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COORDENADORA GERAL:
CARMEN ELIZABETH KALINOWSKI
DIRETORAS ACADÊMICAS:
JUSSARA GUE MARTINI
VANDA ELISA ANDRES FELLI
PROENF | SAÚDE DO ADULTO | Porto Alegre | Ciclo 1 | Módulo 4 | 2007
PROENFPROGRAMAS DE ATUALIZAÇÃO EM ENFERMAGEM
SAÚDE DO ADULTO
Associação Brasileira de Enfermagem
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Os autores têm realizado todos os esforços para localizar e indicar
os detentores dos direitos de autor das fontes do material utilizado.
No entanto, se alguma omissão ocorreu, terão a maior satisfação
de na primeira oportunidade reparar as falhas ocorridas.
As ciências da saúde estão em permanente atualização. À
medida que as novas pesquisas e a experiência ampliam nosso
conhecimento, modificações são necessárias nas modalidades
terapêuticas e nos tratamentos farmacológicos. Os autores desta
obra verificaram toda a informação com fontes confiáveis para
assegurar-se de que esta é completa e de acordo com os padrões
aceitos no momento da publicação. No entanto, em vista da
possibilidade de um erro humano ou de mudanças nas ciências da
saúde, nem os autores, nem a editora ou qualquer outra pessoa
envolvida na preparação da publicação deste trabalho garantem
que a totalidade da informação aqui contida seja exata ou
completa e não se responsabilizam por erros
ou omissões ou por resultados obtidos do uso da informação.
Aconselha-se aos leitores confirmá-la com outras fontes. Por
exemplo, e em particular, recomenda-se aos leitores revisar
o prospecto de cada fármaco que lanejam administrar para
certificar-se de que a informação contida neste livro seja correta
e não tenha produzido mudanças nas doses sugeridas ou nas
contra-indicações da sua administração. Esta recomendação
tem especial importância em relação a fármacos novos
ou de pouco uso.
Estimado leitor
É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas
ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição na web e outros),
sem permissão expressa da Editora.
Os inscritos aprovados na Avaliação de Ciclo do Programa de Atualização em Enfermagem
(PROENF) receberão certificado de 180horas-aula, outorgado pela Associação Brasileira de
Enfermagem (ABEn) e pelo Sistema de Educação em Saúde Continuada a Distância (SESCAD) da
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9
PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD
ASSISTÊNCIA À SAÚDE
DO TRABALHADOR NO CONTEXTO
DA SAÚDE DO ADULTO
VANDA ELISA ANDRES FELLI
MARIA HELENA PALUCCI MARZIALLE
MARIA LÚCIA DO CARMO CRUZ ROBAZZI
NEUSA MARIA COSTA ALEXANDRE
Vanda Elisa Andres Felli – Professora Associada do Departamento de Orientação Profissional da
Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP)
Maria Helena Palucci Marzialle – Professora Titular do Departamento de Enfermagem Geral e
Especializada da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP)
Maria Lúcia do Carmo Cruz Robazzi – Professora Titular do Departamento de Enfermagem Geral e
Especializada da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP)
Neusa Maria Costa Alexandre – Professora Associada do Departamento de Enfermagem da
Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
INTRODUÇÃO
A assistência à saúde do trabalhador no contexto da saúde do adulto, fundamentado em
conceito ampliado de saúde, passou a vigorar com a Constituição da República Federativa do
Brasil, promulgada em 1988. Este capítulo aborda os dispositivos legais que embasam essa
mudança, e os conceitos que permitem compreender a relação entre trabalho e saúde. Também
serão abordadas as diferentes formas de adoecimento pelo trabalho, com ênfase aos acidentes
ocorridos com trabalhadores da área da saúde, pela exposição aos materiais biológicos.
Neste estudo são evidenciados os distúrbios osteomusculares relacionados com o trabalho
(DORT), com ênfase na avaliação e no diagnóstico precoce desses distúrbios, assim como
nas orientações sobre posturas e movimentos a serem adotados pelos trabalhadores. Na
abordagem desses conteúdos, são apontados responsabilidades e cuidados de enfermagem
a serem prestados aos trabalhadores, quando assistidos nas instituições de saúde. Orienta-
se, em especial, o trabalhador de enfermagem que também sofre problemas de saúde
relacionados ao trabalho que realiza.
10ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO
OBJETIVOS
Ao final deste capítulo, o leitor será capaz de:
■■■■■ contextualizar a saúde do trabalhador como foco da assistência de enfermagem;
■■■■■ discutir conceitos relativos à saúde do trabalhador;
■■■■■ identificar as diferentes formas de adoecimento pelo trabalho, em especial, os acidentes
com exposição a materiais biológicos;
■■■■■ discutir estratégias de prevenção de problemas de saúde;
■■■■■ encontrar subsídios para a assistência de trabalhadores nas diferentes instituições de saúde.
ESQUEMA CONCEITUAL
Assistência
à saúde
do trabalhador
no contexto
da saúde
do adulto
A saúde do trabalhador no sistema único de saúde
Sistema único de saúde e rede nacional de atenção
integral à saúde do trabalhador
O reconhecimento da relação trabalho-saúde
Tipos de cargas de trabalho
As diferentes formas de adoecimento pelo trabalho
Adoecimento pelo trabalho no setor de saúde
Os acidentes de trabalho com exposição a material
biológico no setor de saúde
Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho
Abordagem terapêutica e a participação da enfermagem
Avaliação e medidas para diagnóstico e controle
dos distúrbios osteomusculares
Orientações ergonômicas e posturais
Orientações em relação às técnicas adequadas
de levantamento, manuseio e transporte de cargas
Assistência no atendimento clínico
Orientações em relação à postura e movimentos
Orientações em relação aos equipamentos e materiais
Orientações organizacionais e psicossociais
Orientações gerais
Considerações finais
11
PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD
A SAÚDE DO TRABALHADOR NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
A discussão sobre a temática saúde do trabalhador, na atualidade, torna imprescindível a
incorporação de alguns instrumentos que passaram a vigorar com a promulgação da Constituição
da República Federativa do Brasil, em 1988,1
após amplo debate do movimento conhecido como
Reforma Sanitária.
Na Constituição Federal,1
a saúde é entendida em seu conceito ampliado e passa a ser um direito
universal do cidadão, direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visam à redução do risco de doenças e outros agravos e o acesso universal e
igualitário às ações e serviços (de saúde) para a sua promoção, proteção e recuperação.
A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação,
a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o
transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; ações que se destinam a
garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social.2
Nesse conceito apreende-se que o trabalho é um determinante/condicionante da saúde
dos indivíduos.
Anteriormente à promulgação da Constituição, a saúde do trabalhador era tratada essencialmente
no âmbito do Ministério do Trabalho e da Previdência Social. Era tomada no seu caráter reparador
e, basicamente, centrada no evento acidente de trabalho, conforme disposto na Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT),3
ou seja, após a instalação de um evento como lesão, perturbação
funcional, doença. Assim, o Ministério assumiu a responsabilidade de dispor legalmente sobre a
concessão de benefícios e regular o exercício do trabalho.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E REDE NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL
À SAÚDE DO TRABALHADOR
A política de saúde desde então instituída deve ser viabilizada pelo Sistema Único de Saúde
(SUS),2
segundo os princípios que o orientam: universalidade, eqüidade, integralidade das
ações e serviços, descentralização e controle social. Dessa forma a saúde do trabalhador,
também, passa a ser da competência do SUS.
Nesse contexto, a saúde do trabalhador é entendida como “um conjunto de atividades
que se destina, por meio das ações de vigilância epidemiológica e sanitária, à
promoção e à proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação
e à reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos
das condições de trabalho, abrangendo: “...assistência ao trabalhador vítima de
acidentes de trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho; ...”.2
Com
essa disposição, a saúde do trabalhador, no que concerne ao direito à saúde, deve
ser feita no âmbito do SUS.
Como direito universal, a assistência à saúde deve ser dada a todos os trabalhadores, ou seja,
homens e mulheres que exercem atividades para sustento próprio e/ou de seus dependentes,
qualquer que seja sua forma de inserção no mercado de trabalho, no setor formal ou informal da
economia.4
12ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO
Sem dúvida esse avanço legal, que representa a inclusão de cerca de 60 milhões de brasileiros,4
tem encontrado grandes desafios para a sua operacionalização na prática dos serviços de saúde.
Pode-se dizer que as ações de saúde do trabalhador ainda não estão incluídas na rede de
atendimento do SUS ou são desenvolvidas de forma fragmentada das demais ações de saúde e
de forma precária.
A principal estratégia da pasta da saúde para a atenção à saúde do trabalhador no
SUS é a implantação da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador
(RENAST).5
A RENAST propõe a atenção integral à saúde do trabalhador no SUS mediante a:
■■■■■ articulação intra-setorial e intersetorial (Previdência Social, Trabalho, Meio Ambiente, Justiça,
Educação e demais setores relacionados com as políticas de desenvolvimento);
■■■■■ informações em saúde do trabalhador;
■■■■■ apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas;
■■■■■ capacitação permanente em saúde do trabalhador;
■■■■■ gestão participativa dos trabalhadores.
O modelo de atenção integral implica atender aos trabalhadores mediante ações de promoção e
proteção da saúde e de vigilância, doentes e acidentados, nos diferentes serviços da rede e em
diferentes níveis de complexidade (urgências, emergências, ambulatórios, unidades básicas, etc.),
orientadas por um critério epidemiológico.4
A atenção integral à saúde é caracterizada pela construção de ambientes e de
processos de trabalho saudáveis; pelo fortalecimento da vigilância de ambientes,
processos e agravos relacionados ao trabalho e à assistência integral à saúde. 6
A ação integral à saúde significa tomar o trabalho como fator determinante do processo saúde-
doença e atender ao “...trabalhador, na qualidade de indivíduo, ainda que os procedimentos de
diagnóstico e tratamento da doença que apresenta sejam os mesmos, independentemente de o
agravo estar ou não relacionado ao seu trabalho atual ou pregresso, é importante que essa relação
seja estabelecida e feitos os encaminhamentos adequados. (...) Assim, as ações de saúde do
trabalhador são desencadeadas a partir da identificação de um agravo à saúde ou de uma situação
de risco, relacionados ao trabalho”. 6
A RENAST propõe um sistema de informação que dá apoio às ações de saúde do trabalhador, as
quais são:
■■■■■ promoção da saúde;
■■■■■ diagnóstico e tratamento;
■■■■■ vigilância da saúde;
■■■■■ orientação do trabalhador;
■■■■■ notificação aos sistemas de informação;
■■■■■ acesso à Previdência Social e ao Seguro Acidente de Trabalho (SAT);
■■■■■ capacitação e educação permanente;
■■■■■ produção de conhecimento;
■■■■■ controle social.
13
PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD
Diante desse redirecionamento da atenção à saúde do trabalhador, nos cabe refletir
sobre alguns pontos importantes:
■■■■■ Qual é o nosso papel, como enfermeiros que prestam assistência nas diferentes
instituições de saúde?
■■■■■ Como vencer o despreparo dos profissionais que atuam na rede de serviços para
lidar com os riscos e agravos à saúde?
■■■■■ Como definir os encaminhamentos assistenciais e administrativos adequados?
A busca de resposta para esses questionamentos direciona a necessidade de conhecer o significado
da proposta; assumir a responsabilidade de desenvolvê-la, no âmbito da equipe multiprofissional
e de enfermagem; e investir na reorganização dos serviços de saúde. Portanto, necessariamente
ela deve constar da pauta de discussão das equipes de enfermagem tanto nas unidades básicas
de saúde como em outras unidades assistenciais de maior complexidade dos serviços de saúde
(rede regionalizada e hierarquizada de saúde).
O processo de capacitação deverá abranger a esfera cognitiva, de habilidades e de atitudes,
proporcionando a qualificação dos profissionais para desenvolver ações de diagnóstico de doenças
e de agravos, bem como as ações de vigilância dos ambientes e das condições de trabalho.4
Com esses preceitos deverá ocorrer a qualificação dos trabalhadores de enfermagem (que assistem
nos serviços de saúde) para assistir outros trabalhadores mediante programas de educação
permanente que devem assumir a responsabilidade de desenvolver, minimamente, conteúdos
como:
■■■■■ reconhecer a relação entre o trabalho e o problema de saúde;
■■■■■ planejar a assistência à saúde do trabalhador e orientá-lo;
■■■■■ participar do sistema de informações.
1. O que é a RENAST?
A) É a articulação entre a CIPA e o SESMT.
B) A principal estratégia do Ministério da Saúde para a atenção à saúde do
trabalhador no SUS.
C) É uma rede que propõe a atenção integral do trabalhador.
D) As alternativas B e C estão corretas.
