Este documento lista vários métodos contracetivos naturais e não naturais e fornece detalhes sobre como cada um funciona. Ele discute métodos como o calendário, a temperatura basal, o diafragma, o DIU, a pílula e o preservativo.
2. O que são ?
Métodos contracetivos são regimes
em que, através de uma ou várias
ações,
dispositivos
ou
medicamentos, é possível prevenir ou
reduzir a fecundação e/ou a nidação
isto é, reduzir a probabilidade de uma
mulher engravidar e o impedimento
da transmissão de DST’s, através do
uso do preservativo.
4. Naturais vs Não Naturais
Estes
baseiam-se
no
conhecimento do período
fértil da mulher, ou seja, o
período
em
que
pode, eventualmente, oco
rrer
a
fecundação,
evitando
assim o cruzamento de
gâmetas e a consequente
fecundação.
Estes tanto impedem o encontro
entre os gâmetas, através de
diferentes dispositivos (métodos
mecânicos),
como
podem
também consistir na ingestão e
aplicação de substâncias que
matam os espermatozóides, os
espermicidas, ou que impedem a
ovulação, as hormonas ováricas
(métodos químicos).
6. Métodos Naturais
Calendário
Consiste na anotação dos ciclos menstruais
durante cerca de um ano. Após a
contagem, deve-se subtrair ao ciclo mais
curto 18 dias e ao mais longo 11 dias. O
intervalo entre ambos, do menor para o
maior, indica o espaço de tempo em que a
mulher se encontra no período mais fértil
dos seus ciclos, onde ocorre a ovulação e é
mais provável a ocorrência de uma
gravidez.
7. Métodos Naturais
Calendário
Exemplo:
Ciclo mais curto: 26 dias
26-18= 8
Ciclo mais longo: 30 dias
30-11=19
Então, o período mais fértil estará compreendido entre o oitavo e o
décimo nono dia do ciclo. Agora deverá ser praticada a abstinência neste
período de dias ou deve ser utilizado outro método contracetivo (por
exemplo, o preservativo).
Nota: o primeiro dia do ciclo é o primeiro dia da menstruação.
8. Métodos Naturais
Calendário
Vantagens
Desvantagens
Pode ser usado para prevenir Pouco eficaz;
ou planear uma gravidez;
A mulher passa a conhecer
melhor o seu corpo;
Não interfere com a fertilidade
(como o DIU [3meses após a
remoção ate voltar a ser fértil])
Não tem efeitos secundários;
Não há custos.
Não evita DST’S
9. Métodos Naturais
Temperatura
Método que consiste em medir
diariamente a temperatura basal
rectal pela manhã.
Após a ovulação, a temperatura
sobe aproximadamente 1ºC.
11. Métodos Naturais
Método da Temperatura
Vantagens
Desvantagens
Implica a observação do corpo; Tem
Muito utilizado por quem prevenção da gravidez;
Não
necessita
financeiros;
Não
apresenta
secundários.
eficácia
para
a
Exige muita disciplina.
deseja engravidar;
pouca
de
gastos Algumas doenças que provocam
febre podem confundir as anotações
efeitos da temperatura;
Exige abstinência sexual;
Não previne contra as DST’S.
12. Métodos Naturais
Infértil
Billings
Consiste na análise da variação da
consistência do muco cervival
produzido pelas glândulas do colo
do útero. O muco é mais viscoso
perto da ovulação e mais fluido
perto da menstruação. O casal só
deverá ter relações sexuais uns dias
antes e após a ocorrência do muco
mais viscoso.
Fértil
13. Métodos Naturais
Billings
Vantagens
Desvantagens
Pode ser usado para prevenir Exige da mulher muita disciplina;
ou planear uma gravidez;
A mulher tem que ficar longos períodos
A mulher passa a conhecer sem ter relações sexuais com penetração
melhor o seu corpo;
ou usar outro método contracetivos
Não necessita de prescrição durante o período fértil;
médica;
O risco de gravidez é maior que o de
Não tem efeitos secundários;
outros métodos;
Não há custos.
Não evita DST’S
14. Métodos Naturais
Coito interrompido e Sintotérmico
Coito interrompido
Remoção do pénis antes da ejaculação.
Sintotérmico
É uma junção do método de Billings com o método da temperatura.
Consiste na observação do muco cervical, que indica o período fértil da mulher
quando o seu aspeto é mais fluido assim como o controlo da temperatura.
Também outros sinais externos, como uma cólica, devem ser tomados em
conta porque podem indicar a libertação do oócito. Além disso, pode e deve
ser utilizado em conjunto com o método do calendário. Terá de haver
abstinência sexual durante um determinado espaço de tempo (período fértil).
