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O Boletim Bibliográfico é editado pe-
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Os avieiros no Tejo
Ainda no século XIX, pescadores originários de Vieira de Leiria saíram da
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volto da praia da Vieira se tornava
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Os avieiros são descendentes desse
movimento migratório interno que consistia numa migração para sul em
busca de sustento na “segurança” da pesca de rio durante o inverno,
com regresso ao local de origem no verão.
Inicialmente, estes pescadores migrantes trabalhavam e viviam nos seus
barcos, com a família, ou construíam pequenas casas feitas de canas nas
margens do Tejo. Já no século XX, por questões económicas e/ou de sa-
úde, os “nómadas do rio”, como os apelidou Alves Redol no livro Aviei-
ros, deixaram de regressar à sua terra natal e fixaram-se definitivamen-
te à beira Tejo, principalmente nos concelhos da Chamusca, Azambuja,
Santarém e Vila Franca de Xira, estabelecendo pequenos povoados de
construções palafíticas em madeira. Estas casas, assentes em pilares
para resistirem às cheias do rio, eram pintadas com cores garridas, típi-
cas da zona da Vieira – verde, vermelho e azul.
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a tantos outros, juntou-se a discrimina-
ção social a que estavam sujeitos estes
pescadores. De facto, os locais olhavam
para os avieiros com desconfiança, acu-
sando-os de acabarem com o peixe do
rio e de lhes retirarem o sustento.
Com o passar dos anos, este isolamento
foi se dissipando e, hoje em dia, os avieiros e a sua cultura são parte
integrante dos concelhos ribeirinhos da margem norte do Tejo. Como tal,
existe já um projeto para a classificação da cultura avieira como patri-
mónio nacional, de forma a divulgar e preservar esta cultura tão rica e
única na Europa.
Fontes: Avieiros : étude d'une population de pècheurs émigrés sur les
bords du Tage / Jeanine Carré Colas; Os Avieiros nos finais da década de
50 / Maria Salvado; arquivo histórico da APL; site E-Atlas: o Tejo e a
Cultura Avieira
Bateira avieira (fonte: E-Atlas)
Concentração de avieiros em V. F.
Xira—anos 60 (acervo do CDI)
Contactos
Correio eletrónico
cdi@portodelisboa.pt
Telefone +(351) 21 361
10 45/64/74;
21 392 22 24
Fax – 21 361 10 05
Endereço postal – Edifí-
cio Infante D. Henrique,
Doca de Alcântara,
1399-012 Lisboa
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Carta Náutica do Porto de Lisboa - julho 2017

  • 1. CARTA NÁUTICA Se gostou deste vai gostar: Avieiros : étude d'une popu- lation de pècheurs émigrés sur les bords du Tage / Jeani- ne Carré Colas, 1988 Neste número • Os último avieiros no concelho da Chamusca - António Matias Coelho • De um porto industrial a um porto urbano : pro- cessos de transformação portuária e reabilitação urbana - João Alves • Reuse and musealization of port infrastructure in urban waterfronts : the Lisbon case - José Sán- chez • Os avieiros no Tejo • Foto: Viagem na lancha Tágides à Vala da Azam- buja e Santarém Das últimas aquisições Os últimos avieiros do Tejo no concelho da Chamusca - An- tónio Matias Coelho No âmbito do projeto de candidatura da cultura avieira a património na- cional, tem sido desenvolvida uma profunda inves- tigação histórico-sociológica e sócio-antropológica das diversas comunidades ribeirinhas. Mas se muitas se mantêm ainda com vida, algumas dessas comunidades já desapareceram, como é o caso da comunidade avieira da Chamusca. Na dé- cada de 80 do século passado, o autor teve oportu- nidade de a estudar, tendo privado com muitos dos Avieiros que entretanto vieram a falecer. Este estu- do trata dessa revisitação, e inclui um CD-Rom com o testemunho gravado de um dos últimos pes- cadores dessa geração e com fotografias da época. Boletim do Centro de Documentação e Informação Julho 2017 Das nossas estantes De um porto industrial a um porto urbano : processos de transformação portuária e reabilitação urbana - João Alves Realizado no âmbito do Mestrado Integrado em Arquitetura pelo IST, este trabalho pretende efe- tuar um levantamento e estudo comparativo sinté- tico dos Portos de Barcelona e Lisboa, quer a nível comercial, quer dos espaços públicos ribeirinhos, evidenciando os pontos em comum e de divergên- cia entre ambos. Para tal, este trabalho apresenta um estudo da realidade portuária enquanto elemento com passa- do, presente e futuro, no contexto da especializa- ção dos meios portuários e dos novos usos urba- nos ribeirinhos.
