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Mestrado em Pedagogia E-learning

           Avaliação das Aprendizagens em Ambientes Virtuais


                                               INTRODUÇÃO
A avaliação é uma das tarefas mais importantes no sistema educacional, porém, na maioria
das vezes é um aspecto da aprendizagem que é negligenciado, ou aplicado incorrectamente.
Indiscutivelmente, deverá existir uma estreita relação entre ensino, aprendizagem e
avaliação. A avaliação em sistemas e-learning com recurso às TIC é uma fase do processo de
aprendizagem que apresenta inúmeras vantagens, desde que correctamente aplicada. No
entanto, para alguns professores a avaliação utilizada em ambientes virtuais de
aprendizagem é simplesmente uma reprodução dos esquemas tradicionais. As questões
cruciais que se colocam são as seguintes:
    •    Será possível efectuar uma transferência directa dos modelos de avaliação tradicional
         para o ensino online?
    •    Será que as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) oferecem novas
         oportunidades para a avaliação online?
Para a resposta a estas questões, é necessário que se faça uma revisão crítica sobre o que é
processo de avaliação no Ensino a Distância (EaD).


                                       REVISÃO DE LITERATURA
O distanciamento físico entre professor e aluno no ensino online impõe limitações no que
toca à aplicação dos métodos de avaliação utilizados no modelo tradicional. Neste âmbito, a
Comunicação mediada por Computador (CMC) pode apresentar algumas soluções
inovadoras, como veremos adiante.
A formação profissional que se distingue do ensino tradicional, já apresenta uma evolução do
conceito de avaliação, ou seja, uma metodologia de avaliação adaptável ao ensino para
adultos, em que se valoriza a construção do conhecimento, o papel activo do formando e a
avaliação formativa, bem como, a transferência de aprendizagens para o contexto de
trabalho. No ensino online estes aspectos também são grandemente valorizados, os quais
são enriquecidos graças ao contributo das TIC.
Segundo Elena Barberá (2006) a avaliação das aprendizagens é um processo
multidimensional e abrange quatro dimensões – todas elas essenciais para a concretização
de um processo de avaliação completo – que são as seguintes:
    •    Avaliação da aprendizagem – traduz-se no resultado da aprendizagem que pode ser
         qualitativo ou quantitativo, isto é, a avaliação somativa;
    •    Avaliação para a aprendizagem – traduz-se no diálogo entre professor e alunos que
         deve ser contínuo, pois o feedback permite auxiliar o aluno a progredir
         continuamente, ou seja, avaliação formativa;
    •    Avaliação como aprendizagem – permite regular a aprendizagem de acordo com os
         objectivos educacionais e os interesses pessoais dos alunos, através da análise e
         reflexão das práticas educativas levadas a cabo pelos próprios alunos (por exemplo,
         avaliação por portfolios, projectos, vídeos);
    •    Avaliação desde a aprendizagem – mais conhecida por avaliação diagnostica, visa
         apurar a priori o nível de conhecimentos, capacidades, aptidões e experiências dos
         alunos, podendo ser indicadores muito úteis para o professor de forma a adaptar os
         conteúdos ao público-alvo.
Alex Primo (2006) refere o problema da avaliação online, onde por vezes se assiste
meramente à reaplicação do modelo tradicional de ensino. Na teoria de aprendizagem
behaviorista, em que se privilegia o automatismo nas relações de estímulo-resposta por
parte do aluno, o que se avalia é a capacidade do aluno em reproduzir a informação que
memorizou. Nesta perspectiva de aprendizagem autónoma, verifica-se que o computador



Unidade Curricular: Concepção e Avaliação em E-learning                    Docente: Lúcia Amante
Trabalho realizado por Filomena Marques e Luciana Grof                          Data: 10/01/2010
                                                                                             1/4
Mestrado em Pedagogia E-learning

