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As macrotendências político pedagógicas da educação ambiental brasileira

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As macrotendências político pedagógicas da educação ambiental brasileira

  1. 1. As macrotendências político- pedagógicas da educação ambiental brasileira Philippe Pomier Layrargues (UnB) Gustavo Ferreira da Costa Lima (UFPB)
  2. 2. Diferentes conceitos de EA • “Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.” (Política Nacional de Educação Ambiental – Lei nº 9795/1999, Art 1º)
  3. 3. Diferentes conceitos de EA • “A Educação Ambiental é uma dimensão da educação, é atividade intencional da prática social, que deve imprimir ao desenvolvimento individual um caráter social em sua relação com a natureza e com os outros seres humanos, visando potencializar essa atividade humana com a finalidade de torná-la plena de prática social e de ética ambiental.” (Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental, Art. 2°)
  4. 4. Diferentes conceitos de EA • “A educação ambiental é a ação educativa permanente pela qual a comunidade educativa tem a tomada de consciência de sua realidade global, do tipo de relações que os homens estabelecem entre si e com a natureza, dos problemas derivados de ditas relações e suas causas profundas. Ela desenvolve, mediante uma prática que vincula o educando com a comunidade, valores e atitudes que promovem um comportamento dirigido a transformação superadora dessa realidade, tanto em seus aspectos naturais como sociais, desenvolvendo no educando as habilidades e atitudes necessárias para dita transformação.” [Conferência Sub-regional de Educação Ambiental para a Educação Secundária – Chosica/Peru (1976)]
  5. 5. Conservacionista Pragmática Crítica
  6. 6. As macrotendências político- pedagógicas da EA no Brasil • A educação ambiental é, inicialmente, influenciada pelas correntes do ambientalismo (Mattos, 2009)
  7. 7. 9 Breve histórico da questão ambiental  Anos 1960/1970/1980: movimento ambientalista e as críticas à sociedade urbano-industrial capitalista (desenvolvimentismo)  Questão ambiental passa a compor a agenda política internacional e o debate se torna público  Consequência de catástrofes de grandes proporções e de lutas sociais (Guerra Fria, ditaduras, testes nucleares, metais pesados na baía de Minamata/Japão, Chernobyl, Exxon Valdez, Césio em Goiânia, etc)
  8. 8. 10 Diferentes perspectivas ambientalistas Fonte: Adaptado de Loureiro, 2006 Correntes ambientalistas Concepção Frase Exemplo Ecocêntricos (“Ecologia Profunda”) Preservacionismo; Anti- humanismo “A espécie humana é apenas mais uma” Aldo Leopold; UICN Zeristas Crescimento populacional zero; Neomalthusiana “Degradação ambiental causada pelas altas taxas demográficas” Paul Ehrlich Verdes “Anarquistas”; Liberais; descentralização; ativismo; pacifismo “Nem à direita, nem à esquerda, estamos à frente” (Lema do PV) Partido Verde; ONGs (Greenpeace, WWF, etc); redes de EA Compatibilistas Compatibilizar desenvolvimento econômico e preservação ambiental “Desenvolvimento sustentável” Empresas e ONGs Neoliberais/Social- Liberalismo/ “Terceira Via” Economia de mercado; autonomia frente o Estado “Responsabilidade social”, “Parcerias Público-Privadas” PSDB, PT Socialistas Problemas sociais e ambientais vinculados ao capitalismo “Socialismo ou barbárie” Foster, Löwy, Chesnais, etc
  9. 9. Problemática socioambiental • No final dos anos 1970, a Ecologia Política trouxe a contribuição das ciências humanas e sociais para o debate ecológico (Layrargues e Lima, 2014, p. 23) • A abordagem antes era por um viés biológico e despolitizado dos problemas ambientais (ibidem) • Incorporou-se ao debate elementos como os modelos de desenvolvimento, os conflitos de classe, os padrões culturais e ideológicos, as injunções políticas dominantes na sociedade, as relações entre Estado, sociedade e mercado
  10. 10. Campo Social (Bourdieu, 2001; 2004) • Espaço plural de agentes sociais e de posições conceituais e políticas que disputam a definição das regras de funcionamento, cultura e valores reconhecidos pelos integrantes de um determinado universo social. • Educação Ambiental como campo social • EA é composta por uma diversidade de atores e instituições sociais que compartilham um núcleo de valores e normas comuns (Layrargues e Lima, 2014, p. 25) • Tais atores se diferenciam em suas concepções sobre a questão ambiental e nas propostas políticas, pedagógicas e epistemológicas que defendem para abordar os problemas ambientais (ibidem)
  11. 11. As macrotendências político- pedagógicas da EA no Brasil • Propõe-se “uma interpretação diferenciadora do campo da Educação Ambiental no Brasil, ainda que cientes dos riscos implícitos em todo esforço de classificação de realidades inerentemente complexas” (Layrargues e Lima, 2014, p. 24)
