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PALÁCIO DA GALERIA
9 - «Projecto de Encanamento para a Barra de Tavira. Feito por Ordem de
S. M. Pela Commissão de Officiaes Engenheiros ao serviço no Reino do
Algarve, em 1825»
Commissão de Officiaes Engenheiros ao serviço no Reino do Algarve
1825
143 x 63cm
Documento cartográfico, manuscrito a tinta de carvão (?) aguarelado
(rosa, azul, amarelo) sobre papel espesso de polpa mecânica (?); suporte
composto por 3 folhas coladas.
Sociedade de Geografia de Lisboa, n.° de inventário: 6-D-9
Através da atenta observação deste esboço de carta geográfica, rapidamente
se compreende que se trata de um imaginoso plano do encanamento do rio
Séqua, directamente orientado para o seu leito de foz, obstando dessa forma
à estagnação económica em que havia mergulhado a cidade desde o séc. XVI,
mercê do assoreamento do rio e da inacessibilidade do seu porto comercial.
O projecto parece simples na sua planificação estrutural, e muito eficiente na
prossecução dos seus objectivos. De tal forma que, à primeira vista, evidencia
uma provável poupança nos custos de investimento, aplicando métodos de en­
genharia que funcionalizavam com a estrutura orográfica do terreno, aprovei­
tando os declives, os recursos envolventes e a própria conservação do ambiente
natural. A forma simples, e quase radical, como o projecto se apresenta, trans­
mite desde logo uma enorme confiança no engenho humano e tecnológico,
sendo aqui rentabilizado num expoente muito próximo da sua máxima efici­
ência. Pena é que não estivesse acompanhado do competente caderno de encar­
gos, o que nos permitiria avaliar da sua possibilidade de execução prioritária.
O objectivo deste projecto consistia na construção de um canal que con­
duzisse o caudal do rio directamente para a embocadura da sua foz, abrindo
assim uma barra artificial na zona conhecida por Bacia da Quatro Aguas (onde
fora originariamente a barra de Tavira). Deste modo encurtavam-se percursos e
evitavam-se os meandros em que se dispersava o leito natural do rio, condicio­
nantes orográficas essas que, juntamente com as cheias de Inverno, facilitaram
o progressivo assoreamento do Séqua ao longo de séculos, impedindo o acesso
das embarcações mercantes de largo bojo e alta tonelagem ao porto comercial,
situado muito próximo do actual Jardim Público. Para esse efeito, projectava-se
construir um açude, aqui assinalado pelas letras G-H, em forma pontiaguda
e num ângulo obtuso, descaído de Este para Oeste, conforme à inclinação do
terreno e ao atrito natural das águas. Embora não seja explícito no desenho,
presume-se que esta represa não seria estanque, sendo talvez constituído por
comportas que permitiriam a penetração de parte das águas para Sul, em direc­
ção ao sapal cuja curvatura em cotovelo quase estrangula o rio, situando-se nas
181
Fig. 1- «Projecto de Encanamento para a Barra deTavira. Feito por Ordem de S. M. Pela
Commissão de Officiaes Engenheiros ao serviço no Reino do Algarve, em 1825»
suas imediações alguns moinhos. O estabelecimento de comportas em forma
de guilhotina devia estar previsto no projecto, para melhor viabilizar o escoa­
mento ou a retenção das águas, conforme o regime das marés ou, pontualmen­
te, a força de impacto das cheias invernais. A ideia é genial e parece ser de fácil
viabilidade. Certamente o mais oneroso seria escavar o canal directo à Barra
de Tavira, que teria de ser aberto à força de braço ao longo de alguns milhares
de metros. Mas atendendo ao terreno pantanoso e à sua constituição arenosa,
não seria o esforço humano o pior dos entraves, mas antes a sua conservação
desassoreada, para cuja efectivação o canal teria de possuir uma profundidade e
largura muito consideráveis para a época. Por conseguinte, é de todo previsível
que os custos fossem demasiado avultados para satisfazer uma população e um
rendimento fiscal da actividade mercantil bastante escassos. Em todo o caso,
esta questão do assoreamento da Barra do rio Séqua tem sido, desde há séculos,
um forte indicador de desagregação demográfica e de recessão económica da
cidade deTavira, que desde o séc. XVI iniciou um longo percurso de estagnação
e de progressiva decadência, só muito recentemente atalhado, e impulsionado
num movimento inverso, pelo actual poder autárquico.