Resposta no final do capítulo
14ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO
2. Qual a responsabilidade do enfermeiro ao assistir um indivíduo que tem um
problema de saúde relacionado ao trabalho?
A) Discutir, na equipe multidisciplinar, se o problema de saúde foi gerado no
trabalho.
B) Orientar o paciente quanto à relação do seu problema de saúde e o trabalho
e como cuidar-se no desenvolvimento da atividade laborativa, assim como,
quanto às medidas preventivas.
C) Orientar como o trabalhador pode prevenir esses problemas.
D) Todas as alternativas estão corretas.
3. Quais as características da atenção integral à saúde?
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4. Qual o conceito de saúde proposto pela Constituição?
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Respostas no final do capítulo
O RECONHECIMENTO DA RELAÇÃO TRABALHO-SAÚDE
As mudanças ocorridas no mundo do trabalho têm implicado negativamente nos processos
produtivos. Têm sido relatados como conseqüências dessas mudanças:
■■■■■ o desemprego estrutural;
■■■■■ a precariedade do trabalho;
■■■■■ o crescimento do trabalho informal;
■■■■■ a perda de direitos trabalhistas e previdenciários;
■■■■■ a competitividade nas relações de trabalho.7
Nesse cenário, o perfil de adoecimento dos trabalhadores é reflexo dessas mudanças ocorridas,
decorrentes da exigência da lucratividade no modo de produzir.
15
PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD
Tem sido relatado o expressivo número de acidentes de trabalho, o aumento da
prevalência de doenças como as lesões por esforços repetitivos (LER) ou distúrbios
osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT); cânceres; perda auditiva;
intoxicações químicas; doenças cardiocirculatórias; problemas emocionais. Outras formas
de adoecimento mal caracterizadas também têm sido relatadas, como o estresse, a
fadiga física e mental e outras expressões de sofrimento relacionadas ao trabalho.4,6,8
Além dessas doenças coexistem, ainda, as doenças profissionais clássicas, a silicose,
as intoxicações por metais pesados e por agrotóxicos, entre outras.4
Para melhor compreensão de como o trabalho implica na saúde, torna-se necessário o
conhecimento das cargas de trabalho a que os trabalhadores são submetidos nos processos de
trabalho, que são geradoras de problemas de saúde.9,10
O trabalho, segundo Marx, é uma atividade realizada pelos homens para atender uma necessidade
social, que é realizada segundo uma finalidade. Ao realizar essa atividade, o homem transforma o
seu objeto de trabalho ao mesmo tempo em que se transforma. 11
Para tornar mais claro esse conceito, podemos refletir com a situação a seguir.
Em uma fábrica de tintas, o trabalhador transforma os ingredientes (corante, água,
solvente, etc.) em tinta (produto), que será estocada e, posteriormente, distribuída e
consumida pelas pessoas para pintar casas e outros objetos visando à conservação,
por exemplo (necessidade).
Assim, no processo de produção da tinta, no qual o trabalhador usa o seu corpo, sua
habilidade e o seu saber desenvolvendo suas habilidades (processo favorável), ele pode
também desenvolver processos desgastantes ou destrutivos, relativos à sua saúde,
como por exemplo, alergias no contato com solventes. Nesse exemplo, pode-se
apreender a relação entre o trabalho e a saúde do trabalhador, mediada pela exposição
às cargas de trabalho (química) e pelo processo de desgaste (alergia).
Esse indivíduo não trabalha sozinho e, provavelmente, outros trabalhadores também
apresentem sintomas de alergia. Portanto é no grupo de trabalhadores que esse problema
de saúde é evidenciado como característico desse coletivo (perfil destrutivo). Por sua
vez, esse trabalho se organiza de uma determinada forma (parcelado por atividades),
visando à geração de lucro (valorização do capital).
Portanto, nesse processo de trabalho existem elementos que interatuam dinamicamente entre si
(objeto, meios e instrumentos e formas de organização) e com o corpo do trabalhador, gerando
processos de desgaste. Esses elementos são denominados cargas de trabalho. 9
O conceito de cargas de trabalho incorpora o de riscos ocupacionais, permitindo estabelecer a
estreita relação entre o trabalho e os problemas de saúde, mesmo quando ainda não se
concretizaram em doenças diagnosticadas, o que é de suma importância na sua prevenção. Os
riscos definidos como ocupacionais são agentes nocivos isolados no ambiente de trabalho que
podem causar doença, ou representam a probabilidade de um determinado evento acontecer.12
16ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO
A exposição dos trabalhadores às cargas de trabalho gera processos de desgaste
particulares, ou seja, a perda da capacidade efetiva e/ou potencial corporal e psíquica.
Esses processos referem-se aos processos de adaptação que são destrutivos da
integridade corporal biopsíquica. Ainda, esses processos não se referem
necessariamente às doenças já diagnosticadas, mas, também, ao processo que as
concretiza, uma vez que é possível recuperar as perdas e as capacidades, assim como
desenvolver as potencialidades.9
Esquematicamente, a relação entre o trabalho e a saúde dos trabalhadores pode ser visualizada
conforme mostra a Figura 1.
Relação trabalho-saúde
Pólo trabalho
Pólo saúde
Processo de valorização
Processo de trabalho
Objeto, meios/instrumentos, organização/divisão
Cargas de trabalho
Biológicas, físicas, químicas,
mecânicas, fisiológicas e psíquicas
Processos de desgaste
Perfil patológico do grupo
Figura 1 – Relação entre o trabalho e a saúde dos trabalhadores
Fonte: Felli e Tronchin (2005).10
17
PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD
A Figura 1 mostra como são gerados os processos destrutivos no trabalho, uma vez que esse é o
nosso objetivo nesse capítulo. No entanto, é imprescindível explicitar que também existem no
trabalho processos que são favoráveis e preservam a saúde dos trabalhadores, como o
desenvolvimento de habilidades, a convivência amigável com os colegas, o espaço de recuperação
de capacidades psíquicas (por exemplo, quando a vida fora do trabalho é desgastante por causa
de perdas). Esses processos favoráveis também compõem um perfil, que articulado ao perfil
destrutivo, evidenciam a qualidade de vida no trabalho desses indivíduos. 9,13,14
5. São conseqüências de mudanças no mundo do trabalho que têm implicado
negativamente nos processos produtivos, EXCETO:
A) os direitos trabalhistas e previdenciários;
B) o crescimento do trabalho informal;
C) a competitividade nas relações de trabalho;
D) a precariedade do trabalho.
6. O que são processos de desgaste particulares?
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7. Quais são os processos favoráveis que evidenciam a qualidade de vida no
ambiente profissional dos trabalhadores?
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Respostas no final do capítulo
18ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO
TIPOS DE CARGAS DE TRABALHO
Segundo Laurel e Noriega9
e Silva,15
as cargas de trabalho podem ser classificadas e definidas
conforme apresenta o Quadro 1.
Quadro 1
CLASSIFICAÇÃO E DEFINIÇÃO DE CARGAS DE TRABALHO
A exposição dos trabalhadores às diversas cargas de trabalho é geradora de diferentes processos
de desgaste particulares.
Os processos de desgaste são entendidos como a perda da capacidade efetiva e/ou
potencial corporal e psíquica.9
Referem-se aos processos de adaptação que são
destrutivos da integridade corporal biopsíquica. Esses processos não se referem
necessariamente às doenças já diagnosticadas, mas, também, ao processo que as
concretiza, uma vez que é possível recuperar as perdas e capacidades, assim como
desenvolver as potencialidades. Indicadores globais vêm sendo mais freqüentemente
utilizados para reconhecer o desgaste: sinais e sintomas inespecíficos, morbidade, anos
de vida útil perdidos, envelhecimento acelerado e morte prematura.9
Alguns dos processos de desgaste que acometem os trabalhadores e que constituem foco de
atenção dos enfermeiros e demais trabalhadores da equipe multiprofissional serão abordados
neste capítulo.
Tipo de carga
Biológicas
Químicas
Físicas
Mecânicas
Fisiológicas
Psíquicas
Definição
Ocorrem pela exposição do trabalhador aos microrganismos patogênicos, como
vírus, bactérias, parasitas, fungos, etc.
Ocorrem pela exposição dos trabalhadores às substâncias químicas, que servem a
diferentes finalidades e podem estar em diferentes estados (sólido, líquido e gasoso).
Ocorrem pela exposição aos diferentes agentes físicos, como: temperatura (frio/
calor), ruído, umidade, iluminação, eletricidade, risco de incêndio, emissão de
radiações, etc.
São as mais visíveis, uma vez que se convertem na ruptura de continuidade
instantânea do corpo. São, assim, as mais facilmente reconhecidas como acidentes
de trabalho, como as geradoras de contusões, torções, escoriações, hematomas,
fraturas, perfurações e cortes.
São as decorrentes do uso inadequado do corpo e interferem no funcionamento
deste, como na manipulação de peso excessivo, trabalho em pé, posições
inadequadas e incômodas, trabalho noturno e rodízios de turno.
Ocorrem pela exposição do trabalhador às subcargas (monotonia/repetitividade, falta
de criatividade, fragmentação/ parcelamento das atividades e outras em que o
trabalhador não faz uso de suas potencialidades) e sobrecargas (atenção constante,
supervisão estrita, situações de tensão e estresse, ritmo acelerado de trabalho,
desarticulação de defesas coletivas e outras em que o trabalhador usa
excessivamente a sua força de trabalho).
19
PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD
8. O que são cargas de trabalho e quais os tipos?
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9. Explique o que são processos de desgaste.
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10. Com base no Quadro 1, relacione os tipos de cargas de trabalho e suas
respectivas definições.
Respostas no final do capítulo
AS DIFERENTES FORMAS DE ADOECIMENTO PELO TRABALHO
Em situações muito corriqueiras, os enfermeiros assistem e planejam a assistência de pacientes
sob sua responsabilidade, muitas vezes sem identificar que os problemas de saúde são gerados
no trabalho. Essa identificação torna-se imprescindível para a promoção do autocuidado,
especialmente para as orientações demandadas pelos pacientes. Para tanto, abordamos os
determinantes do processo saúde-trabalho, os conceitos de acidentes de trabalho e outros
correlatos que orientam essa identificação.
Tipos
( A ) Biológicas
( B )Psíquicas
( C )Químicas
( D )Fisiológicas
( E )Físicas
( F ) Mecânicas
( ) Ocorrem pela exposição dos trabalhadores
às substâncias químicas.
( ) Ocorrem pela exposição do trabalhador a
situações de tensão e estresse.
( ) Ocorrem pela exposição a agentes como
ruído, umidade, iluminação e risco de
incêndio.
( ) Ocorrem pela exposição do trabalhador a
microrganismos patogênicos.
( ) São as mais facilmente reconhecidas como
acidentes de trabalho.
( ) Decorrem do uso inadequado do corpo,
como na manipulação de peso excessivo.
20ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO
A evolução da morbidade e da mortalidade da classe trabalhadora acompanha o desenvolvimento
do modo de produção. Nos primórdios do capitalismo, na fase de acumulação primitiva,
predominavam as doenças originárias diretamente do baixo consumo de bens e serviços, das
condições de vida e classe, embora estivessem presentes e em ascensão as doenças respiratórias,
provocadas por poeiras orgânicas e minerais dos ambientes de trabalho.
Tanto na fase de acumulação mais acelerada e pré-monopolista como na fase seguinte, de franca
monopolização, houve primazia dos acidentes e das doenças do trabalho, sendo esses ciclos
marcados pela “violência explícita do trabalho”.16
No setor de assistência à saúde no Brasil, por exemplo, o aumento na terceirização da força de
trabalho trouxe conseqüências tanto em relação à qualidade dos produtos, quanto às condições e
relações de trabalho. Estas merecem ser analisadas, especialmente no contexto da regulação
dos contratos de trabalho e do acirramento da concorrência entre grupos profissionais que podem
gerar problemas relacionados à qualidade técnica e à ética do trabalho.17
Todas as profissões envolvem riscos inerentes à natureza e ao ambiente onde o profissional atua,
os quais podem ser responsáveis por acidentes do trabalho e/ou doenças ocupacionais.
Acidente de trabalho é definido como aquele que pode ocorrer pelo exercício do trabalho
a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause
morte, perda ou redução da capacidade de trabalho.18
Legalmente equiparam-se ao acidente de trabalho, para efeitos do regulamento do seguro de
acidente do trabalho, a doença profissional ou do trabalho.
Segundo o Decreto 2.172 de 05 de março de 199719
, a doença profissional é entendida
como: “aquela produzida ou desencadeada pelo exercício de trabalho peculiar a
determinada atividade e constante da relação de doenças elaborada pelo Ministério do
Trabalho e Previdência Social. A doença do trabalho é entendida como aquela adquirida
em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relaciona
diretamente, constante da relação de doenças elaborada pelo Ministério do Trabalho e
Previdência Social”.
