O documento descreve a experiência de bolsistas do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) na formação de professores. Os bolsistas desenvolveram oficinas para alunos da Educação de Jovens e Adultos, observando como a prática em sala de aula contribui para a aprendizagem docente. A experiência mostrou as dificuldades da docência, mas também a importância de se tornar um professor reflexivo e pesquisador em constante aprendizado.
A CONTRIBUIÇÃO DO PIBID NA FORMAÇÃO DOCENTE INICIANTE
1. Práticas de ensino na formação inicial do professorado
INFORME DE EXPERIÊNCIA
A CONTRIBUIÇÃO DO PIBID NA FORMAÇÃO DOCENTE INICIANTE.
BORGES,Cristiane
Cristianeborges161@hotmail.com
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.
Palavras-chave: Educação da EJA - Experiências - Docência.
O presente trabalho relata a experiência educativa desenvolvida no subprojeto
Educação de Jovens de Adultos: uma proposta interdisciplinar de ensino do Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência(PIBID). O objetivo do programa foi
oportunizar a formação docente dos bolsistas ainda em graduação, vivenciando a
prática em sala de aula, possibilitando aprendizagens, interações e troca de
experiências, tendo em vista a ampliação de sua formação profissional. O professor
iniciante alicerça seu conhecimento em saberes construindo relações históricas,
certezas, compromissos e competências por meio da inserção deste profissional na
sociedade moderna e contemporânea, atingindo todas as dimensões da função de
educador. O ensino é o fortalecimento da cidadania, tentando sempre concretizar seus
diversos níveis com o objetivo de educar para a cidadania, não se preocupando
somente com a parte da aprendizagem, do cognitivo, mas na formação do aluno
cidadão. Este educador contemporâneo tem sempre uma visão ampla e sua busca
pelo saber é insaciável, já que o mesmo se permite “aprender a aprender”, e não
somente em passar conteúdos programáticos em uma sala de aula. Segundo,
(MORAES, 2008, p. 212).
As atividades desenvolvidas consistiram em aplicação das oficinas elaboradas nos
encontros semanais realizados na universidade. As observações eram realizadas por
meio de registro em diário de campo com anotações das situações vivenciadas pelos
bolsistas sobre a experiência pois o planejamento não é apenas tarefa especifica da
escola, do professor e da área educacional, ele está presente no cotidiano das
pessoas, que vivem fazendo planos e traçando metas para suas vidas. Desta forma,
o professor que segue um planejamento também planeja o seu trabalho, presume-se
que o mesmo está familiarizado com o assunto e que irá aplicar, selecionando o que
se tem de melhor, adaptando isso às necessidades da classe, levando sempre em
consideração os aspectos de um bom docente: a quem ensinar, porque ensinar,
como ensinar, como avaliar e se o que ele passou foi realmente absorvido pela
classe.Nas oficinas foram abordados conteúdos trabalhados na educação de jovens
e adultos considerando os saberes dos alunos provenientes de suas experiências de
vida, de sua cultural e de suas habilidades profissionais. Foram utilizadas pinturas,
músicas e demais conteúdos da área de ciências com experiências o mais próxima
possível da realidade dos alunos de forma que as atividades diversificadas
relacionassem não apenas a aprendizagem da leitura e da escrita, mas também a
ampliação de sua leitura de mundo, e de forma interdisciplinar cada um do bolsista
2. contribuía com a aprendizagem do aluno e ao mesmo tempo adquiria experiências
vivenciadas em grupo, de forma que o crescimento era mútuo.
Segundo Nóvoa (1997, p. 26) “a troca de experiências e a partilha de saberes
consolidam espaços de formação mútua, nos quais cada professor é chamado a
desempenhar simultaneamente, o papel de formador e de formando”. É atuando
em sala de aula que o professor reflete sobre a sua pratica pedagógica, observando
os interesses e necessidades do aluno, como agentes ativos na construção do saber.