Salinas e Moinhos são alguns dos elementos de maior interesse económico
na época, razão pela qual claramente se distinguem neste esquiço cartográfico.
Repare-se que no debuxo arquitectónico a margem ocidental, a mais nobre e
habitada da cidade, termina pouco antes da denominada «Casa do Sal», na qual
182
se registava a produção das salinas limítrofes e se cobrava o respectivo imposto,
principalmente quando se destinava à exportação. Pouco distante, na margem
direita, ficava a «Casa do Registo», um posto fiscal e alfandegário para as em­
barcações que saíam do cais de acostagem. Repare-se também que o esboço de
encanamento do rio projectava-se numa linha secante à do próprio edifício,
impedindo o descaminho fiscal do sal e facilitando a acostagem das barcaças
de transporte dessa espécie de “ouro branco” do Algarve. Impõe-se acrescentar
que o sal era um produto muito procurado e altamente valorizado no merca­
do externo, não só pela sua indispensabilidade na conservação dos alimentos,
como ainda pela sua coadjuvante aplicabilidade em certas indústrias, pelo que
a produção salífera no Algarve foi até praticamente ao dealbar do séc. XX uma
das maiores indústrias extractivas da região. Note-se que ainda hoje, apesar dos
seus baixos índices económicos, naquilo a que podemos chamar a “Balança
Comercial do Algarve”, o Sal continua a ter uma importância relativamente
significativa em Tavira, com a tão procurada «Flor do Sal», para fins gastro­
nómicos, e em Loulé com as minas de sal gema, para fins industriais. Mas já
que falamos nas salinas, vê-se, pela carta do projecto de encanamento do rio,
que iriam perder-se as denominadas «Salinas do Desembargador», uma mercê
régia cujos rendimentos constituíam uma espécie de compensação financeira
para o exercício de apelo à Justiça, e que no passado privilegiou também a
magistratura alfandegária em Tavira.
A linha da margem ocidental do projectado canal além de viabilizar a acos­
tagem na «Casa do Sal» também rentabilizaria o aqui denominado «Moinho
de Manuel António», também conhecido por Moinho do Aragão pertencente
a Manuel António das Chagas. Era uma avantajada azenha alicerçada em vários
arcos de volta inteira, dispostos em declive, por onde penetravam as águas da
maré, cuja força era aproveitada para fazer mover as pesadas mós que tritura­
vam o trigo, o milho e outros cereais. E curioso notar que nesta Carta apenas
se registam quatro moinhos, o de «Manuel António» na margem esquerda, e
o «do Safio», pertencente a Manuel Martins da Conceição, o «da Vinha» de
que era proprietário Francisco José Marques Freire, e o «da Forca» pertença de
Dona Teresa Pestana, residente em Faro, todos instalados na margem direita. E
estranho que se assinalem tão poucos, pois sabe-se que existiam treze moinhos
registados no rio Séqua e anexados ao Reguengo de Tavira (sete na margem
direita e seis na esquerda), acerca dos quais as Cortes Constituintes delibera­
ram, em 5-6-1822, isentá-los do pesado tributo (metade da sua produção)
que pagavam ao Convento da Estrela, em Lisboa. Felizmente a implantação do
Liberalismo e do regime parlamentar-constitucional pôs termo a todo o tipo de
privilégios e de imposições fiscais de carácter mais ou menos privado, libertan­
do a circulação e a produção das cargas tributárias que, além de muito injustas,
serviam apenas para sustentar as classes não produtivas - o Clero e a Nobreza.
