O documento discute os pressupostos filosóficos da ciência natural, resumindo as principais correntes: 1) o positivismo lógico defendia que o conhecimento científico deve ser baseado na observação empírica; 2) Popper criticou a visão positivista e defendeu o método das conjecturas e refutações, onde teorias são testadas através de tentativas de refutá-las; 3) Kuhn argumentou que a ciência segue "paradigmas" dominantes e muda por meio de revoluções cientí
CARACTERÍSTICAS DA ATITUDE FILOSÓFICA
A indagação e a atitude filosófica são inerentes à natureza humana.
Por sua natureza intríseca, induzido e conduzido por razões imanentes, como a dúvida, a incerteza e o desespero, o homem não consegue eximir-se de atitudes filosóficas, ou seja, interroga-se sobre si mesmo e sobre o sentido de sua existência.
A atitude filosófica nos mergulha num mundo espetacular, terrível e fantástico ao mesmo tempo: a busca da sabedoria e da verdade.
Em crise existencial ou na euforia da vida, alguém que comece a indagar sobre o porquê da própria vida, estaria começando a filosofar, isto é, tendo uma atitude filosófica.
Ter uma atitude filosófica quer dizer que estamos utilizando o raciocínio fundamentado e lógico, tendo uma visão crítica e adulta da realidade e convicções sustentadas.
E ai podemos destacar duas características da atitude filosófica:
• A busca da sabedoria e da verdade - o homem descortina-se do véu que o encobre passa a ver sua realidade com outros olhos e a se ver de maneira mais completa com mais compreensão de sua natureza.
• “Desperta “para uma atitude crítica e de avaliação - o homem a partir de então não poderá mais olhar, ele agora vai” observar” tudo ao seu redor fazendo análises constantemente.
CARACTERÍSTICAS DA ATITUDE FILOSÓFICA
A indagação e a atitude filosófica são inerentes à natureza humana.
Por sua natureza intríseca, induzido e conduzido por razões imanentes, como a dúvida, a incerteza e o desespero, o homem não consegue eximir-se de atitudes filosóficas, ou seja, interroga-se sobre si mesmo e sobre o sentido de sua existência.
A atitude filosófica nos mergulha num mundo espetacular, terrível e fantástico ao mesmo tempo: a busca da sabedoria e da verdade.
Em crise existencial ou na euforia da vida, alguém que comece a indagar sobre o porquê da própria vida, estaria começando a filosofar, isto é, tendo uma atitude filosófica.
Ter uma atitude filosófica quer dizer que estamos utilizando o raciocínio fundamentado e lógico, tendo uma visão crítica e adulta da realidade e convicções sustentadas.
E ai podemos destacar duas características da atitude filosófica:
• A busca da sabedoria e da verdade - o homem descortina-se do véu que o encobre passa a ver sua realidade com outros olhos e a se ver de maneira mais completa com mais compreensão de sua natureza.
• “Desperta “para uma atitude crítica e de avaliação - o homem a partir de então não poderá mais olhar, ele agora vai” observar” tudo ao seu redor fazendo análises constantemente.
Métodos de Ensino - Texto de Libâneo (1994)Mario Amorim
Apresentação do Capítulo 5, sobre 'os Métodos de Ensino', do livro de Didática de José Carlos Libâneo, páginas 149-176.
Fonte: LIBÂNEO, J.C. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.
Material apresentado na reunião com Professores Coordenadores, de 21 de março de 2014, na DE Leste 4, como subsídio para o desenvolvimento das ATPCs como espaço de formação continuada. Tema: Avaliação.