Na referida relação de doenças profissionais ou do trabalho, o agente patogênico é relacionado
ao tipo de trabalho que contém risco (químicos, físicos, biológicos, etc.).
No período de 1999 a 2003, a Previdência Social registrou 1.875.190 acidentes de trabalho no
Brasil, sendo 15.293 com óbitos e 72.020 com incapacidade permanente, média de 3.059 óbitos/
ano, entre os trabalhadores formais (média de 22,9 milhões em 2002). O coeficiente médio de
mortalidade, no período considerado, foi de 14,84 por 100.000 trabalhadores.20
A comparação
desse coeficiente com o de outros países, tais como Finlândia (2,1 em 2001), França (4,4 em
2000), Canadá (7,2 em 2002) e Espanha (8,3 em 2003), significa que o risco de morrer por acidente
de trabalho no Brasil é cerca de duas a cinco vezes maior.
21
PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD
Cabe ressaltar que acidentes e doenças relacionados ao trabalho são agravos previsíveis
e, portanto, evitáveis. Em 2003, segundo o Anuário Estatístico da Previdência Social,
as lesões de punho e da mão representaram 34,20% dos acidentes. O trabalho com
máquinas e equipamentos obsoletos e inseguros são responsáveis por cerca de 25%
dos acidentes de trabalho graves e incapacitantes registrados no país.21
11. Como pode ser definido o acidente de trabalho?
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12. O que é a doença de trabalho?
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13. Quais são as formas atuais de adoecimento pelo trabalho?
A) Situações de risco relacionadas ao trabalho realizado, adoção das novas
tecnologias e métodos gerenciais nos processos de trabalho.
B) Condições e relações de trabalho inadequadas, regulação dos contratos de
trabalho, problemas relacionados à qualidade técnica e ética do trabalho, riscos
inerentes à natureza e ao ambiente na qual o profissional atua, os quais podem
ser responsáveis por acidentes do trabalho e/ou doenças ocupacionais.
C) Fatores individuais, ambientais, sociais, econômicos e políticos.
D) Todas as alternativas anteriores.
Respostas no final do capítulo
ADOECIMENTO PELO TRABALHO NO SETOR DE SAÚDE
Vários são os fatores responsáveis pelo agravo à saúde dos trabalhadores do setor da saúde e,
portanto, as ações de saúde do trabalhador devem ser desencadeadas a partir da identificação de
situações de risco relacionadas ao trabalho realizado.
Um dos fatores responsáveis pelo adoecimento dos profissionais de saúde está relacionado à
adoção das novas tecnologias e métodos gerenciais nos processos de trabalho, os quais contribuem
para modificar o perfil de saúde, de adoecimento e de sofrimento dos trabalhadores.
22ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO
Entre as doenças relacionadas ao trabalho mais freqüentes estão:
■■■■■ LER/DORT;
■■■■■ sofrimento mental, principalmente depressão, e atualmente constata-se um aumento dos
episódios de violência contra o trabalhador no seu local de trabalho, traduzida pelos acidentes
e doenças do trabalho;
■■■■■ violência decorrente de relações de trabalho deterioradas, como no trabalho escravo e
envolvendo crianças;
■■■■■ violência ligada às relações de gênero e ao assedio moral, caracterizada pelas agressões
entre pares, chefias e subordinados.
As dimensões afetivas e emocionais sempre estiveram presentes no desenvolvimento do trabalho
humano e, no entanto, apenas na atualidade sua importância tem sido mais enfatizada,
especialmente no setor de serviços no qual tem havido um aumento do controle sobre os
sentimentos do trabalhador no ambiente de trabalho.
Se antes o trabalhador ficava exposto apenas às exigências e cobranças feitas pelos seus
superiores hierárquicos, hoje ele também fica sujeito às pressões de terceiros, como os clientes,
cada vez mais exigentes e conscientes de seus direitos como usuários de serviços. Os profissionais
do setor de serviços trabalham, na atualidade, constantemente pressionados para que o
atendimento seja cordial, rápido, eficiente e eficaz, além de se mostrarem muito produtivos, atingindo
ou mesmo ultrapassando as metas estabelecidas pela empresa e, muitas vezes, sendo vítimas
de atos de violência.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS),22
“a violência é o uso intencional da
força física ou do poder, real ou por ameaça, contra a própria pessoa, contra outra
pessoa, ou contra um grupo ou comunidade que pode resultar, ou tem alta probabilidade
de resultar em morte, lesão, dano psicológico, alterações do desenvolvimento ou de
privação”.
A violência no trabalho ou ocupacional é constituída por incidentes nos quais os
trabalhadores sofrem abusos, ameaças ou ataques em circunstâncias relacionadas com
o seu trabalho, incluindo o trajeto, que colocam em perigo, implícita ou explicitamente,
sua segurança, seu bem-estar ou sua saúde podendo ocasionar o adoecimento pelo
trabalho.23
A violência no trabalho é um problema freqüentemente observado nos hospitais, principalmente
nos serviços de emergência nos quais os trabalhadores da equipe de saúde, ora atores, ora
vítimas de atos violentos, estão reproduzindo e perpetuando situações de agressividade,
prejudicando a assistência prestada aos usuários/pacientes e desenvolvendo enfermidades
ocasionadas pelo trabalho.
A violência no trabalho traz conseqüências individuais (desmotivação, estresse, medo,
fobias e perturbações do sono), diminuição na qualidade dos serviços de saúde, redução
da produtividade, deterioração nas relações interpessoais e aumento do absenteísmo.
23
PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD
Com a finalidade de minimizar o problema, a Organização Internacional do Trabalho (OIT22
) e a
OMS determinaram, por meio das diretrizes para o setor da saúde, que os empregadores são
responsáveis em assegurar a saúde, manter a segurança e o bem-estar dos trabalhadores. Também
devem eliminar todos os riscos previsíveis de violência ocupacional, valorizar as políticas e planos
para combater esse fenômeno, a fim de propiciar um ambiente mais tranqüilo e seguro. Considera-
se imprescindível que os trabalhadores do setor saúde sejam capacitados a prevenir e a enfrentar,
de maneira adequada, atos de violência ocupacional.
O assédio moral e a síndrome de Burnout têm sido evidenciados como situações que também
comprometem a saúde do trabalhador.
O assédio moral refere-se a todo comportamento abusivo que expõe os trabalhadores
a humilhações, constrangimentos e situações vexatórias vividas no trabalho que podem
comprometer a identidade, a dignidade e as relações afetivas e sociais. As depressões,
angústias e outros danos psíquicos podem expressar a existência desse risco invisível
nas relações e condições de trabalho.
Burnout designa aquilo que deixou de funcionar por exaustão de energia e compreende
três dimensões: exaustão emocional, despersonalização e diminuição do sentimento
de realização profissional.
A síndrome de Burnout atinge especialmente professoras e trabalhadoras de enfermagem que
se defrontam com a questão do “vincular-se versus não vincular-se afetivamente”, pois o afeto é
parte obrigatória do investimento desses trabalhadores envolvidos com o cuidado.
Assim, percebe-se que a relação trabalho-saúde-doença é influenciada por uma série de fatores
individuais, ambientais, sociais, econômicos e políticos, no entanto é direito de todo o cidadão ter
um trabalho decente e seguro. Cabe aos governantes o estabelecimento de atos que assegurem
a oferta de empregos, adequadas condições de trabalho, seguridade social e assistência à saúde.
Porém, cabe aos empregadores e aos trabalhadores o uso de medidas de controle e de prevenção
à ocorrência de acidentes de trabalho e às doenças ocupacionais.
14. Explique o que é a violência ocupacional e quais suas conseqüências.
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Resposta no final do capítulo
24ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO
15. O que é o assédio moral?
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16. Descreva a síndrome de Burnout.
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Respostas no final do capítulo
OS ACIDENTES DE TRABALHO COM EXPOSIÇÃO A MATERIAL
BIOLÓGICO NO SETOR DE SAÚDE
Dentre os trabalhadores do setor terciário estão os próprios trabalhadores de saúde, que
representam um grande contingente de pessoas. O setor da saúde está entre os 10 que mais
empregam trabalhadores em nosso país e um grande problema enfrentado pelos trabalhadores é
a freqüente ocorrência de acidentes de trabalho com exposição a material biológico.
Os acidentes de trabalho com material biológico representam um risco para os
trabalhadores das instituições de saúde devido à possibilidade de transmissão de
patógenos como o vírus da hepatite B (HBV) e da síndrome da imunodeficiência adquirida
– AIDS (HIV), os quais podem ser letais.24
Os trabalhadores da equipe de saúde que atuam nos serviços de apoio hospitalar, ou de outras
unidades de saúde, como os serviços de limpeza, lavanderia e laboratório estão expostos aos
microorganismos causadores de infecções devido ao contato com pacientes e materiais infectados.
O risco de infecção está condicionado:
■■■■■ ao agente – virulência, toxidade, dose infecciosa e via de infecção;
■■■■■ ao hospedeiro – idade, sexo, gravidez, imunidade e doenças capazes de facilitar a instalação
de novos agentes;
■■■■■ à atividade ocupacional – técnicas e método, qualidade dos equipamentos e materiais de
trabalho, prática de medidas eficazes de higiene e segurança do trabalho.
25
PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD
Existem três tipos diferentes de vias de penetração dos agentes biológicos no organismo humano:
■■■■■ cutânea – por meio de ferimentos ou lesões na pele, como aqueles ocasionados por material
perfurocortante;
■■■■■ digestiva – pela ingestão de material ou alimentação contaminada;
■■■■■ respiratória – aspiração de ar contaminado.
Acidentes ocasionados por picadas de agulhas são responsáveis por 80 a 90% das
transmissões de doenças infecciosas entre trabalhadores de saúde e o risco de
transmissão de infecção de 1 agulha contaminada é de 3 para a Hepatite B, 1 em 30
para hepatite C e 1 em 300 para o HIV.25
O International Health Care Worker Safety Center,26
indica que o risco de infecção pós-
exposição ocupacional com material perfurocortante é de 0,25% a 0,4% para o vírus
HIV, 6% a 30% para o vírus HBV e 0,4% a 1,8% para o vírus HCV.
Nos Estados Unidos estima-se que aproximadamente 8 milhões de trabalhadores de saúde são
anualmente vítimas de acidentes com material perfurocortante e os estudantes de medicina, de
odontologia e de enfermagem também formam um grupo muito atingido por esse tipo de acidente.
Dos 16.922 acidentes de trabalho documentados pelo National Surveillance System for Hospital
Health Care Workers (NaSH) no período de 1995 a 2001, cerca de 44% ocorreu com enfermeiras,
28% com médicos, 15% técnicos de laboratório, 4% estudantes e 3% com o pessoal de limpeza.27
Além do risco de contrair infecções, os acidentes de trabalho com exposição aos materiais biológicos
podem gerar no trabalhador sérias repercussões psicossociais levando-o às mudanças nas relações
de trabalho, familiares e sociais, devido às associações ao HIV e a AIDS, às reações
psicossomáticas pós-profilaxia utilizada, à exposição ocupacional e ao impacto emocional.28
Para Marziale e Nishimura,29
as causas dos acidentes de trabalho com exposição aos materiais
biológicos estão relacionadas:
■■■■■ à não-adoção das precauções de segurança;
■■■■■ ao encape ativo de agulhas;
■■■■■ à não-utilização de luvas;
■■■■■ ao descarte de material perfurocortante em recipientes inapropriados segundo tipo/material de
fabricação, localização nos postos de trabalho e, ainda, o desrespeito aos limites de capacidade;
■■■■■ à não-disponibilidade de agulhas e/ou cateteres intravenosos com sistema de segurança;
■■■■■ ao pequeno espaço físico dos postos de trabalho;
■■■■■ a inadequações na organização do trabalho e nas condições de trabalho oferecidas aos
trabalhadores (grande demanda de usuários versus número de trabalhadores, horários e
esquema de turnos, entre outros).
26ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO
Ações de saúde do trabalhador foram desencadeadas em todo o mundo por meio de
recomendações da OIT com a finalidade de identificação, controle e elaboração de estratégias
para prevenção dos acidentes com exposição a material biológico entre os trabalhadores da saúde,
considerando a grande freqüência dessas ocorrências. Isso porque as conseqüências da exposição
ocupacional aos patógenos transmitidos pelo sangue por meio de um acidente desse tipo não
está somente relacionada à infecção, mas também a traumas psicológicos que perduram dias e
até meses, quando da espera dos resultados dos exames sorológicos por esses trabalhadores e
seus familiares.