17. Métodos Não Naturais
Métodos Mecânicos (Barreira)
São aqueles que impedem o encontro entre os gâmetas, ou seja, o
encontro dos espermatezóides com o oócito II, evitando assim a
fecundação.
Estes métodos têm que ser colocados antes do ato sexual.
18. Métodos Não Naturais
É um dispositivo de borracha com um aro flexível e impede o os espermatozoides
atinjam o útero, “impossibilitando” a fecundação. O seu tamanho tem que ser
avaliado por um médico para ser eficiente.Este só deve ser retirado da vagina
após 6 a 8 horas do ato. Deve também ser lavado com água fria e sabão
neutro, limpo e guardado em condições próprias.
Nota: para que a sua eficácia aumente, deve ser utilizado juntamente com os
espermicidas, sendo que estes devem ser aplicados na parte côncava do
diafragma e, se desejado, podem ser aplicados na vagina.
20. Métodos Não Naturais
Vantagens
Desvantagens
Não protege contra as DST’S;
Pode ser usado em todas as fases
de vida da mulher;
Riscos de odor fétido e corrimento
Não atrapalha a relação sexual;
Não faz mal à saúde e não
interfere no ciclo menstrual;
Pode
ser usado
Possui uma eficácia mais baixa;
com creme
espermicida e com preservativo;
vaginal;
Alergia
ao
diafragma
ou
ao
espermicida;
Infeções urinárias;
É necessário alguma prática para
colocá-lo sem que cause desconforto;
21. Métodos Não Naturais
DIU
Dispositivo anticoncecional feito de plástico que
pode conter cobre ou hormonas e que é
inserido no útero da mulher por um
ginecologista, podendo ter diversos formatos.
O DIU feito com cobre liberta sais deste material
que têm uma ação espermicida, impedindo que
haja fecundação e alterando a estrutura do
endométrio, impedindo que ocorra a nidação.
Pode estimular uma reação inflamatória no
útero que também é contracetiva. Os DIU que
libertam hormonas podem impedir a
ovulação, mas atuam principalmente ao nível do
endométrio, impedindo a nidação.
22. Métodos Não Naturais
DIU
Vantagens
Desvantagens
Grande eficácia;
Não previne contra as DST’s;
Não interfere com o ato sexual;
Necessita de acompanhamento
médico;
Tem um
utilização;
longo
período
de
A mulher pode não se adaptar à
sua colocação;
Utilizado para o tratamento de
hemorragias vaginais.
Cólicas menstruais mais intensas.
23. Métodos Não Naturais
Preservativo Feminino
É constituido por um tubo de poliuretano
com uma extremidade fechada. Contém
dois anéis do mesmo material em cada
ponta, um deles dentro do invólucro que se
encontra solto para facilitar a colocação do
preservativo e a consequente fixação na
vagina.
25. Métodos Não Naturais
Preservativo Feminino
Vantagens
Desvantagens
Eficaz (se usado correctamente);
Diminui a sensação vaginal;
Protege contra as DSTs;
Elevado custo.
É mais resistente do que o
preservativo masculino;
Sem efeitos secundários.
26. Métodos Não Naturais
Preservativo Masculino
É um protetor de látex (borracha muito fina)
aberto de um lado e fechado do outro que
se desenrola no pénis ereto antes da
penetração. Aquando da ejaculação, o
esperma deposita-se no seu interior,
impedindo que os espermatozoides atinjam
o aparelho reprodutor feminino.
28. Métodos Não Naturais
Preservativo Masculino
Vantagens
Desvantagens
Eficaz
(se
correctamente)
usado Tem de se adquirir antes de se ter
relações sexuais;
Protege contra as DSTs;
É muito frágil – possibilidade de se
romper.
Fácil de transportar e de
comprar;
Só pode ser utilizado uma vez
Sem
físicos.
efeitos
secundários
29. Métodos Não Naturais
Métodos Químicos (Hormonais)
Têm como objectivo evitar o surgimento de uma gravidez, utilizando, para
isso, dispositivos ou medicamentos constituídos por hormonas que vão
actuar ao nível dos ovários e do útero.
30. Métodos Não Naturais
Espermicidas
Os espermicidas são produtos
químicos de aplicação local, cuja
ação consiste em neutralizar os
espermatozoides (diminuindo a sua
vitalidade) ou fazer uma barreira
que impede a passagem do
esperma para o útero.
