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O MENINO DA SUA MÃE
Daniela Filipa nº14 12ºB
O MENINO DA SUA MÃE
No plaino abandonado
Que a morna brisa aquece,
De balas trespassadoDuas, de lado a lado-,
Jaz morto, e arrefece.

Caiu-lhe da algibeira
A cigarreira breve.
Dera-lhe a mãe. Está inteira
E boa a cigarreira.
Ele é que já não serve.

Raia-lhe a farda o sangue.
De braços estendidos,
Alvo, louro, exangue,
Fita com olhar langue
E cego os céus perdidos.

De outra algibeira, alada
Ponta a roçar o solo,
A brancura embainhada
De um lenço… deu-lho a criada
Velha que o trouxe ao colo.

Tão jovem! Que jovem era!
(agora que idade tem?)
Filho único, a mãe lhe dera
Um nome e o mantivera:
«O menino de sua mãe.»

Lá longe, em casa, há a prece:
“Que volte cedo, e bem!”
(Malhas que o Império tece!)
Jaz morto e apodrece
O menino da sua mãe

Fernando Pessoa
ESTRUTURA INTERNA
1ª Parte: estrofes 1 e 2 – Descrição do “cenário”

hipálage

hipérbato

No plaino abandonado
Que a morna brisa aquece,
De balas trespassadoDuas, de lado a lado-,
Jaz morto, e arrefece.
Raia-lhe a farda o sangue.
De braços estendidos,
Alvo, louro, exangue,
Fita com olhar langue
E cego os céus perdidos.

espaço
tempo
recentemente morto

palidez advinda da morte
o olhar parado fixo nos céus perdidos
(o paraíso perdido na infância)
ESTRUTURA INTERNA
2ª parte : estrofes 3-5 - Discurso emotivo, judicativo

Tão jovem! Que jovem era!
(agora que idade tem?)
Filho único, a mãe lhe dera
Um nome e o mantivera:
«O menino de sua mãe.»

hipálage

hipálage

Caiu-lhe da algibeira
A cigarreira breve.
Dera-lhe a mãe. Está inteira
E boa a cigarreira.
Ele é que já não serve.
De outra algibeira, alada
Ponta a roçar o solo,
A brancura embainhada
De um lenço… deu-lho a criada
Velha que o trouxe ao colo.

Símbolo do amor, carinho materno e
da efemeridade da vida do menino

Símbolo do carinho, proteção,
Pureza, inocência, brevidade da vida
ESTRUTURA INTERNA
3ª parte: 6ª estrofe – O espaço familiar

dramatismo

Lá longe, em casa, há a prece:
“Que volte cedo, e bem!”
(Malhas que o Império tece!)
Jaz morto e apodrece
O menino da sua mãe

prece inútil, em vão
esperança do seu regresso e são
causa da tragédia
tempo, agora mais tardio
símbolo do amor, carinho, esperança
ESTRUTURA FORMAL

 Seis quintilhas
 Versos hexassílabos [ ex: No / plai / no a/ ban / do / na /do ]
 Rima cruzada, emparelhada e interpolada, de acordo com o
seguinte esquema rimático: a b a a b

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  • 1. O MENINO DA SUA MÃE Daniela Filipa nº14 12ºB
  • 2. O MENINO DA SUA MÃE No plaino abandonado Que a morna brisa aquece, De balas trespassadoDuas, de lado a lado-, Jaz morto, e arrefece. Caiu-lhe da algibeira A cigarreira breve. Dera-lhe a mãe. Está inteira E boa a cigarreira. Ele é que já não serve. Raia-lhe a farda o sangue. De braços estendidos, Alvo, louro, exangue, Fita com olhar langue E cego os céus perdidos. De outra algibeira, alada Ponta a roçar o solo, A brancura embainhada De um lenço… deu-lho a criada Velha que o trouxe ao colo. Tão jovem! Que jovem era! (agora que idade tem?) Filho único, a mãe lhe dera Um nome e o mantivera: «O menino de sua mãe.» Lá longe, em casa, há a prece: “Que volte cedo, e bem!” (Malhas que o Império tece!) Jaz morto e apodrece O menino da sua mãe Fernando Pessoa
  • 3. ESTRUTURA INTERNA 1ª Parte: estrofes 1 e 2 – Descrição do “cenário” hipálage hipérbato No plaino abandonado Que a morna brisa aquece, De balas trespassadoDuas, de lado a lado-, Jaz morto, e arrefece. Raia-lhe a farda o sangue. De braços estendidos, Alvo, louro, exangue, Fita com olhar langue E cego os céus perdidos. espaço tempo recentemente morto palidez advinda da morte o olhar parado fixo nos céus perdidos (o paraíso perdido na infância)
  • 4. ESTRUTURA INTERNA 2ª parte : estrofes 3-5 - Discurso emotivo, judicativo Tão jovem! Que jovem era! (agora que idade tem?) Filho único, a mãe lhe dera Um nome e o mantivera: «O menino de sua mãe.» hipálage hipálage Caiu-lhe da algibeira A cigarreira breve. Dera-lhe a mãe. Está inteira E boa a cigarreira. Ele é que já não serve. De outra algibeira, alada Ponta a roçar o solo, A brancura embainhada De um lenço… deu-lho a criada Velha que o trouxe ao colo. Símbolo do amor, carinho materno e da efemeridade da vida do menino Símbolo do carinho, proteção, Pureza, inocência, brevidade da vida
  • 5. ESTRUTURA INTERNA 3ª parte: 6ª estrofe – O espaço familiar dramatismo Lá longe, em casa, há a prece: “Que volte cedo, e bem!” (Malhas que o Império tece!) Jaz morto e apodrece O menino da sua mãe prece inútil, em vão esperança do seu regresso e são causa da tragédia tempo, agora mais tardio símbolo do amor, carinho, esperança
  • 6. ESTRUTURA FORMAL  Seis quintilhas  Versos hexassílabos [ ex: No / plai / no a/ ban / do / na /do ]  Rima cruzada, emparelhada e interpolada, de acordo com o seguinte esquema rimático: a b a a b