SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 17
Casos Clínicos
Mulher de 52 anos, viúva, descobriu ter taxa de glicose plasmática de 160 mg/dl durante o exame anual com o ginecologista. Exame ginecológico normal e menstruação normal. Tem forte história familiar de diabetes mellitus em ambos os lados da  família, e um de seus 4 filhos pesou 4,5 kg ao nascimento. Uma vez que todos os seus filhos já deixaram a casa, seu estilo de vida é sedentário. A obesidade tem sido um problema desde a segunda gestação. Seu peso tem variado de 90 a 103 kg. Ao exame, peso de 98 kg e altura de 162 cm, hemodinamicamente estável, porém com PA de 170/95 usando Captopril 25 mg, duas vezes ao dia. Exames laboratoriais – Colesterol total = 242 mg/dl; col LDL = 148 mg/dl;  col HDL = 35 mg/dl; triglicérides 278 mg/dl; ácido úrico sérico de 7,2 mg/dl. Como medida inicial, fez consulta com nutricionista e recebeu orientações com enfermeira orientadora. Iniciou dieta hipocalórica e programa de exercícios sob supervisão de um preparador físico; após seis semanas, pesou 90,2 kg e sua glicemia chegou a 130 mg/dl; hemoglobina glicada de 8,6%
a) O quadro clínico da paciente é sugestivo de síndrome metabólica? Justifique. O quadro clínico da paciente é sugestivo de síndrome metabólica, ou seja, há coexistência de vários fatores de risco cardiovascular: dislipidemia mista, obesidade, diabetes mellitus, hiperuricemia e hipertensão arterial. Dislipidemia mista : Colesterol total = 242 mg/dl; col LDL = 148 mg/dl;  col HDL = 35 mg/dl; triglicérides 278 mg/dl Obesidade : IMC = 37,4 Diabetes mellitus : história familiar, filho nasceu com 4,5 kg, glicose plasmática de 160 mg/dl, glicemia chegou a 130 mg/dl; hemoglobina glicada de 8,6% Hiperuricemia : ácido úrico sérico de 7,2 mg/dl Hipertensão arterial : PA de 170/95 usando Captopril 25 mg, duas vezes ao dia.
 
 
b) Qual seria a melhor medicação hipoglicemiante para essa paciente? Justifique. Nos pacientes obesos portadores de hiperglicemia e hipertrigliceridemia, o agente hipoglicemiante ideal é a  metformina . A  insulina  e as  sulfaniluréias  diminuem a glicemia, mas não ajudam na perda do peso nem previnem o seu ganho.  A  insulina  deve ser a medicação de primeira escolha em pacientes sintomáticos, especialmente aqueles com peso normal ou com sobrepeso e com glicemia de jejum acima de 270 mg/dl. Também, está indicada nos casos de problemas clínicos importantes, infecções e cirurgias.
As  sulfaniluréias  provavelmente iriam diminuir a glicose sérica desta paciente, mas o ganho de peso seria um complicação. Deve se lembrado que em aproximadamente 15% dos pacientes diabéticos tipo 2 recentemente diagnosticados as sulfaniluréias são ineficazes como agente hipoglicemiante. A causa deste insucesso terapêutico é desconhecido. Os agentes  glitazona  como monoterapia também aumentam o peso, como também aumentam os níveis de colesterol sangüíneo. A  acarbose  é reservada para pacientes com diabetes mellitus tipo2 nos quais a hiperglicemia pós-prandial é o problema principal. Nos pacientes com níveis de glicose em jejum elevados a acarbose tem efeito limitado.
c) Que alteração você faria no tratamento anti-hipertensivo dessa paciente? Justifique. Substituiria a monoterapia por uma associação de anti-hipertensivos. Além do fato da pressão arterial não estar sendo controlada, essa medida deve ser adotada em virtude da paciente apresentar hipertensão arterial moderada ou estágio 2 (PAS 160-179 e PAD  100-109) e alto risco cardiovascular (Framingham de 20 – 30%).
 
