A insignificante aldeia, que de Sagres usufrui o nome, despertou para a luz da ribalta histórica pela mão do Infante D. Henrique. À partida e no regresso da expedição a Ceuta se ficou a dever o seu primeiro contacto com o Algarve e no preço das surtidas pescarescas dos seus marinheiros, que arpoavam as baleias no mar alto e se defendiam bravamente dos corsários marroquinos, parece residir a sua escolha e o seu encanto por estas recônditas paragens. Concentrado no desafio dos mares e na expansão da Fé, o Infante lança ferro na baía de Lagos, o seu "grande porto de armamento". Daí até à fundação daquela que ficou conhecida como a "vila do Infante" será um pequeno passo no tempo.
Artigo científico, cujo texto constitui a comunicação apresentada às VI Jornadas Regionais sobre Monumentos Militares, realizadas em Vila do Bispo, Lagos Silves, Loulé e Faro, de 28 de Novembro a 1 de Dezembro de 1986, sob a égide da APAC - Associação Portuguesa dos Amigos dos Castelos.
Breve ensaio geo-económico sobre o Algarve na primeira metade do séc. XIXJosé Mesquita
O documento descreve a economia do Algarve na primeira metade do século XX. A economia era baseada principalmente na agricultura, pesca e indústria conserveira. A região litoral era mais próspera do que o interior serrano, devido à fertilidade dos solos e culturas de regadio. A pesca e indústria conserveira eram importantes fontes de renda, apesar de dependerem de investimento estrangeiro.
Este documento é um projeto de 1825 para construir um canal no rio Séqua em Tavira, desviando seu curso diretamente para o mar. Isso abriria uma nova barra e evitaria assoreamento, revitalizando o porto da cidade. O projeto parece simples e eficiente, aproveitando a topografia para poupar custos e preservar o meio ambiente. Infelizmente, sem o orçamento completo, não se pode avaliar sua viabilidade.
Tavira, o Marquês de Pombal e a fábrica de TapeçariasJosé Mesquita
A acção política do marquês de Pombal na 2ª metade do séc. XVIII teve como objectivo a centralização do poder no Estado-Pessoa. Porém, quase em simultâneo, desenvolveu iniciativas de fomento económico que, em grande parte, contribuíram para um vasto programa de reformas, quer na organização da administração pública, quer no ordenamento social, introduzindo ideias e projectos que se assemelham, em certa medida, à revolução iluminista. O fomento do sector industrial foi um dos sectores de maior sucesso e grande dinamismo económico durante o seu consulado. A cidade de Tavira foi contemplada com o apoio à instalação de uma unidade fabril dedicada à produção de tapeçarias. Razões de vária ordem, nomeadamente o afastamento do Marquês do poder, contribuíram para o insucesso mercantil e encerramento desta unidade industrial, única em toda a História do Algarve.
Este documento discute a romanização tardia e peculiar do Noroeste de Portugal entre os séculos I a.C. e V d.C. A romanização foi um processo lento devido ao caráter conservador da região. No século IV havia uma população dispersa de pequenos agricultores vivendo em todas as planícies e vales, em contraste com as grandes explorações agrícolas encontradas em outras regiões. Braga e Chaves eram as maiores cidades, mas ainda pequenas em comparação com alguns castros.
Novos documentos para a história do caminho realPedro Penteado
No século XVIII, o caminho entre Pederneira e São Martinho do Porto era essencial para o transporte de madeira, mas encontrava-se danificado. Em 1765, a Câmara de Pederneira solicitou ao rei D. José I que reparasse a calçada na ladeira da Barquinha para facilitar o transporte. O pedido foi confirmado por testemunhas locais e autorizado pelo monarca.
1) O documento descreve a criação do primeiro Almanaque de Santa Fé pelo juiz Nepomuceno em 1853, com informações sobre a vila.
2) Contém uma descrição elogiosa do "Sobrado" de Aguinaldo Silva que desagradou o coronel Bento Amaral.
3) O artigo no Almanaque que elogiava o "Sobrado" de Aguinaldo Silva irritou o coronel Bento Amaral, que o criticou publicamente.
O documento descreve a conquista de Ceuta por D. João I de Portugal em 1415, marcando o início das grandes explorações marítimas portuguesas. O infante D. Henrique, duque de Vizeu, foi um grande incentivador destas explorações, fundando a escola de Sagres e enviando expedições que descobriram grande parte da costa ocidental africana entre 1418-1460. Sua influência foi decisiva para que Portugal eventualmente chegasse à Índia por mar sob o comando de Vasco da Gama.
A pesca e os seus avultados rendimentos marcaram decisivamente toda a História do Algarve, desde os tempos mais remotos até ao presente, com particular acento no início da política pombalina, que fez do sotavento e da foz do Guadiana o seu principal centro de polarização económica. A concentração demográfica na faixa litoral explica-se, quase exclusivamente pela riqueza e afabilidade destas águas, em cujos portos fundeavam embarcações oriundas dos mais variados quadrantes do globo.
Breve ensaio geo-económico sobre o Algarve na primeira metade do séc. XIXJosé Mesquita
O documento descreve a economia do Algarve na primeira metade do século XX. A economia era baseada principalmente na agricultura, pesca e indústria conserveira. A região litoral era mais próspera do que o interior serrano, devido à fertilidade dos solos e culturas de regadio. A pesca e indústria conserveira eram importantes fontes de renda, apesar de dependerem de investimento estrangeiro.
Este documento é um projeto de 1825 para construir um canal no rio Séqua em Tavira, desviando seu curso diretamente para o mar. Isso abriria uma nova barra e evitaria assoreamento, revitalizando o porto da cidade. O projeto parece simples e eficiente, aproveitando a topografia para poupar custos e preservar o meio ambiente. Infelizmente, sem o orçamento completo, não se pode avaliar sua viabilidade.
Tavira, o Marquês de Pombal e a fábrica de TapeçariasJosé Mesquita
A acção política do marquês de Pombal na 2ª metade do séc. XVIII teve como objectivo a centralização do poder no Estado-Pessoa. Porém, quase em simultâneo, desenvolveu iniciativas de fomento económico que, em grande parte, contribuíram para um vasto programa de reformas, quer na organização da administração pública, quer no ordenamento social, introduzindo ideias e projectos que se assemelham, em certa medida, à revolução iluminista. O fomento do sector industrial foi um dos sectores de maior sucesso e grande dinamismo económico durante o seu consulado. A cidade de Tavira foi contemplada com o apoio à instalação de uma unidade fabril dedicada à produção de tapeçarias. Razões de vária ordem, nomeadamente o afastamento do Marquês do poder, contribuíram para o insucesso mercantil e encerramento desta unidade industrial, única em toda a História do Algarve.
Este documento discute a romanização tardia e peculiar do Noroeste de Portugal entre os séculos I a.C. e V d.C. A romanização foi um processo lento devido ao caráter conservador da região. No século IV havia uma população dispersa de pequenos agricultores vivendo em todas as planícies e vales, em contraste com as grandes explorações agrícolas encontradas em outras regiões. Braga e Chaves eram as maiores cidades, mas ainda pequenas em comparação com alguns castros.
Novos documentos para a história do caminho realPedro Penteado
No século XVIII, o caminho entre Pederneira e São Martinho do Porto era essencial para o transporte de madeira, mas encontrava-se danificado. Em 1765, a Câmara de Pederneira solicitou ao rei D. José I que reparasse a calçada na ladeira da Barquinha para facilitar o transporte. O pedido foi confirmado por testemunhas locais e autorizado pelo monarca.
1) O documento descreve a criação do primeiro Almanaque de Santa Fé pelo juiz Nepomuceno em 1853, com informações sobre a vila.
2) Contém uma descrição elogiosa do "Sobrado" de Aguinaldo Silva que desagradou o coronel Bento Amaral.
3) O artigo no Almanaque que elogiava o "Sobrado" de Aguinaldo Silva irritou o coronel Bento Amaral, que o criticou publicamente.
O documento descreve a conquista de Ceuta por D. João I de Portugal em 1415, marcando o início das grandes explorações marítimas portuguesas. O infante D. Henrique, duque de Vizeu, foi um grande incentivador destas explorações, fundando a escola de Sagres e enviando expedições que descobriram grande parte da costa ocidental africana entre 1418-1460. Sua influência foi decisiva para que Portugal eventualmente chegasse à Índia por mar sob o comando de Vasco da Gama.
A pesca e os seus avultados rendimentos marcaram decisivamente toda a História do Algarve, desde os tempos mais remotos até ao presente, com particular acento no início da política pombalina, que fez do sotavento e da foz do Guadiana o seu principal centro de polarização económica. A concentração demográfica na faixa litoral explica-se, quase exclusivamente pela riqueza e afabilidade destas águas, em cujos portos fundeavam embarcações oriundas dos mais variados quadrantes do globo.
No dia 09 de Outubro pelas 14:30 procedeu-se à comemoração do 1.º Aniversário do Clube Nacional de Maximafilia na Beja.
Saliente-se ainda que esta comemoração realizou-se também em Lisboa existindo assim dois carimbos comemorativos.
A síntese apresenta:
1. O plano histórico e poético da obra;
2. A invocação às ninfas do Tejo e a dedicatória a D. Sebastião;
3. O episódio do Conselho dos Deuses que determina o destino dos portugueses.
Breve Notícia de Sines, Pátria de Vasco da Gama", livro da autoria de Francisco Luiz Lopes, publicado em 1850 pela “Tipographia do Panorama”.
Lisboa, 140 páginas.
Obra noutros formatos disponível em
https://archive.org/details/brevenoticiadesi00lope
VISITE O PORTAL OFICIAL DA APS:
http://www.apsinesalgarve.pt/
APS NAS REDES SOCIAIS
https://www.facebook.com/portosdesinesedoalgarve/
https://twitter.com/apsinesalgarve
https://www.flickr.com/photos/146404026@N03/albums
https://www.youtube.com/channel/UCiMp5-N3vYEZ1ogXQMKZepw
1) O documento discute a fundação da cidade do Rio de Janeiro e a expulsão dos franceses da baía da Guanabara no século XVI. 2) Questiona a versão de que Américo Vespúcio tenha descoberto a baía e dado o nome à cidade. 3) Apresenta dúvidas sobre as motivações e a filiação religiosa do líder francês Villegaignon e sua intenção de estabelecer uma colônia na região.