           Avaliação das Aprendizagens em Ambientes Virtuais


proporciona recursos para a actualização do ensino tradicional, através dos testes
electrónicos ou provas automatizadas, cuja correcção é imediata e automática. No entanto, o
processo de avaliação resume-se a uma interacção reactiva, em que as respostas ao teste
estão padronizadas, verifica-se uma separação entre professor-aluno e alunos-alunos e é
negado ao aluno um papel activo na construção do conhecimento.
Primo (2006) defende que a teoria construtivista ganha cada vez mais terreno no ensino, ou
seja, valoriza-se a construção activa do conhecimento e fomenta-se a capacidade de criar,
inventar e produzir novos conhecimentos por parte dos alunos. A aprendizagem deverá ser
efectuada através da resolução de problemas e deve ser centrada no aluno (Paulo Freire,
2001). Efectivamente, é necessário encontrar actividades que motivem o aluno a querer
descobrir e investigar (Magdalena e Costa, 2003). A Internet disponibiliza uma multiplicidade
de recursos e ferramentas de comunicação assíncrona (fóruns, blogs, lista de discussão,
correio electrónico) e síncrona (chats, videoconferência, audioconferência) que podem ser
utilizadas para favorecer uma aprendizagem colaborativa e assente em interacções mútuas
professor-aluno e aluno-aluno. O trabalho em grupo, por exemplo, é um processo activo que
permite o intercâmbio de conhecimentos/experiências entre os alunos e permite a
construção de um conhecimento colaborativo.
Quesada Castillo (2006) argumenta que numa aprendizagem centrada no aluno, o professor
deixa de ser aquele que transmite o conhecimento e deixa também de ser o mediador entre
os conteúdos e o aluno, para se tornar num avaliador permanente das aprendizagens de
cada um dos seus alunos, de forma a consolidar ou reorientar os seus resultados. O
professor/formador deverá fornecer um feedback breve, positivo e construtivo, desafiando o
aluno/formando a reflectir sobre a sua resposta/actividade, e se e necessário sugerir outras
soluções ou métodos que o auxiliem a contornar as dificuldades encontradas.
De facto, a comunicação dos resultados na avaliação online integra e completa o processo de
aprendizagem. O feedback virtual tem um carácter psico-pedagógico na avaliação das
aprendizagens, sendo um tanto um dever do professor, como um direito do aluno (Barberà,
2006). O feedback funciona como um factor motivador da aprendizagem, uma vez que
proporciona ao aluno uma indicação do seu progresso e permite uma orientação eficaz do
seu percurso evolutivo (Beltrán et al., 2006).
A comunicação dos resultados da avaliação pode ser automática, no caso de testes
electrónicos ou provas automáticas, ou enviada posteriormente pelo professor/formador,
após a recepção dos trabalhos propostos (trabalhos de grupo, artigos, estudo de casos,
simulações), por exemplo através de plataformas de aprendizagem. É importante frisar que
as provas objectivas, regra geral, não são adequadas para avaliar as aprendizagens no
ensino superior.
A avaliação deve estar alinhada com os objectivos e os níveis de aprendizagem desejados.
Elena Dorrego (2006) sugere diversidade na selecção dos métodos de avaliação, de forma a
abranger diferentes capacidades, vocações e estilos de aprendizagem. Por outro lado, a
avaliação não deverá ser excessiva, sob pena de criar ansiedade no aluno.
Barberá (2006) descreve três tipos de avaliação, referindo as suas principais vantagens e
desvantagens. Na avaliação automática é oferecido aos alunos respostas e correcções
imediatas (por exemplo, testes electrónicos), todavia, a resposta é estandardizada, a
intercomunicação entre professor e aluno é bastante limitada e transmite ao aluno uma
sensação de baixa pertença à comunidade virtual de aprendizagem. Na avaliação
enciclopédica existe a vantagem de o aluno poder aceder a variada e imensa quantidade de
informação, contudo, corre-se o risco de aumentar as probabilidades de plágio. Finalmente,
a avaliação colaborativa caracteriza-se pela existência de trabalhos e projectos que
permitem a cooperação entre os alunos. Regra geral, a colaboração educativa virtual
encontra-se em todas as plataformas de e-learning, como por exemplo, fóruns, debates e
listas de discussão. No entanto, os trabalhos virtuais em grupo, em especial na modalidade