 
FCP, 39 anos, masculino. Procurou um cardiologista pois, durante exames de rotina, apresentou níveis elevados de triglicérides. Refere ter boa saúde, nega tabagismo e etilismo, mas é sedentário. Ao exame físico, o que chama a atenção é PA 142 x 94 mmHg e a circunferência abdominal de 104 cm. Peso 83,6 Kg, Altura 1,78m, IMC 26,38. O restante do exame físico não apresenta alterações. Exames laboratoriais: Glicemia 98 mg/dL, Colesterol total 173 mg/dL, HDL 37 mg/dL, LDL 80 mg/dL, Triglicérides 270 mg/dL. DGB, 45 anos, feminino. Procurou cardiologista para fazer um “check up”. Sente-se muito gorda e está preocupada com sua saúde. Nega doenças. Refere fazer caminhadas 2 vezes por semana, por cerca de 30 minutos. Fuma ½ maço/dia há 20 anos. Nega etilismo. Ao exame físico, apresentava PA 124 x 86 mmHg, peso 92,5Kg, Altura 1,63m, IMC 34,82, circunferência abdominal 99,8. Exames laboratoriais: Glicemia 95 mg/dL, Colesterol total 208 mg/dL, HDL 67 mg/dL, LDL 122 mg/dL, Triglicérides 93 mg/dL
a) Qual destes pacientes apresenta síndrome metabólica? Por quê? O paciente do caso clínico 1 preenche 4 critérios para ser definido como portador de síndrome metabólica, de acordo com a definição da NCEP/ATP III:  Circunferência abdominal > 102 cm,  HDL baixo (< 40 mg/dL),  Triglicérides elevados (>150 mg/dL) e  Hipertensão arterial (> 130 x 85 mmHg).  Embora o paciente do caso clínico 2 seja obeso, e a obesidade por si só é um fator de risco para doenças cardiovasculares, esse paciente não preenche os critérios necessários para ser definido como portador de síndrome metabólica.
 
 
b) Quais são as orientações que o paciente do caso clínico 1 deve receber? Este paciente não está muito acima do peso, mas como tem síndrome metabólica e, por isso, apresenta um risco bastante elevado de desenvolver doenças cardiovasculares e/ou diabetes, deve ser encorajado a mudar seu estilo de vida: adotar uma alimentação mais saudável e praticar atividades físicas aeróbicas, como caminhar diariamente por pelo menos 30 minutos. Espera-se que com estas mudanças ele perca peso, para manter seu ICM < 25 Kg/m2 e sua circunferência abdominal < 102 cm. Além disso, espera-se que melhore seus níveis pressóricos e seu perfil lipídico. Caso não consiga melhorar estes parâmetros só com medidas não-farmacológicas, o médico deve considerar um tratamento medicamentoso.
c) Quais são as orientações que o paciente do caso clínico 2 deve receber? A paciente do caso clínico 2 deve perder peso, adotando hábitos de vida saudáveis: melhorar a qualidade da alimentação e aumentar a frequência da atividade física que já pratica. Além disso, deve ser fortemente encorajada a parar de fumar. Caso não consiga melhorar a perda de peso só com medidas não-farmacológicas, o médico deve considerar um tratamento medicamentoso.
 

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Teste de glicemia capilar slide
Teste de glicemia capilar   slideTeste de glicemia capilar   slide
Teste de glicemia capilar slideRenata Nobre
 
Hipertireoidismo e hipotireoidismo
Hipertireoidismo e hipotireoidismoHipertireoidismo e hipotireoidismo
Hipertireoidismo e hipotireoidismoWalquer Sobrinho
 
Fisiologia diabetes mellitus
Fisiologia diabetes mellitusFisiologia diabetes mellitus
Fisiologia diabetes mellitusEduarda P.
 
Hipotireoidismo e Hipertireoidismo
Hipotireoidismo e HipertireoidismoHipotireoidismo e Hipertireoidismo
Hipotireoidismo e HipertireoidismoTaillany Caroline
 
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA - 2016
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA - 2016HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA - 2016
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA - 2016Maycon Silva
 
Hipertensao Arterial Caso Clínico Professor Robson
Hipertensao Arterial   Caso Clínico    Professor RobsonHipertensao Arterial   Caso Clínico    Professor Robson
Hipertensao Arterial Caso Clínico Professor RobsonProfessor Robson
 
NUTRIÇÃO PARENTERAL E NUTRIÇÃO ENTERAL
NUTRIÇÃO PARENTERAL E NUTRIÇÃO ENTERALNUTRIÇÃO PARENTERAL E NUTRIÇÃO ENTERAL
NUTRIÇÃO PARENTERAL E NUTRIÇÃO ENTERALElyda Santos
 
13ª aula doenças metabólicas Silvio
13ª aula   doenças metabólicas Silvio13ª aula   doenças metabólicas Silvio
13ª aula doenças metabólicas SilvioProf Silvio Rosa
 
Assistência de enfermagem nas doenças do sistema digestivo prof graziela
Assistência de enfermagem nas doenças do sistema digestivo prof grazielaAssistência de enfermagem nas doenças do sistema digestivo prof graziela
Assistência de enfermagem nas doenças do sistema digestivo prof grazielaWekanan Moura
 
