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RESENHA
IDEIAS ORIENTADORAS PARA A CRECHE: A QUALIDADE NEGOCIADA
Vinícius Stein 1
Aline Aparecida da Silva 2
BECCHI, E.; BONDIOLI, A.; FERRARI, M.; GARIBOLDI, A. Ideias orientadoras para a creche: a
qualidade negociada. Trad. Maria de Loudes Tambaschia Menon. Revisão técnica: Elisandra Godoi e Suely
Amaral Mello. Campinas- SP: Autores Associados, 2012. Coleção Formação de Professores. Série Educação
Infantil em Movimento.
Escrito por Egle Becchi, Anna Bondioli, Monica Ferrari e Antonio Gariboldi, o livro Ideias
orientadoras para a creche: a qualidade negociada, conforme indica o prefácio de Suely Amaral Mello,
sintetiza as discussões de profissionais docentes de diferentes regiões da Itália, apresentando orientações para
a organização e a reorganização das creches.
A obra é organizada em seis partes. Em cada uma delas, os autores desenvolvem o tema principal
estruturando a escrita em tópicos e subtópicos, e com isso oferecem ao leitor uma análise sistemática dos
elementos que asseguram a excelência na creche e discorrendo sobre possibilidades práticas para a sua
realização.
Na primeira parte, como indica o título – Os personagens da creche –, Egle Becchi descreve as
especificidades que abrangem as crianças, as famílias e os profissionais. A autora analisa que, por serem
recentes as pesquisas do campo da psicologia que têm a primeira infância como objeto de estudo, as crianças
(os personagens principais na vida da creche) são as menos conhecidas. Em decorrência disso, é corrente a
compreensão da creche como espaço de cuidado assistencial (não educativo), e das crianças pequenas como
inaptas às intervenções educativas ou ainda capazes de se autoeducarem. Becchi (2012) opõe-se a essas
concepções ao compreender a creche como espaço educativo, argumentando que nela a criança experimenta
e vivencia coletivamente as situações planejadas para seu desenvolvimento.
Sendo a coletividade uma das especificidades da creche, cabe ao adulto observar o desenvolvimento do
grupo e simultaneamente de cada criança em sua individualidade com uma postura pedagógica ativa, que
procure compreender os modos do desenvolvimento infantil e que possibilite o planejamento de intervenções
intencionalmente orientadas para o crescimento da criança em sua individualidade, bem como do grupo
como um todo. Este é, para a autora, o objetivo da pedagogia da creche: educar para o crescimento, “[...]
preparar a criança para [...] práticas culturais, apoiar e encaminhar a sua verbalização e a sua competência
motora, estimular e exercitar a sua vida mental” (BECCHI, 2012, p. 8). Sua finalidade não está voltada para
os próximos anos de escolarização, isto é, não se esgota na necessidade de preparar a criança para a escola da
infância, mas sim para um fim posterior, de contínua e complexa formação, para o qual devem ser
viabilizadas todas as condições e todos os recursos necessários.
Nesse contexto, Becchi (2012) assinala a necessidade de que a creche e a família desenvolvam um
trabalho com objetivos comuns. A autora apresenta possibilidades práticas para que o sentido unitário entre
família e creche seja criado. Uma das propostas é a “profissionalização pedagógica” dos pais, que consiste na
inserção efetiva destes na creche – participando da realização de pequenos trabalhos, discutindo o
desenvolvimento da criança com os profissionais, acompanhando a rotina, e não apenas em momentos
1
Professor do Curso de Artes Visuais da Universidade Estadual de Maringá, membro do Grupo de Pesquisa e Estudos em Educação
Infantil da UEM. E-mail: vsteiin@gmail.com.
2
Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Maringá, membro do Grupo de Pesquisa e
Estudos em Educação Infantil da UEM.
Resenha
Rev. Teoria e Prática da Educação, v. 17, n.3, p. 107-110, Setembro/Dezembro 2014
108
isolados, como as festividades – e no desenvolvimento de uma conduta pedagógica com seus filhos e as
outras crianças da creche. Na creche de qualidade, deve haver o intercâmbio entre o saber que a família
possui da criança – que é único e carregado de emotividade – com o dos profissionais da creche – o
conhecimento sistematizado.