Unidade Curricular: Concepção e Avaliação em E-learning                   Docente: Lúcia Amante
Trabalho realizado por Filomena Marques e Luciana Grof                         Data: 10/01/2010
                                                                                            2/4
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           Avaliação das Aprendizagens em Ambientes Virtuais


assíncrona, apresentam inconvenientes para os alunos que têm o seu próprio ritmo de
aprendizagem e preferem trabalhar individualmente.
Segundo Castillo (2006) a avaliação da aprendizagem deve basear-se em quatro princípios
fundamentais, ou seja, credibilidade (os instrumentos de avaliação utilizados devem reflectir
fielmente os resultados do aluno), validade (os instrumentos de avaliação utilizados devem
medir o que realmente se pretende), objectividade (a avaliação deve ser imparcial e devem
ser tomadas medidas para diminuir a possibilidade de elaboração de juízos subjectivos) e
autenticidade (a avaliação da aprendizagem deve corresponder a situações com o que aluno
terá com que se deparar na realidade ao aplicar os conhecimentos apreendidos).
Primo (2006) defende que para uma educação verdadeiramente “problematizadora”, a
avaliação não deve ser apenas tarefa do professor. É importante que os trabalhos realizados
sejam partilhados e avaliados no grupo. Os alunos podem inclusive melhorar os seus
trabalhos através dos comentários de outros colegas, pelo que devem publicar
continuamente os trabalhos na rede (Fagundes et al., 1999). Assim, a avaliação feita
exclusivamente pelo professor dá lugar à hetero avaliação em o professor e restantes alunos
avaliam a aprendizagem alcançada por um dado aluno, embora o professor tenha a decisão
final. No entanto, assiste-se ao fracasso de muitas actividades de aprendizagem mediadas
por computador, devido à ausência de um ambiente de aprendizagem colaborativa (Pallof e
Pratt, 1999).
Dorrego (2006) vai ainda mais longe ao referir que as avaliações devem ser abertas e
inclusivas, ou seja, devem ultrapassar barreiras relativas ao sexo, idade, etnia, estatuto
socioeconómico, background educacional, bem como, devem ajustar-se a alunos que tenham
diferentes motivações, conhecimentos prévios, interesses e experiência profissional.


                                                 Conclusão
Efectivamente, constata-se a transferência de estratégias e instrumentos de avaliação
utilizados no ensino tradicional para o ensino online, por outro lado, assiste-se à inovação
dos processos de avaliação baseados no computador e na Internet, dando lugar a uma maior
liberdade e controlo ao aluno.
Embora frequentemente encontremos terminologias diferentes nos autores para designar a
mesma coisa, é unânime a opinião dos autores sobre a importância da avaliação contínua e
formativa, ou seja, o retorno de informação ao longo do curso online relativamente aos
resultados atingidos pelos alunos, o que traduz uma arrojada inovação face ao modelo
tradicional de ensino.
A avaliação num ambiente virtual de aprendizagem deverá ser um processo dinâmico e
assente numa comunicação bidireccional/multi-direccional, onde se privilegie a cooperação, a
interactividade e a flexibilidade. A avaliação online também deverá ser um processo
transparente, justo, credível e autêntico, que proporcione não só a construção do
conhecimento, como, a transferência das aprendizagens para o contexto real.
Em suma, a avaliação deve adequar-se aos objectivos da aprendizagem, aos conteúdos a
transmitir e aos destinatários, pelo que a implementação de um sistema de avaliação num
contexto virtual de aprendizagem deve ser efectuada de forma a tirar o melhor partido que
as TIC oferecem.


Referências Bibliográficas
Anderson, T. (2008). The Theory and Practice of Online Learning. AU Press, Athabasca
University.




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Trabalho realizado por Filomena Marques e Luciana Grof                         Data: 10/01/2010
                                                                                            3/4
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Revista de Educación a Distancia, número M6 (Número especial dedicado a la evaluación en
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Hamburgo: Monografia apresentada à Faculdade de Ciência da Computação do Centro
Universitário FEEVALE.