  • 2. Artigo do mês Reuse and musealization of port infrastructure in ur- ban waterfronts : the Lisbon case - José Sánchez Este artigo, cedido ao CDI pelo próprio autor, a quem agradece- mos, mostra as diferentes formas de conseguir a integração entre pa- trimónio e novas atividades urba- nas, confirmando os benefícios que podem ser obtidos, dando especial destaque ao caso de Lisboa. As frentes ribeirinhas foram duran- te séculos as áreas mais dinâmicas das cidades e as inovações tecnoló- gicas relacionadas com o mundo marítimo e industrial deixaram um conjunto de obras e projetos arquitetónicos de grande valor, tor- nando-se peças fundamentais da identidade das cidades portuá- rias. O autor analisa detalhadamente três grupos de intervenções na frente ribeirinha de Lisboa, que contam como ponto de partida uma pré-existência relacionada com as atividades marítimo- portuárias, nomeadamente projetos focados no espaço público (Praça do Comércio e Ribeira das Naus), edifícios industriais de diferentes épocas (Cordoaria Nacional, Central Tejo e Edifício Pedro Álvares Cabral) e, finalmente, antigos armazéns portuá- rios, que foram reabilitados para atividades de recreio e lazer (Docas de Santo Amaro e Jardim do Tabaco). Através destes exemplos, pretende-se demonstrar o esforço, quer da autorida- de portuária de Lisboa quer da autarquia, no sentido de melho- rar a relação entre a cidade, os cidadãos, o porto e o rio Tejo, e os benefícios que daí advêm. Boletim Bibliográfico O Boletim Bibliográfico é editado pe- riodicamente pelo Centro de Docu- mentação e Informação. A sua finalidade é dar a conhecer ao leitor todas as publicações, sob a for- ma impressa ou digital, e informação relevantes selecionadas pelo CDI no mês anterior. A apresentação da informação é te- mática, estando repartida pelos gran- des temas adotados na biblioteca. Na parte final, havendo legislação selecionada, terá acesso direto ao documento (DRE ou JOUE). Ligação Interessante A página oficial da SUMA inclui uma ligação especialmente dedicada às cri- anças - SUMAKids - onde pode ver filmes e livros, ouvir canções e descarre- gar jogos e atividades para os mais pequenos. Uma forma lúdica de ensinar regras básicas de civismo às crianças, contribuindo para a sua educação cí- vica e para a construção de um ambiente melhor. Por curiosidade deixamos- lhe uma ligação para a “História—aos quadradinhos e afins—dos resíduos” onde, de uma forma divertida, se conta a história do tratamento dos resí- duos e sua importância para as gerações futuras.
  • 3. Poesia pelo porto O VAGABUNDO DO MAR Sou barco de vela e remo sou vagabundo do mar. Não tenho escala marcada nem hora para chegar: é tudo conforme o vento, tudo conforme a maré… Muitas vezes acontece largar o rumo tomado da praia para onde ia… Foi o vento que virou? foi o mar que enraiveceu e não há porto de abrigo? ou foi a minha vontade de vagabundo do mar? Sei lá. Poema de Manuel da Fonseca Pintura de Howard Pyle— “Fisherman in Dory on Rolling Sea” O que se passa por aqui Os avieiros no Tejo Ainda no século XIX, pescadores originários de Vieira de Leiria saíram da sua terra para procurar sustento nas águas calmas dos rios, em especial do rio Tejo, onde o peixe abundava, uma vez que, no inverno, o mar re- volto da praia da Vieira se tornava demasiado perigoso para a pesca. Os avieiros são descendentes desse movimento migratório interno que consistia numa migração para sul em busca de sustento na “segurança” da pesca de rio durante o inverno, com regresso ao local de origem no verão. Inicialmente, estes pescadores migrantes trabalhavam e viviam nos seus barcos, com a família, ou construíam pequenas casas feitas de canas nas margens do Tejo. Já no século XX, por questões económicas e/ou de sa- úde, os “nómadas do rio”, como os apelidou Alves Redol no livro Aviei- ros, deixaram de regressar à sua terra natal e fixaram-se definitivamen- te à beira Tejo, principalmente nos concelhos da Chamusca, Azambuja, Santarém e Vila Franca de Xira, estabelecendo pequenos povoados de construções palafíticas em madeira. Estas casas, assentes em pilares para resistirem às cheias do rio, eram pintadas com cores garridas, típi- cas da zona da Vieira – verde, vermelho e azul. À pobreza e à miséria, condição comum a tantos outros, juntou-se a discrimina- ção social a que estavam sujeitos estes pescadores. De facto, os locais olhavam para os avieiros com desconfiança, acu- sando-os de acabarem com o peixe do rio e de lhes retirarem o sustento. Com o passar dos anos, este isolamento foi se dissipando e, hoje em dia, os avieiros e a sua cultura são parte integrante dos concelhos ribeirinhos da margem norte do Tejo. Como tal, existe já um projeto para a classificação da cultura avieira como patri- mónio nacional, de forma a divulgar e preservar esta cultura tão rica e única na Europa. Fontes: Avieiros : étude d'une population de pècheurs émigrés sur les bords du Tage / Jeanine Carré Colas; Os Avieiros nos finais da década de 50 / Maria Salvado; arquivo histórico da APL; site E-Atlas: o Tejo e a Cultura Avieira Bateira avieira (fonte: E-Atlas) Concentração de avieiros em V. F. Xira—anos 60 (acervo do CDI)
  • 4. Contactos Correio eletrónico cdi@portodelisboa.pt Telefone +(351) 21 361 10 45/64/74; 21 392 22 24 Fax – 21 361 10 05 Endereço postal – Edifí- cio Infante D. Henrique, Doca de Alcântara, 1399-012 Lisboa Foto Final Viagem na lancha Tágides à Vala da Azambuja e Santarém 1935 Acervo do CDI Questões , sugestões ou comentários? Envie para CDI@portodelisboa.pt Sabia que… O rio Tejo vai ter videovigilância por drones e uma unidade de intervenção rápida. saiba mais