2. A RACIONALIDADE CIENTÍFICA E A
QUESTÃO DA OBJECTIVIDADE
Karl Popper – defende que o conhecimento científico
é objectivo e que a sua evolução é racional.
Thomas Kuhn – apresenta uma perspectiva da
ciência que rejeita a objectividade e a
racionalidade desta.
3. A EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA SEGUNDO POPPER
Segundo Popper, nunca podemos saber que uma
teoria científica é literalmente verdadeira; tudo o que
podemos saber é que, até um certo momento, não
se mostrou que é FALSA.
Racionalidade crítica – adoptar atitude critica –
sujeitar as teorias a testes que possam resultar na
sua refutação, ou seja, tentar detectar os erros das
teorias.
Evolução da
ciência
4. APROXIMAÇÃO À VERDADE
A verdade é a meta da ciência.
E uma teoria é VERDADEIRA se, e só se,
corresponde aos factos, ou seja, se descreve
correctamente aquilo que se passa no Mundo.
Popper – ciência é objectiva
Valor de verdade de uma teoria é independente de
crenças ou opiniões, pois o que lhe confere valor de
verdade é o que se passa na REALIDADE.
5. CIÊNCIA E PROGRESSO
Ciência progride em direcção à verdade, embora a
verdade última seja inalcançável.
De um modo geral, uma teoria é mais verosímil do
que outra quando implica mais verdades ou
menos falsidades.
6. OS PARADIGMA SEGUNDO KUHN
Paradigma – baseia-se numa teoria de grande poder
explicativo, que serve de modelo aos investigadores e
que determina os problemas em que a investigação
incidirá.
Sem um paradigma, não existe ciência. Os
paradigmas fundam a ciência e organizam o trabalho
dos cientistas.
7. ELEMENTOS DOS PARADIGMAS
Paradigma inclui:
Leis e pressupostos teóricos fundamentais
Regras para aplicar as leis à realidade
Regras para usar instrumentos científicos
Princípios metafísicos e filosóficos
Kuhn, pensa que um paradigma define e regula todo o
trabalho científico numa certa área de investigação.
8. RACIONALIDADE E PARADIGMAS
Características desejáveis de uma boa teoria para
fundar um paradigma:
Precisão
Consistência
Abrangência
Simplicidade
Fecundidade
Uma teoria que não seja avaliada consoante estes
critérios poderá ser considerada irracional.
9. A CIÊNCIA NORMAL
Depois da instituição de um paradigma inicia-se um
período de ciência normal.
A ciência normal caracteriza-se pelas tentativas
de desenvolver o paradigma, tornando-o mais
pormenorizado e completo.
10. ANOMALIAS E CRISE
A ciência normal nem sempre é bem sucedida: há
enigmas que ficam por resolver e que resistem às
tentativas de resolução (anomalia).
A acumulação de anomalias abala a confiança no
paradigma, gerando uma crise.
(Crise – período de insegurança durante o qual a
confiança no paradigma é abalada.)
11. A INCOMENSURABILIDADE DOS PARADIGMAS
Holística : todos os aspectos que constituem um
paradigma mudam em conjunto, como um todo e
não de forma isolada.
Incomensurabilidade – impossibilidade de
comparar os paradigmas objectivamente de
maneira a concluir que um é superior ao outro.
12. CRITÉRIOS OBJECTIVOS E FACTORES
SUBJECTIVOS
Para Kuhn a evolução da ciência não é um
processo absolutamente racional de eliminação de
teorias falsas à luz de critérios objectivos, mas uma
sucessão de paradigmas escolhidos por uma
combinação de critérios objectivos e factores
subjectivos.
13. DISCUSSÃO
Se não podemos afirmar com tanta certeza que
as teorias cientificas que aceitamos hoje são
verdadeiras, por que razão devemos de confiar
nelas?
Para confiarmos numa teoria, não é preciso termos a
certeza de que é verdadeira. Basta que seja uma teoria
que, entre as teorias disponíveis, tenha resistido aos
melhores testes empíricos. Assim, será razoável
acreditarmos que é verdadeira.
14. «Dado que tanto a racionalidade científica como
a filosofia se caracterizam pela atitude critica,
segue-se que não há qualquer diferença entre a
ciência e a filosofia.» Concorda? Justifique.
Não. Embora a ciência e a filosofia decorram de uma
atitude critica, só na ciência a investigação se desenvolve
de forma empírica.
DISCUSSÃO
15. DISCUSSÃO
«O facto de as escolhas dos cientistas serem
influenciadas por factores subjectivos mostra que
a ciência não é objectiva.» Concorda? Porquê?
Não. Os cientistas são influenciados por factores subjectivos,
mas a existência de crítica aberta na comunidade científica
permite filtrar os preconceitos individuais. A objectividade da
ciência não resulta do «espírito imparcial» dos cientistas,
considerados individualmente. Resulta da possibilidade de se
realizarem testes empíricos às teorias – testes passíveis de
reprodução.