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Manejo do Diabetes Mellitus na
Atenção Básica
Daiani de Bem Borges
Farmacêutica (NASF/PMF)
Preceptora da Residência Multiprofissional em Saúde/UFSC/PMF
Doutoranda - Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva/UFSC
Diabetes Mellitus
• O diabetes mellitus (DM) é uma das doenças crônicas
mais prevalentes no mundo.
• Prevalência do DM para 2030: 11,3%;
• 1ª causa de mortalidade e de hospitalizações;
• Condição Sensível à Atenção Primária;
• Linhas de cuidado prioritárias da atenção básica.
Ações Gerais para o cuidado do DM
Diabetes Mellitus
• Diagnóstico e detecção precoce;
• Tratamento e acompanhamento multiprofissional;
• Prevenção das complicações agudas e crônicas
associadas ao DM;
• Educação em saúde.
Diagnóstico e detecção precoce
Quadro 1: Critérios dos exames laboratoriais para diagnósticos de diabetes.
Categoria Glicemia de
jejum
TTG HbA1c Glicemia
casual
Glicemia normal < 110 < 140 < 200
Glicemia alterada > 110 e < 126
Tolerância diminuída à
glicose
≥ 140 e < 200
Diabetes mellitus ≥ 126 ≥ 200 > 6,5% 200*
*(com sintomas clássicos de hiperglicemia)
Diagnóstico e detecção precoce
• PRÉ-DIABÉTICOS
• Excesso de peso (IMC > 25 kg/m2)
• Idade ≥ 45 anos;
• Histórico familiar
• Hipertensão Arterial Sistêmica
• Dislipidemia;
• Risco cardiovascular elevado;
• Histórico de diabetes gestacional;
• Histórico de doença cardiovascular;
• Síndrome do ovário policístico;
• Inatividade física.
Tratamento e acompanhamento
• Controle metabólico e a prevenção das complicações
agudas e crônicas associadas a doença;
Tratamento e acompanhamento
• Orientação nutricional;
• Prática regular de atividade física;
• Orientação e/ou acompanhamento
farmacoterapêutico.
Integram um conjunto de medidas de auto-cuidado e
educação em saúde extremamente importante na
prevenção do DM e no retardo das suas complicações.
(ASSOCIATION, 2014; INZUCCHI et al., 2012; SBD, 2014).
Tratamento e acompanhamento
• Equipe multiprofissional;
• Plano de acompanhamento deve ser realizado de
forma colaborativa;
• Portador de diabetes → papel ativo em relação aos
cuidados com a sua saúde.
Pessoa com diagnóstico de DM
Glicemia > 300 ou sintomas
importantes
MEV
Atingiu meta em 3 meses?
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Atingiu meta em 3 meses?
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Associar insulina
HbA1c atingiu a meta?
Manter acompanhamento
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Fluxograma de
tratamento do DM II
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Sim
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Brasil, 2013
HbA1c atingiu a meta?
Fluxograma de
tratamento do DM II
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Glicemia aumentada
antes do almoço:
adicionar insulina R
antes do café da
manhã
Glicemia aumentada
antes da janta:
adicionar NPH antes
do café da manhã ou R
antes do almoço
Glicemia aumentada
ao deitar: adicionar
insulina R antes da
janta
Ajustar esquema de insulina conforme AMGC
(antes do almoço, antes do jantar e ao deitar)
Manter acompanhamento da HbA1c a cada
2-3 meses até atingir a meta!!!
Brasil, 2013
Hipoglicemiantes disponíveis no SUS
Brasil, 2013
Insulinas disponíveis no SUS
Brasil, 2013
Eficácia das várias intervenções
na redução da HbA1c
Como associar a insulina?
• Insulina de ação intermediária/basal (NPH): 0,2 UI/Kg
ou 10 UI ao deitar
Como associar a insulina?
• Insulina de ação intermediária (NPH): 0,2 UI/Kg ou 10 UI
ao deitar (≈ 22 horas);
• Avaliar a GJ e aumentar a dose em 2UI a cada 3 dias até
atingir as metas (GJ 80-130 mg/dl);
• Se GJ > 180 mg/dl: aumentar 4 UI a cada 3 dias até
atingir as metas;
• Se GJ < 70 mg/dl, reduzir a dose em 4 Ui ou 10% do total
(o que for maior).
Como associar a insulina?