O trabalhador vítima de traumas psicológicos ocorridos por acidentes perfurocortantes
tem sofrido ainda outras conseqüências, tais como alterações das práticas sexuais,
efeitos colaterais das drogas profiláticas e perda do emprego.26
Nos Estados Unidos, o elevado número de lesões percutâneas sofridas por trabalhadores de
saúde chamou a atenção das instituições públicas levando ao reconhecimento da gravidade do
problema e a criação de uma legislação específica (Needlestick Safety and Prevention Act)
regulamentada por meio da Occupational Safety & Health Agency (OSHA),30
tornando obrigatória
a adoção de medidas preventivas.
Diante do diagnóstico de lesão percutânea, os CDC e os hospitais americanos desenvolvem
planos pós-exposição ocupacional ao sangue e aos fluidos corpóreos que envolvem notificação,
avaliação e tratamento do trabalhador, a fim de elaborar estratégias e estimativas e avaliar as
condutas a serem adotadas para redução dos acidentes. O sistema padronizado de registro, o
Exposure Prevention Information Network (EPINet), foi criado por pesquisadores da Universidade
de Virgínia e atualmente é usado por hospitais e instituições de saúde para notificar como as
exposições ocupacionais ocorrem e a eficiência das medidas preventivas adotadas.31
Assim, torna-se evidente a importância da notificação do acidente para o planejamento de
estratégias preventivas, um recurso que assegura ao trabalhador o direito de receber avaliação
médica especializada, tratamento adequado e benefícios trabalhistas.Asubnotificação da exposição
ocupacional às doenças infecciosas é uma grande barreira para entender os riscos e os fatores
associados com a exposição ocupacional a sangue e fluidos corpóreos.
No Brasil, embora o risco de acidentes dessa natureza esteja presente nas atividades
dos profissionais de saúde, do grande número de pacientes portadores dos vírus HIV,
HBV e HCV e das condições de trabalho oferecidas por muitos hospitais, é observada a
inexistência de dados sistematizados sobre a ocorrência dos acidentes com material
perfurocortante que permitam conhecer a real magnitude do problema. Outro fator que
dificulta conhecer a realidade brasileira é a falta da cultura para a notificação do acidente
do trabalho.
Em nosso país, o Ministério da Saúde acrescentou a notificação para doenças e acidentes do
trabalho no SUS por meio do Sistema Nacional de Agravos de Notificação Compulsória (SINAN).
No entanto, são enfrentados problemas relacionados ao controle e à notificação dos acidentes de
trabalho, pois existem Serviços de Segurança e Medicina do Trabalho das Empresas (SESMT’s)
que não cumprem a Constituição e não notificam ao SUS a morbidade, a mortalidade e os acidentes
do trabalho.
27
PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD
As Comunicações de Acidentes do Trabalho (CATs) são de emissão passiva, sem vigilância
ativa, sem controle de subnotificação e sem certificação de qualidade. Além disso, os gestores
estaduais e municipais do SUS não têm acesso em linha direta via internet ao sistema de
notificações eletrônicas implantado a partir do ano de 2000. Nos poucos municípios que fizeram
convênios com a Previdência anteriores a 1999, o SUS contabiliza e processa o componente
residual de CATs ainda feitas em papel, preenchidas à mão e, em alguns lugares, com seis vias de
formulário.
Segundo Santos e colaboradores,32
em 1997 houve no Brasil o registro do primeiro
caso de contaminação de um auxiliar de enfermagem pelo vírus HIV com confirmação
da AIDS, devido à exposição ocupacional decorrente de um acidente de trabalho com
material perfurocortante ocorrido em 1994. No entanto, muitos trabalhadores de
enfermagem em nosso país desconhecem essa informação, bem como os riscos a que
estão expostos no ambiente de trabalho.
Embora o número de pesquisas abordando o referido problema tenha aumentado na última década
e tenha contribuído para a aquisição de conhecimentos sobre a problemática dos acidentes de
trabalho entre trabalhadores da área de saúde, as investigações, na maioria das vezes, retratam
a realidade de alguns hospitais ou de algumas regiões do país.
Os resultados das pesquisas têm sido imprescindíveis para as mudanças das práticas de trabalho;
elas têm alertado para a necessidade de conscientização dos trabalhadores, administradores e
instituições sobre os riscos da exposição ocupacional ao sangue e aos fluidos corpóreos que
podem causar infecção e a necessidade de incentivar sua notificação. No entanto, há necessidade
do desenvolvimento de pesquisas abrangentes que retratem o real diagnóstico da situação dos
acidentes de trabalho com material perfurocortante no Brasil.
Dentre as estratégias utilizadas por pesquisadores para buscar o diagnóstico mais
ampliado da ocorrência de acidentes com exposição de trabalhadores a material biológico
ocorridos nos hospitais do Brasil foi criada a Rede de Prevenção deAcidentes de Trabalho
(REPAT), que possibilita o controle eletrônico do número desses acidentes e o
planejamento de ações para prevê-los.24
Assim, a prática da notificação do acidente de trabalho é primordial. Legalmente no Brasil, notificar
um acidente do trabalho significa registrá-lo no protocolo de CAT, disponibilizado por via impressa
e eletrônica. O empregador é obrigado a comunicar à Previdência Social a ocorrência do evento
acidentário. A notificação deve ser feita até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e de
imediato a autoridade policial competente em caso de acidente fatal.
No caso de falta de comunicação por parte da empresa, poderão emitir a CAT o próprio acidentado,
seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade
pública, não havendo nesse caso limite de prazo para a notificação.21
Nesse caso, compete aos
enfermeiros e equipe de enfermagem a notificação desses acidentes quando da sua ocorrência,
assim como orientar a necessária notificação, quando na assistência à outros indivíduos que
sofreram acidentes de trabalho.
28ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO
Apesar da obrigatoriedade de emissão da CAT, observa-se em nosso país a subnotificação dos
acidentes de trabalho. O sistema de informação utilizado apresenta falha devido à concepção
fragmentada das relações de saúde e trabalho, marcada por uma divisão e alienação das tarefas
dos profissionais responsáveis pelo registro da CAT, os quais privilegiam o cumprimento de normas
burocráticas, mas não o envolvimento profissional com a questão acidentária.
As estatísticas dos acidentes do trabalho são importantes fontes de informação para
programas que visam a tornar as práticas de trabalho mais seguras.
O sub-registro dos acidentes, por sua vez, tem aumentado nos momentos de recessão econômica
devido, entre outros aspectos, ao medo do trabalhador de perder seu emprego.33
Napoleão e
colaboradores,33
ao estudar as causas de subnotificação de acidentes do trabalho entre o pessoal
de enfermagem constataram, dentre os motivos alegados pelos trabalhadores, o desconhecimento
dos reais riscos causados pelo acidente e da necessidade da realização da notificação.
Múltiplos fatores podem estar associados à ocorrência dos acidentes; no entanto, dentre os
principais fatores estão aqueles relacionados a inadequações da organização do trabalho, das
práticas de trabalho adotadas, dos materiais disponíveis e dos fatores pessoais.
Observa-se que o registro de um pequeno número de acidentes, o que levanta a hipótese de
subnotificação das inoculações acidentais, quando relacionado ao grande volume de manipulação
de agulhas e cateteres intravenosos efetuada pelos profissionais de enfermagem na execução de
suas atividades.
O registro das informações sobre a ocorrência dos acidentes é extremamente importante para o
planejamento de estratégias preventivas para a não-ocorrência dos acidentes de trabalho. Lawrence
e colaboradores34
consideram que diferentes estratégias podem ser empregadas para diminuir
essa ocorrência, entre as quais, ressaltam a reorientação do comportamento dos profissionais
para a adoção de práticas seguras de trabalho.
A adoção de medidas preventivas tem sido considerada a melhor estratégia para
minimizar a ocorrência dos acidentes com lesões percutâneas. Os programas preventivos
devem estar centrados na prevenção primária efetuada por meio da análise das práticas
de trabalho, identificando os riscos das mesmas, e no controle de engenharia e ergonomia
voltadas aos instrumentos e materiais construídos para impedir as lesões percutâneas.
Estratégias de prevenção devem ser utilizadas pelo pessoal de saúde e de enfermagem, como
também por outros trabalhadores na ocorrência de acidentes com exposição a fluidos corpóreos
(Quadro 2).
29
PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD
Quadro 2
ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO
Quando a exposição acidental a material biológico ocorrer, medidas devem ser tomadas.
Assim, a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, por meio do programa de DST/
AIDS, recomenda que os acidentes que envolvam exposição a material biológico sejam
analisados quanto ao material biológico envolvido, ao tipo de acidente e à situação
sorológica do paciente fonte em relação ao HIV. Se for indicado quimioprofilaxia, ela
deverá ser iniciada nas primeiras duas horas após o acidente, tendo duração de quatro
semanas ou até que se tenha o resultado da sorologia do paciente fonte.35
17. Quais as estratégicas básicas para prevenir a exposição ocupacional a fluidos
corpóreos?
A) Identificar no local de trabalho quais são os fatores de risco.
B) Seguir as precauções padrão, usar agulhas e cateteres com sistema de
segurança, descartar o material perfurocortante em recipientes adequados
de paredes rígidas e respeitar os limites de sua capacidade, estar vacinado
contra a hepatite B.
C) Usar luvas, não encapar agulhas e descartar os dispositivos agulhados em
coletores posicionados em locais de fácil acesso, respeitando os limites de
capacidade do recipiente.
D) Participar de treinamentos para prevenção de acidentes do trabalho e notificar
o acidente do trabalho, mesmo que você esteja certo de que o paciente não é
portador de doença infecciosa, ou porque houve apenas uma pequena lesão.
18. O que é e para que foi criada a REPAT?
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Respostas no final do capítulo
■■■■■ Identificar no local de trabalho quais são os fatores de risco.
■■■■■ Seguir as precauções padrão.
■■■■■ Usar luvas.
■■■■■ Não encapar agulhas.
■■■■■ Estabelecer uma rotina de descarte do material, após a realização dos procedimentos.
■■■■■ Descartar os dispositivos agulhados imediatamente em coletores apropriados de paredes rígidas,
posicionados em locais de fácil acesso e no limite de alcance dos braços. Respeitar os limites da
capacidade do recipiente.
■■■■■ Usar agulhas e cateteres com sistema de segurança.
■■■■■ Participar de treinamentos para prevenção de acidentes do trabalho.
■■■■■ Providenciar vacinação contra a hepatite B (três doses).
■■■■■ Notificar o acidente do trabalho, mesmo que você esteja certo de que o paciente não é portador de
doença infecciosa, ou porque houve apenas uma pequena lesão.
30ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO
19. Qual a importância do registro de informações sobre a ocorrência de acidentes
de trabalho?
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Resposta no final do capítulo
DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO
TRABALHO
Os distúrbios osteomusculares representam um sério problema de saúde pública pelos
impactos pessoais, sociais e econômicos que acarretam. Esses distúrbios incluem uma
grande variedade de condições inflamatórias e degenerativas que afetam músculos,
tendões, ligamentos, nervos periféricos e veias, sendo que as regiões corporais mais
envolvidas são a coluna lombar, a cervical, os ombros, os antebraços e as mãos.36
São
considerados relacionados ao trabalho quando o ambiente e a realização do trabalho
contribuem significativamente para o seu desenvolvimento.37
No Brasil tornaram-se
conhecidas como LER, sendo atualmente também denominados DORT.38
A LER/DORT caracteriza-se pela ocorrência de vários sintomas concomitantes ou não, tais como
dor, parestesia, sensação de peso e fadiga, causando freqüentemente incapacidade laboral
temporária ou permanente.39
O quadro clínico é específico para as diferentes afecções, de acordo
com a patologia de base (bursite, síndrome do túnel do carpo, tenossinovites e tendinites, lombalgia,
entre outros). Pode se apresentar por meio de quadros clínicos objetivos, quando é possível fazer
um diagnóstico, ou como sinais e sintomas associados de forma pouco característica.40
Várias teorias tentam explicar a fisiopatologia dos distúrbios osteomusculares, sendo considerados
um processo interativo entre fatores genéticos, morfológicos, psicossociais e biomecânicos.
As afecções osteomusculares são, então, causadas por inúmeros fatores inter-relacionados que
variam segundo a área corporal comprometida.41
Ao analisar esses fatores, deve-se observar sua
intensidade, duração e freqüência.
Os fatores de risco ocupacionais geralmente são divididos em físicos e psico-organizacionais.
No entanto, devido à natureza multicausal das desordens osteomusculares, a literatura tem
discutido também sobre os fatores pessoais que podem influenciar a ocorrência dessas
afecções.37
(Quadro 3)
31
PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD
Quadro 3
FATORES DE RISCO OCUPACIONAIS
Os fatores de risco físicos são agravados pela presença de temperaturas frias. Na prática,
existe uma combinação desses fatores nas situações reais de trabalho.