Este documento descreve a história da família nobre portuguesa dos Portocarreiros, originária da Honra e Couto de Portocarreiro no século XII. Detalha suas propriedades originais na região de Marco de Canaveses e seus membros proeminentes ao longo dos séculos, incluindo o arcebispo de Braga João Viegas de Portocarreiro no século XIII. Também menciona os ramos da família que se estabeleceram na Espanha e seus brasões hereditários.
Este documento descreve o porto de Sines em Portugal, fornecendo detalhes históricos, geográficos e hidrográficos. Sines era um importante porto no passado devido à sua localização costeira e condições naturais, mas atualmente tem limitações por causa de seu tamanho pequeno e exposição aos ventos do sul. Há planos para melhorar as instalações portuárias para aumentar seu uso.
1. O Porto de Leixões é um porto artificial construído no final do século XIX na foz do rio Leça, aproveitando três grupos de rochas (leixões).
2. Ao longo da história, a foz do Leça tem sido um importante ponto de comércio e interface portuário da região, desde a época romana.
3. No final do século XIX, com o aumento do tráfego naval, iniciou-se a construção do Porto de Leixões para servir como alternativa à Barra do Douro.
Charles ferguson ball a vida e os tempos do apóstolo pauloIbpaz Coxipo
1) O documento descreve a província da Cilícia e a cidade de Tarso, local de nascimento de Paulo. Tarso era um importante centro de comércio e cultura, com escolas renomadas que atraíam estudantes de todo o Império Romano.
2) Tarso possuía teatros, ginásios e infraestrutura portuária desenvolvida. Era um importante ponto de passagem entre a Ásia e a Europa.
3) Apesar de sua fama, nenhum dos ilustres cidadãos de Tarso alcançou a
Luís Vaz de Camões é considerado o maior nome da literatura portuguesa. Escreveu poesias líricas, uma épica e peças teatrais. Teve uma vida repleta de incertezas, serviu como militar em África e foi exilado por 17 anos. Após seu retorno, publicou sua obra prima Os Lusíadas, porém morreu na miséria.
O documento resume as principais características do Renascimento e de Os Lusíadas, épica de Camões. Apresenta o contexto histórico do século XV-XVI na Europa e em Portugal, as características da epopeia enquanto género literário e a estrutura interna e externa da obra, resumindo o enredo e temas abordados nos primeiros sete cantos.
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 114-115luisprista
O documento descreve a batalha de Ourique, na qual D. Afonso Henriques derrotou cinco reis mouros e foi aclamado o primeiro rei de Portugal. Relata como o exército português, apesar de menor, confiou em Deus e venceu os mouros, que eram em número muito superior. Após a vitória, D. Afonso mandou pintar no escudo português cinco escudos azuis representando os cinco reis vencidos.
1) O documento descreve a história do Concelho de Sintra durante os períodos renascentista e barroco, quando foi um local favorito da corte real portuguesa.
2) D. Manuel I realizou grandes obras no Paço Real de Sintra e estabeleceu a vila como um local de recreio da corte após receber notícias importantes dos Descobrimentos portugueses.
3) Posteriormente, reinados como os de D. João III e D. Sebastião continuaram a trazer a corte a Sintra, embora de
Genealogia do Acaraú -parte 01 - Nicodemos Araújo-Fonte: Municipio de Acaraú-...Acaraú pra Recordar
1) O documento descreve as origens de várias famílias que constituíram a base genealógica do município de Acarau, muitas das quais vieram de Portugal, Espanha e Itália no século XVIII.
2) Detalha onde essas famílias se estabeleceram inicialmente ao longo do rio Acarau e os nomes de alguns de seus membros pioneiros.
3) Fornece informações adicionais sobre a história do povoamento da região e sobre alguns indivíduos notáveis dessas famílias
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 130-131luisprista
1. O poeta invoca as Ninfas do Tejo e do Mondego para que o ajudem a continuar a cantar os feitos dos portugueses, tarefa que compara a uma longa e difícil viagem.
2. Apesar de celebrar os portugueses há muito tempo, o poeta tem enfrentado dificuldades e infortúnios, sem receber o reconhecimento devido.
3. O poeta critica a falta de valorização dos escritores pelos "senhores" portugueses, o que pode desencorajar futuros poetas de glor
1) O Porto de Lisboa foi um importante centro comercial durante a era dos Descobrimentos portugueses, recebendo produtos de todo o mundo.
2) No século XVI, o rei D. Manuel I iniciou obras para melhorar o porto, incluindo a construção de cais e armazéns.
3) A Ribeira das Naus, estaleiro naval em Lisboa, foi ampliada e empregava centenas de carpinteiros e calafates na construção de navios.
Este documento fornece um resumo histórico da cidade de Petrópolis no Rio de Janeiro e descreve as atividades oferecidas pelo Museu Imperial localizado na cidade, incluindo visitas guiadas, espetáculos de luz e som, e informações sobre ingressos.
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 134-135luisprista
1. Os navegadores portugueses desejam regressar a Portugal para relatar suas aventuras e receber reconhecimento.
2. Vênus planeja oferecer diversão e descanso aos portugueses como recompensa por seus trabalhos e sofrimentos.
3. Ao avistarem uma ilha durante uma parada para abastecimento de água, os portugueses encontram ninfas dispostas a seduzi-los.
O documento resume partes do Canto IV de Os Lusíadas de Camões, incluindo a batalha de Aljubarrota, onde Nuno Álvares Pereira liderou os portugueses à vitória sobre os castelhanos. Também descreve as despedidas emocionais na praia de Belém, com mães e esposas lamentando a partida dos homens para a viagem de Vasco da Gama à Índia.
Genealogia do Acaraú -parte 02 - Nicodemos Araújo - Fonte: Municipio de Acara...Acaraú pra Recordar
1) Há divergências entre historiadores sobre quando e como o Ceará foi povoado inicialmente. Alguns acreditam que foi durante a guerra holandesa no século XVII, outros que foi a partir de 1678.
2) Os primeiros habitantes de Acarau provavelmente se dedicavam à agricultura e pecuária, não à pesca. A pesca se desenvolveu posteriormente com a introdução dos currais.
3) Muitas famílias importantes de Acarau têm origem em outros países como Portugal, Espanha e Itália.
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 116-117luisprista
Obrigado pela sugestão. Infelizmente não tenho acesso ao texto completo para preparar a leitura em voz alta. No entanto, fico feliz em discutir e analisar trechos do poema sempre que puder contribuir de forma positiva para a conversa.
Este itinerário descreve uma viagem pelo Algarve que inclui visitas a locais históricos e paisagísticos na região de Vila do Bispo, como o Menir do Padrão e o Cabo de São Vicente, com almoço no Forte de Santo António de Beliche. Inclui também uma introdução sobre a herança cultural omíada na região.
1) O documento descreve a história da cidade do Porto desde os povoados castrejos da Idade do Bronze até ao século XII;
2) No século XII, o bispo D. Hugo concedeu um foral aos moradores da cidade, trazendo um impulso ao desenvolvimento do burgo;
3) Nessa época, o Porto era um burgo episcopal organizado em torno da Sé Catedral, com ruas adaptadas à topografia da colina.
No dia 09 de Outubro pelas 14:30 procedeu-se à comemoração do 1.º Aniversário do Clube Nacional de Maximafilia na Beja.
Saliente-se ainda que esta comemoração realizou-se também em Lisboa existindo assim dois carimbos comemorativos.
A síntese apresenta:
1. O plano histórico e poético da obra;
2. A invocação às ninfas do Tejo e a dedicatória a D. Sebastião;
3. O episódio do Conselho dos Deuses que determina o destino dos portugueses.
Breve Notícia de Sines, Pátria de Vasco da Gama", livro da autoria de Francisco Luiz Lopes, publicado em 1850 pela “Tipographia do Panorama”.
Lisboa, 140 páginas.
Obra noutros formatos disponível em
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https://www.youtube.com/channel/UCiMp5-N3vYEZ1ogXQMKZepw
1) O documento discute a fundação da cidade do Rio de Janeiro e a expulsão dos franceses da baía da Guanabara no século XVI. 2) Questiona a versão de que Américo Vespúcio tenha descoberto a baía e dado o nome à cidade. 3) Apresenta dúvidas sobre as motivações e a filiação religiosa do líder francês Villegaignon e sua intenção de estabelecer uma colônia na região.
Este documento descreve a história da família nobre portuguesa dos Portocarreiros, originária da Honra e Couto de Portocarreiro no século XII. Detalha suas propriedades originais na região de Marco de Canaveses e seus membros proeminentes ao longo dos séculos, incluindo o arcebispo de Braga João Viegas de Portocarreiro no século XIII. Também menciona os ramos da família que se estabeleceram na Espanha e seus brasões hereditários.
Este documento descreve o porto de Sines em Portugal, fornecendo detalhes históricos, geográficos e hidrográficos. Sines era um importante porto no passado devido à sua localização costeira e condições naturais, mas atualmente tem limitações por causa de seu tamanho pequeno e exposição aos ventos do sul. Há planos para melhorar as instalações portuárias para aumentar seu uso.
1. O Porto de Leixões é um porto artificial construído no final do século XIX na foz do rio Leça, aproveitando três grupos de rochas (leixões).
2. Ao longo da história, a foz do Leça tem sido um importante ponto de comércio e interface portuário da região, desde a época romana.
3. No final do século XIX, com o aumento do tráfego naval, iniciou-se a construção do Porto de Leixões para servir como alternativa à Barra do Douro.
Charles ferguson ball a vida e os tempos do apóstolo pauloIbpaz Coxipo
1) O documento descreve a província da Cilícia e a cidade de Tarso, local de nascimento de Paulo. Tarso era um importante centro de comércio e cultura, com escolas renomadas que atraíam estudantes de todo o Império Romano.
2) Tarso possuía teatros, ginásios e infraestrutura portuária desenvolvida. Era um importante ponto de passagem entre a Ásia e a Europa.