Moulin, N. (2002). Utilização do Portfolio na Avaliação do Ensino a Distância. Universidade
Salgado de Oliveira – UNIVERSO.
Ouerfelli, T., Gharbi, K. Le dispositif d’enseignement à distance à l’Université de Bahreïn -
Pratiques et attentes des enseignants.
Otsuka, J.L., Rocha, H.V. (2002). A Avaliação Formativa em Ambientes de EaD. In Educação
(SBIE), S. Leopoldo
Otsuka, J.L., Lachi, R.L., Ferreira, T.B., Rocha, H.V. Suporte à Avaliação Formativa no
Ambiente de Educação a Distância TelEduc. Brasil: Universidade Estadual de Campinas.
PRIMO, Alex . Avaliação em processos de educação problematizadora online. In: Marco Silva;
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2006, v. , p. 38-49.
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distancia “en línea”. RED. Revista de Educación a Distancia, número M6 (Número especial
dedicado a la evaluación en entornos virtuales de aprendizaje) Consultado (día/mes/año) en
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Resende, R. Avaliação processual e formativa na educação à distância. Diretoria de Ensino da
Marinha.
Santos, J.F.S. Avaliação no Ensino a Distância. In Revista Iberoamericana de Educación.

Saraiva, T. (1995). Avaliação da Educação a Distância: Sucessos, Dificuldades e Exemplos.
Boletim Técnico do Senac, v. 21, n. 3.
Tavares; C.Z. (2007) Avaliação Formativa em Ambiente Virtual no Ensino Superior. In V
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Valente, L., Escudeiro, P. Práticas de Avaliação Online. E-conteúdos para E-formadores,
Guimarães: Universidade do Minho.

Victorino, A.L.Q., Haguenauer, C.J (2004) Avaliação em EAD apoiada por Ambientes
Colaborativos de Aprendizagem. COPPE/UFRJ.



Unidade Curricular: Concepção e Avaliação em E-learning                    Docente: Lúcia Amante
Trabalho realizado por Filomena Marques e Luciana Grof                          Data: 10/01/2010
                                                                                              4/4

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Avaliacao Aprendizagens Online Doc