  12. 12. As macrotendências político- pedagógicas da EA no Brasil • Difícil delimitar quando surgiu essa percepção sobre as diferentes correntes na EA • Mas no início dos anos 1990 isso começa a se explicitar nos discursos manifestos nesse campo (ibidem, p. 26) • Loureiro e Layragues (2001) reconheciam que a educação ambiental começava a abandonar seu perfil predominantemente conservacionista de décadas anteriores e a incorporar a dimensão social do ambiente
  13. 13. As macrotendências político- pedagógicas da EA no Brasil • Estudos acadêmicos sobre diferentes correntes político-pedagógicas na EA: Sorrentino (1995), Brügger (1994), Carvalho (1995; 2002), Leonardi (1997), Guimarães (2000), Layrargues (2003), Lima (1999, 2003), Loureiro (2007), Machado (2010), Torres (2010), etc
  14. 14. EA Conservacionista • “uma prática educativa que tinha como horizonte o despertar de uma nova sensibilidade humana para com a natureza, desenvolvendo-se a lógica do ‘conhecer para amar, amar para preservar’, orientada pela conscientização ‘ecológica’ e tendo por base a ciência ecológica” (ibidem, p. 27)
  15. 15. EA Conservacionista • “é expressão das correntes conservacionista, comportamentalista, da Alfabetização Ecológica, do autoconhecimento e de atividades de senso- percepção ao ar livre, vinculada aos princípios da ecologia, na valorização da dimensão afetiva em relação à natureza e na mudança do comportamento individual em relação ao ambiente baseada no pleito por uma mudança cultural que relativize o antropocentrismo”
  16. 16. Alfabetização Ecológica • Proposta pedagógica formulada por Capra (1996) e outros baseada no conhecimento do que definem como princípios ecológicos básicos, a saber: interdependência, ciclagem, parceria, coevolução, flexibilidade e diversidade; e na transposição desses princípios a uma moralidade aplicável aos sistemas sociais, orientada pela lógica de um pensamento sistêmico (ibidem, p. 30)
  17. 17. Alfabetização Ecológica no livro A teia da vida (Capra, 1996)
  18. 18. EA Pragmática “abrange, sobretudo, as correntes da Educação para o Desenvolvimento Sustentável e para o Consumo Sustentável, é expressão do ambientalismo de resultados, do pragmatismo contemporâneo e do ecologismo de mercado que decorrem da hegemonia neoliberal instituída mundialmente desde a década de 1980 e no contexto brasileiro desde o governo Collor de Mello nos anos 1990” (ibidem, pp. 30-31)
  19. 19. EA Pragmática • Age como “um mecanismo de compensação para corrigir as ‘imperfeições’ do sistema produtivo baseado no consumismo, na obsolescência planejada e na descartabilidade dos bens de consumo” • Converge com a noção do Consumo Sustentável, que também se relaciona com a economia de energia ou de água, o mercado de carbono, as eco-tecnologias, a diminuição da “pegada ecológica” e demais expressões do conservadorismo dinâmico que operam mudanças superficiais, tecnológicas, comportamentais (ibidem, p. 31)
  20. 20. EA Pragmática • Ausência de reflexão que permita a compreensão contextual e articulada das causas e consequências dos problemas ambientais vinculadas à estrutura social e política da sociedade • Busca desenfreada por ações factíveis que tragam resultados orientados a um futuro sustentável, embora dentro de um limite que não ultrapasse as fronteiras do realismo político, do economicamente viável, da conservação do status quo, que na Educação Ambiental se enquadra na perspectiva da ‘atividade-fim’ (ibidem, p. 32)
  21. 21. EA Conservadora: Conservacionista e Pragmática • As macrotendências conservacionista e pragmática representam duas tendências e dois momentos de uma mesma linhagem de pensamento • EA Conservadora x EA Crítica
  22. 22. EA Conservadora • EA Conservadora: busca “promover a mudança de conduta do sujeito, em sua relação cotidiana e individualizada com o meio ambiente e com os recursos naturais, objetivando a formação de hábitos ambientalmente responsáveis no meio social”, evidenciando “uma leitura acrítica e ingênua sobre a problemática ambiental” e apontando “para uma prática pedagógica prescritiva e reprodutivista. Nesse sentido, a transformação da sociedade seria o resultado da transformação individual dos seus integrantes” (Quintas, 2002 apud Quintas, 2006, p. 290-291) e “a sustentabilidade seria atingida quando todos adotassem práticas sustentáveis, cotidianamente, na sua esfera de ação” (ibidem, p. 291)
  23. 23. 25 Educação Ambiental Crítica x Educação Ambiental Conservadora Características Crítica Conservadora Visão de Homem Situado histórica e socialmente Abstrato, Genérico Visão de Sociedade Conflituosa e desigual Conjunto de indivíduos Papel da Educação Problematizador e transformador Instrumental e viés comportamentalista Foco Compreensão e transformação da dinâmica social Mudanças de comportamentos, atitudes e valores morais individuais Fonte: Adaptado de Layrargues (in: Loureiro et al., 2006: 98); Loureiro, 2006: 111-112