Seminário integrado - Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)
Seminário integrado - Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)Seminário integrado - Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)
Seminário integrado - Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)Danilo Alves
 
Puericultura - Roteiro de Consulta
Puericultura - Roteiro de ConsultaPuericultura - Roteiro de Consulta
Puericultura - Roteiro de Consultablogped1
 
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICCInsuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICCCíntia Costa
 

Mais procurados (20)

Teste de glicemia capilar slide
Teste de glicemia capilar   slideTeste de glicemia capilar   slide
Teste de glicemia capilar slide
 
Hipertireoidismo e hipotireoidismo
Hipertireoidismo e hipotireoidismoHipertireoidismo e hipotireoidismo
Hipertireoidismo e hipotireoidismo
 
Fisiologia diabetes mellitus
Fisiologia diabetes mellitusFisiologia diabetes mellitus
Fisiologia diabetes mellitus
 
Hipotireoidismo e Hipertireoidismo
Hipotireoidismo e HipertireoidismoHipotireoidismo e Hipertireoidismo
Hipotireoidismo e Hipertireoidismo
 
Tireóide
TireóideTireóide
Tireóide
 
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA - 2016
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA - 2016HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA - 2016
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA - 2016
 
Hipertensao Arterial Caso Clínico Professor Robson
Hipertensao Arterial   Caso Clínico    Professor RobsonHipertensao Arterial   Caso Clínico    Professor Robson
Hipertensao Arterial Caso Clínico Professor Robson
 
NUTRIÇÃO PARENTERAL E NUTRIÇÃO ENTERAL
NUTRIÇÃO PARENTERAL E NUTRIÇÃO ENTERALNUTRIÇÃO PARENTERAL E NUTRIÇÃO ENTERAL
NUTRIÇÃO PARENTERAL E NUTRIÇÃO ENTERAL
 
Diabetes mellitus
Diabetes mellitusDiabetes mellitus
Diabetes mellitus
 
Diabetes
DiabetesDiabetes
Diabetes
 
Hipertensão Arterial
Hipertensão ArterialHipertensão Arterial
Hipertensão Arterial
 
13ª aula doenças metabólicas Silvio
13ª aula   doenças metabólicas Silvio13ª aula   doenças metabólicas Silvio
13ª aula doenças metabólicas Silvio
 
DIABETES
DIABETESDIABETES
DIABETES
 
Assistência de enfermagem nas doenças do sistema digestivo prof graziela
Assistência de enfermagem nas doenças do sistema digestivo prof grazielaAssistência de enfermagem nas doenças do sistema digestivo prof graziela
Assistência de enfermagem nas doenças do sistema digestivo prof graziela
 
Seminário integrado - Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)
Seminário integrado - Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)Seminário integrado - Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)
Seminário integrado - Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)
 
Puericultura - Roteiro de Consulta
Puericultura - Roteiro de ConsultaPuericultura - Roteiro de Consulta
Puericultura - Roteiro de Consulta
 
Diabetes
DiabetesDiabetes
Diabetes
 
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICCInsuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
 
Assepsia e antissepsia
Assepsia e antissepsiaAssepsia e antissepsia
Assepsia e antissepsia
 
SAÚDE DO IDOSO: ENFERMAGEM
SAÚDE DO IDOSO: ENFERMAGEMSAÚDE DO IDOSO: ENFERMAGEM
SAÚDE DO IDOSO: ENFERMAGEM
 

Destaque

Caso clinico sindrome metabolico
Caso clinico sindrome metabolicoCaso clinico sindrome metabolico
Caso clinico sindrome metabolicoBrendithap Mady
 
SINDROME METABOLICO CASO CLINICO
SINDROME METABOLICO CASO CLINICOSINDROME METABOLICO CASO CLINICO
SINDROME METABOLICO CASO CLINICOGaso Flow
 
Estudo de Caso - Diagnóstico de Enfermagem
Estudo de Caso - Diagnóstico de EnfermagemEstudo de Caso - Diagnóstico de Enfermagem
Estudo de Caso - Diagnóstico de EnfermagemYasmin Casini
 
Apresentação - Estudo de Caso Clínico
Apresentação - Estudo de Caso ClínicoApresentação - Estudo de Caso Clínico
Apresentação - Estudo de Caso ClínicoLetícia Gonzaga
 
Farmacoterapia e interações medicamentosas na farmácia clínica
Farmacoterapia e interações medicamentosas na farmácia clínicaFarmacoterapia e interações medicamentosas na farmácia clínica
Farmacoterapia e interações medicamentosas na farmácia clínicafarmacoterapiacpg
 