Nesse aspecto, Freire (1996) afirma que o aprimoramento da prática pedagógica
também ocorre através de um processo de reflexão. É perceptível na pratica a
importância deste olhar docente que busca aprender a aprender e não apenas ser o
mediador da aprendizagem.
Um dado que chamou a atenção foi a necessidade em aprender demonstrada pelos
alunos da Educação de Jovens e Adultos. Muitas histórias de vida diferentes, em um
confronto de maturidade que gerava trocas diárias de experiências. Destes, a grande
maioria abandonaram a escola ainda criança, para trabalhar e anos depois se viam em
uma sala de aula buscando um recomeço. Quando questionados sobre o motivo de
estarem ali respondiam: conseguir escrever o nome completo, ler a bíblia, bulas de
remédios e poder ajudar os netos nas atividades da escola.
Para os alunos mais jovens, estes acrescentaram ainda dominar os instrumentos de
trabalho de um mundo de informação e tecnologia, serem capazes de pensar e agir de
forma critica, se afastar da marginalidade, ter oportunidades de melhores empregos,
ou seja, uma melhor condição de vida, principalmente para seu grupo familiar. A
necessidade que se tem hoje dentro das salas de aulas de professores reflexivos é
grande e ainda muito carente, sendo sempre muito criticada, porque ao pensar certo,
Freire (1996) deixa claro em seu livro “Pedagogia da Autonomia” que a partir desse
modo como o dado se conforma com prática docente crítica, mas também o quanto se
torna difícil essa prática sem a docência crítica, deixando claro também que esse tipo
de prática que implica no pensar certo, envolve movimentos dinâmicos entre o fazer e
o pensar sobre o fazer. O professor aprendiz para tanto, assume o papel de mediador
da sua própria aprendizagem, frente à diversidade de saberes de seu grupo
representativo de diferentes lugares sociais, ele apercebe-se da especificidade dos
próprios conhecimentos, que por sua vez, passam por um processo de reconstrução.
O professor se constitui como sujeito que aprende
A experiência pedagógica dos bolsistas demonstraram as diversas dificuldades, tais
como medos, angústias, inseguranças, incertezas no processo de constituir-se
docente. Mas mesmo assim, o desejo de romper esses sentimentos fortalecia, cada
vez mais, a nossa vontade de aprender e construir novos conhecimentos através das
leituras e reuniões para o planejamento das aulas a serem ministradas.
A complexidade de ser professor esta em nos tornarmos um profissional pesquisador,
com sensibilidade de perceber o ser humano inserido no mundo complexo, onde a
cultura, a cognição, o afeto possam produzir novas experiências que influenciarão a
constituição do ser professor.
Percebemos que trabalhar com a educação de jovens e adultos mostra que cada
turma tem suas peculiaridades e que o docente precisa se adequar as essas
características. O professor precisa de preparo para identificar essas características e
trabalhar de uma forma que atenda as necessidades da turma. Dessa forma, o PIBID
está sendo uma ferramenta para os graduandos na construção do aprendizado
3. possível para que sejamos professores de excelência. Atuando em sala de aula
ampliamos o olhar e vivenciamos na pratica a necessidade de ser um docente
pesquisador que busca o aprimoramento e esta sempre se atualizando. Percebemos
que a complexidade de ser professor, não está somente em ser professor, mas sim
ser profissional, ter sensibilidade de perceber que o ser humano esta inserido no
mundo complexo, onde a cultura, a razão, o afeto e a vida em sociedade podem
conduzir os diversos caminhos da existência já que uma visão emancipadora, não só
transformam a informação em conhecimento e em consciência crítica, mas também
formam pessoas. Para Gadotti, (2003, p 9) ser professor hoje é viver intensamente o
seu tempo com consciência e sensibilidade.O professor aprendiz é um principiante na
apreensão do conhecimento didático pedagógico da EJA, ensinar nessa modalidade
desenvolvendo um saber prático baseado em sua experiência cotidiana com os
alunos.
Referências
NÓVOA, Antonio. Os professores e sua formação. Lisboa-Portugal, Dom Quixote,
1997.