31. Métodos Não Naturais
Espermicidas
Vantagens
Desvantagens
É de simples utilização;
Aumenta
a
lubrificação
da Podem causar reacções alérgicas;
O espaço de tempo entre a aplicação
vagina;
Pode
Não protegem das DST’S;
ser
utilizado
como do espermicida e a relação sexual deve
suplemento de outros métodos ser cerca de 30 minutos;
contraceptivos;
A mulher só se deve lavar 6 a 8 horas
As esponjas e os cremes têm um após a relação sexual.
inicio de acção mais rápido.
32. Métodos Não Naturais
Pílula
Cada comprimido da pílula possui hormonas sintéticas
semelhantes às que são produzidas pelos ovários logo, o
período fértil deixa de existir e a mulher não engravida.
No final do período de pausa ocorre uma hemorragia
que não é uma verdadeira menstruação (uma vez que a
pílula inibe as ovulações ) O que ocorre é a chamada
“hemorragia de privação” embora as pessoas
vulgarmente chamem de menstruação. Com a toma
correta da pílula a “ menstruação” é regulada, podendo
ser então previda. Geralmente as hemorragias são
menos intensas e duram menos tempo que a verdadeira
menstruação. Vómitos e diarreia cortam o efeito da
pílula devendo assim ser usado outro método
contracetivo aquando destas situações.
33. Métodos Não Naturais
Pílula
Vantagens
Menos dores menstruais;
Desvantagens
Não previne contra DST’s;
Menor risco de cancro do ovário e Exige um cuidado e compromisso por
do endométrio
parte da mulher;
Podem aparecer dores de cabeça,
tensão mamára e retenção de líquidos.
Esquecimentos superiores a 12 horas são perigosos e superiores a 24 horas
devem ser comunicados a um profissional de saúde.
Mulheres com problemas no fígado, acidentes tromboembólicos ou
vasculares não devem tomar a pílula combinada.
34. Métodos Não Naturais
• Pilulas combinadas: estrogénios e progesterona
sintéticos. Geralmente são tomadas durante 21
dias, seguidos de um período de pausa.
• Pílulas
microprogestativas:
só
contêm
progesterona
sintética.
São
tomadas
diariamente, sem interrupção.
• Não bloqueiam a ovulação, pelo que a sua eficácia
é menor. O muco cervical sofre as alterações
normais, com uma certa impermeabilização do
útero aos espermatozoides.
• Aconselhado a mulheres que não podem tomar as
pílulas combinadas e para as que pretendem
amamentar porque o estrogénio provoca uma
diminuição da quantidade de leite.
35. Métodos Não Naturais
Pílula do dia Seguinte
É um contracetivo de emergência, constituído por levonorgestrel.
É uma pílula que é utilizada até um prazo de 72 horas após o ato sexual.
Evita uma gravidez após uma relação sem proteção.
Aumenta o pH da vagina, eliminando os espermatezóides, evitando assim
a fecundação.
Inibe também a nidação.
36. Métodos Não Naturais
Pílula do dia Seguinte
Vantagens
Desvantagens
Inibe a gravidez após uma relação Náusea;
mal protegida.
Dores abdominais;
Não interfere com a utilização Fadiga;
regular da pílula anticoncepcional;
Dor de cabeça;
Não afecta a fertilidade a longo Distúrbio no ciclo menstrual;
prazo;
Tensão mamária;
Pode ser usado pela mulher após Diarreia;
o acto sexual;
Se tomada regularmente poderá levar
à infertilidade.
37. Métodos Não Naturais
Anel vaginal
Oferece
uma
baixa
dose
hormonal, mas com ótima eficácia.
O anel vaginal só se aplica uma vez em
cada ciclo.
Devido à sua flexibilidade, garante
uma adequada adaptação aos
contornos vaginais, impedindo a
ovulação.
38. Métodos Não Naturais
Anel Vaginal
Vantagens
Desvantagens
Não interfere no ato sexual;
Exige habilidade de colocação;
É um método reversível;
Algumas
mulheres
sentem
Provoca uma menstruação mais desconforto;
curta, regular e com menos dores;
Pode provocar variação de peso;
Protege contra cancro nos ovários Pode provocar irritação vaginal;
e / ou no colo do útero;
Em caso de vómitos / diarreira
mantém a eficácia total inicial.
Não previne contra DST’s.
39. Métodos Não Naturais
Adesivo
É um método semelhante à pílula e ao anel vaginal. Consiste na libertação
de hormonas parecidas às que são produzidas nos ovários diretamente da
pele para a corrente sanguínea, impedindo a ovulação e provocando o
espessamento do muco cervical.
40. Métodos Não Naturais
Adesivo
Vantagens
Desvantagens
É mudado apenas uma vez por Sensibilidade nos seios;
semana;
Não protege contra DST’s;
É de fácil utilização;
Dor de cabeça;
Não interfere com o ato sexual;
Irritação
da
pele
no
local
da
A sua eficácia não é posta em aplicação;
causa devido a vómitos ou diarreia;
Náuseas;
É reversível ;
Aumento dos riscos se for fumadora.