Apresentação de estudo de caso
Apresentação de estudo de casoApresentação de estudo de caso
Apresentação de estudo de casoDanimilene
 
Apresentação caso clínico
Apresentação caso clínicoApresentação caso clínico
Apresentação caso clínicojaninemagalhaes
 
Estudo de caso cloves ramos
Estudo de caso cloves ramosEstudo de caso cloves ramos
Estudo de caso cloves ramossuelen martins
 
Aula Síndrome Metabólica Paab VI
Aula Síndrome Metabólica Paab VIAula Síndrome Metabólica Paab VI
Aula Síndrome Metabólica Paab VIProfessor Robson
 

Destaque (20)

Caso clinico sindrome metabolico
Caso clinico sindrome metabolicoCaso clinico sindrome metabolico
Caso clinico sindrome metabolico
 
SINDROME METABOLICO CASO CLINICO
SINDROME METABOLICO CASO CLINICOSINDROME METABOLICO CASO CLINICO
SINDROME METABOLICO CASO CLINICO
 
Estudo de Caso - Diagnóstico de Enfermagem
Estudo de Caso - Diagnóstico de EnfermagemEstudo de Caso - Diagnóstico de Enfermagem
Estudo de Caso - Diagnóstico de Enfermagem
 
Sindrome metabolica
Sindrome metabolicaSindrome metabolica
Sindrome metabolica
 
Diabetes 2015 eraldo
Diabetes 2015 eraldoDiabetes 2015 eraldo
Diabetes 2015 eraldo
 
Apresentação - Estudo de Caso Clínico
Apresentação - Estudo de Caso ClínicoApresentação - Estudo de Caso Clínico
Apresentação - Estudo de Caso Clínico
 
Aula final
Aula finalAula final
Aula final
 
Obesidade Visceral
Obesidade VisceralObesidade Visceral
Obesidade Visceral
 
Apresentação síndrome metabólica
Apresentação síndrome metabólicaApresentação síndrome metabólica
Apresentação síndrome metabólica
 
Caso clínico
Caso clínicoCaso clínico
Caso clínico
 
Farmacoterapia e interações medicamentosas na farmácia clínica
Farmacoterapia e interações medicamentosas na farmácia clínicaFarmacoterapia e interações medicamentosas na farmácia clínica
Farmacoterapia e interações medicamentosas na farmácia clínica
 
Apresentação de estudo de caso
Apresentação de estudo de casoApresentação de estudo de caso
Apresentação de estudo de caso
 
Relato de caso clínico
Relato de caso clínicoRelato de caso clínico
Relato de caso clínico
 
Sindrome metabolico
Sindrome metabolicoSindrome metabolico
Sindrome metabolico
 
O Estudo De Caso
O Estudo De CasoO Estudo De Caso
O Estudo De Caso
 
Apresentação caso clínico
Apresentação caso clínicoApresentação caso clínico
Apresentação caso clínico
 
Rafael e michael 1 5°b
Rafael e michael 1 5°bRafael e michael 1 5°b
Rafael e michael 1 5°b
 
Estudo de caso cloves ramos
Estudo de caso cloves ramosEstudo de caso cloves ramos
Estudo de caso cloves ramos
 
Aula Síndrome Metabólica Paab VI
Aula Síndrome Metabólica Paab VIAula Síndrome Metabólica Paab VI
Aula Síndrome Metabólica Paab VI
 
Casoclinicp3
Casoclinicp3Casoclinicp3
Casoclinicp3
 

Semelhante a Casos clínicos de síndrome metabólica - Professor Robson

Plano de reorganização da atenção à hipertensão arterial e ao diabetes mellitus
Plano de reorganização da atenção à hipertensão arterial e ao diabetes mellitusPlano de reorganização da atenção à hipertensão arterial e ao diabetes mellitus
Plano de reorganização da atenção à hipertensão arterial e ao diabetes mellitusadrianomedico
 
Dislipidemia e risco cardiovascular
Dislipidemia e risco cardiovascularDislipidemia e risco cardiovascular
Dislipidemia e risco cardiovascularMonique Vazz
 
183 dietoterapia dm___2
183 dietoterapia dm___2183 dietoterapia dm___2
183 dietoterapia dm___2Fernanda Sloto
 
Aula Anorexígenos Na Obesidade
Aula Anorexígenos Na ObesidadeAula Anorexígenos Na Obesidade
Aula Anorexígenos Na ObesidadeFernanda Melo
 
Protocolo-Hiperglicemia HU 2018.pptx
Protocolo-Hiperglicemia HU 2018.pptxProtocolo-Hiperglicemia HU 2018.pptx
Protocolo-Hiperglicemia HU 2018.pptxLucasBarbosa334905
 