A autora assevera que a intervenção da pessoa adulta na creche é sempre educadora. As rotinas, por
exemplo, não devem ser conduzidas como repetições mecânicas e vazias de sentido; pelo contrário, são
ocasiões de aprendizagens motoras, intelectuais e verbais, devendo, portanto, ser instituídas como momentos
de intervenção na zona de desenvolvimento próximo das crianças3
. O educador deve estar consciente da
importância de suas escolhas e contemplar em seu planejamento a participação ativa das crianças.
A “pedagogização do tempo total” deve ser um objetivo a ser buscado continuamente. Nessa
perspectiva, os momentos de cuidado constituem-se como intervenções educativas e têm papel central no
desenvolvimento. Pela conduta do adulto nas orientações, diálogos, durantes as refeições, nos momentos de
sono e demais ações, as emoções e os desejos das crianças são educados.
Para a excelência dos trabalhos na creche, há a necessidade de planejamento e consciência coletiva das
metas a serem alcançadas. Deve-se debater e exemplificar os fundamentos teóricos que norteiam as
concepções adotadas pela equipe. “A creche [...] é antes de tudo um lugar de crescimento formativo dos
adultos para poder ser um bom lugar pedagógico para as crianças” (BECCHI, 2012, p.14).
Para o exercício de formação, o adulto da creche deve dispor de experiências ricas que podem ser
adquiridas e complexibilizadas ao longo do tempo. É a partir delas que as crianças encontrarão respostas às
suas necessidades e estímulo para novas aprendizagens, condutas, e para o desenvolvimento da curiosidade.
Deve-se prezar pela pedagogização dos trabalhos não estritamente educativos, como a arrumação, a limpeza
e a preparação da comida. A criança deve compreender que o que é feito segue regras e tem intenções que
devem ser comunicadas.
Os adultos que trabalham na creche não têm um papel único, mas compartilham de uma
homogeneidade de intenções. O coletivo da creche apresenta-se como uma república pedagógica, o que
implica na valorização da participação de todos, ou seja, nenhum adulto deve ficar à margem do trabalho
educativo. Pelo planejamento compartilhado são eleitas não somente estratégias didáticas, mas também a
tomada de consciência das intenções do grupo e de seu papel frente às questões postas.
Na segunda parte do livro, A vida cotidiana na creche, Ana Bondioli e Antonio Gariboldi priorizam
três assuntos: As atividades; Tempos e espaços; e Materiais e Mobílias4
. Tratando das atividades, discorrem
sobre as rotinas, a brincadeira, as atividades linguísticas e as atividades de aprendizagem5
, citando
elementos que caracterizam cada uma dessas atividades, sua importância e os cuidados necessários para sua
realização em uma creche de qualidade.
As rotinas caracterizam-se pelos momentos que têm no cuidado com o corpo seu principal objetivo.
São facilmente reconhecidas pelo caráter cíclico e ritual. A continuidade e a coerência das rotinas
estabelecidas propiciam às crianças a aquisição de hábitos regulares e a organização, o desenvolvimento do
sentido de tempo, de continuidade de experiências, além de serem momentos de comunicação e troca com os
adultos.
A brincadeira, por sua vez, relaciona-se com as experiências lúdicas, isto é, pelas ações e trocas
motivadas pelo prazer na realização daqueles que nela estão envolvidos, entendendo que, apesar de seu
caráter espontâneo, a brincadeira é influenciada pelas características físicas e sociais em que é desenvolvida.
Cabe ao adulto atentar-se à organização do espaço, à variedade e à continuidade das ofertas de brincadeiras,
à formação dos grupos e, junto das crianças, compartilhar o prazer da brincadeira.
As atividades linguísticas representam a possibilidade da aquisição da fala, da comunicação. Todas as
experiências da creche são um caminho da experiência linguística que é desenvolvida pela mediação do
adulto. Interações verbais de excelência permitem que a criança compreenda o meio linguístico como veículo
de significado e troca. O adulto deve escutar a palavra infantil e traduzi-la da maneira mais elaborada e
3
Conforme as pesquisas de PRESTES (2010) a tradução que mais se aproxima do termo desenvolvido por Vigotski é zona de
desenvolvimento iminente.
4
O itálico indica os títulos desse capítulo.
5
O itálico indica os subtítulos referentes a As atividades.