Não interfere no quotidiano.
41. Métodos Não Naturais
Implante subcutâneo
É um método contracetivo que contem progestativo, semelhante à
progesterona. Este inibe a ovulação e torna o muco cervical mais espesso. A
sua duração é de certca de três anos, podendo durar um pouco mais. Este
provoca alterações a nível do ciclo menstrual, pois pode não existir perdas
de sangue durante os três anos ou estas podem ser irregulares e
imprevisíveis, no entanto, após a sua remoção os ciclos normalizam de
imediato. Há que ter em conta que é necessária vigilância médica anual e
que este método não previne contra DST’s.
Nota: antes da aplicação deve ser feito um exame médico de forma a avaliar
o historial completo da mulher.
42. Métodos Não Naturais
Contraceção Cirurgica
São métodos de contraceção
definitivos, ou seja, irreversíveis,
que consistem no corte dos canais
deferentes do homem ou as
trompas de Falópio da mulher,
impedindo assim a saída de
espermatozóides ou a passagem
dele nas trompas podendo atingir
o oócito II, impossibilitando assim
o encontro entre os gâmetas, ou
seja, impedindo a fecundação.
43. Métodos Não Naturais
Laqueação das trompas de Falópio
Consiste numa cirurgia feita na mulher em que é cortada ou amarrada as
suas trompas de Falópio, impedindo a passagem do óvulo.
Corte
Corte
44. Métodos Não Naturais
Laqueação das trompas de Falópio
Vantagens
Desvantagens
A mulher não necessita de utilizar O processo cirgurcido pode envolver
mais nenhum meio para evitar a alguns riscos exigindo exames prégravidez;
operatórios, internamento e anestesia;
A eficácia é de 100%;
É irreversível;
Não tem efeitos secundários;
Não protege contra DST’s;
Apenas usado em mulheres com
idade superior a 25.
45. Métodos Não Naturais
Vasectomia
Consiste em cortar ou amarrar os canais deferentes do homem,
impedindo que os espermatozóides produzidos nos testiculos não sejam
expelidos durante a ejaculação, evitando assim a gravidez.
46. Métodos Não Naturais
Vasectomia
Vantagens
Desvantagens
O homem não necessita de O processo cirgurcido pode envolver alguns
utilizar mais nenhum meio riscos exigindo exames pré-operatórios;
contracetivo;
Não protege contra DST’s;
A eficácia é de 100%;
Usado em homens com mais de 25 anos;
Não altera o desempenho É
sexual.
necessário
utilizar
outro
método
contracetivo durante as próximas ejaculações
após a cirurgia
É irreversível.
47. Eficácia
Eficácia dos métodos contracetivos, usados de forma ideal , durante o
primeiro ano:
Pílula combinada – 99.5 a 99.97 %
Implante subcutâneo – 99.8 a 100 %
SIU com levonorgestrel – 99.8 a 99.91 %
Laqueação das trompas de Falópio – 99.95 %
Injeções hormonais – 99.1 – 99.97 %
Pílula só com progesterona – 95.7 a 99.6 %
DIU – 99 a 99.5 %
Vasectomia – 99.85 a 99.9 %
Adesivo contracetivo – 99.12 – 99.3 %
48. Eficácia
Anel vaginal – 98.77 %
Temperatura – 98%
Preservativo masculino – 86 a 97%
Preservativo feminino – 79 a 95%
Muco cervical – 80 a 91%
Diafragma – 80 a 94%
Espermicidas – 74 a 94%
Coito interrompido – 81 a 96%
Calendário – 75 a 91%
Contraceção de emergência – “pilula do dia seguinte” com
levonorgestrel - 60 a 95% (dependendo da altura da toma (aconselhado
até 72 horas do ato, sendo que pode ser ingerida ainda até 5 dias após o
ato uma vez que a implantação do embrião no endométrio ocorre por volta
do sexto dia após a fecundação)).
51.
O homem e/ou a mulher ao escolher/em o método contracetivo a
utilizar tem que ter em conta diversos fatores, tais como:
Idade;
Número de filhos;
Compreensão e tolerância ao método;
O querer ou não ter filhos no futuro;
A existência de doenças e alergias que possam vir a agravar-se
devido a determinados métodos.
No entanto, há que se destacar a necessidade da permanente
utilização dos métodos contracetivos de barreira, nomeadamente
os preservativos, para, só assim, prevenir as DST’s que podem ser
transmitidas durante o ato sexual.