3) Apesar de sua fama, nenhum dos ilustres cidadãos de Tarso alcançou a
Luís Vaz de Camões é considerado o maior nome da literatura portuguesa. Escreveu poesias líricas, uma épica e peças teatrais. Teve uma vida repleta de incertezas, serviu como militar em África e foi exilado por 17 anos. Após seu retorno, publicou sua obra prima Os Lusíadas, porém morreu na miséria.
O documento resume as principais características do Renascimento e de Os Lusíadas, épica de Camões. Apresenta o contexto histórico do século XV-XVI na Europa e em Portugal, as características da epopeia enquanto género literário e a estrutura interna e externa da obra, resumindo o enredo e temas abordados nos primeiros sete cantos.
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 114-115luisprista
O documento descreve a batalha de Ourique, na qual D. Afonso Henriques derrotou cinco reis mouros e foi aclamado o primeiro rei de Portugal. Relata como o exército português, apesar de menor, confiou em Deus e venceu os mouros, que eram em número muito superior. Após a vitória, D. Afonso mandou pintar no escudo português cinco escudos azuis representando os cinco reis vencidos.
1) O documento descreve a história do Concelho de Sintra durante os períodos renascentista e barroco, quando foi um local favorito da corte real portuguesa.
2) D. Manuel I realizou grandes obras no Paço Real de Sintra e estabeleceu a vila como um local de recreio da corte após receber notícias importantes dos Descobrimentos portugueses.
3) Posteriormente, reinados como os de D. João III e D. Sebastião continuaram a trazer a corte a Sintra, embora de
Genealogia do Acaraú -parte 01 - Nicodemos Araújo-Fonte: Municipio de Acaraú-...Acaraú pra Recordar
1) O documento descreve as origens de várias famílias que constituíram a base genealógica do município de Acarau, muitas das quais vieram de Portugal, Espanha e Itália no século XVIII.
2) Detalha onde essas famílias se estabeleceram inicialmente ao longo do rio Acarau e os nomes de alguns de seus membros pioneiros.
3) Fornece informações adicionais sobre a história do povoamento da região e sobre alguns indivíduos notáveis dessas famílias
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 130-131luisprista
1. O poeta invoca as Ninfas do Tejo e do Mondego para que o ajudem a continuar a cantar os feitos dos portugueses, tarefa que compara a uma longa e difícil viagem.
2. Apesar de celebrar os portugueses há muito tempo, o poeta tem enfrentado dificuldades e infortúnios, sem receber o reconhecimento devido.
3. O poeta critica a falta de valorização dos escritores pelos "senhores" portugueses, o que pode desencorajar futuros poetas de glor
1) O Porto de Lisboa foi um importante centro comercial durante a era dos Descobrimentos portugueses, recebendo produtos de todo o mundo.
2) No século XVI, o rei D. Manuel I iniciou obras para melhorar o porto, incluindo a construção de cais e armazéns.
3) A Ribeira das Naus, estaleiro naval em Lisboa, foi ampliada e empregava centenas de carpinteiros e calafates na construção de navios.
Este documento fornece um resumo histórico da cidade de Petrópolis no Rio de Janeiro e descreve as atividades oferecidas pelo Museu Imperial localizado na cidade, incluindo visitas guiadas, espetáculos de luz e som, e informações sobre ingressos.
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 134-135luisprista
1. Os navegadores portugueses desejam regressar a Portugal para relatar suas aventuras e receber reconhecimento.
2. Vênus planeja oferecer diversão e descanso aos portugueses como recompensa por seus trabalhos e sofrimentos.
3. Ao avistarem uma ilha durante uma parada para abastecimento de água, os portugueses encontram ninfas dispostas a seduzi-los.
O documento resume partes do Canto IV de Os Lusíadas de Camões, incluindo a batalha de Aljubarrota, onde Nuno Álvares Pereira liderou os portugueses à vitória sobre os castelhanos. Também descreve as despedidas emocionais na praia de Belém, com mães e esposas lamentando a partida dos homens para a viagem de Vasco da Gama à Índia.
Genealogia do Acaraú -parte 02 - Nicodemos Araújo - Fonte: Municipio de Acara...Acaraú pra Recordar
1) Há divergências entre historiadores sobre quando e como o Ceará foi povoado inicialmente. Alguns acreditam que foi durante a guerra holandesa no século XVII, outros que foi a partir de 1678.
2) Os primeiros habitantes de Acarau provavelmente se dedicavam à agricultura e pecuária, não à pesca. A pesca se desenvolveu posteriormente com a introdução dos currais.
3) Muitas famílias importantes de Acarau têm origem em outros países como Portugal, Espanha e Itália.
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 116-117luisprista
Obrigado pela sugestão. Infelizmente não tenho acesso ao texto completo para preparar a leitura em voz alta. No entanto, fico feliz em discutir e analisar trechos do poema sempre que puder contribuir de forma positiva para a conversa.
Este itinerário descreve uma viagem pelo Algarve que inclui visitas a locais históricos e paisagísticos na região de Vila do Bispo, como o Menir do Padrão e o Cabo de São Vicente, com almoço no Forte de Santo António de Beliche. Inclui também uma introdução sobre a herança cultural omíada na região.
1) O documento descreve a história da cidade do Porto desde os povoados castrejos da Idade do Bronze até ao século XII;
2) No século XII, o bispo D. Hugo concedeu um foral aos moradores da cidade, trazendo um impulso ao desenvolvimento do burgo;
3) Nessa época, o Porto era um burgo episcopal organizado em torno da Sé Catedral, com ruas adaptadas à topografia da colina.
Este documento fornece um resumo da Rota de al-Mutamid, uma rota cultural transfronteiriça entre Portugal e a Espanha que segue a história do poeta andaluz al-Mutamid. A rota passa por locais como Aljezur, Sagres, Silves, Tavira e Huelva e destaca aspectos como a paisagem, história, música e gastronomia de cada localidade.
1. O documento descreve a expansão portuguesa no século 15, incluindo as conquistas iniciais na África e as navegações ao longo da costa ocidental africana sob a liderança do Infante D. Henrique.
2. Também discute as dificuldades da navegação na época e como os portugueses desenvolveram novas embarcações e técnicas de navegação como a caravela para superar esses desafios e expandir suas explorações.
3. Faz menção à influência
O documento descreve aspectos históricos, culturais e urbanísticos da Costa de Caparica, incluindo: 1) Os primeiros povoadores da região vindos de Ílhavo e do Algarve; 2) Tradições locais como embarcações, trajes e ofícios dos pescadores; 3) Evolução do urbanismo ao longo do tempo, desde habitações primitivas até bairros sociais recentes.
O documento descreve a história e o desenvolvimento da Costa de Caparica, incluindo os primeiros povoadores, as migrações sazonais, os traços culturais e arquitetônicos, a urbanização ao longo do tempo, as atividades econômicas como a pesca, e os desafios atuais da região.
A proposta descreve a criação de uma imagem corporativa e logótipo para o Palhota Café baseado na personagem Sam, um marinheiro nascido na vila de Armação de Pêra após o terramoto de 1755. A história de Armação de Pêra é traçada desde 1577 até meados do século XIX para fornecer contexto à personagem. Ilustrações são propostas para a lona do café e merchandising com a imagem de Sam.
1) A Madeira e os Açores são arquipélagos vulcânicos colonizados por Portugal no século 15.
2) Enquanto a Madeira se dedicou à produção de açúcar e vinho, os Açores cultivaram trigo, gado e urzela devido ao seu clima mais frio.
3) Além de produzirem alimentos e renda para Portugal, os arquipélagos serviram como bases navais importantes para as descobertas portuguesas.
1. No século XV, o rei D. João I liderou a conquista de Ceuta para resolver problemas econômicos de Portugal, mas a cidade acabou se tornando um fardo.
2. Seu filho D. Duarte tentou conquistar Tânger, mas a expedição foi um desastre e resultou no cativeiro e morte do infante D. Fernando.
3. Sob a liderança do infante D. Henrique, os portugueses começaram a navegar progressivamente mais ao sul ao longo da costa oeste africana, testando nov
O documento apresenta três lendas de Fernando de Noronha: a lenda da Alamoa, uma mulher fantasmagórica que atrai e seduz homens; a lenda do Cajueiro da Cigana, sobre um fantasma que aparece embaixo de uma árvore; e a lenda do Tesouro do Capitão Kidd, que escondeu um tesouro em uma caverna da ilha.
Este documento discute se o descobrimento do Brasil em 1500 foi intencional ou acidental. Apresenta evidências de que Portugal planejou a viagem, como expedições anteriores, o progresso científico e o contexto geopolítico da época. Também resume trechos da Carta de Pero Vaz de Caminha que descrevem o primeiro contato com os indígenas brasileiros.
1) Os fenícios possivelmente foram os primeiros a descobrir o Brasil por volta de 1100 a.C. Eles exploraram principalmente o nordeste, deixando vestígios arqueológicos.
2) Sancho Brandão teria descoberto o Brasil acidentalmente em 1343, e o rei de Portugal enviou um mapa da "Insula do Brasil" ao Papa.
3) A Guerra dos Cem Anos entre França e Inglaterra facilitou o desenvolvimento da navegação portuguesa.
A Cidade Velha é uma antiga cidade portuguesa localizada em Cabo Verde, na ilha de Santiago. A cidade desenvolveu-se no local devido à sua proximidade a uma ribeira que fornecia água. Ela é conhecida por seus monumentos históricos como a fortaleza de São Filipe, construída para defender a cidade de ataques piratas, e a catedral, iniciada em 1556. A cultura mestiça da cidade é celebrada em locais como o Pelourinho, usado no passado para punir esc
O documento descreve a chegada de Pedro Álvares Cabral à costa brasileira em 22 de abril de 1500, quando avistou o Monte Pascoal. No dia seguinte, Nicolau Coelho foi o primeiro português a pisar no novo continente, estabelecendo contato pacífico com os índios tupiniquins locais. Os portugueses passaram nove dias explorando a região da Bahia, dando início à história do Brasil.
As ilhas dos Açores foram descobertas no século XV sob a iniciativa do Infante D. Henrique. Foram encontradas desertas, com abundante vegetação e aves. Começaram a ser povoadas por volta de 1432 com imigrantes portugueses, flamengos e outros europeus. Tornaram-se um ponto estratégico no Atlântico e foram fortificadas devido aos ataques de piratas que esperavam os navios espanhóis carregados de riquezas.