183
O assoreamento da barra de Tavira foi sempre um problema incontornável
e de difícil solução, em larga medida resultante da constituição lagunar e da
estrutura orográfica do terreno. O problema era de tal forma grave que a locali­
zação da barra mudou várias vezes de local ao longo do tempo, comprovando-
se que o assoreamento era um fenómeno estrutural, derivado de toda a envol-
vência orográfica em que a mesma se achava inserida. Além disso, a restinga
dunar que percorre a costa algarvia desde Faro até Caceia, formando a hoje
designada Ria Formosa, e na qual se integra a “Ilha de Tavira”, tem contribuído
também para o assoreamento do rio Séqua, pois que nela esbarra, como se de
um tampão se tratasse, a foz daquele importante curso de água. Por isso é que
o assoreamento da barra tem constituído ao longo da história um forte impe­
dimento ao desenvolvimento da cidade, cujo percurso cronológico importa
aqui fazer lembrar. A tradição de prosperidade económica do porto de Tavira
remonta ao reinado de D. Dinis, afirmando-se que nessa altura a sua azáfama
mercantil rivalizava com o de Lisboa. Praticamente toda a zona sotaventina do
Algarve, da foz do Guadiana ao Cabo de Sta Maria, dependia comercialmente
do porto de Tavira. Assim se explica que se tenha transformado também numa
Praça de Guerra, projectada para defender a linha costeira dos ataques corsários
e assegurar o abastecimento, e o auxílio marcial, às praças militares do Norte
de África.
A primeira notícia do assoreamento da barra de Tavira data de 1441,
quando os mercadores da cidade do Porto pediram ao Regente D. Pedro (o
famoso príncipe da “sete partidas”, um dos mais belos espíritos do renascen-
tismo europeu) que os isentasse da dízima portuária quando acostassem nas
praias próximas de Tavira, para carregarem mercadorias frescas, porque a barra
do rio estava tão assoreada que não permitia a entrada dos seus navios. Em
26-8-1506, um alvará de D. Manuel I, a instâncias da Câmara de Tavira, proibia
que se construíssem mais moinhos nas margens do rio, porque se suspeitava
que os mesmos ao reterem as águas nas suas azenhas embaraçavam a corrente
e contribuíam para o entulhamento do seu percurso natural. Em 1570 o rei
D. Sebastião, a pedido da vereação tavirense, proibiu os navios de carregarem
as frutas e outras mercancias fora do porto ou da barra de Tavira, obstando a
que desse modo, e sob a desculpa do entupimento do rio, fossem os mercado­
res locais vender as suas produções a Aiamonte ou a outros portos andaluzes.
Curiosamente foi também o rei D. Sebastião quem mandou construir a For­
taleza de St.° António na embocadura do rio para defender a barra, definindo
desse modo a sua localização, conforme aliás se comprova por este esboço de
carta geográfica na qual se regista a existência do respectivo Paiol, cuja dureza
de paredes garantiu a sua permanência séculos depois de nada existir que as­
severasse a construção da dita fortaleza. Em 1639 o assoreamento da barra era
já intransponível, a tal ponto que um navio inglês com cerca de cem toneladas
184
não pode entrar, ficando impedido de chegar ao porto de Tavira para carregar
azeite. Anos depois, em 1670, já a barra se tinha mudado, cada vez mais para
Levante, a cerca de três quilómetros da posição inicial, para o sítio da Gomeira,
na freguesia da Conceição, junto às Cabanas da Armação, o que se comprova
pelo facto de nessa data o regente, e futuro rei, D. Pedro II decretar, em nome
do irmão D. Afonso VI, a construção da Fortaleza de S. João, que dois anos
depois já cumpria as suas funções de defesa da barra. Além de perder profundi­
dade, a barra “fugia” cada vez mais da cidade, o que originaria a transferência
dos pescadores para as praias de S. Luzia e das Cabanas da Conceição.