STEIN; SILVA
Rev. Teoria e Prática da Educação, v. 17, n.3, p. 107-110, Setembro/Dezembro 2014
109
articulada, a fim de, simultaneamente, devolver à criança a sensação de ser compreendida e enriquecer sua
capacidade comunicativa.
As atividades de aprendizagem se diferenciam das rotinas e das brincadeiras por possuírem uma
intencionalidade precisa do adulto para o enriquecimento da experiência cognitiva das crianças. Os autores
dão ênfase ao papel do adulto na aquisição de habilidades e competências que não se desenvolvem
espontaneamente, mas sim pela intervenção e orientação. Tratando ainda das atividades, concluem
destacando a possibilidade de excursões, passeios e festas, que por serem ocasionais, devem ser planejados e
organizados com antecedência.
Em Tempos e espaços, Bondioli e Gariboldi demonstram que a qualidade da estruturação espacial está
relacionada às exigências infantis alicerçadas na relação entre intimidade/segurança e exploração/descoberta.
A organização temporal deve considerar o equilíbrio entre a regularidade social e flexibilidade individual, ou
seja, os tempos não devem ser pensados dentro de uma rigidez institucional nem de uma fragmentação de
experiências, mas de forma que ofereçam às crianças variedade e regularidade de situações, coletiva e
individualmente, e que permitam o reconhecimento de uma estrutura temporal reconhecível e previsível.
Os autores concluem abordando a questão dos materiais e mobílias. Em sua perspectiva, o mobiliário
deve propiciar às crianças atuar de forma autônoma na exploração do espaço, com acesso à variedade de
materiais. Para tanto, deve-se criar um ambiente seguro, que propicie oportunidade de experiências e ao
mesmo tempo permita à criança estabelecer uma relação familiar de estabilidade.
Anna Bondioli, em Os modos de educar, analisa as relações entre crianças e adultos e elenca as
possibilidades de procedimentos para que a experiência na creche se constitua em um momento de
crescimento para as crianças pequenas.
De acordo com a autora, a criança que vai para a creche terá sua personalidade e identidade
desenvolvida. Desta forma, sua inserção deve ser realizada de modo planejado e organizado, para que a
ambientação possa ser feita de maneira gradual, personalizada, oferecendo a possibilidade de
individualização e identificação com pessoas queridas que estejam à sua volta. Ao mesmo tempo em que
pertence à coletividade, a criança deve ser reconhecida pela sua individualidade. A individualização pode ser
expressa na personalização da sala, de objetos, para que a criança estabeleça sua identidade pessoal perante o
grupo.
Confiança e afeto são condições para que a criança possa usufruir com qualidade das experiências
proporcionadas pela creche. Cabe ao educador planejar situações que encorajem, apóiem e coloquem as
crianças nas melhores condições para usufruir da companhia de seus pares, possibilitando a variedade, a
consistência e a continuidade das experiências vivenciadas. A definição dos objetivos, a avaliação atenta do
adulto durante o processo de inserção e o diálogo com os pais permitirão modular estratégias que
personalizem o processo de aprendizagem.
Na quarta parte do livro, intitulada Condições para educar, Monica Ferrari versa prioritariamente
sobre a avaliação, o planejamento e a profissionalização dos educadores. Em sua análise, a observação
sistemática, tanto do grupo quanto da criança em sua individualidade, é requisito para a preparação e a
avaliação do trabalho formativo. Para uma experiência de observação atenta, formadores, especialistas e
coordenadores devem ter consciência do planejamento global – que contempla os objetivos a serem atingidos
e as ações para alcançá-los.
São condições imprescindíveis para a excelência na creche planejar, executar e por meio da
observação, avaliar e replanejar. A avaliação exige instrumentos idôneos de análise – científicos – e a
documentação de todos os processos (observações das crianças e dos grupos, resultado de avaliações
anteriores e planejamentos, por exemplo).
No tocante à profissionalização dos educadores, a autora afirma que deve ser “[...] cultiva, promovida
e apoiada [...]” (FERRARRI, 2012, p. 49), pois, em sua análise, o profissional não é aquele que somente
atua, mas que reflete sobre sua atuação, que decide conscientemente. A profissionalização deve ser estendida
para todos aqueles que atuam e participam da creche – educadores, auxiliares, pessoal técnico administrativo,
coordenador, atelieristas, psicólogos, especialistas, pais e pais da lista de espera.