Quando os navegadores portugueses chegaram às ilhas Açores no século 15, encontraram ilhas desabitadas com abundante vegetação e aves, incluindo milhafres. As ilhas foram povoadas e divididas em capitanias, desenvolvendo agricultura e pecuária. Devido à sua localização no Atlântico Norte, os Açores tornaram-se uma paragem importante para navios, mas também alvo de ataques de piratas que esperavam a passagem de galeões espanhóis.
1) Portugal foi o primeiro país a lançar-se na expansão europeia devido às suas condições favoráveis, como uma localização geográfica estratégica e tradição marítima.
2) Fatores como a estabilidade política, conhecimentos náuticos e instrumentos de navegação permitiram aos portugueses explorar novos territórios.
3) A expansão foi também motivada por razões socioeconômicas como aumentar o comércio, encontrar recursos e expandir a fé cristã.
1. Um arqueólogo planeja localizar um navio carregado de ouro e prata que naufragou na baía de Setúbal no final do século XVI para recuperar seu tesouro.
2. O arqueólogo já localizou 12 navios naufragados e está reunindo informações sobre um possível naufrágio holandês perto de Melides para mapear arqueologicamente a região.
3. O texto descreve então a história de um navio espanhol da frota das Índias Ocidentais que naufragou em Setúbal
Cenótáfio do bispo D. António Pereira da Silva na Sé de FaroJosé Mesquita
Trata-se de um breve apontamento sobre o significado histórico do Cenotáfio, enquanto túmulo simbólico ou memorial em homenagem aos heróis caídos em defesa da pátria, da religião, da liberdade ou de supremos ideais humanitários.
A Região de Turismo do Algarve organizou uma viagem para promover o concelho de Vila do Bispo e seu legado Omíada, levando jornalistas e profissionais do turismo a locais como o Centro de Interpretação, Menir do Padrão, Forte de Santo António de Beliche e Cabo de São Vicente, mostrando a história, paisagens e potencial do destino.
Semelhante a Sagres um lugar na história e no património universal (20)
O ódio nacionalista ao rei D. Pedro IV.pdfJosé Mesquita
O documento discute a oposição nacionalista ao rei D. Pedro IV no início do liberalismo português. Detalha como o país se dividiu entre partidários de D. Pedro e D. Miguel durante esta época turbulenta. Também descreve um dos maiores inimigos de D. Pedro, Joaquim António da Silva, conhecido como "Silva das Barbas", que distribuía panfletos difamatórios contra o rei.
As instituições reguladoras da Fazenda Pública no Algarve nos primórdios do l...José Mesquita
O documento descreve as principais instituições reguladoras da fazenda pública no Algarve no início do período liberal em Portugal. Estas incluíam a Provedoria da Fazenda Pública, a Superintendência Geral dos Tabacos, o Corregedor e os Juízes de Fora, que supervisionavam a cobrança de impostos e a gestão financeira dos municípios. O documento também discute outros tributos como a sisa.
O Terror Miguelista no Algarve - perseguição e devassaJosé Mesquita
O Algarve, pelo evoluir dos acontecimentos políticos, que marcaram a primeira metade do séc. XIX, constituiu-se numa espécie de enclave revolucionário, liberal-constitucionalista, de
apoio e em consonância com a Junta Governativa do Porto. Se tivesse havido melhor coordenação de meios, e sobretudo mais apoio no efectivo castrense, a revolta cartista do eixo Porto-Algarve não teria desembocado no triste episódio da “belfastada”. O fracasso da “Revolta de Maio”, em 1828 no Algarve, contribuiu decisivamente para a usurpação miguelista e para a restauração do absolutismo, cujo clima persecutório acabaria por desencadear a guerra civil.
Na verdade, a prepotência miguelista deixou-se resvalar para os limites da insanidade política, num quotidiano excessivamente repressivo, vedando à nação os seus mais elementares direitos de cidadania. O autismo político do regime absolutista dividiu o país em dois projectos distintos – o do passado tradicionalista,
apostólico e legitimista; e o do futuro, liberal, constitucional e parlamentar. A grande diferença entre os dois projectos políticos incidia na concepção e cedência da liberdade, para transformar os vassalos em cidadãos.
O primeiro relógio público de Lagoa, adquirido em 1828José Mesquita
Artigo de investigação sobre o primeiro relógio público comprado pela Câmara Municipal de Lagoa em 1828, através de uma colecta subscrita integralmente pelos moradores daquela vila algarvia. Todavia, a autarquia não tinha meios financeiros para pagar regularmente um salário a alguém que se responsabilizasse pela manutenção desse grande símbolo do progresso e da modernidade, ao som de cujas badaladas passou a regular-se a vida quotidiana dos lagoenses. Esse relógio ainda hoje figura na torre da Igreja Matriz daquela bela e tradicional vila algarvia.
José Carlos Vilhena Mesquita, As minhas memórias académicas e cívicas com o P...José Mesquita
Depoimento memorialista sobre o convívio, a amizade e a vida académica desenvolvida ao longo de anos com o Prof. Doutor Joaquim Antero Romero Magalhães, eminente historiador, docente da universidade de Coimbra, deputado da 1ª Assembleia Constituinte após o 25 de Abril, e figura de relevo na sociedade portuguesa, no último quartel do século XX.
Loulé no contexto político e socioeconómico das Lutas LiberaisJosé Mesquita
Durante as lutas liberais no século XIX, Loulé e o Algarve apoiaram amplamente as forças liberais devido à sua mentalidade cosmopolita moldada pelo comércio e à sua proximidade com o Porto, centro do movimento liberal. Embora não tenha participado ativamente nas revoluções iniciais, o Algarve expressou apoio à Constituição de 1826. Nas disputas entre absolutistas e liberais, os algarvios ficaram do lado dos liberais e de Pedro IV, apesar das questões de legitimidade de ambos os l
Felipa de Sousa, algarvia condenada na Inquisição pelo "pecado nefando da sod...José Mesquita
O documento descreve o caso de Felipa de Sousa, uma mulher de Tavira, Portugal condenada pela Inquisição no Brasil colonial no século XVI pelo "pecado nefando da sodomia". Ela foi acusada junto com outra mulher após interrogatório forçado. Este foi o primeiro caso registrado de condenação por lesbianismo pela Inquisição nas Américas. O documento também fornece contexto histórico sobre a Inquisição e a sociedade colonial brasileira na época.
A Banha da Cobra - uma patranha com históriaJosé Mesquita
Entende-se por “Banha da Cobra” tudo aquilo que sendo um simples placebo, isto é, inócuo e inútil, se difunde e propaga publicamente como algo comprovadamente eficaz, seguro, poderoso e miraculosamente infalível. Para os lexicólogos significa algo que se publicita ou anuncia para endrominar incautos; um palavreado com o velado propósito de enganar os outros; uma proposta ou promessa de que não existe intenção de cumprir. Em suma, uma mentira, uma trapaça, um ludíbrio, uma vigarice. Hoje a expressão “banha da cobra” é usualmente empregue de modo pejorativo. E o "vendedor de banha da cobra" identifica alguém que é mentiroso, charlatão e de falsa índole. A banha da cobra é sempre a mesma, porque o prazer psicótico da fraude não se refreia perante a ganância de lucros tão arrebatadores. O que muda é a embalagem, isto é, o design e o marketing, porque a finalidade é sempre a mesma, sendo inclusivamente comum à mensagem hipocrática: submeter a dor e o sofrimento, vencer a doença. A diferença é que os charlatães visam apenas o lucro pelo embuste, enquanto os médicos e a medicina validam a ciência no confronto com a doença e o padecimento, na quimérica ilusão de triunfarem sobre a morte.
Para a História da Saúde no Algarve. As epidemias do cólera-mórbus no século XIXJosé Mesquita
1. O documento discute as epidemias ao longo da história, incluindo a Peste Negra que matou metade da população européia no século XIV.
2. Ele define os termos infecção, epidemia e peste, explicando como as doenças se espalham.
3. O foco é nas epidemias de cólera no século XIX no Algarve, Portugal.
Este documento é um projeto de 1825 para construir um canal no rio Séqua em Tavira, desviando seu curso diretamente para o mar. Isso abriria uma nova barra e evitaria assoreamento, revitalizando o porto da cidade. O projeto parece simples e eficiente, aproveitando a topografia para poupar custos e preservar o meio ambiente. Infelizmente, sem o orçamento completo, não se pode avaliar sua viabilidade.
Salazar e Duarte Pacheco não ouviam a mesma músicaJosé Mesquita
Apesar de Salazar ser um ultraconservador, antidemocrata e antipartidário, de espírito rural, atreito a modernismos e inovações reformistas, teve no seio do seu primeiro governo uma figura de marcante iniciativa, contagiante ativismo, destacado empreendedorismo e de fulgurante reputação, que foi o Eng.º Duarte Pacheco. Não foi um convicto partidário do corporativismo salazarista, ate porque nas manifestações oficiais e públicas, em que intervinha, não fazia a saudação fascista nem evidenciava o júbilo esfuziante, quase fanático, dos outros ministros e acólitos do «Estado Novo». Inclino-me a aceitar que Duarte Pacheco nunca foi um fascista, na verdadeira asserção do termo, mas já não tenha duvidas quanto as suas convicções nacionalistas.
O documento descreve a história da pesca na cidade de Tavira no século XIX. Resume que a pesca sempre foi uma indústria importante para a economia de Tavira, com várias espécies de peixe sendo capturadas, como sardinha e atum. Também discute como os pescadores se organizavam em grupos e como pagavam impostos sobre sua captura de peixe.
O Remexido e a resistência miguelista no AlgarveJosé Mesquita
Desenvolvida análise do trajecto de vida de José Joaquim de Sousa Reis, vulgo o Remexido, não só como heróico guerrilheiro miguelista, mas também como cidadão, como político local e como militar. O trabalho está estribado em documentação inédita e em credíveis fontes bibliográficas. A sua leitura pode ser muito proveitosa até mesmo àqueles que se sentem menos familiarizados com a temático das Lutas Liberais no nosso país.
Artigo científico sobre a acção político-militar de José Joaquim de Sousa Reis, depois transformado no herói popular que o vulgo designava por Remexido, famoso guerrilheiro que sustentou a causa miguelista até ao fim do período histórico conhecido por Setembrimo. Foi, e ainda é, uma das mais carismáticas figuras da história regional algarvia, retratado em diversas obras da literatura portuguesa, desde o séc. XIX até à actualidade.