Repare-se que a barra não consta deste esboço de carta geográfica, preci­
samente porque nessa altura já se havia transferido da Gomeira, para muito
próximo da Fortaleza de Caceia, isto é, já se havia mudado da própria circuns­
crição concelhia. Esta questão do assoreamento do rio, como se vê pelas breves
referências aqui aduzidas, originou com o evoluir dos séculos o afastamento
da barra de Tavira, tornando-se, por isso, num problema estrutural que ori­
ginou a decadência económica e demográfica da urbe tavirense. A carência
de um porto, amplo, seguro e acessível, na costa leste do Algarve, motivou o
Marquês de Pombal a fundar, ou a “restabelecer”, Vila Real de Santo António
como centro impulsionador e aglutinador das pescarias algarvias, sobretudo da
chamada “pesca rica” do atum e da corvina. É claro que o objectivo subjacente
à edificação daquela vila seria o de arrecadar os impostos que escapavam à
Coroa, desde que os pescadores sotaventinos procuraram obter nas praias de
Monte Gordo a acessibilidade e a liberdade de movimentos que não tinham
em Tavira. A nova ordem política estabelecida após a guerra-civil de 1832-34,
mas que no Algarve se prolongaria até 1840, trouxe um novo folgo às pescarias
algarvias, abolindo as pesadas imposições fiscais e impulsionando as relações
económicas com os portos mediterrânicos. Não admira pois que a decantada
questão do assoreamento do rio Séqua, e consequente afastamento da sua bar­
ra, fosse em 1835 considerada como obra prioritária da autarquia tavirense.
Para a efectivação desse projecto o eng.° António Vaz Velho chegou mesmo a
inventar uma espécie de draga para abrir uma nova barra e remover as areias
que atrofiavam o percurso natural do rio. Mas as avultadas despesas que daí
resultariam não permitiram à autarquia levar por diante um desiderato que
nunca chegou a ser satisfeito. As acessibilidades entre o Algarve e o resto do país
fazia-se quase exclusivamente por via marítima, e fluvial na zona nordeste en­
treVila Real St°António e Mértola, pelo que com o advento da «Regeneração» e
do período «Fontista» iniciou-se uma época de fomento económico mercê da
construção de novas vias de comunicação de terrestre, nomeadamente estradas
macadamizadas e caminhos de ferro. Em 1859 a antiga «estrada real» (que
marginava o litoral) foi substituída por uma nova via longitudinal que pratica­
mente coincide com a actual 125. O comércio e o escoamento das produções
185
locais passou a efectuar-se por via terrestre, mas só a nível regional, porque a
maioria das exportações e dos contactos externos, nomeadamente com a ca­
pital continuavam a fazer-se por via marítima através das carreiras em navio a
vapor iniciadas em 1862, cujos portos de atracagem seriam preferencialmente
Portimão, Faro eVila Real de Santo António, sendo proveniente desse tráfego o
grande crescimento económico experimentado nessas localidades. E claro que
o problema do assoreamento do rio Séqua e da deslocalização da barra deTavira
passou a ser cada vez menos premente quando em 1889 chegou o comboio
a Faro, estendendo-se progressivamente a via até Vila Real de Santo António,
terminada em 1906. Em todo o caso, o povo tavirense foi insistindo com as au­
toridades centrais para que a obra se fizesse, concretizando as suas esperanças
com a implantação da República, pois que em 1918o eng.° Duarte Abecassis
(descendente de algarvios) elaborou o projecto de abertura da barra, para cuja
efectivação seria criada a «Junta Autónoma das obras da barra e porto de Tavi­
ra», cujas obras se concluiriam em finais de 1926. O ciclone de 1941 arrasou
a velha barra, abrindo uma nova mais adiante a que chamaram “do Cochicho”.