• Se a dose de insulina NPH chegar a 40 UI ou mais,
recomenda-se o fracionamento da dose:
• 2/3 pela manhã: 27 UI
• 1/3 ao deitar: 13 UI
• O regime de duas aplicações diárias de NPH é útil no
controle das glicemias persistentes, sendo efetiva em
muitos pacientes.
Controle insatisfatório
• Associar a insulina de ação rápida ao esquema de
aplicação;
• Dose de insulina prandial pode ser calculada de 3
formas:
• 1) Doses fixas: 0,1 UI/Kg (4 – 10 UI) → ajuste da dose de
acordo com a glicemia pós-prandial se > 140 mg/dL.
• 2) Contagem de carboidratos: 10 a 15 g carboidratos / 1 UI
de insulina R. Os pacientes com > resistência a insulina e
associados a obesidade essa relação pode chegar a 3 a 5 g
carboidratos / 1 UI de insulina R.
Controle insatisfatório
3) Fator de correção: determina a dose necessária para
ajuste, levando em consideração as metas estabelecidas para
cada pessoa;
• Dose Total Diária (DTD):
0,4* x peso do paciente;
• Fator de Sensibilidade (FS):
1800 (insulina rápida) / DTD
• Fator de Correção (FC):
Glicemia atual – meta estabelecida / FS
* Pode chegar a 0,8 nos paciente com > resistência a insulina e obesos
Controle insatisfatório
Exemplo:
• Dose Total Diária (DTD):
0,4* x 80 Kg = 32
• Fator de Sensibilidade (FS):
1800 (insulina rápida) / 32 = 52
• Fator de Correção (FC):
Glicemia atual – meta estabelecida / FS
280 – 120 / 52 = 3 UI insulina R
Tabela para controle da glicemia
Glicemia
71 a 150 mg/dL 0 (zero) UI de insulina R
151 a 200 mg/dL + 1 UI
201 a 250 mg/dL + 2 UI
251 a 300 mg/dL + 3 UI
301 a 350 mg/dL + 4 UI
351 a 400 mg/dL + 5 UI
> 400 mg/dL corrigir a hiperglicemia em mais de uma etapa (após 4 h)
Mistura de insulina
• Insulina basal (NPH) + insulina prandial (R)
• + 70 % dos pacientes DM II → mistura 70/30;
• Esquema → pouca flexibilidade no estilo de vida;
• Esquema → requer aderência em relação aos
horários de aplicação e muita disciplina em relação a
quantidade de carboidratos ingeridos.
Metas para controle da glicemia
• Grau de controle deve ser pactuado entre equipe e usuário;
• Idade / Expectativa de vida / duração da doença / presença
de comorbidades;
• Alvos menos rigorosos (Hb1Ac entre 7% e 7,0%) → casos +
complexos;
• Maior flexibilidade → diagnóstico após 60 – 65 anos de
idade
Glicemia Adultos
Pré-prandial 70 – 130 mg/dL
Pós-prandial < 180 mg/dL
Hb1Ac < 7,0%
Brasil, 2013
HbA1C versus glicemia média
Acompanhamento do portadores DM II
Prevenção das complicações
agudas e crônicas
• Complicações agudas:
• Hiperglicêmicas aguda;
• Cetoacidose diabética;
• Síndrome hiperosmolar;
• Hiperglicêmica não cetótica;
• Hipoglicemia.
Prevenção das complicações
agudas e crônicas
• Complicações crônicas
• As microvasculares: retinopatia, nefropatia e neuropatia
diabética.
• As macrovasculares: doenças isquêmicas cardiovasculares,
são mais graves nos indivíduos acometidos pela doença.
Prevenção das complicações
agudas e crônicas
• Úlceras de pés (pé diabético);
• Doenças periodontais.
Prevenção das complicações
agudas e crônicas
• Fatores de risco comuns:
• hipertensão arterial;
• tabagismo;
• colesterol elevado;
• obesidade;
• inflamação branda e crônica;
• resistência à insulina;
• disfunção endotelial.
Educação em Saúde
• Parte fundamental do tratamento;
• Vários estudos comprovam sua efetividade;
• Maximiza a efetividade do tratamento convencional;
• Facilita o manejo de novas tecnologias (AMGC);
• Ajuda na promoção e no desenvolvimento do
autocuidado;
(DEAKIN et al., 2005; FUNNELL et al., 2009; NORRIS et al., 2002).