Da extinção à restauração do concelho de AljezurJosé Mesquita
O antigo ordenamento administrativo português tornara-se, no decurso dos séculos, numa imbricada confusão de concelhos, vilas coutos e honras, a que ninguém ousava pôr cobro. Era uma herança da História que só uma revolução das mentalidades, como aquela que resultaria da vitória liberal em 1834, poderia alterar. Esse foi um princípio de honra e compromisso político do novo regime. Teorizada por José Henriques Nogueira, esboçado por Mouzinho da Silveira mas levada à prática por Manuel da Silva Passos, a Reforma Administrativa exarada no decreto de 6-11-1836 exterminou os coutos da Igreja, as vilas e honras da Nobreza, e reduziu a menos de metade os concelhos então existentes. Não vamos agora dissecar o assunto. Em todo o caso, para se fazer uma ideia do seu profundo alcance, bastará dizer que dos 816 concelhos então existentes apenas se mantiveram 351, dos quais o Algarve foi uma pseudo-vítima.
Na verdade, dos 17 concelhos que o Algarve possuía apenas se extinguiram quatro, a saber: Alvor, Sagres, Aljezur e Castro Marim. Das suas 68 freguesias reduziram-se-lhe duas: N.ª S.ª do Verde, em Monchique, e S. João da Venda, em Faro, a qual se restabeleceria em 1842, mas no concelho de Loulé. Com Aljezur passou-se algo inusitado, pois que estando previsto fundir-se no concelho de Lagos acabaria por ser anexado a Monchique, o que causava grandes transtornos aos seus moradores.
O problema da reforma administrativa nunca foi pacífico e, de certo modo, agudizou-se com a publicação do Código, uma espécie de bandeira do novo regime liberal. Se no Código Administrativo de Passos Manuel, de 1836, os concelhos, como vimos, foram reduzidos para 351, no Código de Costa Cabral, de 1842, cresceram para 381; mas com Rodrigues Sampaio, em 1878, reduziram-se para 290, em 1880 Luciano de Castro não mexeu nos municípios e com João Franco, em 1895, apenas se acrescentou um concelho. Como se constata pela análise dos diversos códigos administrativos, não foi o Algarve objecto de grandes mudanças, pois que desde 1836 se manteve nos 15 concelhos e cerca de 70 freguesias. Porém, não podemos deixar de afirmar que os concelhos algarvios que mais sofreram com as bolandas da reforma administrativa foram Castro Marim, Vila do Bispo e Aljezur. A sua justificação era sempre a mesma: escassez populacional, isolamento geográfico e falta de letrados para a execução do poder autárquico.
Silvio Pellico, ao longo da sua penosa existência, metamorfoseou a sua personalidade política em diferentes opções e sucessivas etapas, hesitando sempre no caminho a escolher. Por isso, começou por ser um fervoroso nacionalista, passou ligeiramente pelas fileiras clandestinas da carbonária, apodreceu durante dez anos nas masmorras austríacas e acabou por se converter definitivamente à causa religiosa, regressando à paz católica em que nascera.
Este último gesto, talvez o de um desiludido, fará de Silvio Pellico uma espécie de desilusão pública do revolucionarismo político, o que lhe granjeará sérios dissabores, entre os quais o escárnio da traição. Para a maioria dos nacionalistas italianos, As Minhas Prisões de Silvio Pellico, são um “bluff”, espécie de literatura de seminário, que ninguém aproveita a não ser os inimigos da própria Itália. Por conseguinte, Silvio Pellico é um traidor à causa independentista italiana, um reles pacifista a quem não cabem as honras de perfilar ao lado de Garibaldi, de Cavour ou de Mazzini.
Este documento discute a origem e autoria do órgão da Sé de Faro. Apresenta três teorias principais: 1) Que foi construído pelo mestre organeiro alemão Arp Schnitger em 1701; 2) Que foi encomendado em 1715 ao organeiro João Henriques de Lisboa; 3) Que sua origem permanece incerta devido à falta de evidências conclusivas sobre seu construtor. O autor analisa cada teoria e argumenta que, embora possa ter influência alemã, a autoria de Schnitger não é definitivamente comprovada
Este documento descreve as tradições de Natal portuguesas. Apresenta as principais tradições como a queima do madeiro, a consoada, a missa do galo, o presépio, as janeiras e reis, e os cortejos dos reis magos. Explora as variações regionais destas tradições, especialmente no que diz respeito à gastronomia de Natal, e discute a origem e significado destas celebrações.
A Juventude e a Educação - da política da cigarra ao sacrifício da formigaJosé Mesquita
Urge proceder à “alfabetização cultural” da nação portuguesa, não só através duma educação auto-sustentada, como principalmente dum programa nacional de instrução das massas laborais, urbanas e rurais. O processo educativo deve contemplar não só os jovens estudantes, como também as classes etárias intermédias ou produtivas. Aos desempregados deverá ser dada prioridade num programa de formação intelectual e de reaprendizagem da vida produtiva. Aos idosos deverá ser franqueada a entrada nas universidades para obterem cursos reais e efectivos, e não apenas a simples ocupação dos tempos livres, como acontece nas designadas Universidades para a Terceira Idade.
Convém incutir não só nos jovens como nas classes adultas uma educação autodidáctica, estribada na observação e na análise empírica, a qual poderá vir a ser consolidada por um acompanhamento de leituras educativas a preços controlados e acessíveis. O Estado precisa de optar urgentemente por uma política do Livro, que facilite a edição a baixo custo e proporcione o consumo e a popularização da leitura. Daqui resultará uma política de defesa e valorização da língua portuguesa, uma divulgação e fomento da leitura pelo prazer da descoberta autodidáctica dos grandes valores da literatura nacional.
Na esperança de encontrarmos as genuínas manifestações culturais do Natal, fomos até à serra algarvia, cujos lugarejos percorremos ao sabor e à aventura de seculares caminhos. Conversámos com anciãos de provecta idade, em diferentes “montes” e em esconsos sítios, mas também falámos com pessoas instruídas e alguns jovens, que nesta quadra retornam às suas origens familiares para passarem as suas férias natalícias. Depressa concluímos que as tradições antigas se perderam, e são já irrecuperáveis; que a juventude pouco se interessa com o passado e que despreza as tradições etnográficas; que a televisão, pela sua massificação telenovelesca, faz reter as pessoas em casa e retira o convívio social, perdendo-se também o diálogo familiar em torno da lareira, durante o qual se transmitiam aos jovens as estórias do romanceiro popular; que a carestia de vida exterminou quase por completo as visitas aos lares para estreitar relações… Consensual entre as diferentes gerações é a ideia de o Natal ser a época em que se recebem presentes, sendo, enfim, a consoada uma noite especialmente feliz, mas muito menos alegre do que a noite da Passagem de Ano.
Permanece ainda desse passado a Ceia de Natal, assim como a gastronomia tradicional, a reunião da família, o presépio e os grupos de cantadores populares, a que chamam «charolas», que animam as noites frias das janeiras e das reisadas.
Subsídios para a História Eclesiástica do Algarve - Os Bispos de SilvesJosé Mesquita
Este Catálogo mais não é do que uma breve relação dos Bispos da Sé de Silves; mas cumpre acrescentar que o seu primordial interesse reside na comprovação documental da existência da conhecida contenda entre o rei de Castela e D. Afonso III respeitante à nomeação dos prelados silvenses, assim como a presença das suas assinaturas em vários diplomas de escrituras, doações e mercês, cuja citação constitui uma fonte de indesmentível importância para o estudo da História Eclesiástica do Algarve. Por outro lado, apercebi-me de que a maioria dos documentos aí referidos pertence ao Arquivo do Mosteiro de S. Cruz de Coimbra e ao Arquivo Nacional da Torre do Tombo, para além de serem citadas várias obras clássicas da historiografia ibérica. Tudo isto dava a entender que o seu autor seria um investigador erudito e bastante cuidadoso. Rapidamente me apercebi de que não me enganava ao verificar que a assinatura pertencia ao historiador Frei Manoel dos Santos, um dos mais notáveis intelectuais do seu tempo.
O presente manuscrito que ora se dá a público, pela primeira vez, compõe-se de quatro folhas, preenchidas no rosto e verso, numeradas de fls. 112 a 115 do códice 152 depositado na B. N. L., pertencente ao espólio da antiga Academia Real da História Portuguesa.
Egito antigo resumo - aula de história.pdfsthefanydesr
O Egito Antigo foi formado a partir da mistura de diversos povos, a população era dividida em vários clãs, que se organizavam em comunidades chamadas nomos. Estes funcionavam como se fossem pequenos Estados independentes.
Por volta de 3500 a.C., os nomos se uniram formando dois reinos: o Baixo Egito, ao Norte e o Alto Egito, ao Sul. Posteriormente, em 3200 a.C., os dois reinos foram unificados por Menés, rei do alto Egito, que tornou-se o primeiro faraó, criando a primeira dinastia que deu origem ao Estado egípcio.
Começava um longo período de esplendor da civilização egípcia, também conhecida como a era dos grandes faraós.
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Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdfenpfilosofiaufu
Caderno de Resumos XVIII Encontro de Pesquisa em Filosofia da UFU, IX Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU e VII Encontro de Pesquisa em Filosofia no Ensino Médio
Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)Centro Jacques Delors
Estrutura de apresentação:
- Apresentação do Centro de Informação Europeia Jacques Delors (CIEJD);
- Documentação;
- Informação;
- Atividade editorial;
- Atividades pedagógicas, formativas e conteúdos;
- O CIEJD Digital;
- Contactos.
Para mais informações, consulte o portal Eurocid:
- https://eurocid.mne.gov.pt/quem-somos
Autor: Centro de Informação Europeia Jacques Delors
Fonte: https://infoeuropa.mne.gov.pt/Nyron/Library/Catalog/winlibimg.aspx?doc=48197&img=9267
Versão em inglês [EN] também disponível em:
https://infoeuropa.mne.gov.pt/Nyron/Library/Catalog/winlibimg.aspx?doc=48197&img=9266
Data de conceção: setembro/2019.