Objetivando que todos se conscientizem e reflitam acerca do significado do próprio papel, cabe ao
coordenador direcionar, selecionar e discutir com o grupo quais são as reflexões essenciais para aquela
realidade, e a partir disso promover ações que privilegiem as vivências com o coletivo, como, por exemplo,
cursos de formação em serviço, participação em congressos, seminários, aulas de especialistas, apresentação
Resenha
Rev. Teoria e Prática da Educação, v. 17, n.3, p. 107-110, Setembro/Dezembro 2014
110
de livros, iniciativas culturais, entre outros. Nas palavras da autora: “Não se profissionaliza nessa área, senão
no interior de uma contínua disponibilidade de crescimento do outro e de si próprio, no seio de um grupo
consciente das próprias escolhas” (FERRARRI, 2012, p. 51).
A socialização das experiências desenvolvidas na creche e as relações com órgãos externos são o tema
da quinta parte do livro: A abertura em relação ao social, elaborada por Monica Ferrari. Nesse capítulo, a
autora faz um questionamento pertinente: “A creche é o lugar preferido para a pesquisa da primeiríssima
idade [...] que permite conhecer melhor essa peculiar fase da vida. Todavia, raramente a creche se vê como
lugar propositivo de pesquisa [...]” (FERRARRI, 2012, p. 56). Para a autora, deve haver uma ligação entre
laboratórios de pesquisa e as creches, e juntos devem construir projetos de pesquisa de reflexão que partam
dos problemas comuns.
Ferrari (2012) afirma que a qualidade das atividades desenvolvidas na creche está relacionada com
órgãos externos a ela, como os postos de saúde, outras creches, escolas da infância, setores de documentação,
brinquedotecas, grupos, associações e revistas que tratam de problemas da primeira idade.
Na parte final, Garantias da qualidade na creche, Ana Bondioli e Antonio Gariboldi argumentam que
uma creche de qualidade necessita de garantias que coloquem seus funcionários em condições de realizar da
melhor forma as suas funções.
Algumas dessas condições estão relacionadas à quantidade adulto-criança, à estrutura física do prédio,
aos aspectos administrativos e à organização, isto é, “[...] a correta divisão e o rigor dos papéis de cada um
[...]” (BONDIOLI e GARIBOLDI, 2012, p. 59).
Os autores citam a necessidade de um regulamento que seja a referência para todos os envolvidos com
a creche. Além deste, outros documentos importantes são: A carta da creche – a qual declara as modalidades
organizadoras e os princípios da creche – e o projeto educativo – que apresenta a identidade, a história e
explicita o fio condutor bem como unifica projetos.
Esses documentos, em consonância com os autores, devem ser do conhecimento de educadores, pais,
coordenadores e administradores, os quais, coletivamente, devem mantê-los atualizados, o que implica
organizar situações de discussão e aperfeiçoamento com a colaboração de diversas pessoas de níveis
variados de responsabilidades.
As reflexões apresentadas em Ideias orientadoras para a creche: a qualidade negociada reportam-se
às creches italianas, mas são latentes à realidade brasileira. Compreender o trabalho educativo como um
fazer consciente e exercício de coletividdade é um desafio pertinente às creches do Brasil. Fazendo uso das
palavras de Mello no prefácio do livro: “[...] a atitude de investigação incorporada na atitude docente faz
concretizar o que entre nós brasileiros/as ainda é, de um modo geral, discurso: o relacionamento com as
crianças como cidadãos e o relacionamento com os familiares como parceiros na tarefa de apresentar o
mundo para elas” (MELLO, 2012, viii).
A linguagem objetiva e as discussões pontuais fazem do livro leitura fundamental àqueles em atividade
nas instituições de Educação Infantil, aos pais, aos profissionais em formação e a todos os preocupados com
uma educação desenvolvente e de excelência para as crianças pequenas.
Referências
BECCHI, E.; BONDIOLI, A.; FERRARI, M.; GARIBOLDI, A. Ideias orientadoras para a creche: a qualidade
negociada. Trad. Maria de Loudes Tambaschia Menon. Revisão técnica: Elisandra Godoi e Suely Amaral Mello.
Campinas- SP: Autores Associados, 2012. Coleção Formação de Professores. Série Educação Infantil em Movimento.