  • 1. Mestrado em Pedagogia E-learning Avaliação das Aprendizagens em Ambientes Virtuais INTRODUÇÃO A avaliação é uma das tarefas mais importantes no sistema educacional, porém, na maioria das vezes é um aspecto da aprendizagem que é negligenciado, ou aplicado incorrectamente. Indiscutivelmente, deverá existir uma estreita relação entre ensino, aprendizagem e avaliação. A avaliação em sistemas e-learning com recurso às TIC é uma fase do processo de aprendizagem que apresenta inúmeras vantagens, desde que correctamente aplicada. No entanto, para alguns professores a avaliação utilizada em ambientes virtuais de aprendizagem é simplesmente uma reprodução dos esquemas tradicionais. As questões cruciais que se colocam são as seguintes: • Será possível efectuar uma transferência directa dos modelos de avaliação tradicional para o ensino online? • Será que as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) oferecem novas oportunidades para a avaliação online? Para a resposta a estas questões, é necessário que se faça uma revisão crítica sobre o que é processo de avaliação no Ensino a Distância (EaD). REVISÃO DE LITERATURA O distanciamento físico entre professor e aluno no ensino online impõe limitações no que toca à aplicação dos métodos de avaliação utilizados no modelo tradicional. Neste âmbito, a Comunicação mediada por Computador (CMC) pode apresentar algumas soluções inovadoras, como veremos adiante. A formação profissional que se distingue do ensino tradicional, já apresenta uma evolução do conceito de avaliação, ou seja, uma metodologia de avaliação adaptável ao ensino para adultos, em que se valoriza a construção do conhecimento, o papel activo do formando e a avaliação formativa, bem como, a transferência de aprendizagens para o contexto de trabalho. No ensino online estes aspectos também são grandemente valorizados, os quais são enriquecidos graças ao contributo das TIC. Segundo Elena Barberá (2006) a avaliação das aprendizagens é um processo multidimensional e abrange quatro dimensões – todas elas essenciais para a concretização de um processo de avaliação completo – que são as seguintes: • Avaliação da aprendizagem – traduz-se no resultado da aprendizagem que pode ser qualitativo ou quantitativo, isto é, a avaliação somativa; • Avaliação para a aprendizagem – traduz-se no diálogo entre professor e alunos que deve ser contínuo, pois o feedback permite auxiliar o aluno a progredir continuamente, ou seja, avaliação formativa; • Avaliação como aprendizagem – permite regular a aprendizagem de acordo com os objectivos educacionais e os interesses pessoais dos alunos, através da análise e reflexão das práticas educativas levadas a cabo pelos próprios alunos (por exemplo, avaliação por portfolios, projectos, vídeos); • Avaliação desde a aprendizagem – mais conhecida por avaliação diagnostica, visa apurar a priori o nível de conhecimentos, capacidades, aptidões e experiências dos alunos, podendo ser indicadores muito úteis para o professor de forma a adaptar os conteúdos ao público-alvo. Alex Primo (2006) refere o problema da avaliação online, onde por vezes se assiste meramente à reaplicação do modelo tradicional de ensino. Na teoria de aprendizagem behaviorista, em que se privilegia o automatismo nas relações de estímulo-resposta por parte do aluno, o que se avalia é a capacidade do aluno em reproduzir a informação que memorizou. Nesta perspectiva de aprendizagem autónoma, verifica-se que o computador Unidade Curricular: Concepção e Avaliação em E-learning Docente: Lúcia Amante Trabalho realizado por Filomena Marques e Luciana Grof Data: 10/01/2010 1/4
  • 2. Mestrado em Pedagogia E-learning Avaliação das Aprendizagens em Ambientes Virtuais proporciona recursos para a actualização do ensino tradicional, através dos testes electrónicos ou provas automatizadas, cuja correcção é imediata e automática. No entanto, o processo de avaliação resume-se a uma interacção reactiva, em que as respostas ao teste estão padronizadas, verifica-se uma separação entre professor-aluno e alunos-alunos e é negado ao aluno um papel activo na construção do conhecimento. Primo (2006) defende que a teoria construtivista ganha cada vez mais terreno no ensino, ou seja, valoriza-se a construção activa do conhecimento e fomenta-se a capacidade de criar, inventar e produzir novos conhecimentos por parte dos alunos. A aprendizagem deverá ser efectuada através da resolução de problemas e deve ser centrada no aluno (Paulo Freire, 2001). Efectivamente, é necessário encontrar actividades que motivem o aluno a querer descobrir e investigar (Magdalena e Costa, 2003). A Internet disponibiliza uma multiplicidade de recursos e ferramentas de comunicação assíncrona (fóruns, blogs, lista de discussão, correio electrónico) e síncrona (chats, videoconferência, audioconferência) que podem ser utilizadas para favorecer uma aprendizagem colaborativa e assente em interacções mútuas professor-aluno e aluno-aluno. O trabalho em grupo, por