Educação em Saúde
• Familiares e cuidadores ;
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  • 1. Manejo do Diabetes Mellitus na Atenção Básica Daiani de Bem Borges Farmacêutica (NASF/PMF) Preceptora da Residência Multiprofissional em Saúde/UFSC/PMF Doutoranda - Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva/UFSC
  • 2. Diabetes Mellitus • O diabetes mellitus (DM) é uma das doenças crônicas mais prevalentes no mundo. • Prevalência do DM para 2030: 11,3%; • 1ª causa de mortalidade e de hospitalizações; • Condição Sensível à Atenção Primária; • Linhas de cuidado prioritárias da atenção básica.
  • 3. Ações Gerais para o cuidado do DM
  • 4. Diabetes Mellitus • Diagnóstico e detecção precoce; • Tratamento e acompanhamento multiprofissional; • Prevenção das complicações agudas e crônicas associadas ao DM; • Educação em saúde.
  • 5. Diagnóstico e detecção precoce Quadro 1: Critérios dos exames laboratoriais para diagnósticos de diabetes. Categoria Glicemia de jejum TTG HbA1c Glicemia casual Glicemia normal < 110 < 140 < 200 Glicemia alterada > 110 e < 126 Tolerância diminuída à glicose ≥ 140 e < 200 Diabetes mellitus ≥ 126 ≥ 200 > 6,5% 200* *(com sintomas clássicos de hiperglicemia)
  • 6. Diagnóstico e detecção precoce • PRÉ-DIABÉTICOS • Excesso de peso (IMC > 25 kg/m2) • Idade ≥ 45 anos; • Histórico familiar • Hipertensão Arterial Sistêmica • Dislipidemia; • Risco cardiovascular elevado; • Histórico de diabetes gestacional; • Histórico de doença cardiovascular; • Síndrome do ovário policístico; • Inatividade física.
  • 7. Tratamento e acompanhamento • Controle metabólico e a prevenção das complicações agudas e crônicas associadas a doença;
  • 8. Tratamento e acompanhamento • Orientação nutricional; • Prática regular de atividade física; • Orientação e/ou acompanhamento farmacoterapêutico. Integram um conjunto de medidas de auto-cuidado e educação em saúde extremamente importante na prevenção do DM e no retardo das suas complicações. (ASSOCIATION, 2014; INZUCCHI et al., 2012; SBD, 2014).
  • 9. Tratamento e acompanhamento • Equipe multiprofissional; • Plano de acompanhamento deve ser realizado de forma colaborativa; • Portador de diabetes → papel ativo em relação aos cuidados com a sua saúde.
  • 10. Pessoa com diagnóstico de DM Glicemia > 300 ou sintomas importantes MEV Atingiu meta em 3 meses? Introduzir HGO Introduzir 2° HGO Atingiu meta em 3 meses? Atingiu meta em 3 meses? Associar insulina HbA1c atingiu a meta? Manter acompanhamento HbA1c 6 em 6 meses!! Fluxograma de tratamento do DM II Não Sim Sim Sim Sim Não Não Não Não Não Não Não Não Sim Brasil, 2013
  • 11. HbA1c atingiu a meta? Fluxograma de tratamento do DM II Não Glicemia aumentada antes do almoço: adicionar insulina R antes do café da manhã Glicemia aumentada antes da janta: adicionar NPH antes do café da manhã ou R antes do almoço Glicemia aumentada ao deitar: adicionar insulina R antes da janta Ajustar esquema de insulina conforme AMGC (antes do almoço, antes do jantar e ao deitar) Manter acompanhamento da HbA1c a cada 2-3 meses até atingir a meta!!! Brasil, 2013
  • 13. Insulinas disponíveis no SUS Brasil, 2013
  • 14. Eficácia das várias intervenções na redução da HbA1c
  • 15. Como associar a insulina? • Insulina de ação intermediária/basal (NPH): 0,2 UI/Kg ou 10 UI ao deitar
  • 16. Como associar a insulina? • Insulina de ação intermediária (NPH): 0,2 UI/Kg ou 10 UI ao deitar (≈ 22 horas); • Avaliar a GJ e aumentar a dose em 2UI a cada 3 dias até atingir as metas (GJ 80-130 mg/dl); • Se GJ > 180 mg/dl: aumentar 4 UI a cada 3 dias até atingir as metas; • Se GJ < 70 mg/dl, reduzir a dose em 4 Ui ou 10% do total (o que for maior).