Métodos de Ensino - Texto de Libâneo (1994)Mario Amorim
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4. 1. O positivismo lógico
• Termo positivismo vem de Augusto Comte
(ciência como paradigma de todo o conhecimento)
• Linha anglo-americana: ideias empiristas (Stuart Mill,
David Hume, Bertrand Russell) + lógica moderna
(matemática e lógica de Hilbert, Peano, Frege, Russel,
Wittgenstein) -> positivismo lógico
• Movimento influenciado pela física quântica e teoria da
relatividade
5. 1. O positivismo lógico
• Surgido nos anos 1920, na Áustria (Círculo de Viena),
Alemanha e Polônia, com muitos emigrando para os EUA
ou Inglaterra fugindo do nazismo
• A Lógica e a Matemática seriam válidas pois estabelecem
as regras da linguagem, sendo um conhecimento a priori,
independente da experiência
• Por sua vez, o conhecimento factual ou empírico deveria
ser obtido da observação, por meio da indução
6. 1. O positivismo lógico
• Exemplos do cisne branco e da dilatação de metais
(enunciados gerais a partir da observação)
• A aceitação de leis ou teorias seriam decididas
exclusivamente pela observação ou experimento
• Conhecimento científico a partir de base empírica sólida:
objetividade da ciência
7. Concepção hegemônica de ciência:
positivismo/pós-positivismo
Teoria do conhecimento
Estudo do ser, natureza do ser, a
existência e a realidade
8. Estrutura textual de um artigo nas Ciências Naturais
• Resumo/Abstract
• Introdução
• Objetivos
• Materiais e métodos
• Procedimentos
• Resultados
• Conclusões
• Referências bibliográficas
12. Paradigma quantitativo de pesquisa
(empirismo indutivista/positivismo/pós-positivismo)
Ciências Naturais e Exatas
• Pretende ser objetiva (independência relativa dos dados em relação ao
pesquisador) (Artigos na terceira pessoa)
• Baseada na experimentação/empiria
• Precisão, controle e redução de variáveis
• Análises mecanicistas: partes iguais
• Análises estatísticas com larga amostragem são fundamentais
• Os elementos básicos da análise são numéricos
• O pesquisador mantêm distância do processo
• Resultados são independentes do contexto da pesquisa
• Teste de hipóteses
• O raciocínio é lógico-dedutivo
• Estabelece relações de causa-efeito
• Busca generalizações
• Preocupa-se com as quantidades
• Importância dos instrumentos e ferramentas de análise
13. Exemplo de como o método científico aparece em um
livro didático contemporâneo
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29. 1.1 Críticas ao positivismo
• Karl Popper e outros questionaram o papel atribuído à
observação no positivismo, já que toda observação está
imersa em teorias
• Críticas à lógica indutiva (o fato de que todos os cisnes
observados até agora sejam brancos não garante que o
próximo será branco, nem que todos sejam)
31. 2. As ideias de Popper
• O método das conjecturas e refutações:
– A busca de conhecimento se inicia com a formulação
de hipóteses que procuram resolver problemas e
continua com tentativas de refutações dessas
hipóteses, através de testes que envolvem
observações ou experimentos.
– Se a hipótese não resistir aos testes, formulam-se
novas hipóteses que, por sua vez, também serão
testadas.
– Quando uma hipótese passar pelos testes, ela será
aceita como uma solução provisória para o problema.
Considera-se, então, que a hipótese foi corroborada
ou adquiriu algum grau de corroboração.
32. 2. As ideias de Popper
• A importância da refutabilidade
– Leis e teorias devem ser potencialmente refutáveis (abertas a refutações)
– Quanto mais geral for um enunciado ou lei, maior seu conteúdo empírico
ou informativo e maior sua refutabilidade (“todos os metais se dilatam
quando aquecidos”)
– Buscar leis cada vez mais gerais para acelerar o progresso do conhecimento
científico
– Buscar leis mais precisas, com conteúdo maior e maior chance de refutação
(“a dilatação dos metais é diretamente proporcional ao aumento da
temperatura”
– O que definirá o destino de uma teoria será seu grau de corroboração
– Quanto maior a refutabilidade de uma teoria, maior o número de
acontecimentos que ela “proíbe” e maior a variedade e severidade dos
testes a que ela pode ser submetida e, consequentemente, maior o grau de
corroboração adquirido se a teoria passar pelos testes
– Assim, teorias mais refutáveis possuem maior potencial de corroboração
33. 2. As ideias de Popper
• Verdade e corroboração
– Definição de verdade para Popper: “correspondência com
os fatos”
– Embora uma teoria científica possa ter passado por testes
severos com sucesso, não podemos descobrir se ela é
verdadeira e, mesmo que ela o seja, não temos como
saber isso com certeza
– No entanto, na história da ciência há várias situações em
que uma teoria parece se aproximar mais da verdade de
que outra
– O grau de corroboração aumenta quando caminhamos das
teorias mais antigas para as mais recentes
34. 3. A filosofia de Thomas Kuhn
(Consenso entre cientistas)
35. 3. A filosofia de Thomas Kuhn
• Focado no estudo da história da ciência
• Em 1957, discutiu as causas da Revolução Copernicana,
quando a teoria heliocêntrica de Copérnico substituiu o
sistema geocêntrico de Ptolomeu
• A substituição de teorias não é tão simples quanto para a
lógica falsificacionista
• Uma teoria “falseada” não precisa ser abandonada,
podendo ser modificada
• Objetivo central: explicar por que “os cientistas mantêm
teorias apesar das discrepâncias e, tendo aderido a ela,
por que eles as abandonam?”