PRESTES, Z. R. Quando não é quase a mesma coisa: análise de traduções de Lev Semionovitch Vigotski no Brasil,
repercussões no campo educacional. 2010. Tese. (Doutorado em Educação) Universidade de Brasília, Brasília.

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  • 1. RESENHA IDEIAS ORIENTADORAS PARA A CRECHE: A QUALIDADE NEGOCIADA Vinícius Stein 1 Aline Aparecida da Silva 2 BECCHI, E.; BONDIOLI, A.; FERRARI, M.; GARIBOLDI, A. Ideias orientadoras para a creche: a qualidade negociada. Trad. Maria de Loudes Tambaschia Menon. Revisão técnica: Elisandra Godoi e Suely Amaral Mello. Campinas- SP: Autores Associados, 2012. Coleção Formação de Professores. Série Educação Infantil em Movimento. Escrito por Egle Becchi, Anna Bondioli, Monica Ferrari e Antonio Gariboldi, o livro Ideias orientadoras para a creche: a qualidade negociada, conforme indica o prefácio de Suely Amaral Mello, sintetiza as discussões de profissionais docentes de diferentes regiões da Itália, apresentando orientações para a organização e a reorganização das creches. A obra é organizada em seis partes. Em cada uma delas, os autores desenvolvem o tema principal estruturando a escrita em tópicos e subtópicos, e com isso oferecem ao leitor uma análise sistemática dos elementos que asseguram a excelência na creche e discorrendo sobre possibilidades práticas para a sua realização. Na primeira parte, como indica o título – Os personagens da creche –, Egle Becchi descreve as especificidades que abrangem as crianças, as famílias e os profissionais. A autora analisa que, por serem recentes as pesquisas do campo da psicologia que têm a primeira infância como objeto de estudo, as crianças (os personagens principais na vida da creche) são as menos conhecidas. Em decorrência disso, é corrente a compreensão da creche como espaço de cuidado assistencial (não educativo), e das crianças pequenas como inaptas às intervenções educativas ou ainda capazes de se autoeducarem. Becchi (2012) opõe-se a essas concepções ao compreender a creche como espaço educativo, argumentando que nela a criança experimenta e vivencia coletivamente as situações planejadas para seu desenvolvimento. Sendo a coletividade uma das especificidades da creche, cabe ao adulto observar o desenvolvimento do grupo e simultaneamente de cada criança em sua individualidade com uma postura pedagógica ativa, que procure compreender os modos do desenvolvimento infantil e que possibilite o planejamento de intervenções intencionalmente orientadas para o crescimento da criança em sua individualidade, bem como do grupo como um todo. Este é, para a autora, o objetivo da pedagogia da creche: educar para o crescimento, “[...] preparar a criança para [...] práticas culturais, apoiar e encaminhar a sua verbalização e a sua competência motora, estimular e exercitar a sua vida mental” (BECCHI, 2012, p. 8). Sua finalidade não está voltada para os próximos anos de escolarização, isto é, não se esgota na necessidade de preparar a criança para a escola da infância, mas sim para um fim posterior, de contínua e complexa formação, para o qual devem ser viabilizadas todas as condições e todos os recursos necessários. Nesse contexto, Becchi (2012) assinala a necessidade de que a creche e a família desenvolvam um trabalho com objetivos comuns. A autora apresenta possibilidades práticas para que o sentido unitário entre família e creche seja criado. Uma das propostas é a “profissionalização pedagógica” dos pais, que consiste na inserção efetiva destes na creche – participando da realização de pequenos trabalhos, discutindo o desenvolvimento da criança com os profissionais, acompanhando a rotina, e não apenas em momentos 1 Professor do Curso de Artes Visuais da Universidade Estadual de Maringá, membro do Grupo de Pesquisa e Estudos em Educação Infantil da UEM. E-mail: vsteiin@gmail.com. 2 Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Maringá, membro do Grupo de Pesquisa e Estudos em Educação Infantil da UEM.