Em 1961 a Junta Autónoma dos Portos do Sotavento do Algarve procedeu aos
trabalhos de reabertura da barra das Quatro Aguas, onde ainda hoje se mantém,
tal como estava projectada neste carta de 1825. [JCVM]
186

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Encanamento da barra de tavira

  • 1. (còundoc peflo caiu poue urz c dirtbtml S' .P -i.O « IIif J dluftar V O ôado vacúni.c hei la» nailácTu MUSEU MUNICIPAL DE TAVIRA PALÁCIO DA GALERIA
  • 2. 9 - «Projecto de Encanamento para a Barra de Tavira. Feito por Ordem de S. M. Pela Commissão de Officiaes Engenheiros ao serviço no Reino do Algarve, em 1825» Commissão de Officiaes Engenheiros ao serviço no Reino do Algarve 1825 143 x 63cm Documento cartográfico, manuscrito a tinta de carvão (?) aguarelado (rosa, azul, amarelo) sobre papel espesso de polpa mecânica (?); suporte composto por 3 folhas coladas. Sociedade de Geografia de Lisboa, n.° de inventário: 6-D-9 Através da atenta observação deste esboço de carta geográfica, rapidamente se compreende que se trata de um imaginoso plano do encanamento do rio Séqua, directamente orientado para o seu leito de foz, obstando dessa forma à estagnação económica em que havia mergulhado a cidade desde o séc. XVI, mercê do assoreamento do rio e da inacessibilidade do seu porto comercial. O projecto parece simples na sua planificação estrutural, e muito eficiente na prossecução dos seus objectivos. De tal forma que, à primeira vista, evidencia uma provável poupança nos custos de investimento, aplicando métodos de en­ genharia que funcionalizavam com a estrutura orográfica do terreno, aprovei­ tando os declives, os recursos envolventes e a própria conservação do ambiente natural. A forma simples, e quase radical, como o projecto se apresenta, trans­ mite desde logo uma enorme confiança no engenho humano e tecnológico, sendo aqui rentabilizado num expoente muito próximo da sua máxima efici­ ência. Pena é que não estivesse acompanhado do competente caderno de encar­ gos, o que nos permitiria avaliar da sua possibilidade de execução prioritária. O objectivo deste projecto consistia na construção de um canal que con­ duzisse o caudal do rio directamente para a embocadura da sua foz, abrindo assim uma barra artificial na zona conhecida por Bacia da Quatro Aguas (onde fora originariamente a barra de Tavira). Deste modo encurtavam-se percursos e evitavam-se os meandros em que se dispersava o leito natural do rio, condicio­ nantes orográficas essas que, juntamente com as cheias de Inverno, facilitaram o progressivo assoreamento do Séqua ao longo de séculos, impedindo o acesso das embarcações mercantes de largo bojo e alta tonelagem ao porto comercial, situado muito próximo do actual Jardim Público. Para esse efeito, projectava-se construir um açude, aqui assinalado pelas letras G-H, em forma pontiaguda e num ângulo obtuso, descaído de Este para Oeste, conforme à inclinação do terreno e ao atrito natural das águas. Embora não seja explícito no desenho, presume-se que esta represa não seria estanque, sendo talvez constituído por comportas que permitiriam a penetração de parte das águas para Sul, em direc­ ção ao sapal cuja curvatura em cotovelo quase estrangula o rio, situando-se nas 181
  • 3. Fig. 1- «Projecto de Encanamento para a Barra deTavira. Feito por Ordem de S. M. Pela Commissão de Officiaes Engenheiros ao serviço no Reino do Algarve, em 1825» suas imediações alguns moinhos. O estabelecimento de comportas em forma de guilhotina devia estar previsto no projecto, para melhor viabilizar o escoa­ mento ou a retenção das águas, conforme o regime das marés ou, pontualmen­ te, a força de impacto das cheias invernais. A ideia é genial e parece ser de fácil viabilidade. Certamente o mais oneroso seria escavar o canal directo à Barra de Tavira, que teria de ser aberto à força de braço ao longo de alguns milhares de metros. Mas atendendo ao terreno pantanoso e à sua constituição