Data de atualização: maio-junho 2024.
Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)
Sagres um lugar na história e no património universal
1. SAGRES
UM LUGAR NA HISTORIA E
NO PATRIMÓNIO UNIVERSAL
S/iIus n
$a n $u n 2000
2. S/líuS n°2 - &an. /&un. 2000
SAGRES
UM LUGAR NA HISTÓRIA E
NO PATRIMÓNIO UNIVERSAL *
porJoséCarlos VilbenaMesquita **
RESUMO
A Fortaleza de Sagres, considerada como o mais imponente monumento
que a força da natureza talhou no Algarve, tem sido, ao longo dos tempos,
objecto de culto da portugalidade e da investigação dos mais conceituados
historiadores, nacionais e estrangeiros. Estrategicamente situada no extremo
sudoeste da península, marco de passagem para o atlântico norte e águas
mediterrânicas, sofreu ao longo dos séculos constantes ataques dos corsários
marroquinos, em cuja defesa se distinguiram heroicamente as gentes do
barlavento algarvio. Nesta mole imensa edificou o Infante D. Henrique a sua
decantada “vila de Sagres”, cuja tradição permanece ainda hoje, bem viva na
memória dos povos então dominados pelas velas da Cruz de Cristo. Com a
morte do seu fundador acentuou-se-lhe o declínio, acrescido pelas pilhagens e
abalos telúricos, mergulhando na mais confrangedora ruína. No âmbito das
chamadas Comemorações Centenárias, de 1940 e 1960, concretizou-se a sua
reconstrução, devolvendo-se àquela fortaleza um semblante mais consentâneo
com os seus pergaminhos históricos. Todavia, o seu aproveitamento para fins
culturais não tem sido o mais desejável, residindo na exploração turística, o
único benefício que dela se obtém.
Para manter a sua conservação como monumento histórico do mais elevado
quilate, propomos que se promova,junto das entidades oficiais, a sua classificação
como Património Universal, sob a protecção da UNESCO.
Sagres, designação oficial de umapequena freguesia do concelho de Vila
do Bispo, vulgarmente reconhecida como um conjunto de vários acidentes
da orla marítimaque abraçam a esplendorosa península, agreste e fragosa,
que constitui o extremo sudoeste dacosta portuguesa, foi pelo antigo nome
de Promontório Sacro, ou pelo mais recente epíteto de Pontade Sagres que
119
3. José Carlos Vilhena Mesquita
aquela modestíssimapovoação eternamente se consagrou nas mais refulgentes
páginas da História Universal.
Conhecida desde tempos imemoriais, pelo seu tão alcantilado quanto
tenebroso Cabo, a ela se referem os ancestrais testemunhos de Eforo,
Artemidoro, Estrabão, Pompónio Mela, Aviena e tantos outros geógrafos da
Antiguidade Clássica. Ali teriam existido santuários de Herácles e de Cronos,
ali se pronunciaram preces ao fabuloso Saturno, ali vinham os deuses
conferenciar, ali... reinava a força do mito. No vertiginoso galopardos séculos
despontou naquele sagrado rochedo um núcleo cristão sob a invocação do
mártir São Vicente -cujasrelíquias foramtrasladadas em 1173 para Lisboa - em
cujo sepulcro se erigiu a Igreja do Corvo, à qual largamente se refere Edrisi.
Das suas areias partiram as caravelas lusas, às suas praias apartaram
corsários, aos seus muros se abateu o fero capitão Francis Drake, nas suas
águas se cobriram de glória os almirantes britânicos, Nelson e Charles Napier.
Toda aquela mole imensa, que a fúria do oceano apenas consegue afagar, é
um «ninho marítimo que foi de águias e gaviões do mar», como observa
OliveiraMartins; é um incomparável lugaronde «tudo à volta respira grandesa
amarga, melancolia áspera e uma força ilimitada», recanto como «não há em
toda a costa portuguesa aspecto de conjunto com tão erma e trágica beleza,
nem seria fácil encontrar refúgio e cenário mais próprio para um pensamento
obstinado de Herói e de Profeta», é como «poucos lugares no globo tão
isolados do mundo a que se ligam tão grandiosas recordações da Mítica e da
História», no expressivo pensamento de Raul Proença, é o Promontório
Sacro da antiguidade greco-latina e o Sacro Promontório da Pátria, ao
qual se arreigaram inesquecíveis páginas da História de Portugal e se ergueram
pela mão de esforçados guerreiros as estratégicas fortalezas de Sagres, Beliche
e do Cabo de S. Vicente.
A insignificante aldeia, que de Sagres usufrui o nome, despertoupara a luz
da ribalta histórica pela mão do infante D. Henrique. A partida e ao regresso
da expedição a Ceuta se ficou a dever o seu primeiro contacto com o Algarve
120
4. S /líu S n°2 - tfan. / $un. 2000
e no apreço das surtidas pescarescas dos seus marinheiros, que arpoavam as
baleias no mar alto e se defendiam bravamente dos corsários marroquinos,
parece residir a sua escolha e o seu encanto por estas recônditas paragens.
Concentrado no desafio dos mares e na expansão da Fé, o Infante lança
ferro na baía de Lagos, o seu “grande porto de armamento”.Daí até à fundação
daquela que ficou conhecida como a “vila do Infante” seráum pequeno passo
no tempo. Provavelmente começou por se acolher na Raposeira, mas, de
acordo com uma carta datada de 19-9-1460, já os seus olhares de há muito
se haviam fixado na importância estratégica daquele promontório, onde
«esguardando como ao cabo de sagres vinham e veem mujtas carracas naaos
guallees e ouytos naujos pousarpornõ achare tempo de ujagem onde aqueecia
estare per mujtos dias se acharem ne huua consolaçom de mantimentos e
doutras cousas neçessarias ne isso mesmo daguaa quassy nada» e ainda
«estando elles assy aly alguus ffaleciã da vida presente E os lançauam per
estas barrocas e prayas». Reconhecendo a primazia e utilidade de ali erguer
«uma povoação para dar mantimento e outras coisas neçessarias aos que nas
naus e galés, ali vinham pousar», logrou obter desde 27-10-1443 uma carta,
de seu irmão o regente D. Pedro, autorizando-o a «fazer certa poboração ou
poboraçoens cercadas no cabo de Trasfalmenar». Este local, que, segundo
um manuscrito de Munique, havia sido vítima de «longa despovoçam e
destruimento de mouros» fora outrora umapequena fortificação que aparece
citada com o nome de “Terçanabal” por um cruzado que assistira à conquista
de Silves, em 1189. Todavia, também é corrente encontrar-se a designação
de “Trasfalmenar” para identificar o mesmo Cabo de Sagres, onde não restam
dúvidas de que se teria erigida a vila do Infante. Porém, é forçoso lembrar
que o Infante não enviou de Sagres as suas caravelas, para «darem ao mundo
novos mundos nunca dantes navegados», nem ali fundou qualquer escola ou
academia náutica, nem tão pouco sobre o “Trasfalmenar” existiu qualquer
arsenal-estaleiro, como vulgarmente se propalava há algumas décadas atrás.
Efectivamente, Sagres pouco teve que ver com os descobrimentos, pois que
121
5. José Carlos Vilhena Mesquita
com essa reedificada “vila do Infante” se pretendeu, unicamente, acudir e
amparar os mareantes acometidos pelos corsários e pelas violentas nortadas
que, amiudadas vezes, os obrigavam a dar à costa. Essa glória caberá antes a
Lagos, considerada como a capital dos Descobrimentos, cujas condições
naturais propiciavam maior segurança às embarcações, dedicando-se os seus
povoadores quase exclusivamente à fainadapesca. Não esqueçamos queno seu
termo nasceramalgunsdos argonautasmais famososdanossaepopeiamarítima.
Faleceu o Infante D. Henrique 17 anos depois da citada autorização para
fundar a sua vila, e, posto que ali “obrasse continuadamente”, o certo é que
nela «avya soomente os muros, que eram deboa fortalleza, com alguas poucas
casas»,_conforme assevera Zurara. Portanto, a “vila do Infante” nunca gozou
da notoriedade e florescimento que o nome, riqueza e prestígio do seu
fundador faria prever, redundando tudo num estranho fracasso que só se
explica pela insalubridade do local. Acresce ainda a este insucesso o
desinteresse das populações campesinas pelo lugarejo, o que se comprova
através do diploma exarado pelo “Príncipe das Sete-Partidas”, em 4-1-1445,
que privilegiava os primeiros vinte povoadores que se quisessem estabelecer
definitivamente no sítio da Baleeira. Como éóbvio, serviriam, pontualmente,
para acudir à defesa da fortaleza de Sagres. Mas como dessa carta não
surtisse grande efeito, D. Afonso V confirmou-a em 2-9-1448, certamente a
pedido do seu tio, na esperança de obter melhores resultados.
Seja como for, não restam dúvidas de que em Sagres se situava a tão
decantada “vila do Infante”,cuja reconstrução deve ter-se operado pelo menos
desde 1443. Dela se conhecem alguns desenhos, plantas e mapas, sendo um
dos mais notáveis aquele que se encontra na Biblioteca da Ajuda, cópia do
original existente na colecção Cotton do Museu Britânico, supostamente
contemporâneo do ataque perpetrado em 1587 pelo corsário Francis Drake.
Dos edifícios nele representados distingue-se perfeitamente à esquerda a
cisterna, ao centro as habitações do aquartelamento militar, logo seguidas da
residência do “castelão” encimada por um nicho sineiro, tendo à direita a
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6. S /líu S n°2 - $an. / $un. 2000
Pormenor da planta do Cabo de Sagres desenhada por Francis Drake em 1587
suposta “Casa do Infante” continuada por um pano de muralha e, despegada
do conjunto, a igreja de Santa Maria; fora da fortaleza observa-se ainda a
localização da ermida de Santa Catarina e as duas «maretas» de beber e
lavar, assim como se assinala o forte da Balieira, do Beliche, o castelo, o
convento e o farol de São Vicente. Porém, das construções ali representadas,
não se vislumbra qualquer edifício apalaçado que tivesse servido de “Paço
do Infante”, embora se saiba que ali vieram conferenciar vários astrólogos,
cartógrafos, pilotos e outros aventureiros, dispostos a servirem os altos
desígnios henriquinos. Também ali se deslocou em 1458 o rei D. Afonso V, a
fim de planear com o tio a estratégia de ataque à praça africana de Alcácer
Ceguer. E neste “tenebroso” Cabo viveu D. Henrique os seus últimos dias, o
que se comprovaatravés de várias cartas firmadas na «Vila daVila do Infante».