E-book Síndrome Metabólica. Muito comum, mas pouco conhecida
E-book Síndrome Metabólica. Muito comum, mas pouco conhecidaE-book Síndrome Metabólica. Muito comum, mas pouco conhecida
E-book Síndrome Metabólica. Muito comum, mas pouco conhecidaInstituto Baiano de Obesidade
 
Diabetes Mellitus - Consulta Médica e Tratamento
Diabetes Mellitus - Consulta Médica e TratamentoDiabetes Mellitus - Consulta Médica e Tratamento
Diabetes Mellitus - Consulta Médica e TratamentoBrenda Lahlou
 
Samuel_Tratamento_farmacologico_DM
Samuel_Tratamento_farmacologico_DMSamuel_Tratamento_farmacologico_DM
Samuel_Tratamento_farmacologico_DMcomunidadedepraticas
 
Casos básicos: estudo de problemas relacionados com medicamentos 2003
Casos básicos: estudo de problemas relacionados com medicamentos 2003Casos básicos: estudo de problemas relacionados com medicamentos 2003
Casos básicos: estudo de problemas relacionados com medicamentos 2003Cassyano Correr
 
Tabelas Protocolo Hiperglicemia.pdf
Tabelas Protocolo Hiperglicemia.pdfTabelas Protocolo Hiperglicemia.pdf
Tabelas Protocolo Hiperglicemia.pdfDalila677702
 
Protocolo dm
Protocolo dmProtocolo dm
Protocolo dmtvf
 
Diabetes mellitus ii[1]
Diabetes mellitus ii[1]Diabetes mellitus ii[1]
Diabetes mellitus ii[1]Rachel V.
 
DM para estudantes.pptx
DM para estudantes.pptxDM para estudantes.pptx
DM para estudantes.pptxMauricioMarane
 
Slides - Manejo de diabetes.pdf
Slides - Manejo de diabetes.pdfSlides - Manejo de diabetes.pdf
Slides - Manejo de diabetes.pdfRicardoLemes15
 
Manual de nutrição cap.6
Manual de nutrição cap.6Manual de nutrição cap.6
Manual de nutrição cap.6adrianomedico
 

Semelhante a Casos clínicos de síndrome metabólica - Professor Robson (20)

Plano de reorganização da atenção à hipertensão arterial e ao diabetes mellitus
Plano de reorganização da atenção à hipertensão arterial e ao diabetes mellitusPlano de reorganização da atenção à hipertensão arterial e ao diabetes mellitus
Plano de reorganização da atenção à hipertensão arterial e ao diabetes mellitus
 
Dislipidemia e risco cardiovascular
Dislipidemia e risco cardiovascularDislipidemia e risco cardiovascular
Dislipidemia e risco cardiovascular
 
aula anorexgenos na obesidade.pdf
aula anorexgenos na obesidade.pdfaula anorexgenos na obesidade.pdf
aula anorexgenos na obesidade.pdf
 
183 dietoterapia dm___2
183 dietoterapia dm___2183 dietoterapia dm___2
183 dietoterapia dm___2
 
Aula Anorexígenos Na Obesidade
Aula Anorexígenos Na ObesidadeAula Anorexígenos Na Obesidade
Aula Anorexígenos Na Obesidade
 
Protocolo-Hiperglicemia HU 2018.pptx
Protocolo-Hiperglicemia HU 2018.pptxProtocolo-Hiperglicemia HU 2018.pptx
Protocolo-Hiperglicemia HU 2018.pptx
 
E-book Síndrome Metabólica. Muito comum, mas pouco conhecida
E-book Síndrome Metabólica. Muito comum, mas pouco conhecidaE-book Síndrome Metabólica. Muito comum, mas pouco conhecida
E-book Síndrome Metabólica. Muito comum, mas pouco conhecida
 
Diabetes Mellitus - Consulta Médica e Tratamento
Diabetes Mellitus - Consulta Médica e TratamentoDiabetes Mellitus - Consulta Médica e Tratamento
Diabetes Mellitus - Consulta Médica e Tratamento
 
Samuel_Tratamento_farmacologico_DM
Samuel_Tratamento_farmacologico_DMSamuel_Tratamento_farmacologico_DM
Samuel_Tratamento_farmacologico_DM
 
Tratamento do Diabetes Mellitus
Tratamento do Diabetes MellitusTratamento do Diabetes Mellitus
Tratamento do Diabetes Mellitus
 