Considerando que as pesquisas sobre as causas e o tratamento de sintomas osteomusculares
em trabalhadores têm gerado controvérsias, cada vez mais são buscadas novas abordagens para
enfrentar esse problema ocupacional. A literatura tem apontado estratégias tais como:
■■■■■ implementação de avaliações diagnósticas precoces;
■■■■■ orientações ergonômicas e posturais;
■■■■■ utilização de equipamentos e materiais auxiliares;
■■■■■ revisão de aspectos psico-organizacionais;
■■■■■ melhoria no posto de trabalho;
■■■■■ programas de exercícios e alongamentos;
■■■■■ alterações no estilo de vida.
20. Sobre os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho podemos dizer
que:
A) atingem somente os membros superiores;
B) apresentam um quadro clínico definido, sendo fácil fazer um diagnóstico
preciso;
C) são sempre causados por fatores físicos do trabalho;
D) geralmente são causados por uma combinação de fatores, sendo importante
considerar a intensidade, a freqüência e a duração desses fatores.
Resposta no final do capítulo
Físicos41,36
■■■■■ Levantamento e manuseio
de cargas
■■■■■ Esforço físico
■■■■■ Manutenção de uma postura
ou posição por tempo
prolongado
■■■■■ Movimentos freqüentes
de flexão e torção
■■■■■ Posturas inadequadas
■■■■■ Movimentos repetitivos
■■■■■ Vibração
■■■■■ Pressão mecânica sobre
determinados segmentos
do corpo
Psico-organizacionais42,41
■■■■■ Satisfação no trabalho
■■■■■ Falta de autonomia
■■■■■ Trabalho monótono
■■■■■ Suporte social
■■■■■ Falta de definições de
papéis
■■■■■ Pressão no trabalho
■■■■■ Avaliação de desempenho
baseada em produtividade
■■■■■ Outros
Pessoais42
■■■■■ Gênero
■■■■■ Obesidade
■■■■■ Tabagismo
■■■■■ Histórico de saúde
■■■■■ Prática de esportes
■■■■■ Condição
socioeconômica
■■■■■ Condicionamento físico
■■■■■ Outros
32ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO
21. São sintomas de distúrbios osteomusculares, EXCETO:
A) parestesia;
B) febre;
C) fadiga;
D) dor.
22. Dentre os fatores de risco ocupacionais, cite os caracterizados como fatores
pessoais.
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Respostas no final do capítulo
ABORDAGEM TERAPÊUTICA E A PARTICIPAÇÃO DA ENFERMAGEM
A abordagem terapêutica deve sempre englobar uma equipe multiprofissional e envolver atividades
de diversas naturezas, reconstruindo modos de trabalhar e viver.39
Dentro desse contexto, o presente
capítulo tem por objetivo descrever os pontos básicos da atuação da enfermagem no processo
terapêutico e preventivo dos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho.
Avaliação e medidas para diagnóstico e controle dos distúrbios
osteomusculares
Uma das primeiras medidas preventivas para evitar a cronicidade e incapacidade em trabalhadores
é uma avaliação precoce das afecções do sistema osteomuscular. Para isso, deve-se realizar
uma avaliação cuidadosa empregando métodos semiológicos padronizados. Uma propedêutica
sistematizada deve englobar uma anamnese, com ênfase nos aspectos ocupacionais e ergonômicos
e um exame físico específico que pode utilizar os seguintes métodos:
■■■■■ inspeção estática e exame postural;
■■■■■ inspeção dinâmica;
■■■■■ palpação;
■■■■■ avaliação da força e flexibilidade musculares;
■■■■■ exame neurológico e manobras especiais.43
É importante também avaliar o cliente em relação aos diferentes aspectos relacionados
aos sintomas osteomusculares, tais como intensidade da dor, capacidade funcional,
qualidade de vida e estado emocional. A literatura tem descrito escalas e questionários
validados para avaliar esses aspectos.44,45
Esses instrumentos são muito importantes,
pois fornecem dados para melhorar e avaliar a eficácia de tratamentos e programas de
prevenção.
33
PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD
Orientações ergonômicas e posturais
Pesquisas abordando a avaliação de programas educacionais que envolvem princípios de
ergonomia e biomecânica têm mostrado que esse treinamento representa uma das estratégias
para auxiliar na prevenção de sintomas osteomusculares.46,47
Essa abordagem educativa deve
ser complementada com o estabelecimento de práticas seguras de trabalho dentro de uma estrutura
ergonômica, o que engloba uma avaliação do ambiente, dos equipamentos e dos indivíduos com
a redução dos fatores de risco.48
A enfermagem deve participar da implementação das alterações ergonômicas no
ambiente de trabalho e participar ativamente de todas as abordagens educativas descritas
a seguir.
Orientações em relação às técnicas adequadas de levantamento, manuseio e transporte
de cargas
As principais orientações em relação às técnicas adequadas de levantamento, manuseio e
transporte de cargas são:
■■■■■ planejar o procedimento;
■■■■■ avaliar a carga;
■■■■■ manter um espaço livre para acesso à carga;
■■■■■ obter condições seguras do solo e do trajeto a ser percorrido;
■■■■■ posicionar os pés corretamente;
■■■■■ segurar a carga usando totalmente as mãos;
■■■■■ a carga deve ter alça ou furos para encaixe das mãos;
■■■■■ levantar cargas do chão com o dorso retificado e os joelhos dobrados;
■■■■■ carregar a carga o mais próximo possível do corpo;
■■■■■ evitar movimentos de torção em torno de eixo vertical do corpo;
■■■■■ utilizar, sempre que possível, elementos e equipamentos auxiliares;
■■■■■ participar periodicamente de programas de treinamento.
Orientações em relação à postura e movimentos
As principais orientações em relação à postura e movimentos são:
■■■■■ proporcionar variação de posições e atividades;
■■■■■ evitar atividades acima do nível dos ombros;
■■■■■ providenciar arredondamento de cantos e bordas;
■■■■■ evitar manter cabeça inclinada mais que 15 graus;
■■■■■ verificar postura sentada;
■■■■■ observar a altura da bancada de trabalho de acordo com o tamanho do trabalhador e o tipo de
serviço executado (Figura 2 A e C);
■■■■■ manter altura de bancada ajustável, quando utilizada por diferentes pessoas;
■■■■■ manter espaço suficiente para membros inferiores;
■■■■■ colocar os pés alternadamente em um banquinho ao ter que trabalhar em pé por tempo
prolongado (Figura 2B).
34ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO
■■■■■ evitar a inclinação do tronco mantendo os membros inferiores esticados, por exemplo, ao
retirar material de armário (Figura 3).
■■■■■ evitar alcances excessivos;
■■■■■ evitar o alongamento excessivo da coluna vertebral (Figura 4 A );
■■■■■ utilizar uma escadinha ao retirar objetos de partes altas de estantes já construídas (Figura 4
B);
■■■■■ armazenar objetos pesados dentro de uma amplitude de altura próxima à cintura e os objetos
leves em qualquer altura situada entre o joelho e o ombro (Figura 4 C );
■■■■■ colocar materiais em um nível que nunca ultrapasse a altura da cabeça.
Figura 2 – A) Bancada de trabalho inadequada; B) Colocar os pés alternadamente em um banquinho; C) Bancada de
trabalho com altura adequada
Fonte: Alexander (1998).49
Figura 3 – A) Postura incorreta; B) Postura correta: abaixar com as costas retas e joelhos fletidos
Fonte: Alexander (1998).49
35
PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD
Orientações em relação aos equipamentos e materiais
As orientações em relação ao manuseio de equipamentos e materiais são:
■■■■■ evitar a utilização de mobiliários e equipamentos improvisados;
■■■■■ selecionar a ferramenta adequada: as articulações devem ser mantidas em posição neutra;
■■■■■ aliviar o peso de ferramentas manuais;
■■■■■ observar a localização e a orientação de dispositivos, alavancas e comandos;
■■■■■ atentar para uma manutenção adequada e periódica dos equipamentos;
■■■■■ modernizar o trabalho do pessoal pelo uso de equipamentos modernos, dando-se mais atenção
ao provisionamento de auxílios mecânicos;
■■■■■ avaliar equipamentos e mobiliários, levando em conta fatores ergonômicos.
Orientações organizacionais e psicossociais
As orientações organizacionais e psicossociais incluem:
■■■■■ proporcionar rodízio de tarefas e atividades;
■■■■■ reduzir duração de turnos;
■■■■■ proporcionar pausas;
■■■■■ implantar modificações que garantam mais autonomia, satisfação e criatividade;
■■■■■ promover o relacionamento interpessoal entre os trabalhadores;
■■■■■ providenciar educação continuada;
■■■■■ verificar conforto térmico, visual e acústico.
Figura 4 – A) Armário em altura elevada; B) Utilizar uma escadinha; C) Armazenar objetos pessoais em uma altura
aproxima à cintura
Fonte: Alexander (1998).49
36ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO
Orientações gerais
Considerando que os estudos sobre as dores musculoesqueléticas têm gerado controvérsias e
que abrangem múltiplas variáveis com complexo inter-relacionamento, cada vez mais se buscam
novas abordagens para enfrentar e aliviar os sintomas, que englobam as seguintes orientações:
■■■■■ praticar atividades físicas regularmente;
■■■■■ realizar exercícios e alongamentos específicos para cada caso;
■■■■■ evitar a obesidade e o tabagismo;
■■■■■ utilizar posições, colchões e travesseiros adequados para dormir;
■■■■■ realizar relaxamento;
■■■■■ utilizar massagem.
Deve-se ainda fornecer informações sobre LER/DORT e as atividades de vida diária,
ajudando o paciente a compreender e a enfrentar a doença e suas limitações. Orientar
também sobre o tratamento e as formas de controlar a dor e outros sintomas.
ASSISTÊNCIA NO ATENDIMENTO CLÍNICO
O tratamento engloba diferentes modalidades destacando-se a administração de medicamentos,
a cirurgia, a acupuntura, a fisioterapia, entre outros.
A enfermagem tem papel primordial na equipe multiprofissional participando das ações
terapêuticas.
23. No tratamento e prevenção dos DORTs, podemos afirmar que:
A) deve-se ministrar uma parte educativa contendo orientações ergonômicas e
posturais.
B) não é preciso promover melhoria nos aspectos organizacionais.
C) a parte educativa não precisa abordar aspectos relacionados ao estilo de
vida.
D) não envolve uma equipe multidisciplinar.
Resposta no final do capítulo
37
PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD
24. Evitar a utilização de mobiliários e equipamentos improvisados; aliviar o peso
de ferramentas manuais; observar a localização e a orientação de dispositivos,
alavancas e comandos e atentar para uma manutenção adequada e periódica
dos equipamentos são cuidados referentes às orientações:
A) organizacionais e psicossociais;
B) gerais;
C) em relação aos equipamentos e materiais;
D) em relação à postura e movimentos.
25. Cite algumas das principais orientações para prevenção de acidentes de
trabalho com relação à postura e aos movimentos?
.............................................................................................................................................
.............................................................................................................................................
.............................................................................................................................................
.............................................................................................................................................
Respostas no final do capítulo
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste trabalho, procurou-se apresentar as principais estratégias para enfrentar um dos mais
importantes riscos ocupacionais da atualidade. Destacou-se o papel da enfermagem em cada
abordagem, oferecendo bibliografia complementar para reforçar cada tópico.
RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E COMENTÁRIOS
Atividade 1
Resposta: D
Comentário: A principal estratégia da pasta da saúde para a atenção à saúde do trabalhador no
SUS é a implantação da RENAST. A RENAST propõe a atenção integral à saúde do trabalhador
no SUS, mediante a articulação entre todos os setores relacionados com as políticas de
desenvolvimento, informações em saúde do trabalhador, apoio ao desenvolvimento de estudos e
pesquisas, capacitação permanente em saúde do trabalhador e a gestão participativa dos
trabalhadores.
Atividade 2
Resposta: D
Comentário: Identificar a relação do problema de saúde com o trabalho, juntamente à equipe
multidisciplinar; planejar a assistência; assistir e orientar o paciente/cliente quanto ao problema,
às possibilidades de prevenção e encaminhamentos necessários; capacitar a equipe para a
assistência; e prestar as informações solicitadas pelos sistemas são as responsabilidades do
enfermeiro.
38ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO
Atividade 3
Resposta: A atenção integral à saúde é caracterizada pela construção de ambientes e processos
de trabalho saudáveis; pelo fortalecimento da vigilância de ambientes, processos e agravos
relacionados ao trabalho e à assistência integral à saúde.
Atividade 4
Resposta: Na Constituição Federal,a saúde é entendida em seu conceito ampliado e passa a ser
um direito universal do cidadão, direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e outros agravos e o acesso
universal e igualitário às ações e serviços (de saúde) para a sua promoção, proteção e recuperação.
