A primeira viagem de circum-navegação ao globo por Fernão de Magalhães
1. Fernão de Magalhães
«A Mensagem» de Fernando Pessoa
Escola Secundária Francisco de Holanda
Trabalho realizado por
Isabel Costa, nº 20
Marta Costa, nº 23
2. Fernão de Magalhães
(1480 – 1521)
Foi um navegador Português
que se notabilizou por ter
organizado a primeira
viagem de circum-
navegação ao globo de 1519
até 1522.
Elaborou um plano que pretendia atingir as
Molucas navegando para poente e procurando uma
passagem para o Pacífico na América do Sul e para
além do rio de Prata.
Morreu numa emboscada aos arquipélagos
filipinos e é Sebastião de El Cano que regressa a
Espanha, completando a primeira viagem de circum-
navegação.
4. «Fernão de Magalhães»
- O poema «Fernão de Magalhães» insere-se na obra a Mensagem de Fernando
Pessoa;
- É o oitavo poema da segunda parte, Mar Português, e está relacionado com os
5. «Fernão de Magalhães»
No vale clareia uma fogueira.
Uma dança sacode a terra inteira.
E sombras disformes e
descompostas
Em clarões negros do vale vão
Subitamente pelas encostas,
Indo perder-se na escuridão.
De quem é a dança que a noite
aterra?
São os Titans, os filhos da Terra,
Que dançam da morte do
marinheiro
Que quis cingir o materno vulto
Cingi-lo, dos homens, o primeiro,
Na praia ao longe por fim sepulto.
Dançam, nem sabem que a alma
ousada
Do morto ainda comanda a
armada,
Pulso sem corpo ao leme a guiar
As naus no resto do fim do espaço:
Que até ausente soube cercar
A terra inteira com seu abraço.
Violou a Terra. Mas eles não
O sabem, e dançam na solidão;
E sombras disformes e
descompostas,
Indo perder-se nos horizontes,
Galgam do vale pelas encostas
Dos mudos montes.
6. Análise do poema
No vale clareia uma fogueira.
Uma dança sacode a terra inteira.
E sombras disformes e
descompostas
Em clarões negros do vale vão
Subitamente pelas encostas,
Indo perder-se na escuridão.
De quem é a dança que a noite a
terra?
São os Titãs, os filhos da Terra,
Que dançam da morte do
marinheiro
Que quiz cingir o materno vulto
Cingi-lo, dos homens, o primeiro,
Protagonistas da dança
Celebram
Terra
Momento da morte
METÁFORA
Caracterização do
espaço e dos rituais
dos nativos OXÍMORO
Nativos filipinos
7. Análise do poema
Dançam, nem sabem que a alma
ousada
Do morto ainda comanda a armada,
Pulso sem corpo ao leme a guiar
As naus no resto do fim do espaço:
Que até ausente soube cercar
A terra inteira com seu abraço.
Violou a Terra. Mas eles não
O sabem, e dançam na solidão;
E sombras disformes e
descompostas,
Indo perder-se nos horizontes,
Galgam do vale pelas encostas
Dos mudos montes.
Os titãs desconhecem
METÁFORA
METÁFORA
METÁFORA
METÁFORA
Magalhães desvendou o segredo de
que a Terra é redonda
(Metaforicamente)
Campo lexical de
desconhecimento
Os que o mataram permaneceram
ignorantes
Desvendou
Invencibilidade do herói
8. Mensagem do poema
As vidas mais importantes permanecem para além da morte ...
Como Luís de Camões disse nos “Lusíadas”: «Aqueles que se vão da lei da morte
libertando».
Homenagem a Fernão
Magalhães e à sua
primeira viagem de
circum-navegação.
Alterou a história da
Humanidade.
9. Estrutura Externa
- O poema é constituído por quatro estrofes, com seis versos cada (sextilhas);
- A métrica é livre;
- A rima é emparelhada nos dois primeiros versos de cada estrofe e cruzada nos
quatro últimos;
EXEMPLO:
No vale clareia uma fogueira.
Uma dança sacode a terra inteira.
E sombras disformes e descompostas
Em clarões negros do vale vão
Subitamente pelas encostas,
Indo perder-se na escuridão.
A
A
B
C
B
C
Notas do Editor
Contudo só conseguiu atingir o Pacífico, navegando o estreito que hoje tem o seu nome, Estreito de Magalhães.
Trata-se de um poema que pretende sublinhar a persistência do espírito aventureiro de Fernão de Magalhães, mesmo após a sua morte.
O tema central deste poema é a morte de Fernão de Magalhães, como demonstram as seguintes expressões: “morte do marinheiro”, “Na praia ao longe por fim sepulto” e “Pulso sem corpo”.
O projecto de Magalhães referido no poema é o da circum-navegação como podemos comprovar: “Que quis cingir o materno vulto” e “Que até ausente soube cercar / A terra inteira com o seu abraço.”.
O sujeito poético, neste poema, não se refere directamente aos feitos de Fernão de Magalhães, mas aborda apenas um momento da sua vida, a sua morte. Trata-se da materialização da ideia de Fernando Pessoa - uma vida sem sonho não vale a pena e só no momento da morte é que se podem contabilizar as valias de cada vida.
Os Titãs eram seres míticos, considerados selvagens, antigos deuses da terra que, na mitologia grega, antecederam os deuses do céu.
A vontade de concretizar o projecto de circum-navegação era mais forte que a própria morte, porque mesmo depois de morte o sonho de Fernão de Magalhães permaneceu vivo, tendo sido determinante para o êxito deste efeito.
A concretização deste projecto teve como consequência maior a mudança da Terra, dos seus habitantes e da maneira como vivem. Os dois últimos versos da última estrofe, ilustram a profundidade dessa mudança. Tudo vai mudar, ainda que, o nativos pensem que permanecem isolados, a conquista de Magalhães abriu novos caminhos que determinarão mudanças a diferentes níveis.
Trata-se de um poema que pretende sublinhar a persistência do espírito aventureiro de Fernão de Magalhães, mesmo após a sua morte.