Casos básicos: estudo de problemas relacionados com medicamentos 2003
Casos básicos: estudo de problemas relacionados com medicamentos 2003Casos básicos: estudo de problemas relacionados com medicamentos 2003
Casos básicos: estudo de problemas relacionados com medicamentos 2003
 
Tabelas Protocolo Hiperglicemia.pdf
Tabelas Protocolo Hiperglicemia.pdfTabelas Protocolo Hiperglicemia.pdf
Tabelas Protocolo Hiperglicemia.pdf
 
Protocolo dm
Protocolo dmProtocolo dm
Protocolo dm
 
Diabetes mellitus ii[1]
Diabetes mellitus ii[1]Diabetes mellitus ii[1]
Diabetes mellitus ii[1]
 
DM para estudantes.pptx
DM para estudantes.pptxDM para estudantes.pptx
DM para estudantes.pptx
 
Slides - Manejo de diabetes.pdf
Slides - Manejo de diabetes.pdfSlides - Manejo de diabetes.pdf
Slides - Manejo de diabetes.pdf
 
Síndrome Metabólica na Infância
Síndrome Metabólica na InfânciaSíndrome Metabólica na Infância
Síndrome Metabólica na Infância
 
Manual de nutrição cap.6
Manual de nutrição cap.6Manual de nutrição cap.6
Manual de nutrição cap.6
 
Diabetes gestacional
Diabetes gestacionalDiabetes gestacional
Diabetes gestacional
 
Hipoglicemia neonatal.pptx
Hipoglicemia neonatal.pptxHipoglicemia neonatal.pptx
Hipoglicemia neonatal.pptx
 

Mais de Professor Robson

Como cuidar da criança com tuberculose
Como cuidar da criança com tuberculoseComo cuidar da criança com tuberculose
Como cuidar da criança com tuberculoseProfessor Robson
 
Questões Meningite Meningocócica
Questões Meningite Meningocócica Questões Meningite Meningocócica
Questões Meningite Meningocócica Professor Robson
 
Tópicos para manejo da criança exposta ao HIV
Tópicos para manejo da criança exposta ao HIVTópicos para manejo da criança exposta ao HIV
Tópicos para manejo da criança exposta ao HIVProfessor Robson
 
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 37
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 37Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 37
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 37Professor Robson
 
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 36
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 36Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 36
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 36Professor Robson
 
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 35
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 35Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 35
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 35Professor Robson
 
Fluxograma para manejo da toxoplasmose adquirida na gravidez e congênita prof...
Fluxograma para manejo da toxoplasmose adquirida na gravidez e congênita prof...Fluxograma para manejo da toxoplasmose adquirida na gravidez e congênita prof...
Fluxograma para manejo da toxoplasmose adquirida na gravidez e congênita prof...Professor Robson
 
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 34
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 34Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 34
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 34Professor Robson
 
Fluxograma para manejo da sífilis congênita
Fluxograma para manejo da sífilis congênitaFluxograma para manejo da sífilis congênita
Fluxograma para manejo da sífilis congênitaProfessor Robson
 
Fluxograma para manejo de acidente por escorpião
Fluxograma para manejo de acidente por escorpiãoFluxograma para manejo de acidente por escorpião
Fluxograma para manejo de acidente por escorpiãoProfessor Robson
 
Rotinas Ambulatoriais do Serviço de Infectologia Pediátrica da Universidade P...
Rotinas Ambulatoriais do Serviço de Infectologia Pediátrica da Universidade P...Rotinas Ambulatoriais do Serviço de Infectologia Pediátrica da Universidade P...
Rotinas Ambulatoriais do Serviço de Infectologia Pediátrica da Universidade P...Professor Robson
 
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 33
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 33Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 33
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 33Professor Robson
 
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 32
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 32Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 32
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 32Professor Robson
 
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 31
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 31Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 31
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 31Professor Robson
 
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 30
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 30Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 30
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 30Professor Robson
 
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 29
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 29Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 29
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 29Professor Robson
 
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 28
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 28Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 28
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 28Professor Robson
 
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 27
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 27Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 27
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 27Professor Robson
 
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 26
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 26Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 26
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 26Professor Robson
 
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 25
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 25Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 25
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 25Professor Robson
 

Mais de Professor Robson (20)

Como cuidar da criança com tuberculose
Como cuidar da criança com tuberculoseComo cuidar da criança com tuberculose
Como cuidar da criança com tuberculose
 
Questões Meningite Meningocócica
Questões Meningite Meningocócica Questões Meningite Meningocócica
Questões Meningite Meningocócica
 
Tópicos para manejo da criança exposta ao HIV
Tópicos para manejo da criança exposta ao HIVTópicos para manejo da criança exposta ao HIV
Tópicos para manejo da criança exposta ao HIV
 
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 37
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 37Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 37
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 37
 
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 36
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 36Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 36
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 36
 
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 35
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 35Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 35
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 35
 
Fluxograma para manejo da toxoplasmose adquirida na gravidez e congênita prof...
Fluxograma para manejo da toxoplasmose adquirida na gravidez e congênita prof...Fluxograma para manejo da toxoplasmose adquirida na gravidez e congênita prof...
Fluxograma para manejo da toxoplasmose adquirida na gravidez e congênita prof...
 