Atividade 5
Resposta: A
Comentário: As conseqüências relatadas das mudanças no mundo do trabalho que têm implicado
negativamente nos processos produtivos são a perda dos direitos trabalhistas e previdenciários; o
desemprego estrutural; a precariedade do trabalho; o crescimento do trabalho informal, a
competitividade nas relações de trabalho.
Atividade 6
Resposta: Processos de desgaste particulares são as perdas da capacidade efetiva e/ou potencial
corporal e psíquica. Esses processos referem-se aos processos de adaptação que são destrutivos
da integridade corporal biopsíquica. Ainda, esses processos não se referem necessariamente às
doenças já diagnosticadas, mas, também, ao processo que as concretiza, uma vez que é possível
recuperar as perdas e capacidades, assim como, desenvolver as potencialidades.
Atividade 7
Resposta: Os processos que são favoráveis e preservam a saúde dos trabalhadores são o
desenvolvimento de habilidades, a convivência amigável com os colegas, o espaço de recuperação
de capacidades psíquicas (por exemplo, quando a vida fora do trabalho é desgastante por causa
de perdas). Esses processos favoráveis, também, compõem um perfil, que articulado ao perfil
destrutivo, evidenciam a qualidade de vida no trabalho desses indivíduos.
Atividade 8
Resposta: Cargas de trabalho são os elementos do processo de trabalho (objeto, meios e
instrumentos e a organização do trabalho) que interatuam, dinamicamente, entre si e com o corpo
do trabalhador, gerando processos de desgaste. Podem ser: biológicas, químicas, físicas,
mecânicas, fisiológicas e psíquicas.
Atividade 9
Resposta: Processos de desgaste são entendidos como a perda da capacidade efetiva e/ou
potencial corporal e psíquica. Esses processos referem-se aos processos de adaptação que são
destrutivos da integridade corporal biopsíquica. Não se referem necessariamente às doenças já
diagnosticadas mas, também, ao processo que as concretiza, uma vez que é possível recuperar
as perdas e capacidades, assim como desenvolver as potencialidades.
39
PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD
Atividade 10
Resposta:
(C) Ocorrem pela exposição dos trabalhadores às substâncias químicas.
(B) Ocorrem pela exposição do trabalhador a situações de tensão e estresse.
(E) Ocorrem pela exposição a agentes, como ruído, umidade, iluminação e risco de incêndio.
(A) Ocorrem pela exposição do trabalhador a microrganismos patogênicos.
(F) São as mais facilmente reconhecidas como acidentes de trabalho.
(D) Decorrem do uso inadequado do corpo, como na manipulação de peso excessivo.
Atividade 11
Resposta: O acidente de trabalho é definido como aquele que pode ocorrer pelo exercício do
trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause
morte, perda ou redução da capacidade de trabalho.
Atividade 12
Resposta: A doença profissional é entendida como aquela adquirida em função de condições
especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relaciona diretamente, constante da relação
de doença elaborada pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social.
Atividade 13
Resposta: D
Comentário: O adoecimento pelo trabalho está relacionado a uma serie de fatores individuais,
ambientais, sociais, econômicos e políticos entre os quais estão aqueles riscos inerentes à natureza
e ao ambiente onde o profissional atua, as novas formas de organização do trabalho, a adoção
das novas tecnologias, a regulação dos contratos de trabalho, a qualidade técnica e ética do
trabalho, os acidentes de trabalho. Esses fatores podem ocasionar doenças físicas e mentais.
Atividade 14
Resposta: A violência no trabalho ou ocupacional é constituída por incidentes nos quais os
trabalhadores sofrem abusos, ameaças ou ataques em circunstâncias relacionadas com o seu
trabalho, incluindo o trajeto, que colocam em perigo, implícita ou explicitamente, sua segurança,
seu bem-estar ou sua saúde podendo ocasionar o adoecimento pelo trabalho. A violência no
trabalho traz conseqüências individuais (desmotivação, estresse, medo, fobias e perturbações do
sono); diminuição na qualidade dos serviços de saúde; redução da produtividade; deterioração
nas relações interpessoais e o aumento do absenteísmo.
Atividade 15
Resposta: O assédio moral refere-se a todo comportamento abusivo que expõe os trabalhadores
a humilhações, constrangimentos e situações vexatórias vividas no trabalho que podem
comprometer a identidade, dignidade e relações afetivas e sociais.
Atividade 16
Resposta: Asíndrome de Burnout designa aquilo que deixou de funcionar por exaustão de energia
e compreende três dimensões: exaustão emocional, despersonalização e diminuição do sentimento
de realização profissional.
40ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO
Atividade 17
Resposta: B
Comentário: É dever da instituição elaborar um programa de prevenção de acidentes de trabalho,
para tal há necessidade de uma equipe especializada em saúde ocupacional para fazer o
planejamento, a aplicação e a avaliação desse programa. O trabalhador deve estar capacitado e
seguir as precauções padrão, usar agulhas e cateteres com sistema de segurança, descartar o
material perfurocortante em recipientes adequados de paredes rígidas e respeitar os limites da
capacidade do recipiente, estar vacinado contra a hepatite B e a instituição deve oferecer-lhe
adequadas condições de trabalho.
Atividade 18
Resposta: AREPAT é uma das estratégias utilizadas por pesquisadores para buscar o diagnóstico
mais ampliado da ocorrência de acidentes de trabalho com exposição de trabalhadores a material
biológico ocorridos nos hospitais do Brasil. Foi criada para possibilitar o controle eletrônico do
número de acidentes e o planejamento de ações para prevê-los.
Atividade 19
Resposta: O registro das informações sobre a ocorrência dos acidentes é extremamente importante
para o planejamento de estratégias preventivas para a não-ocorrência dos acidentes de trabalho.
Lawrence e colaboradores consideram que diferentes estratégias podem ser empregadas para
diminuir essa ocorrência, entre as quais, ressaltam a reorientação do comportamento dos
profissionais para a adoção de práticas seguras de trabalho.
Atividade 20
Resposta: D
Comentário: Os distúrbios osteomusculares incluem uma variedade de condições que atingem
diferentes áreas corporais. São causados por fatores inter-relacionados que geralmente estão
combinados nas situações reais de trabalho. Esses fatores são divididos em pessoais, físicos e
psico-organizacionais.
Atividade 21
Resposta: B
Comentário: São sintomas dos distúrbios osteomusculares dor, parestesia, sensação de peso e
fadiga, causando freqüentemente incapacidade laboral temporária ou permanente.
Atividade 22
Resposta: São fatores pessoais de risco ocupacional: gênero, obesidade, tabagismo, histórico de
saúde, prática de esportes, condição socioeconômica e condicionamento físico, entre outros.
Atividade 23
Resposta: A
Comentário: Para enfrentar os DORTs, deve-se formar uma equipe multiprofissional que desenvolva
diversas atividades com o objetivo de instrumentalizar o paciente para enfrentar sua condição.
Engloba atividades educativas, adequação das condições ambientais, programas de exercícios e
alongamentos, entre outras.
41
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Atividade 24
Resposta: C
Comentário: As orientações em relação aos equipamentos e materiais incluem: evitar a utilização
de mobiliários e equipamentos improvisados; selecionar ferramenta adequada: as articulações
devem ser mantidas em posição neutra; aliviar o peso de ferramentas manuais; observar localização
e orientação de dispositivos, alavancas e comandos; atentar para uma manutenção adequada e
periódica dos equipamentos; modernizar o trabalho do pessoal pelo uso de equipamentos
modernos, dando-se mais atenção à provisão de auxílios mecânicos; e avaliar equipamentos e
mobiliários, levando em conta fatores ergonômicos.
Atividade 25
Resposta: Algumas das principais orientações quanto à postura e movimentos são: proporcionar
variação de posições e atividades; evitar atividades acima do nível dos ombros; providenciar
arredondamento de cantos e bordas; evitar manter cabeça inclinada mais do que 15 graus; verificar
postura sentada; observar a altura da bancada de trabalho de acordo com o tamanho do trabalhador
e o tipo de serviço executado; manter altura de bancada ajustável, quando utilizada por diferentes
pessoas; manter espaço suficiente para membros inferiores; e colocar os pés alternadamente em
um banquinho ao ter que trabalhar em pé por tempo prolongado.
REFERÊNCIAS
1 Brasil.Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado; 1988.
2 Brasil. Ministério da Saúde. Lei 8080. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação
da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondendtes e dá outras providências.
DOU, 19 de setembro de 1990.
3 Brasil. Leis, Decretos, etc. Consolidação das Leis do trabalho comentada. 37 ed. São Paulo: LTr; 2004.
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para o SUS. DOU, 06 de julho de 2005.
5 Brasil. Portaria n. 2.437/GM. Dispõe sobre a ampliação e fortalecimento da Rede Nacional de Atenção
Integral à Saúde do Trabalhador-RENAST no SUS. DOU, 07 de dezembro de 2005.
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da RENAST. Ciênc. Saúde coletiva. 2005;10(4):
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enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2005. p.1-13.
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do trabalhador: desafios e perspectivas para o SUS. Ciênc Saúde coletiva. 2005;10(4):
9 Laurel AC, Noriega M. Processo de produção e saúde: trabalho e desgaste operário. São Paulo: Hucitec;
1989.
10 Felli VE, Tronchin DM. A qualidade de vida no trabalho e a saúde do trabalhador de enfermagem. In:
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análisis de prioridades regionales em lo social y la salud. Equador: CEAS/OPAS; 1995.
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15 Silva VE. O desgaste do trabalhador de enfermagem: relação trabalho de enfermagem e saúde do
trabalhador [tese]. São Paulo (SP): Universidade de São Paulo; 1996.
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39 Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de investigação, diagnóstico, tratamento e prevenção de Lesão
por Esforços Repetitivos (LER)/ Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT).Brasília,
DF: Ministério da Saúde; 2000.
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Latino-Americana Enfermagem. 1998; 6(4): 103-9.
P964 Programa de Atualização em Enfermagem : saúde do adulto : PROENF /
organizado pela Associação Brasileira de Enfermagem ;
coordenadora-geral, Carmen Elizabeth Kalinowski,
diretoras cadêmicas, Jussara Gue Martini, Vanda Elisa Andres Felli. –
Ciclo 1, módulo 2 (2006) – Porto Alegre:
Artmed/Panamericana Editora, 2006 – 17,5 x 25cm.
(Sistema de Educação em Saúde Continuada a Distância) (SESCAD).
ISSN: 1809-7782
1. Enfermagem – Educação a distância. I. Associação Brasileira de
Enfermagem. II. Kalinowski, Carmen. III. Martini, Jussara Gue. IV. Felli,
Vanda Elisa Andres.
CDU 616-083(07)
Catalogação na publicação: Júlia Angst Coelho – CRB 10/1712
PROENF. Saúde do adulto
Reservados todos os direitos de publicação à
ARTMED/PANAMERICANA EDITORA LTDA.
Avenida Jerônimo de Ornelas, 670 – Bairro Santana
90040-340 – Porto Alegre, RS
Fone (51) 3025-2550. Fax (51) 3025-2555
E-mail: info@sescad.com.br
consultas@sescad.com.br
http://www.sescad.com.br
Capa e projeto: Paola Manica
Diagramação: Ethel Kawa
Editoração eletrônica: João Batysta N. Almeida e Barbosa
Coordenação pedagógica de processamento: Evandro Alves
Coordenação pedagógica de revisão: Magda Collin
Gestão de produção editorial: Alane Nerbass Souza
Secretaria editorial: Priscila Amaral e Roberta Carvalho
Processamento pedagógico: Rita de Lourdes Bernardes Justino,
Giselle Porto Jacques e Dóris Fiss
Revisão do processamento pedagógico: Enrique Blanco, Rodrigo Ramos,
Carla Casarie Paludo e Alane Nerbass Souza
Revisão bibliográfica: Caroline Costa Charles
Planejamento e controle da produção editorial: Bruno Bonfanti Rios
Gerenciamento da produção editorial: Lisiane Wolff
Coordenação-geral: Geraldo F. Huff
Associação Brasileira de Enfermagem
Diretoria
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SGAN, 603. Conjunto “B” - CEP: 70830-030 - Brasília, DF
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Vice-presidente
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Secretária-Geral
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Primeira Tesoureira
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Segunda Tesoureira
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Diretor de Assuntos Profissionais
Francisco Rosemiro Guimarães Ximenes
Diretor de Publicações
e Comunicação Social
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Diretora Científico-Cultural
Maria Emília de Oliveira
Diretora de Educação
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Coordenadora do Centro
de Estudos e Pesquisas
em Enfermagem (CEPEn)
Josete Luzia Leite
Membros do Conselho Fiscal
José Rocha
Marta de Fátima Lima Barbosa
Nilton Vieira do Amara
Coordenadora-geral do PROENF:
Carmen Elizabeth Kalinowski
Enfermeira. Mestrado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Professora na Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Diretora de Educação da ABEn.