exemplo, é um processo activo que permite o intercâmbio de conhecimentos/experiências entre os alunos e permite a construção de um conhecimento colaborativo. Quesada Castillo (2006) argumenta que numa aprendizagem centrada no aluno, o professor deixa de ser aquele que transmite o conhecimento e deixa também de ser o mediador entre os conteúdos e o aluno, para se tornar num avaliador permanente das aprendizagens de cada um dos seus alunos, de forma a consolidar ou reorientar os seus resultados. O professor/formador deverá fornecer um feedback breve, positivo e construtivo, desafiando o aluno/formando a reflectir sobre a sua resposta/actividade, e se e necessário sugerir outras soluções ou métodos que o auxiliem a contornar as dificuldades encontradas. De facto, a comunicação dos resultados na avaliação online integra e completa o processo de aprendizagem. O feedback virtual tem um carácter psico-pedagógico na avaliação das aprendizagens, sendo um tanto um dever do professor, como um direito do aluno (Barberà, 2006). O feedback funciona como um factor motivador da aprendizagem, uma vez que proporciona ao aluno uma indicação do seu progresso e permite uma orientação eficaz do seu percurso evolutivo (Beltrán et al., 2006). A comunicação dos resultados da avaliação pode ser automática, no caso de testes electrónicos ou provas automáticas, ou enviada posteriormente pelo professor/formador, após a recepção dos trabalhos propostos (trabalhos de grupo, artigos, estudo de casos, simulações), por exemplo através de plataformas de aprendizagem. É importante frisar que as provas objectivas, regra geral, não são adequadas para avaliar as aprendizagens no ensino superior. A avaliação deve estar alinhada com os objectivos e os níveis de aprendizagem desejados. Elena Dorrego (2006) sugere diversidade na selecção dos métodos de avaliação, de forma a abranger diferentes capacidades, vocações e estilos de aprendizagem. Por outro lado, a avaliação não deverá ser excessiva, sob pena de criar ansiedade no aluno. Barberá (2006) descreve três tipos de avaliação, referindo as suas principais vantagens e desvantagens. Na avaliação automática é oferecido aos alunos respostas e correcções imediatas (por exemplo, testes electrónicos), todavia, a resposta é estandardizada, a intercomunicação entre professor e aluno é bastante limitada e transmite ao aluno uma sensação de baixa pertença à comunidade virtual de aprendizagem. Na avaliação enciclopédica existe a vantagem de o aluno poder aceder a variada e imensa quantidade de informação, contudo, corre-se o risco de aumentar as probabilidades de plágio. Finalmente, a avaliação colaborativa caracteriza-se pela existência de trabalhos e projectos que permitem a cooperação entre os alunos. Regra geral, a colaboração educativa virtual encontra-se em todas as plataformas de e-learning, como por exemplo, fóruns, debates e listas de discussão. No entanto, os trabalhos virtuais em grupo, em especial na modalidade Unidade Curricular: Concepção e Avaliação em E-learning Docente: Lúcia Amante Trabalho realizado por Filomena Marques e Luciana Grof Data: 10/01/2010 2/4
  • 3. Mestrado em Pedagogia E-learning Avaliação das Aprendizagens em Ambientes Virtuais assíncrona, apresentam inconvenientes para os alunos que têm o seu próprio ritmo de aprendizagem e preferem trabalhar individualmente. Segundo Castillo (2006) a avaliação da aprendizagem deve basear-se em quatro princípios fundamentais, ou seja, credibilidade (os instrumentos de avaliação utilizados devem reflectir fielmente os resultados do aluno), validade (os instrumentos de avaliação utilizados devem medir o que realmente se pretende), objectividade (a avaliação deve ser imparcial e devem ser tomadas medidas para diminuir a possibilidade de elaboração de juízos subjectivos) e autenticidade (a avaliação da aprendizagem deve corresponder a situações com o que aluno terá com que se deparar na realidade ao aplicar os conhecimentos apreendidos). Primo (2006) defende que para uma educação verdadeiramente “problematizadora”, a avaliação não deve ser apenas tarefa do professor. É importante que os trabalhos realizados sejam partilhados e avaliados no grupo. Os alunos podem inclusive melhorar os seus trabalhos através dos comentários de outros colegas, pelo que devem publicar continuamente os trabalhos na rede (Fagundes et al., 1999). Assim, a avaliação feita exclusivamente pelo professor dá lugar à hetero avaliação em o professor e restantes alunos avaliam a aprendizagem alcançada por um dado aluno, embora o professor tenha a decisão final. No entanto, assiste-se ao fracasso de muitas actividades de aprendizagem mediadas por computador, devido à ausência de um ambiente de aprendizagem colaborativa (Pallof e Pratt, 1999). Dorrego (2006) vai ainda mais longe ao referir que as avaliações devem ser abertas e inclusivas, ou seja, devem ultrapassar barreiras relativas ao sexo, idade, etnia, estatuto socioeconómico, background educacional, bem