Expirou a 13-11-1460, foi sepultado na Igreja de Santa Maria de Lagos e,
no ano seguinte, dali foi trasladado para o Mosteiro da Batalha.
Com a morte do Infante a praça de Sagres entra em franco declínio, mau
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7. José Carlos Vilhena Mesquita
grado os esforços de D. Afonso V para lhe fixar os povoadores - garantindo-
lhes os privilégios passados e ainda perdoando-lhes a metade da sisa - e a
protecção de D. Manuel I que em 1511 destinara para a Igreja de Santa
Maria um capelão com um rendimento anual de «dez mjll rreaes», tendo
pouco depois, a 12-12-1519, criado oficialmente a freguesia de Sagres,
apartando-a da de «sancta maria daldeia do bispo», simultaneamente
corroborado pelo Bispo D. Fernando Coutinho que lhe outorgou o respectivo
priorado. Ajuntar à corrosão dos tempos acrescente-se as devastações e
pilhagens de que foi alvo por parte dos corsários, das intempéries e até dos
fortes abalos telúricos ocorridos em 27-2-1722 e em 1-11-1755.
As consequentes obras de restauro e as novas edificações levantadas ao
longo dos séculos não curaram do seu passado histórico, pois que tiveram
em estrita obediência um mero carácter utilitário e funcional. Posto que
certamente desde o século XV esta situação incomodasse os seus habitantes
e até o poder central, o certo é que só foi encarada a sua recuperação, com
sentido prioritário, unicamente no reinado de Filipe III, que em carta datada
de 6-4-1631 ordena a D. Luis de Sousa, 2.° Conde do Prado e Governador
do Algarve que «acudisse logo ao castello de Sagres no quall cahirão alguns
lanços de muralha, deixando todas as demais obras». A ruína em que nessa
altura se encontrava era ainda resultante do desembarque da frota de Francis
Drake, ocorrido em 25-5-1587. Convém lembrar que a Fortaleza de Sagres,
durante e após o jugo espanhol, foi objecto de constantes apelos dos
governadores do Algarve, Henrique e Martim Correia da Silva, que não só
denunciavam a precariedade dos seus muros como ainda a débil
operacionalidade do seu armamento, queixando-se também da indigência
em que haviam mergulhado os seushabitantes. Sem sustento, sem equipamento
bélico e sem o pagamento do soldo, a defesa daquela praça militar era quase
impraticável. Os impostos, a ingratidão da terra e os constantes ataques dos
piratas, afastava definitivamente os povoadores. Nessa altura, das obras de
“pedra e cal” se encarregou o Eng.° Pedro de Santa Colomba, que tinha
124
8. S /líu S n°2 - $an. / $un. 2000
igualmente a seu cargo o restauro de alguns outros edifícios militares em Faro,
Tavira e Castro Marim. Consta que anteriormente - entre 1638 e 1642 -
também o Bispo D. Francisco Barreto procedera a obras de beneficiação no
edifício da cisterna e nos panos da muralha. Remonta igualmente ao século
XVIII o levantamento da derruída muralha exterior, que ficou estruturada
segundo o sistema de Pagan. Contudo,julgamos que não ficou concluída ejá
no século seguinte se entendia que o sistema de fortificação deveria ser
alterado, o que se atesta numa carta de D. Rodrigo António de Noronha e
Menezes, dirigida ao Marquês de Pombal, datada de 22-6-1754: «Fica esta
praça em uma ponta de rocha firme, pela parte do mar é forte por natureza;
pela da terra tem boa muralha, porém no exterior, está em partes por acabar;
o que se não precisa por se não dever seguir o método com que está
principiada, porque, quando sua Majestade a quisesse mandar acabar, se
devia seguir outro sistema».1
Mas, no ano seguinte, o terremoto arrasava quase por completo os edifícios
e os muros da fortaleza, conforme assevera o pároco numa memória enviada
em 1758 ao Padre Luís Cardoso;«... com o terremoto caiu grande parte dos
muros, em umas até ao chão, e em outras até o meio, e o que está de pé está
ameaçando ruína. (...) o contra muro padeceu pouco com o terramoto, está
todo de pé (...) A Igreja com o terramoto caiu parte do frontespício e parte
da abóbada; o arco da capela-mor despegou da parte esquerda para a direita,
e ficou meio suspenso, e a capela-mor se abriu em quatro partes e ficou toda
a igreja ameaçando grande ruína...».2
Após alguns anos de confrangedor abandono, encarregou-se da reposição
das muralhas e da reconstrução dos edifícios de apoio militar o Conde de
Vale dos Reis que seguindo o sistema de Vauban deu por concluído o seu
trabalho em 1793, o que se comprova pela inscrição das armas que encimam
a porta exterior. De acordo com uma planta do último quartel do século
XVIII, reservada na Biblioteca Nacional, provavelmente coeva do Conde
de Val de Reis, verifica-se quepossui uma estrutura externamuito semelhante
125
9. José Carlos Vilhena Mesquita
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Reprodução de um mapa existente na Bib. Nacional apresentando as alterações
na construção da muralha e toda a zona envolvente, do Beliche ao Cabo S. Vicente
à que ainda hoje apresenta, e que é totalmente diferente daquela que se
observa no mapa de Francis Drake. Contudo, é possível que essas obras
não tenham obtido a eficácia e a notoriedade que seria desejável, pois que
no primeiro quartel do século XIXjá evidenciavam acentuada degradação,
a acreditar nas palavras de Almeida Garrett consignadas no seu poema D.
Branca, publicado em 1826:
«.....................Ruinas tristes,
Esbroados pardieiros - oh, vergonha ! -
São as torres d’Henrique. Affasta os olhos,
Viandante, não vejas esse opprobrio
Da Nação que a primeira foi no mundo
Em nobrezas.....»
Em Oitocentos pouco ou nada se fez para obstar a esta triste situação, a
não ser a simples constatação do facto pelo Visconde de Sá da Bandeira
que em 1833, então episodicamente Governador do Algarve, idealizou para
o local a colocação de «uma coluna rostral que recordasse aos que passam
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10. S íiíu s n°2 - %n. / $un> 2000
por aquele promontório o nome do ilustre príncipe (D.Henrique) e as glórias
navais dos portugueses». Porrazões que desconheço, alterou as suas intenções
optando pela incrustação de uma lápide na parede interna do torreão com
uma inscrição em latim, paralelamente traduzida em português, da autoria do
famoso Cardeal Saraiva, inaugurada em 24-7-1840, e cuja transcrição corre
impressa em variadíssimas obras. Curiosamente, mais tarde, o escritor Brito
Camacho ao confrontar-se com a sua leitura classificou-a de «espécie de
pedra tumular, marcando a sepultura de um obscuro major reformado».
Constata-se, portanto, que a beneficiação e restauro das muralhas de
Sagres constituiu-se num processo lento e demorado que se prolongou, com
maior ou menor acuidade, praticamente até 1960, altura em que a Direcção
Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais lhe conferiu o actual aspecto.
Penetrando no recinto interior do promontório, deparamos com três
elementos arquitectónicos principais, a saber: a igreja, o conjunto alinhado de
habitações vulgarmente designado por edifícios da “correnteza de Sagres” e
a tão decantada “Rosa dos Ventos”.
A igreja que serve de matriz à freguesia, tem por orago Nossa Senhora
da Graça, cuja origem se desconhece mas quejá vem referenciada, embora
com o nome de Santa Maria da Graça, nos livros paroquiais desde 1713. No
entanto, a sua primitiva invocação seria Santa Maria pois que na carta do
Infante D. Henrique datada de 1460 se afirma a dado passo: «Em Reuerença
de minha Senhora Sancta maria mandey e(m) ella [Vila do Infante] fazerhuua
sua capella». Coeva do Infante - se não na traça arquitectónica é-o pelo
menos na posição que ocupa, pois que a mesma se pode observar no mapa
de Francis Drake - possui uma só nave e um único altar, a que dá acesso um
portal renascentistade nímia singeleza, originário dumaposteriorreconstrução.
No seu interior há apenas que assinalar a existência de três lápides tumulares
brasonadas, datadas de 1591, 1627 e 1663; a primeira parece pertencer a
João Fernandes de Ceutà (capelão da igreja) e as outras aos “castelões” do
tempo da governação filipina, respectivamente a Diogo Misia Chirinos e a
127
11. José Carlos Vilhena Mesquita
Igreja de Nossa Senhora da
G raça, onde se g u nd o reza a
tradição esteve sepultado São
Vicente, cujas reliq uía s foram
levadas para Lisboa numa barca
pescaresca ladeada p o r corvos,
que co m p õ e m o b ra z ã o da
cidade.
(Aguarela de Hélio Xavier, 1992)
Ascenço Alvares Barreto. O retábulo do altar-mor era de talhe renascentista,
onde presentemente já não se encontra por haver sido retirado durante as
obras de restauro, e a imagem de N.a S.a da Graça parece-nos de origem
italiana recentemente retocada nos seus paramentos.
Os edifíciosda“correnteza”,que alinhamparalelamente àmuralhaeque dela
distam cercade 70metros, encontravam-sedesde o século XVIII em acentuado
estado de abandono, os quais foram radicalmente alterados na reconstrução
efectuadapelos MonumentosNacionais, ali se instalando um Centro de Estudos
Ultramarinos, cuja actividade científicanão teve grandes repercussões. Nessa
altura demoliu-se o edifício do Posto Radiogonométrico Naval, que em boa
verdade não se enquadrava nas tradições históricas do local.