  24. 24. EA Crítica • Aglutina as correntes da Educação Ambiental Popular, Emancipatória, Transformadora e no Processo de Gestão Ambiental • Crítica dos fundamentos que proporcionam a dominação do ser humano e dos mecanismos de acumulação do Capital, buscando o enfrentamento político das desigualdades e da injustiça socioambiental • Tende a conjugar-se com o pensamento da complexidade ao perceber que as questões contemporâneas, como é o caso da questão ambiental, não encontram respostas em soluções reducionistas (ibidem, p. 33)
  25. 25. Diferentes conceitos de EA • “A Educação Ambiental deve proporcionar as condições para o desenvolvimento das capacidades necessárias; para que grupos sociais, em diferentes contextos socioambientais do país, intervenham, de modo qualificado tanto na gestão do uso dos recursos ambientais quanto na concepção e aplicação de decisões que afetam a qualidade do ambiente, seja físico-natural ou construído, ou seja, educação ambiental como instrumento de participação e controle social na gestão ambiental pública.” (QUINTAS, J. S., Salto para o Futuro, 2008)
  26. 26. Diferentes conceitos de EA • “A Educação Ambiental nasce como um processo educativo que conduz a um saber ambiental materializado nos valores éticos e nas regras políticas de convívio social e de mercado, que implica a questão distributiva entre benefícios e prejuízos da apropriação e do uso da natureza. Ela deve, portanto, ser direcionada para a cidadania ativa considerando seu sentido de pertencimento e co- responsabilidade que, por meio da ação coletiva e organizada, busca a compreensão e a superação das causas estruturais e conjunturais dos problemas ambientais.” (SORRENTINO et all, Educação ambiental como política pública, 2005)
  27. 27. Diferentes conceitos de EA • “A Educação Ambiental, apoiada em uma teoria crítica que exponha com vigor as contradições que estão na raiz do modo de produção capitalista, deve incentivar a participação social na forma de uma ação política. Como tal, ela deve ser aberta ao diálogo e ao embate, visando à explicitação das contradições teórico-práticas subjacentes a projetos societários que estão permanentemente em disputa.” (TREIN, E., Salto para o Futuro, 2008)
  28. 28. Diferentes conceitos de EA • “Um processo educativo eminentemente político, que visa ao desenvolvimento nos educandos de uma consciência crítica acerca das instituições, atores e fatores sociais geradores de riscos e respectivos conflitos socioambientais. Busca uma estratégia pedagógica do enfrentamento de tais conflitos a partir de meios coletivos de exercício da cidadania, pautados na criação de demandas por políticas públicas participativas conforme requer a gestão ambiental democrática.” (LAYRARGUES; P.P. Crise ambiental e suas implicações na educação, 2002)
  29. 29. 31 Possibilidades de práticas críticas nas escolas:  Projetos Políticos Pedagógicos construídos com a participação da comunidade escolar  Parcerias com universidades públicas, museus, centros de pesquisa, Jardins Botânicos, etc  Projetos construídos a partir de diagnóstico da realidade local, procurando estabelecer pontes entre esta e a global  Projetos criados a partir da realidade de vida das famílias dos alunos
  30. 30. Exemplos de atividades que objetivam o desenvolvimento de uma consciência crítica sobre a questão socioambiental • Atividade sobre mercantilização da água com o uso da animação Abuela Grillo
  31. 31. Exemplos de atividades que objetivam o desenvolvimento de uma consciência crítica sobre a questão socioambiental • Trabalho em grupo sobre os usos da água
  32. 32. Exemplos de atividades que objetivam o desenvolvimento de uma consciência crítica sobre a questão socioambiental • Discurso do presidente da Nestlé sobre a mercantilização da natureza • Caso das águas em São Lourenço
  33. 33. Exemplos de atividades que objetivam o desenvolvimento de uma consciência crítica sobre a questão socioambiental • Desenvolvimento de consciência crítica sobre a noção de aquecimento global
  34. 34. Qual o impacto da humanidade sobre o meio ambiente? Todos somos igualmente responsáveis?
  35. 35. Pegada Ecológica Fonte: Porto-Gonçalves, C. W. A globalização da natureza e a natureza da globalização, 2006, p. 43
  36. 36. Ampliando o olhar para a realidade macro: todos gastam a mesma quantidade de energia? Montagem de fotos noturnas das diversas regiões da Terra
  37. 37. Alemanha: Família Melander, de Bargteheide Gasto semanal com alimentos: 375,39 euros (R$ 999,72) Estados Unidos: Família Revis, da Carolina do Norte Gasto semanal com alimentos: 341,98 dólares (R$ 581,76 Equador: Família Ayme, de Tingo Gasto semanal com alimentos: 31.55 dólares (R$ 53,73) Chade: Família Aboubakar, do Campo de Refugiados de Breidjing Gasto semanal com alimentos: 685 francos (R$ 2,09)

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