arenosa, não seria o esforço humano o pior dos entraves, mas antes a sua conservação desassoreada, para cuja efectivação o canal teria de possuir uma profundidade e largura muito consideráveis para a época. Por conseguinte, é de todo previsível que os custos fossem demasiado avultados para satisfazer uma população e um rendimento fiscal da actividade mercantil bastante escassos. Em todo o caso, esta questão do assoreamento da Barra do rio Séqua tem sido, desde há séculos, um forte indicador de desagregação demográfica e de recessão económica da cidade deTavira, que desde o séc. XVI iniciou um longo percurso de estagnação e de progressiva decadência, só muito recentemente atalhado, e impulsionado num movimento inverso, pelo actual poder autárquico. Salinas e Moinhos são alguns dos elementos de maior interesse económico na época, razão pela qual claramente se distinguem neste esquiço cartográfico. Repare-se que no debuxo arquitectónico a margem ocidental, a mais nobre e habitada da cidade, termina pouco antes da denominada «Casa do Sal», na qual 182
  • 4. se registava a produção das salinas limítrofes e se cobrava o respectivo imposto, principalmente quando se destinava à exportação. Pouco distante, na margem direita, ficava a «Casa do Registo», um posto fiscal e alfandegário para as em­ barcações que saíam do cais de acostagem. Repare-se também que o esboço de encanamento do rio projectava-se numa linha secante à do próprio edifício, impedindo o descaminho fiscal do sal e facilitando a acostagem das barcaças de transporte dessa espécie de “ouro branco” do Algarve. Impõe-se acrescentar que o sal era um produto muito procurado e altamente valorizado no merca­ do externo, não só pela sua indispensabilidade na conservação dos alimentos, como ainda pela sua coadjuvante aplicabilidade em certas indústrias, pelo que a produção salífera no Algarve foi até praticamente ao dealbar do séc. XX uma das maiores indústrias extractivas da região. Note-se que ainda hoje, apesar dos seus baixos índices económicos, naquilo a que podemos chamar a “Balança Comercial do Algarve”, o Sal continua a ter uma importância relativamente significativa em Tavira, com a tão procurada «Flor do Sal», para fins gastro­ nómicos, e em Loulé com as minas de sal gema, para fins industriais. Mas já que falamos nas salinas, vê-se, pela carta do projecto de encanamento do rio, que iriam perder-se as denominadas «Salinas do Desembargador», uma mercê régia cujos rendimentos constituíam uma espécie de compensação financeira para o exercício de apelo à Justiça, e que no passado privilegiou também a magistratura alfandegária em Tavira. A linha da margem ocidental do projectado canal além de viabilizar a acos­ tagem na «Casa do Sal» também rentabilizaria o aqui denominado «Moinho de Manuel António», também conhecido por Moinho do Aragão pertencente a Manuel António das Chagas. Era uma avantajada azenha alicerçada em vários arcos de volta inteira, dispostos em declive, por onde penetravam as águas da maré, cuja força era aproveitada para fazer mover as pesadas mós que tritura­ vam o trigo, o milho e outros cereais. E curioso notar que nesta Carta apenas se registam quatro moinhos, o de «Manuel António» na margem esquerda, e o «do Safio», pertencente a Manuel Martins da Conceição, o «da Vinha» de que era proprietário Francisco José Marques Freire, e o «da Forca» pertença de Dona Teresa Pestana, residente em Faro, todos instalados na margem direita. E estranho que se assinalem tão poucos, pois sabe-se que existiam treze moinhos registados no rio Séqua e anexados ao Reguengo de Tavira (sete na margem direita e seis na esquerda), acerca dos quais as Cortes Constituintes delibera­ ram, em 5-6-1822, isentá-los do pesado tributo (metade da sua produção) que pagavam ao Convento da Estrela, em Lisboa. Felizmente a implantação do Liberalismo e do regime parlamentar-constitucional pôs termo a todo o tipo de privilégios e de imposições fiscais de carácter mais ou menos privado, libertan­ do a circulação e a produção das cargas tributárias que, além de muito injustas, serviam apenas para sustentar as classes não produtivas - o Clero e a Nobreza. 183