36. 3. A filosofia de Thomas Kuhn
• O conceito de paradigma
– As pesquisas não são orientadas apenas por teorias, mas por algo mais
amplo, uma espécie de “teoria ampliada”, formada por leis, conceitos,
modelos, analogias, valores, regras para para a avaliação de teorias e
formulação de problemas, etc
– Exemplos: mecânica newtoniana (explica a atração e o movimento dos
corpos pelas leis de Newton); astronomia ptolomaica e copernicana; e as
teorias do flogisto e do oxigênio (explicam a combustão e a calcinação de
substâncias pela eliminação de um princípio inflamável)
– Serviram como modelos para a pesquisa científica de sua época,
funcionando como uma espécie de “visão do mundo” para a comunidade
científica, determinando que tipo de leis são válidas; que tipo de questões
devem ser levantadas e investigadas; que tipos de soluções devem ser
propostas; que métodos de pesquisa devem ser usados e que tipo de
constituintes formam o mundo
– Determinaria até mesmo como um fenômeno é percebido pelos cientistas
37.
38. 3. A filosofia de Thomas Kuhn
• A ciência normal
– A força de um paradigma explicaria por que as
revoluções científicas são raras
– Na maior parte do tempo, a pesquisa é orientada por
um paradigma e baseada em consenso entre
cientistas
– Todos os problemas e soluções têm de estar contidos
dentro do paradigma adotado
– Problemas não resolvidos e resultados discrepantes
não ameaçam o paradigma vigente (modificação em
hipótese auxiliar, mas não a teoria principal ou o
paradigma)
39. 3. A filosofia de Thomas Kuhn
• Crise e mudança de paradigma
– Revoluções científicas: mudanças de paradigmas
– Novos fenômenos são descobertos,
conhecimentos antigos são abandonados e há
uma mudança radical na prática científica e na
“visão de mundo” do cientista
– Só vemos o mundo a partir de paradigmas
40. A filosofia de Thomas Kuhn
“O que eram patos no mundo do cientista antes da revolução
passam a ser coelhos depois dela”
(Thomas Kuhn)
41. A filosofia de Thomas Kuhn
• A tese da incomensurabilidade
– É impossível justificar racionalmente nossa
preferência por uma entre várias teorias
– Como comparar teorias ou paradigmas se os cientistas
que aderem a paradigmas ou teorias diferentes têm
visões diferentes do mesmo fenômeno ou se o mundo
muda com o paradigma?
– A teoria nova explica alguns fatos que a teoria antiga
não explica, mas esta continua a explicar fatos que a
teoria nova não é capaz de explicar
– Assim, torna-se problemático afirmar que uma das
teorias é superior a outra
42. A filosofia de Thomas Kuhn
• A avaliação das teorias (características de uma
boa teoria científica):
– Exatidão
– Consistência
– Alcance
– Simplicidade
– Fecundidade
– Poder explanatório
– Plausibilidade
– Capacidade de definir e resolver o maior número
possível de problemas teóricos e experimentais
44. As ideias de Lakatos
• É sempre possível evitar que uma teoria seja refutada fazendo
modificações nas hipóteses auxiliares
• Sempre se pode formular uma nova hipótese adicional, salvando a
teoria da refutação
• “Refutações” de teorias podem sempre ser transformadas em
anomalias, atribuídas a hipóteses auxiliares incorretas
• As teorias não são abandonadas, mesmo quando refutadas por
enunciados de teste
• As teorias não são modificadas ao longo do tempo de forma
completamente livre
• Programa de pesquisa científica: sucessão de teorias com certas partes
em comum
• Núcleo rígido: princípios fundamentais de uma teoria, parte que não
muda em um programa de pesquisa
• Núcleo rígido: conjunto de leis consideradas irrefutáveis por uma
decisão metodológica (três leis de Newton e gravitação universal, no
caso da mecânica newtoniana)
45. As ideias de Feyerabend
(Anarquismo epistemológico)
• A ciência não tem um método próprio e nem é uma atividade
racional, mas um empreendimento anárquico, onde qualquer
regra metodológica já proposta foi violada pelos cientistas
• Progresso da ciência graças ao pluralismo teórico
• Relativismo total, “vale tudo” metodológico
• Sugere que cada grupo de cientistas defenda sua teoria com
tenacidade
• A crítica de teorias só pode ser feita através da retórica, da
propaganda ou com o auxílio de outras teorias competidoras
• Ciência não é superior a outras formas de conhecimento e
que não deveria ter qualquer privilégio