu as re
gras de participação dos cidadãos e a constituição de círculos eleitorais
com base no núm ero de fogos, podendo estes eleger um deputado por
cada 6500 fogos, bastando-lhe, porém, 4332 para eleger o primeiro da
lista de sete candidatos a que tinha direito. Mas com o decorrer da prática
política e os interesses do governo fizeram-se várias alterações à lei, espe
cialmente no que concerne ao número e divisão dos círculos eleitorais e ao
número de deputados a eleger por cada um deles. Ora, em 1855, a situa
ção demo-económica de Aljezur e Vila do Bispojustificava a sua anexa
ção ao concelho de Lagos, onde o Visconde de Bivar e o partido regenerador
tinham forte influência política. Essa operação de cosmética eleitoral ser
viu para construir em 1859 o círculo eleitoral n.° 152 que beneficiaria o
governo do Duque da Terceira.
Foi por razões em tudo muito semelhantes a estas, ou seja, de interesse
eleitoral que o decreto de 10-9-1861 fez Aljezur retornar à sua condição
180
16. de concelho, recebendo de Vila do Bispo a freguesia da Bordeira e m anten
do Odeceixe. Porém, não se alteraria a sua situação de quase isolamento
em relação aos grandes centros urbanos, nem melhoraria a frágil econo
mia rural ou o escasso crescimento demográfico. A situação voltou a
repetir-se com a promulgação do novo Código Administrativo de João
Franco, que usando os acostumados argumentos demo-económicos deu
azo a que o governo publicasse em 14-8-1895, o decreto que extinguiria
novamente os três mais pequenos concelhos do Algarve (Vila do Bispo,
Aljezur e Castro Marim). E o decreto eleitoral de 28-3-1895 da autoria
do governo de Hintze Ribeiro, reflectia mais um a vez o desrespeito pelo
sufrágio e pela representatividade das populações, pois que transformava
a anterior centena de círculos eleitorais em apenas vinte e duas circuns
crições, das quais o Algarve era a última. Como reacção a esta atitude -
que aliás se viria a repetir em 1901 com um a lei eleitoral m uito seme
lhante que a imprensa cognominaria de «ignóbil porcaria» - o Partido
Progressista e a oposição republicana recusaram-se a ir às urnas deixan
do que os regeneradores alcançassem um a retumbante vitória. A Câma
ra dos Deputados, exclusivamente dos regeneradores, foi chacoteada com
o epíteto de «Solar das Barrigas» resistindo pouco mais de um ano aos
ataques da imprensa. A lei de 21-5-1896 reintroduziu os círculos
uninominais e com eles se reapreciariam as queixas dos extintos conce
lhos. Coube ao Dr. José Luciano de Castro, chefe do governo progressista,
através do decreto de 13 de Janeiro de 1898, restaurar o concelho de
Aljezur. Fez-se justiça, e mais um a vez, qual Fénix renascida, a vila de
Aljezur retomaria os seus honrosos pergaminhos municipalistas.
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17. NOTAS
1 Parece admissível a existência de um porto marítimo em Aljezur, pois que em 1684 num
inventário da propriedade fundiária do concelho consta que ali teria existido «hum lizeirão de
terra sito no combro do rio ou esteiro, onde antigamente era desembarcadouro».
Cf. João Baptista da Silva Lopes, Corografia ou memória economica, estadistica, e topografica
do Reino do Algarve, Lisboa, Academia das Ciências, 1841, p. 203.
2 Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Ministério do Reino, Autos de Felicitação, Aclama
ções, Juramentos e outros, maço 9, I série, doc. n.° 106, datado de 16-3-1826, assinado pelo
presidente da edilidade, Manoel Marreiros, e firmado de cruz por todos os vereadores, visto
serem analfabetos, o que dem onstra o atraso cultural dos aljezurenses, em larga medida
resultante da marginalização económica daquele concelho.
2 Este inquérito de 1758, também designado por «Memórias Paroquiais», encontra-se depo
sitado no Arquivo Nacional da Torre do Tombo e constitui o chamado Dicionário Geográfico,
organizado pelo Padre Luiz Cardoso, que nunca se chegou a editar. As «Memórias Paroquiais»
relativas ao concelho de Aljezur foram publicadas na revista Espaço Cultural, n.° 5 de Dezembro
de 1990, pp. 29-46.
4 Arquivo Histórico do Ministério das Obras Públicas, Direcção Geral de Comércio, Agricul
tura e manufacturas, Repartição e Comércio, 3S-2, «Rellaçam das Feiras Francas do Districto de
Faro», 1851.
5 Os índices populacionais aqui utilizados foram extraídos de João Baptista Lopes, op, cit.,
«Mappa n.°2, comparativo da População do Algarve desde 1732 até 1837».
6 Cf. Francisco Luiz Pereira de Sousa, O Megasismo de 1.° de Novembro de 1755 em Portugal,
Distrito de Faro, Lisboa, 1915, estampa V «Variação da População, maior de 7 anos, de 1758 a
1911 no Algarve».
7José Carlos Vilhena Mesquita, O Algarve no processo histórico do liberalismo português, 2 vols.,
Faro, Universidade do Algarve, 1997.
8 O Conselho Geral do Distrito de Faro para evitar ódios e desacatos com os habitantes de
Vila Real de St.° António, e atendendo «à preponderancia que a maior população de Castromarim
tem sobre a de Vila Real, entende que se conservem as cousas no anterior estado, restituindo a
Castromarim os seus antigos fóros».
Arquivo Histórico Parlamentar, secção I—II, caixa 450, doc. n.° 210, ofício n.° 78 da
Administração Geral do Distrito de Faro, datado de 24-2-1837.
9 «Aljezur é tão miseravelmente pobre que não merece mais do que um a referência muito
breve. A vila parece consistir unicam ente num a rua m uito íngreme, m uito irregularm ente
construída e m uito mal pavimentada. As casas com poucas excepções, têm apenas o andar
térreo que, na maioria dos casos nem mesmo é pavimentado. O seu exterior é extremamente
triste porque são construídas com pedras de cor escura e muitas delas sem argamassa, visto
que a cal é aqui artigo muito raro. Os habitantes, num total de cerca de cem famílias, parecem
ser da mais humilde condição.»
George Landmann, Historical, Military and Picturesque Observations on Portugal, 2 vols.,
Londres, 1818, pp. 136-143, traduzidas e publicadas em Espaço Cultural, n.° 6, Dezembro de
1991, p. 23.
10 A.H.P. secção I-II, caixa 206, doc. n.° 91, Petição-Abaixo Assinado dos moradores de
Aljezur, s/d.
11A.H.P. secção I—II, caixa 450, doc. n.° 205, 17 ° Distrito, Faro, reorganização do concelho de
Aljezur, acta da Comissão de Estatística, datada de 1-7-1837.
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