  • 5. O assoreamento da barra de Tavira foi sempre um problema incontornável e de difícil solução, em larga medida resultante da constituição lagunar e da estrutura orográfica do terreno. O problema era de tal forma grave que a locali­ zação da barra mudou várias vezes de local ao longo do tempo, comprovando- se que o assoreamento era um fenómeno estrutural, derivado de toda a envol- vência orográfica em que a mesma se achava inserida. Além disso, a restinga dunar que percorre a costa algarvia desde Faro até Caceia, formando a hoje designada Ria Formosa, e na qual se integra a “Ilha de Tavira”, tem contribuído também para o assoreamento do rio Séqua, pois que nela esbarra, como se de um tampão se tratasse, a foz daquele importante curso de água. Por isso é que o assoreamento da barra tem constituído ao longo da história um forte impe­ dimento ao desenvolvimento da cidade, cujo percurso cronológico importa aqui fazer lembrar. A tradição de prosperidade económica do porto de Tavira remonta ao reinado de D. Dinis, afirmando-se que nessa altura a sua azáfama mercantil rivalizava com o de Lisboa. Praticamente toda a zona sotaventina do Algarve, da foz do Guadiana ao Cabo de Sta Maria, dependia comercialmente do porto de Tavira. Assim se explica que se tenha transformado também numa Praça de Guerra, projectada para defender a linha costeira dos ataques corsários e assegurar o abastecimento, e o auxílio marcial, às praças militares do Norte de África. A primeira notícia do assoreamento da barra de Tavira data de 1441, quando os mercadores da cidade do Porto pediram ao Regente D. Pedro (o famoso príncipe da “sete partidas”, um dos mais belos espíritos do renascen- tismo europeu) que os isentasse da dízima portuária quando acostassem nas praias próximas de Tavira, para carregarem mercadorias frescas, porque a barra do rio estava tão assoreada que não permitia a entrada dos seus navios. Em 26-8-1506, um alvará de D. Manuel I, a instâncias da Câmara de Tavira, proibia que se construíssem mais moinhos nas margens do rio, porque se suspeitava que os mesmos ao reterem as águas nas suas azenhas embaraçavam a corrente e contribuíam para o entulhamento do seu percurso natural. Em 1570 o rei D. Sebastião, a pedido da vereação tavirense, proibiu os navios de carregarem as frutas e outras mercancias fora do porto ou da barra de Tavira, obstando a que desse modo, e sob a desculpa do entupimento do rio, fossem os mercado­ res locais vender as suas produções a Aiamonte ou a outros portos andaluzes. Curiosamente foi também o rei D. Sebastião quem mandou construir a For­ taleza de St.° António na embocadura do rio para defender a barra, definindo desse modo a sua localização, conforme aliás se comprova por este esboço de carta geográfica na qual se regista a existência do respectivo Paiol, cuja dureza de paredes garantiu a sua permanência séculos depois de nada existir que as­ severasse a construção da dita fortaleza. Em 1639 o assoreamento da barra era já intransponível, a tal ponto que um navio inglês com cerca de cem toneladas 184
  • 6. não pode entrar, ficando impedido de chegar ao porto de Tavira para carregar azeite. Anos depois, em 1670, já a barra se tinha mudado, cada vez mais para Levante, a cerca de três quilómetros da posição inicial, para o sítio da Gomeira, na freguesia da Conceição, junto às Cabanas da Armação, o que se comprova pelo facto de nessa data o regente, e futuro rei, D. Pedro II decretar, em nome do irmão D. Afonso VI, a construção da Fortaleza de S. João, que dois anos depois já cumpria as suas funções de defesa da barra. Além de perder profundi­ dade, a barra “fugia” cada vez mais da cidade, o que originaria a transferência dos pescadores