Diretoras acadêmicas do PROENF/Saúde do adulto:
Jussara Gue Martini
Enfermeira. Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Professora e pesquisadora no Departamento de Enfermagem e no Programa de Pós-Graduação
em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Segunda tesoureira da
ABEn (gestão 2004–2007). Vice-coordenadora da Educativa.
Vanda Elisa Andres Felli
Professora Associada do Departamento de Orientação Profissional/Escola de Enfermagem da
Universidade de São Paulo (USP).

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  • 1. COORDENADORA GERAL: CARMEN ELIZABETH KALINOWSKI DIRETORAS ACADÊMICAS: JUSSARA GUE MARTINI VANDA ELISA ANDRES FELLI PROENF | SAÚDE DO ADULTO | Porto Alegre | Ciclo 1 | Módulo 4 | 2007 PROENFPROGRAMAS DE ATUALIZAÇÃO EM ENFERMAGEM SAÚDE DO ADULTO
  • 2. Associação Brasileira de Enfermagem ABEn Nacional SGAN, Conjunto “B”. CEP: 70830-030 - Brasília, DF Tel (61) 3226-0653 E-mail: aben@nacional.org.br http://www.abennacional.org.br Artmed/Panamericana Editora Ltda. Avenida Jerônimo de Ornelas, 670. Bairro Santana 90040-340 – Porto Alegre, RS – Brasil Fone (51) 3025-2550 – Fax (51) 3025-2555 E-mail: info@sescad.com.br consultas@sescad.com.br http://www.sescad.com.br Os autores têm realizado todos os esforços para localizar e indicar os detentores dos direitos de autor das fontes do material utilizado. No entanto, se alguma omissão ocorreu, terão a maior satisfação de na primeira oportunidade reparar as falhas ocorridas. As ciências da saúde estão em permanente atualização. À medida que as novas pesquisas e a experiência ampliam nosso conhecimento, modificações são necessárias nas modalidades terapêuticas e nos tratamentos farmacológicos. Os autores desta obra verificaram toda a informação com fontes confiáveis para assegurar-se de que esta é completa e de acordo com os padrões aceitos no momento da publicação. No entanto, em vista da possibilidade de um erro humano ou de mudanças nas ciências da saúde, nem os autores, nem a editora ou qualquer outra pessoa envolvida na preparação da publicação deste trabalho garantem que a totalidade da informação aqui contida seja exata ou completa e não se responsabilizam por erros ou omissões ou por resultados obtidos do uso da informação. Aconselha-se aos leitores confirmá-la com outras fontes. Por exemplo, e em particular, recomenda-se aos leitores revisar o prospecto de cada fármaco que lanejam administrar para certificar-se de que a informação contida neste livro seja correta e não tenha produzido mudanças nas doses sugeridas ou nas contra-indicações da sua administração. Esta recomendação tem especial importância em relação a fármacos novos ou de pouco uso. Estimado leitor É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição na web e outros), sem permissão expressa da Editora. Os inscritos aprovados na Avaliação de Ciclo do Programa de Atualização em Enfermagem (PROENF) receberão certificado de 180horas-aula, outorgado pela Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) e pelo Sistema de Educação em Saúde Continuada a Distância (SESCAD) da Artmed/Panamericana Editora.
  • 3. 9 PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD ASSISTÊNCIA À SAÚDE DO TRABALHADOR NO CONTEXTO DA SAÚDE DO ADULTO VANDA ELISA ANDRES FELLI MARIA HELENA PALUCCI MARZIALLE MARIA LÚCIA DO CARMO CRUZ ROBAZZI NEUSA MARIA COSTA ALEXANDRE Vanda Elisa Andres Felli – Professora Associada do Departamento de Orientação Profissional da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP) Maria Helena Palucci Marzialle – Professora Titular do Departamento de Enfermagem Geral e Especializada da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP) Maria Lúcia do Carmo Cruz Robazzi – Professora Titular do Departamento de Enfermagem Geral e Especializada da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP) Neusa Maria Costa Alexandre – Professora Associada do Departamento de Enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) INTRODUÇÃO A assistência à saúde do trabalhador no contexto da saúde do adulto, fundamentado em conceito ampliado de saúde, passou a vigorar com a Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 1988. Este capítulo aborda os dispositivos legais que embasam essa mudança, e os conceitos que permitem compreender a relação entre trabalho e saúde. Também serão abordadas as diferentes formas de adoecimento pelo trabalho, com ênfase aos acidentes ocorridos com trabalhadores da área da saúde, pela exposição aos materiais biológicos. Neste estudo são evidenciados os distúrbios osteomusculares relacionados com o trabalho (DORT), com ênfase na avaliação e no diagnóstico precoce desses distúrbios, assim como nas orientações sobre posturas e movimentos a serem adotados pelos trabalhadores. Na abordagem desses conteúdos, são apontados responsabilidades e cuidados de enfermagem a serem prestados aos trabalhadores, quando assistidos nas instituições de saúde. Orienta- se, em especial, o trabalhador de enfermagem que também sofre problemas de saúde relacionados ao trabalho que realiza.
  • 4. 10ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO OBJETIVOS Ao final deste capítulo, o leitor será capaz de: ■■■■■ contextualizar a saúde do trabalhador como foco da assistência de enfermagem; ■■■■■ discutir conceitos relativos à saúde do trabalhador; ■■■■■ identificar as diferentes formas de adoecimento pelo trabalho, em especial, os acidentes com exposição a materiais biológicos; ■■■■■ discutir estratégias de prevenção de problemas de saúde; ■■■■■ encontrar subsídios para a assistência de trabalhadores nas diferentes instituições de saúde. ESQUEMA CONCEITUAL Assistência à saúde do trabalhador no contexto da saúde do adulto A saúde do trabalhador no sistema único de saúde Sistema único de saúde e rede nacional de atenção integral à saúde do trabalhador O reconhecimento da relação trabalho-saúde Tipos de cargas de trabalho As diferentes formas de adoecimento pelo trabalho Adoecimento pelo trabalho no setor de saúde Os acidentes de trabalho com exposição a material biológico no setor de saúde Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho Abordagem terapêutica e a participação da enfermagem Avaliação e medidas para diagnóstico e controle dos distúrbios osteomusculares Orientações ergonômicas e posturais Orientações em relação às técnicas adequadas de levantamento, manuseio e transporte de cargas Assistência no atendimento clínico Orientações em relação à postura e movimentos Orientações em relação aos equipamentos e materiais Orientações organizacionais e psicossociais Orientações gerais Considerações finais
  • 5. 11 PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD A SAÚDE DO TRABALHADOR NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE A discussão sobre a temática saúde do trabalhador, na atualidade, torna imprescindível a incorporação de alguns instrumentos que passaram a vigorar com a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil, em 1988,1 após amplo debate do movimento conhecido como Reforma Sanitária. Na Constituição Federal,1 a saúde é entendida em seu conceito ampliado e passa a ser um direito universal do cidadão, direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visam à redução do risco de doenças e outros agravos e o acesso universal e igualitário às ações e serviços (de saúde) para a sua promoção, proteção e recuperação. A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; ações que se destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social.2 Nesse conceito apreende-se que o trabalho é um determinante/condicionante da saúde dos indivíduos. Anteriormente à promulgação da Constituição, a saúde do trabalhador era tratada essencialmente no âmbito do Ministério do Trabalho e da Previdência Social. Era tomada no seu caráter reparador e, basicamente, centrada no evento acidente de trabalho, conforme disposto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),3 ou seja, após a instalação de um evento como lesão, perturbação funcional, doença. Assim, o Ministério assumiu a responsabilidade de dispor legalmente sobre a concessão de benefícios e regular o exercício do trabalho. SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E REDE NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO TRABALHADOR A política de saúde desde então instituída deve ser viabilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS),2 segundo os princípios que o orientam: universalidade, eqüidade, integralidade das ações e serviços, descentralização e controle social. Dessa forma a saúde do trabalhador, também, passa a ser da competência do SUS. Nesse contexto, a saúde do trabalhador é entendida como “um conjunto de atividades que se destina, por meio das ações de vigilância epidemiológica e sanitária, à promoção e à proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e à reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho, abrangendo: “...assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho; ...”.2 Com essa disposição, a saúde do trabalhador, no que concerne ao direito à saúde, deve ser feita no âmbito do SUS. Como direito universal, a assistência à saúde deve ser dada a todos os trabalhadores, ou seja, homens e mulheres que exercem atividades para sustento próprio e/ou de seus dependentes, qualquer que seja sua forma de inserção no mercado de trabalho, no setor formal ou informal da economia.4
  • 6. 12ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO Sem dúvida esse avanço legal, que representa a inclusão de cerca de 60 milhões de brasileiros,4 tem encontrado grandes desafios para a sua operacionalização na prática dos serviços de saúde. Pode-se dizer que as ações de saúde do trabalhador ainda não estão incluídas na rede de atendimento do SUS ou são desenvolvidas de forma fragmentada das demais ações de saúde e de forma precária. A principal estratégia da pasta da saúde para a atenção à saúde do trabalhador no SUS é a implantação da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST).5 A RENAST propõe a atenção integral à saúde do trabalhador no SUS mediante a: ■■■■■ articulação intra-setorial e intersetorial (Previdência Social, Trabalho, Meio Ambiente, Justiça, Educação e demais setores relacionados com as políticas de desenvolvimento); ■■■■■ informações em saúde do trabalhador; ■■■■■ apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas; ■■■■■ capacitação permanente em saúde do trabalhador; ■■■■■ gestão participativa dos trabalhadores. O modelo de atenção integral implica atender aos trabalhadores mediante ações de promoção e proteção da saúde e de vigilância, doentes e acidentados, nos diferentes serviços da rede e em diferentes níveis de complexidade (urgências, emergências, ambulatórios, unidades básicas, etc.), orientadas por um critério epidemiológico.4 A atenção integral à saúde é caracterizada pela construção de ambientes e de processos de trabalho saudáveis; pelo fortalecimento da vigilância de ambientes, processos e agravos relacionados ao trabalho e à assistência integral à saúde. 6 A ação integral à saúde significa tomar o trabalho como fator determinante do processo saúde- doença e atender ao “...trabalhador, na qualidade de indivíduo, ainda que os procedimentos de diagnóstico e tratamento da doença que apresenta sejam os mesmos, independentemente de o agravo estar ou não relacionado ao seu trabalho atual ou pregresso, é importante que essa relação seja estabelecida e feitos os encaminhamentos adequados. (...) Assim, as ações de saúde do trabalhador são desencadeadas a partir da identificação de um agravo à saúde ou de uma situação de risco, relacionados ao trabalho”. 6 A RENAST propõe um sistema de informação que dá apoio às ações de saúde do trabalhador, as quais são: ■■■■■ promoção da saúde; ■■■■■ diagnóstico e tratamento; ■■■■■ vigilância da saúde; ■■■■■ orientação do trabalhador; ■■■■■ notificação aos sistemas de informação; ■■■■■ acesso à Previdência Social e ao Seguro Acidente de Trabalho (SAT); ■■■■■ capacitação e educação permanente; ■■■■■ produção de conhecimento; ■■■■■ controle social.