  • 17. Como associar a insulina? • Se a dose de insulina NPH chegar a 40 UI ou mais, recomenda-se o fracionamento da dose: • 2/3 pela manhã: 27 UI • 1/3 ao deitar: 13 UI • O regime de duas aplicações diárias de NPH é útil no controle das glicemias persistentes, sendo efetiva em muitos pacientes.
  • 18. Controle insatisfatório • Associar a insulina de ação rápida ao esquema de aplicação; • Dose de insulina prandial pode ser calculada de 3 formas: • 1) Doses fixas: 0,1 UI/Kg (4 – 10 UI) → ajuste da dose de acordo com a glicemia pós-prandial se > 140 mg/dL. • 2) Contagem de carboidratos: 10 a 15 g carboidratos / 1 UI de insulina R. Os pacientes com > resistência a insulina e associados a obesidade essa relação pode chegar a 3 a 5 g carboidratos / 1 UI de insulina R.
  • 19. Controle insatisfatório 3) Fator de correção: determina a dose necessária para ajuste, levando em consideração as metas estabelecidas para cada pessoa; • Dose Total Diária (DTD): 0,4* x peso do paciente; • Fator de Sensibilidade (FS): 1800 (insulina rápida) / DTD • Fator de Correção (FC): Glicemia atual – meta estabelecida / FS * Pode chegar a 0,8 nos paciente com > resistência a insulina e obesos
  • 20. Controle insatisfatório Exemplo: • Dose Total Diária (DTD): 0,4* x 80 Kg = 32 • Fator de Sensibilidade (FS): 1800 (insulina rápida) / 32 = 52 • Fator de Correção (FC): Glicemia atual – meta estabelecida / FS 280 – 120 / 52 = 3 UI insulina R
  • 21. Tabela para controle da glicemia Glicemia 71 a 150 mg/dL 0 (zero) UI de insulina R 151 a 200 mg/dL + 1 UI 201 a 250 mg/dL + 2 UI 251 a 300 mg/dL + 3 UI 301 a 350 mg/dL + 4 UI 351 a 400 mg/dL + 5 UI > 400 mg/dL corrigir a hiperglicemia em mais de uma etapa (após 4 h)
  • 22. Mistura de insulina • Insulina basal (NPH) + insulina prandial (R) • + 70 % dos pacientes DM II → mistura 70/30; • Esquema → pouca flexibilidade no estilo de vida; • Esquema → requer aderência em relação aos horários de aplicação e muita disciplina em relação a quantidade de carboidratos ingeridos.
  • 23. Metas para controle da glicemia • Grau de controle deve ser pactuado entre equipe e usuário; • Idade / Expectativa de vida / duração da doença / presença de comorbidades; • Alvos menos rigorosos (Hb1Ac entre 7% e 7,0%) → casos + complexos; • Maior flexibilidade → diagnóstico após 60 – 65 anos de idade Glicemia Adultos Pré-prandial 70 – 130 mg/dL Pós-prandial < 180 mg/dL Hb1Ac < 7,0% Brasil, 2013
  • 26. Prevenção das complicações agudas e crônicas • Complicações agudas: • Hiperglicêmicas aguda; • Cetoacidose diabética; • Síndrome hiperosmolar; • Hiperglicêmica não cetótica; • Hipoglicemia.
  • 27. Prevenção das complicações agudas e crônicas • Complicações crônicas • As microvasculares: retinopatia, nefropatia e neuropatia diabética. • As macrovasculares: doenças isquêmicas cardiovasculares, são mais graves nos indivíduos acometidos pela doença.
  • 28. Prevenção das complicações agudas e crônicas • Úlceras de pés (pé diabético); • Doenças periodontais.
  • 29. Prevenção das complicações agudas e crônicas • Fatores de risco comuns: • hipertensão arterial; • tabagismo; • colesterol elevado; • obesidade; • inflamação branda e crônica; • resistência à insulina; • disfunção endotelial.
  • 30. Educação em Saúde • Parte fundamental do tratamento; • Vários estudos comprovam sua efetividade; • Maximiza a efetividade do tratamento convencional; • Facilita o manejo de novas tecnologias (AMGC); • Ajuda na promoção e no desenvolvimento do autocuidado; (DEAKIN et al., 2005; FUNNELL et al., 2009; NORRIS et al., 2002).
  • 31. Educação em Saúde • Familiares e cuidadores ; • Equipe multiprofissional; • Profissionais capacitados: • reconhecer as diferenças individuais; • identificar as necessidades dos pacientes.