como, devem ajustar-se a alunos que tenham diferentes motivações, conhecimentos prévios, interesses e experiência profissional. Conclusão Efectivamente, constata-se a transferência de estratégias e instrumentos de avaliação utilizados no ensino tradicional para o ensino online, por outro lado, assiste-se à inovação dos processos de avaliação baseados no computador e na Internet, dando lugar a uma maior liberdade e controlo ao aluno. Embora frequentemente encontremos terminologias diferentes nos autores para designar a mesma coisa, é unânime a opinião dos autores sobre a importância da avaliação contínua e formativa, ou seja, o retorno de informação ao longo do curso online relativamente aos resultados atingidos pelos alunos, o que traduz uma arrojada inovação face ao modelo tradicional de ensino. A avaliação num ambiente virtual de aprendizagem deverá ser um processo dinâmico e assente numa comunicação bidireccional/multi-direccional, onde se privilegie a cooperação, a interactividade e a flexibilidade. A avaliação online também deverá ser um processo transparente, justo, credível e autêntico, que proporcione não só a construção do conhecimento, como, a transferência das aprendizagens para o contexto real. Em suma, a avaliação deve adequar-se aos objectivos da aprendizagem, aos conteúdos a transmitir e aos destinatários, pelo que a implementação de um sistema de avaliação num contexto virtual de aprendizagem deve ser efectuada de forma a tirar o melhor partido que as TIC oferecem. Referências Bibliográficas Anderson, T. (2008). The Theory and Practice of Online Learning. AU Press, Athabasca University. Unidade Curricular: Concepção e Avaliação em E-learning Docente: Lúcia Amante Trabalho realizado por Filomena Marques e Luciana Grof Data: 10/01/2010 3/4
  • 4. Mestrado em Pedagogia E-learning Avaliação das Aprendizagens em Ambientes Virtuais Barberà, E. (2006, Julio). Aportaciones de la tecnología a la e-Evaluación. RED. Revista de Educación a Distancia, número. Consultado (día/mes/año) 2006, en http://www.um.es/ead/red/M6 Cruz, S., Junior, J., Coutinho, C., Carvalho, A. O blogue e o podcast para apresentação da aprendizagem com webquests. In V Conferência Internacional de Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação. Dorrego, E. (2006 Septiembre). Educación a Distancia y Evaluación del Aprendizaje. RED. Revista de Educación a Distancia, número M6 (Número especial dedicado a la evaluación en entornos virtuales de aprendizaje). Consultado (día/mes/año) en http://www.um.es/ead/red/M6 García Beltrán, A. et al. (2006, Septiembre). La autoevaluación como actividad docente en entornos virtuales de aprendizaje/enseñanza. RED. Revista de Educación a Distancia, número M6 (Número especial dedicado a la evaluación en entornos virtuales de aprendizaje). Consultado (día/mes/año) en http://www.um.es/ead/red/M6 Immig, H. (2002) Avaliação da aprendizagem em ambientes de educação a distância. Novo Hamburgo: Monografia apresentada à Faculdade de Ciência da Computação do Centro Universitário FEEVALE. Moulin, N. (2002). Utilização do Portfolio na Avaliação do Ensino a Distância. Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO. Ouerfelli, T., Gharbi, K. Le dispositif d’enseignement à distance à l’Université de Bahreïn - Pratiques et attentes des enseignants. Otsuka, J.L., Rocha, H.V. (2002). A Avaliação Formativa em Ambientes de EaD. In Educação (SBIE), S. Leopoldo Otsuka, J.L., Lachi, R.L., Ferreira, T.B., Rocha, H.V. Suporte à Avaliação Formativa no Ambiente de Educação a Distância TelEduc. Brasil: Universidade Estadual de Campinas. PRIMO, Alex . Avaliação em processos de educação problematizadora online. In: Marco Silva; Edméa Santos. (Org.). Avaliação da aprendizagem em educação online. São Paulo: Loyola, 2006, v. , p. 38-49. Quesada Castillo, R. (2006, Septiembre). Evaluación del aprendizaje en la educación a distancia “en línea”. RED. Revista de Educación a Distancia, número M6 (Número especial dedicado a la evaluación en entornos virtuales de aprendizaje) Consultado (día/mes/año) en http://www.um.es/ead/red/M6 Resende, R. Avaliação processual e formativa na educação à distância. Diretoria de Ensino da Marinha. Santos, J.F.S. Avaliação no Ensino a Distância. In Revista Iberoamericana de Educación. Saraiva, T. (1995). Avaliação da Educação a Distância: Sucessos, Dificuldades e Exemplos. Boletim Técnico do Senac, v. 21, n. 3. Tavares; C.Z. (2007) Avaliação Formativa em Ambiente Virtual no Ensino Superior. In V Conferência Internacional de Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação. Valente, L., Escudeiro, P. Práticas de Avaliação Online. E-conteúdos para E-formadores, Guimarães: Universidade do Minho. Victorino, A.L.Q., Haguenauer, C.J (2004) Avaliação em EAD apoiada por Ambientes Colaborativos de Aprendizagem. COPPE/UFRJ. Unidade Curricular: Concepção e Avaliação em E-learning Docente: Lúcia Amante Trabalho realizado por Filomena Marques e Luciana Grof Data: 10/01/2010 4/4