  • 2. Resenha Rev. Teoria e Prática da Educação, v. 17, n.3, p. 107-110, Setembro/Dezembro 2014 108 isolados, como as festividades – e no desenvolvimento de uma conduta pedagógica com seus filhos e as outras crianças da creche. Na creche de qualidade, deve haver o intercâmbio entre o saber que a família possui da criança – que é único e carregado de emotividade – com o dos profissionais da creche – o conhecimento sistematizado. A autora assevera que a intervenção da pessoa adulta na creche é sempre educadora. As rotinas, por exemplo, não devem ser conduzidas como repetições mecânicas e vazias de sentido; pelo contrário, são ocasiões de aprendizagens motoras, intelectuais e verbais, devendo, portanto, ser instituídas como momentos de intervenção na zona de desenvolvimento próximo das crianças3 . O educador deve estar consciente da importância de suas escolhas e contemplar em seu planejamento a participação ativa das crianças. A “pedagogização do tempo total” deve ser um objetivo a ser buscado continuamente. Nessa perspectiva, os momentos de cuidado constituem-se como intervenções educativas e têm papel central no desenvolvimento. Pela conduta do adulto nas orientações, diálogos, durantes as refeições, nos momentos de sono e demais ações, as emoções e os desejos das crianças são educados. Para a excelência dos trabalhos na creche, há a necessidade de planejamento e consciência coletiva das metas a serem alcançadas. Deve-se debater e exemplificar os fundamentos teóricos que norteiam as concepções adotadas pela equipe. “A creche [...] é antes de tudo um lugar de crescimento formativo dos adultos para poder ser um bom lugar pedagógico para as crianças” (BECCHI, 2012, p.14). Para o exercício de formação, o adulto da creche deve dispor de experiências ricas que podem ser adquiridas e complexibilizadas ao longo do tempo. É a partir delas que as crianças encontrarão respostas às suas necessidades e estímulo para novas aprendizagens, condutas, e para o desenvolvimento da curiosidade. Deve-se prezar pela pedagogização dos trabalhos não estritamente educativos, como a arrumação, a limpeza e a preparação da comida. A criança deve compreender que o que é feito segue regras e tem intenções que devem ser comunicadas. Os adultos que trabalham na creche não têm um papel único, mas compartilham de uma homogeneidade de intenções. O coletivo da creche apresenta-se como uma república pedagógica, o que implica na valorização da participação de todos, ou seja, nenhum adulto deve ficar à margem do trabalho educativo. Pelo planejamento compartilhado são eleitas não somente estratégias didáticas, mas também a tomada de consciência das intenções do grupo e de seu papel frente às questões postas. Na segunda parte do livro, A vida cotidiana na creche, Ana Bondioli e Antonio Gariboldi priorizam três assuntos: As atividades; Tempos e espaços; e Materiais e Mobílias4 . Tratando das atividades, discorrem sobre as rotinas, a brincadeira, as atividades linguísticas e as atividades de aprendizagem5 , citando elementos que caracterizam cada uma dessas atividades, sua importância e os cuidados necessários para sua realização em uma creche de qualidade. As rotinas caracterizam-se pelos momentos que têm no cuidado com o corpo seu principal objetivo. São facilmente reconhecidas pelo caráter cíclico e ritual. A continuidade e a coerência das rotinas estabelecidas propiciam às crianças a aquisição de hábitos regulares e a organização, o desenvolvimento do sentido de tempo, de continuidade de experiências, além de serem momentos de comunicação e troca com os adultos. A brincadeira, por sua vez, relaciona-se com as experiências lúdicas, isto é, pelas ações e trocas motivadas pelo prazer na realização daqueles que nela estão envolvidos, entendendo que, apesar de seu caráter espontâneo, a brincadeira é influenciada pelas características físicas e sociais em que é desenvolvida. Cabe ao adulto atentar-se à organização do espaço, à variedade e à continuidade das ofertas de brincadeiras, à formação dos grupos e, junto das crianças, compartilhar o prazer da brincadeira. As atividades linguísticas representam a possibilidade da aquisição da fala, da comunicação. Todas as experiências da creche são um caminho da experiência linguística que é desenvolvida pela mediação do adulto. Interações verbais de excelência permitem que a criança compreenda o meio linguístico como veículo de significado e troca. O adulto deve escutar a palavra infantil e traduzi-la da maneira mais elaborada e 3 Conforme as pesquisas de PRESTES (2010) a tradução que mais se aproxima do termo desenvolvido por Vigotski é zona de desenvolvimento iminente. 4 O itálico indica os títulos desse capítulo. 5 O itálico indica os subtítulos referentes a As atividades.