para as praias de S. Luzia e das Cabanas da Conceição. Repare-se que a barra não consta deste esboço de carta geográfica, preci­ samente porque nessa altura já se havia transferido da Gomeira, para muito próximo da Fortaleza de Caceia, isto é, já se havia mudado da própria circuns­ crição concelhia. Esta questão do assoreamento do rio, como se vê pelas breves referências aqui aduzidas, originou com o evoluir dos séculos o afastamento da barra de Tavira, tornando-se, por isso, num problema estrutural que ori­ ginou a decadência económica e demográfica da urbe tavirense. A carência de um porto, amplo, seguro e acessível, na costa leste do Algarve, motivou o Marquês de Pombal a fundar, ou a “restabelecer”, Vila Real de Santo António como centro impulsionador e aglutinador das pescarias algarvias, sobretudo da chamada “pesca rica” do atum e da corvina. É claro que o objectivo subjacente à edificação daquela vila seria o de arrecadar os impostos que escapavam à Coroa, desde que os pescadores sotaventinos procuraram obter nas praias de Monte Gordo a acessibilidade e a liberdade de movimentos que não tinham em Tavira. A nova ordem política estabelecida após a guerra-civil de 1832-34, mas que no Algarve se prolongaria até 1840, trouxe um novo folgo às pescarias algarvias, abolindo as pesadas imposições fiscais e impulsionando as relações económicas com os portos mediterrânicos. Não admira pois que a decantada questão do assoreamento do rio Séqua, e consequente afastamento da sua bar­ ra, fosse em 1835 considerada como obra prioritária da autarquia tavirense. Para a efectivação desse projecto o eng.° António Vaz Velho chegou mesmo a inventar uma espécie de draga para abrir uma nova barra e remover as areias que atrofiavam o percurso natural do rio. Mas as avultadas despesas que daí resultariam não permitiram à autarquia levar por diante um desiderato que nunca chegou a ser satisfeito. As acessibilidades entre o Algarve e o resto do país fazia-se quase exclusivamente por via marítima, e fluvial na zona nordeste en­ treVila Real St°António e Mértola, pelo que com o advento da «Regeneração» e do período «Fontista» iniciou-se uma época de fomento económico mercê da construção de novas vias de comunicação de terrestre, nomeadamente estradas macadamizadas e caminhos de ferro. Em 1859 a antiga «estrada real» (que marginava o litoral) foi substituída por uma nova via longitudinal que pratica­ mente coincide com a actual 125. O comércio e o escoamento das produções 185
  • 7. locais passou a efectuar-se por via terrestre, mas só a nível regional, porque a maioria das exportações e dos contactos externos, nomeadamente com a ca­ pital continuavam a fazer-se por via marítima através das carreiras em navio a vapor iniciadas em 1862, cujos portos de atracagem seriam preferencialmente Portimão, Faro eVila Real de Santo António, sendo proveniente desse tráfego o grande crescimento económico experimentado nessas localidades. E claro que o problema do assoreamento do rio Séqua e da deslocalização da barra deTavira passou a ser cada vez menos premente quando em 1889 chegou o comboio a Faro, estendendo-se progressivamente a via até Vila Real de Santo António, terminada em 1906. Em todo o caso, o povo tavirense foi insistindo com as au­ toridades centrais para que a obra se fizesse, concretizando as suas esperanças com a implantação da República, pois que em 1918o eng.° Duarte Abecassis (descendente de algarvios) elaborou o projecto de abertura da barra, para cuja efectivação seria criada a «Junta Autónoma das obras da barra e porto de Tavi­ ra», cujas obras se concluiriam em finais de 1926. O ciclone de 1941 arrasou a velha barra, abrindo uma nova mais adiante a que chamaram “do Cochicho”. Em 1961 a Junta Autónoma dos Portos do Sotavento do Algarve procedeu aos trabalhos de reabertura da barra das Quatro Aguas, onde ainda hoje se mantém, tal como estava projectada neste carta de 1825. [JCVM] 186