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 34
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 34Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 34
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 34
 
Fluxograma para manejo da sífilis congênita
Fluxograma para manejo da sífilis congênitaFluxograma para manejo da sífilis congênita
Fluxograma para manejo da sífilis congênita
 
Fluxograma para manejo de acidente por escorpião
Fluxograma para manejo de acidente por escorpiãoFluxograma para manejo de acidente por escorpião
Fluxograma para manejo de acidente por escorpião
 
Rotinas Ambulatoriais do Serviço de Infectologia Pediátrica da Universidade P...
Rotinas Ambulatoriais do Serviço de Infectologia Pediátrica da Universidade P...Rotinas Ambulatoriais do Serviço de Infectologia Pediátrica da Universidade P...
Rotinas Ambulatoriais do Serviço de Infectologia Pediátrica da Universidade P...
 
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 33
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 33Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 33
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 33
 
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 32
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 32Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 32
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 32
 
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 31
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 31Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 31
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 31
 
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 30
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 30Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 30
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 30
 
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 29
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 29Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 29
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 29
 
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 28
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 28Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 28
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 28
 
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 27
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 27Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 27
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 27
 
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 26
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 26Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 26
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 26
 
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 25
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 25Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 25
Serviço de infectologia pediátrica caso clínico 25
 

Casos clínicos de síndrome metabólica - Professor Robson

  • 2. Mulher de 52 anos, viúva, descobriu ter taxa de glicose plasmática de 160 mg/dl durante o exame anual com o ginecologista. Exame ginecológico normal e menstruação normal. Tem forte história familiar de diabetes mellitus em ambos os lados da  família, e um de seus 4 filhos pesou 4,5 kg ao nascimento. Uma vez que todos os seus filhos já deixaram a casa, seu estilo de vida é sedentário. A obesidade tem sido um problema desde a segunda gestação. Seu peso tem variado de 90 a 103 kg. Ao exame, peso de 98 kg e altura de 162 cm, hemodinamicamente estável, porém com PA de 170/95 usando Captopril 25 mg, duas vezes ao dia. Exames laboratoriais – Colesterol total = 242 mg/dl; col LDL = 148 mg/dl; col HDL = 35 mg/dl; triglicérides 278 mg/dl; ácido úrico sérico de 7,2 mg/dl. Como medida inicial, fez consulta com nutricionista e recebeu orientações com enfermeira orientadora. Iniciou dieta hipocalórica e programa de exercícios sob supervisão de um preparador físico; após seis semanas, pesou 90,2 kg e sua glicemia chegou a 130 mg/dl; hemoglobina glicada de 8,6%
  • 3. a) O quadro clínico da paciente é sugestivo de síndrome metabólica? Justifique. O quadro clínico da paciente é sugestivo de síndrome metabólica, ou seja, há coexistência de vários fatores de risco cardiovascular: dislipidemia mista, obesidade, diabetes mellitus, hiperuricemia e hipertensão arterial. Dislipidemia mista : Colesterol total = 242 mg/dl; col LDL = 148 mg/dl; col HDL = 35 mg/dl; triglicérides 278 mg/dl Obesidade : IMC = 37,4 Diabetes mellitus : história familiar, filho nasceu com 4,5 kg, glicose plasmática de 160 mg/dl, glicemia chegou a 130 mg/dl; hemoglobina glicada de 8,6% Hiperuricemia : ácido úrico sérico de 7,2 mg/dl Hipertensão arterial : PA de 170/95 usando Captopril 25 mg, duas vezes ao dia.