  • 3. STEIN; SILVA Rev. Teoria e Prática da Educação, v. 17, n.3, p. 107-110, Setembro/Dezembro 2014 109 articulada, a fim de, simultaneamente, devolver à criança a sensação de ser compreendida e enriquecer sua capacidade comunicativa. As atividades de aprendizagem se diferenciam das rotinas e das brincadeiras por possuírem uma intencionalidade precisa do adulto para o enriquecimento da experiência cognitiva das crianças. Os autores dão ênfase ao papel do adulto na aquisição de habilidades e competências que não se desenvolvem espontaneamente, mas sim pela intervenção e orientação. Tratando ainda das atividades, concluem destacando a possibilidade de excursões, passeios e festas, que por serem ocasionais, devem ser planejados e organizados com antecedência. Em Tempos e espaços, Bondioli e Gariboldi demonstram que a qualidade da estruturação espacial está relacionada às exigências infantis alicerçadas na relação entre intimidade/segurança e exploração/descoberta. A organização temporal deve considerar o equilíbrio entre a regularidade social e flexibilidade individual, ou seja, os tempos não devem ser pensados dentro de uma rigidez institucional nem de uma fragmentação de experiências, mas de forma que ofereçam às crianças variedade e regularidade de situações, coletiva e individualmente, e que permitam o reconhecimento de uma estrutura temporal reconhecível e previsível. Os autores concluem abordando a questão dos materiais e mobílias. Em sua perspectiva, o mobiliário deve propiciar às crianças atuar de forma autônoma na exploração do espaço, com acesso à variedade de materiais. Para tanto, deve-se criar um ambiente seguro, que propicie oportunidade de experiências e ao mesmo tempo permita à criança estabelecer uma relação familiar de estabilidade. Anna Bondioli, em Os modos de educar, analisa as relações entre crianças e adultos e elenca as possibilidades de procedimentos para que a experiência na creche se constitua em um momento de crescimento para as crianças pequenas. De acordo com a autora, a criança que vai para a creche terá sua personalidade e identidade desenvolvida. Desta forma, sua inserção deve ser realizada de modo planejado e organizado, para que a ambientação possa ser feita de maneira gradual, personalizada, oferecendo a possibilidade de individualização e identificação com pessoas queridas que estejam à sua volta. Ao mesmo tempo em que pertence à coletividade, a criança deve ser reconhecida pela sua individualidade. A individualização pode ser expressa na personalização da sala, de objetos, para que a criança estabeleça sua identidade pessoal perante o grupo. Confiança e afeto são condições para que a criança possa usufruir com qualidade das experiências proporcionadas pela creche. Cabe ao educador planejar situações que encorajem, apóiem e coloquem as crianças nas melhores condições para usufruir da companhia de seus pares, possibilitando a variedade, a consistência e a continuidade das experiências vivenciadas. A definição dos objetivos, a avaliação atenta do adulto durante o processo de inserção e o diálogo com os pais permitirão modular estratégias que personalizem o processo de aprendizagem. Na quarta parte do livro, intitulada Condições para educar, Monica Ferrari versa prioritariamente sobre a avaliação, o planejamento e a profissionalização dos educadores. Em sua análise, a observação sistemática, tanto do grupo quanto da criança em sua individualidade, é requisito para a preparação e a avaliação do trabalho formativo. Para uma experiência de observação atenta, formadores, especialistas e coordenadores devem ter consciência do planejamento global – que contempla os objetivos a serem atingidos e as ações para alcançá-los. São condições imprescindíveis para a excelência na creche planejar, executar e por meio da observação, avaliar e replanejar. A avaliação exige instrumentos idôneos de análise – científicos – e a documentação de todos os processos (observações das crianças e dos grupos, resultado de avaliações anteriores e planejamentos, por exemplo). No tocante à profissionalização dos educadores, a autora afirma que deve ser “[...] cultiva, promovida e apoiada [...]” (FERRARRI, 2012, p. 49), pois, em sua análise, o profissional não é aquele que somente atua, mas que reflete sobre sua atuação, que decide conscientemente. A profissionalização deve ser estendida para todos aqueles que atuam e participam da creche – educadores, auxiliares, pessoal técnico administrativo, coordenador, atelieristas, psicólogos, especialistas, pais e pais da lista de espera. Objetivando que todos se conscientizem e reflitam acerca do significado do próprio papel, cabe ao coordenador direcionar, selecionar e discutir com o grupo quais são as reflexões essenciais para aquela realidade, e a partir disso promover ações que privilegiem as vivências com o coletivo, como, por exemplo, cursos de formação em serviço, participação em congressos, seminários, aulas de especialistas, apresentação