Nos edifícios da “correnteza”, supõe-se que terão existido os Paços do
Infante, a Casa do Cosmógrafo, a casa do Governador e outras dependências,
a que já alguém chamou “as cavalariças d’el-rei”, mas que efectivamente
serviam para alojar a guarnição militar. Quando os Monumentos Nacionais
128
12. S/líuS n°2 - $an . / tfun. 2000
procederam à demolição daquelas casas, restituindo-as à traça que o desenho
de Francis Drake parecia revelar, descobriram-se vários panos da primitiva
muralha assim como vestígios de uma outra cintura para Sul e de ambos os
lados da escarpa, o que em tempos remotos tomava quase inexpugnável
aquele recinto militar. Curiosamente, vem a talhe de foice lembrar que nessa
altura, tiveram que adquirir a fortaleza por estar na posse de um particular, o
que era verdadeiramente inconcebível.
A “rosa dos ventos”, estranha figura geométrica radiada, desenhada com
pedras toscas, foi casualmente descobertapor volta de 1921; possui 51 metros
de diâmetro e 32 raios, ou rumos, de tamanho e espacejamento muito desigual.
Trata-se de um elemento de incontestável valor histórico, susceptível das
mais variadas interpretações, cuja origem se desconhece mas que se supõe
coeva do Infante D. Henrique, até pelo facto de aqui se haverem encontrado
cinco ceitis deD. Afonso V, hoje depositados no Museu de Lagos. O almirante
Gago Coutinho, que a 30-7-1949 visitou o local, afirmou não ter dúvidas de
que se tratava de uma rosa-dos-ventos, prova evidente da presença de pilotos,
astrónomos e navegadores, que ali se reuniam sob os auspícios do Infante.
Contudo, esta interpretação não está ainda dada como definitiva, pois há que
não esquecer a hipótese do Dr. José António Madeira que sustentava a
configuração de quatro relógios solares, entrelaçados e correspondentes às
quatros estações do ano. Seja como for, numa planta dos finais do século
XVIII, conservada na Biblioteca Nacional, constata-se que por aquele local
existiu uma, construção de forma circular, nela designada como “ermida
incompleta”.Porém, na gravurapublicadana revista O Panorama nada consta
que nos possa asseverar da sua existência, não figurando também o edifício
de traça medieval, presentemente transformado em auditório. Mantém-se,
portanto, a dúvida. Terá existido ali uma vetusta ermida ou antes um
observatório astronómico ?
Quanto ao resto pouco mais há que assinalar, a não ser o edifício de
construção nitidamente medieval, situado cerca de 50 metros para sul, de
129
13. José Carlos Vilhena Mesquita
Desenho da Fortaleza publicado em 1843 na revista O Panorama
utilização aindapouco esclarecida, que não consta no mapa de Francis Drake
mas que na planta do século XVIII aparece designado por “armazém
incompleto”, presentemente adaptado como auditório e onde se projecta um
filme alusivo aos descobrimentos henriquinos, que convinha fazer substituir
porum documentário cientificamente mais rigoroso. As ruínas do velho paiol
foram restauradas, o antigo farolim foi demolido para dar lugar a um farol com
estação radioganométricaeo tãopropalado monumento ao Infante, de que se fez
concurso público ecuja construção esteve prevista para assinalar o Centenário
da Nacionalidade, nunca chegou, felizmente a efectivar-se. As fumas e outros
acidentes geográficos completam aquela mole imensa, fortalezanatural que a
história consagrou, pólo de atracção do turismo internacional, que nas pedras
mortas da velha muralha sentem no murmúrio dos ventos a voz do passado.
Fica-nos, porém, a sensação de estarmos perante um vasto e rico
património quejá ultrapassou os restritos limites da nossa posse, visto que a
força da sua tradição histórica de há muito que se tomou pertença da cultura
universal. Por isso, proponho que por intermédio das mais competentes
instâncias superiores se outorgue ao Promontório de Sagres a classificação
130
14. ô /líu s n°2 ~$an. / %un. 2000
de Património Universal, sob a protecção da UNESCO. Suponho que só
deste modo teremos a garantia da sua conservação e intocabilidade, para
além dos séculos.3
A Situação actual de Sagres
Quando escrevi esta comunicação estava longe de supor que a minha
proposta de classificação do Promontório de Sagres nunca seria aceite pela
então Secretaria de Estado da Cultura. Na verdade, já nessa altura se falava
na possibilidade de ali erguer um monumento aos Descobrimentos, como se
aquele lugartalhado pela forçada natureza eprenhe de um secularmisticismo
não fossejá suficientemente monumental para dispensar uma intervenção
humana. A minha proposta de classificação aprovada nas Jornadas da APAC
e enviada à então SEC foi postergada e arquivada, porque estava nos
propósitos do governo abrir um concurso público para o reordenamento do
espaço envolvente, dotando a Fortaleza de Sagres de equipamentos turísticos
que perpetuassem a epopeia dos Descobrimentos Portugueses e tomassem
rentável o.investimento público. No fundo o que se ouvia dizer não era tido
em linha de conta porque soava à repetição de um inacreditável absurdo
executado, felizmente sem repercussões de maior, pelo Estado Novo cujo
chefe, Oliveira Salazar, teve o bom senso de nunca mandarmaterializar. Com
efeito, nos dois concursos públicos, realizados por ocasião das
Comemorações Centenárias, houve efectivamente vencedores que receberam
os seus prémios pecuniários e distinções honoríficas. Mas não se concretizou
nenhum monumento aos Descobrimentos, porque alguém, suficientemente
inteligente, impediu que se cometesse a atrocidade de alterar o equilíbrio
paisagístico de um notabilíssimo promontório, talhado pela força da natureza
e carregado de forças místicas, que deram àquele espaço a ambiência temerosa
e aventureira da diáspora lusitana.
131
15. José Carlos Vilhena Mesquita
Infelizmente a ânsia pequeno-burguesa de ficar na História a todo o custo
tem-se manifestado de forma doentia na mente dos nossos políticos, a ponto
de cometerem o pecado do despesismo público e do esbanjamento financeiro
em obras megalómanas de duvidosa utilidade e nímio interesse nacional. São
disso exemplo o Centro Cultural de Belém e a Expo 98 (agorapomposamente
denominada como “Parque das Nações”) que no seu conjunto ascendem a
algumas centenas de milhões de contos, uma exorbitância para um país que
segue na cauda da Europa dita industrializada e desenvolvida. Por outro lado
são obras duma inquietante similitude com o Estado Novo, que nos trazem à
memória o estigma do centralismo político e da superioridade da “capital do
império” face ao subdesenvolvimento e assimetrismo económico da chamada
“província” ou do “Portugal profundo”.
Mas pior do que tudo isso é aceitar que em nome dos Descobrimentos e
da cultura portuguesa se tivesse realizado um concurso público para dotar a
Fortaleza de Sagres de equipamentos turísticos, fazendo tábua rasa dos
princípios que nortearam a intervenção de 1960, aqual se limitou areconstituir
os elementos arquitectónicos contidas na carta desenhada por Francis Drake.
Os “fascistas” entenderam que não se devia construir um monumento em
Sagres aos Descobrimentos, mas tão só recuperar os edifícios que ali teriam
indubitavelmente existido no séc. XVI. Os nossos iletrados governantes, à
laiade um novo-riquismo confrangedor, decidiram efectuar uma “arrasadora”
intervenção em Sagres, orçada em quase um milhão de contos, que serviu
apenas para construir um inestético edifício a que o vulgo chama o “armazém
dobacalhau”.O que ali se fez foi simplesmenteum atentado de lesapatrimónio,
ainda por cima contra a vontade dos algarvios. Notou-se então claramente
que o Algarve não possui uma forte consciência regional capaz de garantir a
suaintegridade cultural e de reivindicar a suaancestral personalidade histórica.
E quando em 1991 se embargaram as obras, o maljá estava feito e ninguém
teve a inteligência suficiente nem o mínimo bom-senso para pedir desculpa
aos algarvios e mandar demolir o mamarracho a que chamam o “armazém do
132
16. S/líuS n°2 - $ar>. / $un. 2000
bacalhau”.Bem pelo contrário, acabaram-se as obras sob a desculpa de que
a reposição da situação anterior implicaria a devolução à CEE de meio milhão
de contos. Por isso hoje a Fortaleza está “nova e bonita”, como diria qualquer
bimbo novo-rico. Muralhas rebocadas de cimento, imaculadamente caiadas
de branco, a condizer com a alvura dos novos edifícios turísticos. O que
antes era um respeitável monumento militar do século XVI, ensimesmado
num imensomonumentotalhadopelanatureza, éhojeum modemo equipamento
turístico para receber estrangeiros vestidos de calções e soquetes brancas, a
condizer com os edifícios e o slogan: “o Algarve é branco”.
1 Jordão de Freitas, A Vila e a Fortaleza de Sagres nos séculos XV a
XVIII, Coimbra, edição do Instituto de Alta Cultura, 1938, p.l 16.
2 ANTT, Diccionário Geográfico, vol. 33, fls. 142.
3 Termina aqui o texto da nossa comunicação apresentada em Vila do
Bispo a 28-11-1986, no âmbito das VI Jornadas Regionais sobre Monumentos
Militares, organizadas pela Associação Portuguesa dos Amigos dos Castelos.
Nessa altura apresentamos uma moção para a classificação do Promontório
de Sagres como Património da Humanidade, a qual foi unanimemente aprovada
pelos participantes nas Jornadas. Infelizmente a proposta não teve o seguimento
desejado, mas isso não lhe retira o mérito de ter sido a primeira que veio a
público para defender e promover a dignidade daquele que é seguramente o
maior monumento dos Descobrimentos Portugueses.
133
17. José Carlos Vilhena Mesquita
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Zurara, Gomes Eanes de, Crónica de Guiné, Porto, Liv. Civilização, 1973.
** Presidente da AJEA e Professor da Universidade do Algarve
* Texto da comunicação apresentada às VI Jornadas Regionais sobre Monumentos Militares,
realizadas em Vila do Bispo, Lagos, Silves, Loulé e Faro, de 28 de Novembro a 1 de Dezembro de
1986, sob a égide da Associação Portuguesa dos Amigos dos Castelos (APAC). As Actas destas
Jornadas nunca se editaram, mantendo-se inédita a comunicação que agora se publica.
Perspectiva do telhado dos edifícios
da “c o rre n te z a ", que fo ra m
reconstruídos conforme o desenho
de Francis Drake. Foram arrasados
p a ra no seu lu g a r se e rg u e r o
popularmente denominado “armazém
do bacalhau".
(Aguarela de Hélio Xavier, 1992)