  • 4.  
  • 5.  
  • 6. b) Qual seria a melhor medicação hipoglicemiante para essa paciente? Justifique. Nos pacientes obesos portadores de hiperglicemia e hipertrigliceridemia, o agente hipoglicemiante ideal é a metformina . A insulina e as sulfaniluréias diminuem a glicemia, mas não ajudam na perda do peso nem previnem o seu ganho. A insulina deve ser a medicação de primeira escolha em pacientes sintomáticos, especialmente aqueles com peso normal ou com sobrepeso e com glicemia de jejum acima de 270 mg/dl. Também, está indicada nos casos de problemas clínicos importantes, infecções e cirurgias.
  • 7. As sulfaniluréias provavelmente iriam diminuir a glicose sérica desta paciente, mas o ganho de peso seria um complicação. Deve se lembrado que em aproximadamente 15% dos pacientes diabéticos tipo 2 recentemente diagnosticados as sulfaniluréias são ineficazes como agente hipoglicemiante. A causa deste insucesso terapêutico é desconhecido. Os agentes glitazona como monoterapia também aumentam o peso, como também aumentam os níveis de colesterol sangüíneo. A acarbose é reservada para pacientes com diabetes mellitus tipo2 nos quais a hiperglicemia pós-prandial é o problema principal. Nos pacientes com níveis de glicose em jejum elevados a acarbose tem efeito limitado.
  • 8. c) Que alteração você faria no tratamento anti-hipertensivo dessa paciente? Justifique. Substituiria a monoterapia por uma associação de anti-hipertensivos. Além do fato da pressão arterial não estar sendo controlada, essa medida deve ser adotada em virtude da paciente apresentar hipertensão arterial moderada ou estágio 2 (PAS 160-179 e PAD 100-109) e alto risco cardiovascular (Framingham de 20 – 30%).
  • 9.  
  • 10.  
  • 11. FCP, 39 anos, masculino. Procurou um cardiologista pois, durante exames de rotina, apresentou níveis elevados de triglicérides. Refere ter boa saúde, nega tabagismo e etilismo, mas é sedentário. Ao exame físico, o que chama a atenção é PA 142 x 94 mmHg e a circunferência abdominal de 104 cm. Peso 83,6 Kg, Altura 1,78m, IMC 26,38. O restante do exame físico não apresenta alterações. Exames laboratoriais: Glicemia 98 mg/dL, Colesterol total 173 mg/dL, HDL 37 mg/dL, LDL 80 mg/dL, Triglicérides 270 mg/dL. DGB, 45 anos, feminino. Procurou cardiologista para fazer um “check up”. Sente-se muito gorda e está preocupada com sua saúde. Nega doenças. Refere fazer caminhadas 2 vezes por semana, por cerca de 30 minutos. Fuma ½ maço/dia há 20 anos. Nega etilismo. Ao exame físico, apresentava PA 124 x 86 mmHg, peso 92,5Kg, Altura 1,63m, IMC 34,82, circunferência abdominal 99,8. Exames laboratoriais: Glicemia 95 mg/dL, Colesterol total 208 mg/dL, HDL 67 mg/dL, LDL 122 mg/dL, Triglicérides 93 mg/dL
  • 12. a) Qual destes pacientes apresenta síndrome metabólica? Por quê? O paciente do caso clínico 1 preenche 4 critérios para ser definido como portador de síndrome metabólica, de acordo com a definição da NCEP/ATP III: Circunferência abdominal > 102 cm, HDL baixo (< 40 mg/dL), Triglicérides elevados (>150 mg/dL) e Hipertensão arterial (> 130 x 85 mmHg). Embora o paciente do caso clínico 2 seja obeso, e a obesidade por si só é um fator de risco para doenças cardiovasculares, esse paciente não preenche os critérios necessários para ser definido como portador de síndrome metabólica.
  • 13.  
  • 14.  
  • 15. b) Quais são as orientações que o paciente do caso clínico 1 deve receber? Este paciente não está muito acima do peso, mas como tem síndrome metabólica e, por isso, apresenta um risco bastante elevado de desenvolver doenças cardiovasculares e/ou diabetes, deve ser encorajado a mudar seu estilo de vida: adotar uma alimentação mais saudável e praticar atividades físicas aeróbicas, como caminhar diariamente por pelo menos 30 minutos. Espera-se que com estas mudanças ele perca peso, para manter seu ICM < 25 Kg/m2 e sua circunferência abdominal < 102 cm. Além disso, espera-se que melhore seus níveis pressóricos e seu perfil lipídico. Caso não consiga melhorar estes parâmetros só com medidas não-farmacológicas, o médico deve considerar um tratamento medicamentoso.
  • 16. c) Quais são as orientações que o paciente do caso clínico 2 deve receber? A paciente do caso clínico 2 deve perder peso, adotando hábitos de vida saudáveis: melhorar a qualidade da alimentação e aumentar a frequência da atividade física que já pratica. Além disso, deve ser fortemente encorajada a parar de fumar. Caso não consiga melhorar a perda de peso só com medidas não-farmacológicas, o médico deve considerar um tratamento medicamentoso.
  • 17.