  • 4. Resenha Rev. Teoria e Prática da Educação, v. 17, n.3, p. 107-110, Setembro/Dezembro 2014 110 de livros, iniciativas culturais, entre outros. Nas palavras da autora: “Não se profissionaliza nessa área, senão no interior de uma contínua disponibilidade de crescimento do outro e de si próprio, no seio de um grupo consciente das próprias escolhas” (FERRARRI, 2012, p. 51). A socialização das experiências desenvolvidas na creche e as relações com órgãos externos são o tema da quinta parte do livro: A abertura em relação ao social, elaborada por Monica Ferrari. Nesse capítulo, a autora faz um questionamento pertinente: “A creche é o lugar preferido para a pesquisa da primeiríssima idade [...] que permite conhecer melhor essa peculiar fase da vida. Todavia, raramente a creche se vê como lugar propositivo de pesquisa [...]” (FERRARRI, 2012, p. 56). Para a autora, deve haver uma ligação entre laboratórios de pesquisa e as creches, e juntos devem construir projetos de pesquisa de reflexão que partam dos problemas comuns. Ferrari (2012) afirma que a qualidade das atividades desenvolvidas na creche está relacionada com órgãos externos a ela, como os postos de saúde, outras creches, escolas da infância, setores de documentação, brinquedotecas, grupos, associações e revistas que tratam de problemas da primeira idade. Na parte final, Garantias da qualidade na creche, Ana Bondioli e Antonio Gariboldi argumentam que uma creche de qualidade necessita de garantias que coloquem seus funcionários em condições de realizar da melhor forma as suas funções. Algumas dessas condições estão relacionadas à quantidade adulto-criança, à estrutura física do prédio, aos aspectos administrativos e à organização, isto é, “[...] a correta divisão e o rigor dos papéis de cada um [...]” (BONDIOLI e GARIBOLDI, 2012, p. 59). Os autores citam a necessidade de um regulamento que seja a referência para todos os envolvidos com a creche. Além deste, outros documentos importantes são: A carta da creche – a qual declara as modalidades organizadoras e os princípios da creche – e o projeto educativo – que apresenta a identidade, a história e explicita o fio condutor bem como unifica projetos. Esses documentos, em consonância com os autores, devem ser do conhecimento de educadores, pais, coordenadores e administradores, os quais, coletivamente, devem mantê-los atualizados, o que implica organizar situações de discussão e aperfeiçoamento com a colaboração de diversas pessoas de níveis variados de responsabilidades. As reflexões apresentadas em Ideias orientadoras para a creche: a qualidade negociada reportam-se às creches italianas, mas são latentes à realidade brasileira. Compreender o trabalho educativo como um fazer consciente e exercício de coletividdade é um desafio pertinente às creches do Brasil. Fazendo uso das palavras de Mello no prefácio do livro: “[...] a atitude de investigação incorporada na atitude docente faz concretizar o que entre nós brasileiros/as ainda é, de um modo geral, discurso: o relacionamento com as crianças como cidadãos e o relacionamento com os familiares como parceiros na tarefa de apresentar o mundo para elas” (MELLO, 2012, viii). A linguagem objetiva e as discussões pontuais fazem do livro leitura fundamental àqueles em atividade nas instituições de Educação Infantil, aos pais, aos profissionais em formação e a todos os preocupados com uma educação desenvolvente e de excelência para as crianças pequenas. Referências BECCHI, E.; BONDIOLI, A.; FERRARI, M.; GARIBOLDI, A. Ideias orientadoras para a creche: a qualidade negociada. Trad. Maria de Loudes Tambaschia Menon. Revisão técnica: Elisandra Godoi e Suely Amaral Mello. Campinas- SP: Autores Associados, 2012. Coleção Formação de Professores. Série Educação Infantil em Movimento. PRESTES, Z. R. Quando não é quase a mesma coisa: análise de traduções de Lev Semionovitch Vigotski no Brasil, repercussões no campo educacional. 2010. Tese. (Doutorado em Educação) Universidade de Brasília, Brasília.