  • 7. 13 PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD Diante desse redirecionamento da atenção à saúde do trabalhador, nos cabe refletir sobre alguns pontos importantes: ■■■■■ Qual é o nosso papel, como enfermeiros que prestam assistência nas diferentes instituições de saúde? ■■■■■ Como vencer o despreparo dos profissionais que atuam na rede de serviços para lidar com os riscos e agravos à saúde? ■■■■■ Como definir os encaminhamentos assistenciais e administrativos adequados? A busca de resposta para esses questionamentos direciona a necessidade de conhecer o significado da proposta; assumir a responsabilidade de desenvolvê-la, no âmbito da equipe multiprofissional e de enfermagem; e investir na reorganização dos serviços de saúde. Portanto, necessariamente ela deve constar da pauta de discussão das equipes de enfermagem tanto nas unidades básicas de saúde como em outras unidades assistenciais de maior complexidade dos serviços de saúde (rede regionalizada e hierarquizada de saúde). O processo de capacitação deverá abranger a esfera cognitiva, de habilidades e de atitudes, proporcionando a qualificação dos profissionais para desenvolver ações de diagnóstico de doenças e de agravos, bem como as ações de vigilância dos ambientes e das condições de trabalho.4 Com esses preceitos deverá ocorrer a qualificação dos trabalhadores de enfermagem (que assistem nos serviços de saúde) para assistir outros trabalhadores mediante programas de educação permanente que devem assumir a responsabilidade de desenvolver, minimamente, conteúdos como: ■■■■■ reconhecer a relação entre o trabalho e o problema de saúde; ■■■■■ planejar a assistência à saúde do trabalhador e orientá-lo; ■■■■■ participar do sistema de informações. 1. O que é a RENAST? A) É a articulação entre a CIPA e o SESMT. B) A principal estratégia do Ministério da Saúde para a atenção à saúde do trabalhador no SUS. C) É uma rede que propõe a atenção integral do trabalhador. D) As alternativas B e C estão corretas. Resposta no final do capítulo
  • 8. 14ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO 2. Qual a responsabilidade do enfermeiro ao assistir um indivíduo que tem um problema de saúde relacionado ao trabalho? A) Discutir, na equipe multidisciplinar, se o problema de saúde foi gerado no trabalho. B) Orientar o paciente quanto à relação do seu problema de saúde e o trabalho e como cuidar-se no desenvolvimento da atividade laborativa, assim como, quanto às medidas preventivas. C) Orientar como o trabalhador pode prevenir esses problemas. D) Todas as alternativas estão corretas. 3. Quais as características da atenção integral à saúde? ....................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................ 4. Qual o conceito de saúde proposto pela Constituição? ....................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................ Respostas no final do capítulo O RECONHECIMENTO DA RELAÇÃO TRABALHO-SAÚDE As mudanças ocorridas no mundo do trabalho têm implicado negativamente nos processos produtivos. Têm sido relatados como conseqüências dessas mudanças: ■■■■■ o desemprego estrutural; ■■■■■ a precariedade do trabalho; ■■■■■ o crescimento do trabalho informal; ■■■■■ a perda de direitos trabalhistas e previdenciários; ■■■■■ a competitividade nas relações de trabalho.7 Nesse cenário, o perfil de adoecimento dos trabalhadores é reflexo dessas mudanças ocorridas, decorrentes da exigência da lucratividade no modo de produzir.
  • 9. 15 PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD Tem sido relatado o expressivo número de acidentes de trabalho, o aumento da prevalência de doenças como as lesões por esforços repetitivos (LER) ou distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT); cânceres; perda auditiva; intoxicações químicas; doenças cardiocirculatórias; problemas emocionais. Outras formas de adoecimento mal caracterizadas também têm sido relatadas, como o estresse, a fadiga física e mental e outras expressões de sofrimento relacionadas ao trabalho.4,6,8 Além dessas doenças coexistem, ainda, as doenças profissionais clássicas, a silicose, as intoxicações por metais pesados e por agrotóxicos, entre outras.4 Para melhor compreensão de como o trabalho implica na saúde, torna-se necessário o conhecimento das cargas de trabalho a que os trabalhadores são submetidos nos processos de trabalho, que são geradoras de problemas de saúde.9,10 O trabalho, segundo Marx, é uma atividade realizada pelos homens para atender uma necessidade social, que é realizada segundo uma finalidade. Ao realizar essa atividade, o homem transforma o seu objeto de trabalho ao mesmo tempo em que se transforma. 11 Para tornar mais claro esse conceito, podemos refletir com a situação a seguir. Em uma fábrica de tintas, o trabalhador transforma os ingredientes (corante, água, solvente, etc.) em tinta (produto), que será estocada e, posteriormente, distribuída e consumida pelas pessoas para pintar casas e outros objetos visando à conservação, por exemplo (necessidade). Assim, no processo de produção da tinta, no qual o trabalhador usa o seu corpo, sua habilidade e o seu saber desenvolvendo suas habilidades (processo favorável), ele pode também desenvolver processos desgastantes ou destrutivos, relativos à sua saúde, como por exemplo, alergias no contato com solventes. Nesse exemplo, pode-se apreender a relação entre o trabalho e a saúde do trabalhador, mediada pela exposição às cargas de trabalho (química) e pelo processo de desgaste (alergia). Esse indivíduo não trabalha sozinho e, provavelmente, outros trabalhadores também apresentem sintomas de alergia. Portanto é no grupo de trabalhadores que esse problema de saúde é evidenciado como característico desse coletivo (perfil destrutivo). Por sua vez, esse trabalho se organiza de uma determinada forma (parcelado por atividades), visando à geração de lucro (valorização do capital). Portanto, nesse processo de trabalho existem elementos que interatuam dinamicamente entre si (objeto, meios e instrumentos e formas de organização) e com o corpo do trabalhador, gerando processos de desgaste. Esses elementos são denominados cargas de trabalho. 9 O conceito de cargas de trabalho incorpora o de riscos ocupacionais, permitindo estabelecer a estreita relação entre o trabalho e os problemas de saúde, mesmo quando ainda não se concretizaram em doenças diagnosticadas, o que é de suma importância na sua prevenção. Os riscos definidos como ocupacionais são agentes nocivos isolados no ambiente de trabalho que podem causar doença, ou representam a probabilidade de um determinado evento acontecer.12
  • 10. 16ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO A exposição dos trabalhadores às cargas de trabalho gera processos de desgaste particulares, ou seja, a perda da capacidade efetiva e/ou potencial corporal e psíquica. Esses processos referem-se aos processos de adaptação que são destrutivos da integridade corporal biopsíquica. Ainda, esses processos não se referem necessariamente às doenças já diagnosticadas, mas, também, ao processo que as concretiza, uma vez que é possível recuperar as perdas e as capacidades, assim como desenvolver as potencialidades.9 Esquematicamente, a relação entre o trabalho e a saúde dos trabalhadores pode ser visualizada conforme mostra a Figura 1. Relação trabalho-saúde Pólo trabalho Pólo saúde Processo de valorização Processo de trabalho Objeto, meios/instrumentos, organização/divisão Cargas de trabalho Biológicas, físicas, químicas, mecânicas, fisiológicas e psíquicas Processos de desgaste Perfil patológico do grupo Figura 1 – Relação entre o trabalho e a saúde dos trabalhadores Fonte: Felli e Tronchin (2005).10
  • 11. 17 PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD A Figura 1 mostra como são gerados os processos destrutivos no trabalho, uma vez que esse é o nosso objetivo nesse capítulo. No entanto, é imprescindível explicitar que também existem no trabalho processos que são favoráveis e preservam a saúde dos trabalhadores, como o desenvolvimento de habilidades, a convivência amigável com os colegas, o espaço de recuperação de capacidades psíquicas (por exemplo, quando a vida fora do trabalho é desgastante por causa de perdas). Esses processos favoráveis também compõem um perfil, que articulado ao perfil destrutivo, evidenciam a qualidade de vida no trabalho desses indivíduos. 9,13,14 5. São conseqüências de mudanças no mundo do trabalho que têm implicado negativamente nos processos produtivos, EXCETO: A) os direitos trabalhistas e previdenciários; B) o crescimento do trabalho informal; C) a competitividade nas relações de trabalho; D) a precariedade do trabalho. 6. O que são processos de desgaste particulares? ....................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................ 7. Quais são os processos favoráveis que evidenciam a qualidade de vida no ambiente profissional dos trabalhadores? ....................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................ Respostas no final do capítulo
  • 12. 18ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO TIPOS DE CARGAS DE TRABALHO Segundo Laurel e Noriega9 e Silva,15 as cargas de trabalho podem ser classificadas e definidas conforme apresenta o Quadro 1. Quadro 1 CLASSIFICAÇÃO E DEFINIÇÃO DE CARGAS DE TRABALHO A exposição dos trabalhadores às diversas cargas de trabalho é geradora de diferentes processos de desgaste particulares. Os processos de desgaste são entendidos como a perda da capacidade efetiva e/ou potencial corporal e psíquica.9 Referem-se aos processos de adaptação que são destrutivos da integridade corporal biopsíquica. Esses processos não se referem necessariamente às doenças já diagnosticadas, mas, também, ao processo que as concretiza, uma vez que é possível recuperar as perdas e capacidades, assim como desenvolver as potencialidades. Indicadores globais vêm sendo mais freqüentemente utilizados para reconhecer o desgaste: sinais e sintomas inespecíficos, morbidade, anos de vida útil perdidos, envelhecimento acelerado e morte prematura.9 Alguns dos processos de desgaste que acometem os trabalhadores e que constituem foco de atenção dos enfermeiros e demais trabalhadores da equipe multiprofissional serão abordados neste capítulo. Tipo de carga Biológicas Químicas Físicas Mecânicas Fisiológicas Psíquicas Definição Ocorrem pela exposição do trabalhador aos microrganismos patogênicos, como vírus, bactérias, parasitas, fungos, etc. Ocorrem pela exposição dos trabalhadores às substâncias químicas, que servem a diferentes finalidades e podem estar em diferentes estados (sólido, líquido e gasoso). Ocorrem pela exposição aos diferentes agentes físicos, como: temperatura (frio/ calor), ruído, umidade, iluminação, eletricidade, risco de incêndio, emissão de radiações, etc. São as mais visíveis, uma vez que se convertem na ruptura de continuidade instantânea do corpo. São, assim, as mais facilmente reconhecidas como acidentes de trabalho, como as geradoras de contusões, torções, escoriações, hematomas, fraturas, perfurações e cortes. São as decorrentes do uso inadequado do corpo e interferem no funcionamento deste, como na manipulação de peso excessivo, trabalho em pé, posições inadequadas e incômodas, trabalho noturno e rodízios de turno. Ocorrem pela exposição do trabalhador às subcargas (monotonia/repetitividade, falta de criatividade, fragmentação/ parcelamento das atividades e outras em que o trabalhador não faz uso de suas potencialidades) e sobrecargas (atenção constante, supervisão estrita, situações de tensão e estresse, ritmo acelerado de trabalho, desarticulação de defesas coletivas e outras em que o trabalhador usa excessivamente a sua força de trabalho).
  • 13. 19 PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD 8. O que são cargas de trabalho e quais os tipos? ....................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................ 9. Explique o que são processos de desgaste. ....................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................ 10. Com base no Quadro 1, relacione os tipos de cargas de trabalho e suas respectivas definições. Respostas no final do capítulo AS DIFERENTES FORMAS DE ADOECIMENTO PELO TRABALHO Em situações muito corriqueiras, os enfermeiros assistem e planejam a assistência de pacientes sob sua responsabilidade, muitas vezes sem identificar que os problemas de saúde são gerados no trabalho. Essa identificação torna-se imprescindível para a promoção do autocuidado, especialmente para as orientações demandadas pelos pacientes. Para tanto, abordamos os determinantes do processo saúde-trabalho, os conceitos de acidentes de trabalho e outros correlatos que orientam essa identificação. Tipos ( A ) Biológicas ( B )Psíquicas ( C )Químicas ( D )Fisiológicas ( E )Físicas ( F ) Mecânicas ( ) Ocorrem pela exposição dos trabalhadores às substâncias químicas. ( ) Ocorrem pela exposição do trabalhador a situações de tensão e estresse. ( ) Ocorrem pela exposição a agentes como ruído, umidade, iluminação e risco de incêndio. ( ) Ocorrem pela exposição do trabalhador a microrganismos patogênicos. ( ) São as mais facilmente reconhecidas como acidentes de trabalho. ( ) Decorrem do uso inadequado do corpo, como na manipulação de peso excessivo.
  • 14. 20ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO A evolução da morbidade e da mortalidade da classe trabalhadora acompanha o desenvolvimento do modo de produção. Nos primórdios do capitalismo, na fase de acumulação primitiva, predominavam as doenças originárias diretamente do baixo consumo de bens e serviços, das condições de vida e classe, embora estivessem presentes e em ascensão as doenças respiratórias, provocadas por poeiras orgânicas e minerais dos ambientes de trabalho. Tanto na fase de acumulação mais acelerada e pré-monopolista como na fase seguinte, de franca monopolização, houve primazia dos acidentes e das doenças do trabalho, sendo esses ciclos marcados pela “violência explícita do trabalho”.16 No setor de assistência à saúde no Brasil, por exemplo, o aumento na terceirização da força de trabalho trouxe conseqüências tanto em relação à qualidade dos produtos, quanto às condições e relações de trabalho. Estas merecem ser analisadas, especialmente no contexto da regulação dos contratos de trabalho e do acirramento da concorrência entre grupos profissionais que podem gerar problemas relacionados à qualidade técnica e à ética do trabalho.17 Todas as profissões envolvem riscos inerentes à natureza e ao ambiente onde o profissional atua, os quais podem ser responsáveis por acidentes do trabalho e/ou doenças ocupacionais. Acidente de trabalho é definido como aquele que pode ocorrer pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause morte, perda ou redução da capacidade de trabalho.18 Legalmente equiparam-se ao acidente de trabalho, para efeitos do regulamento do seguro de acidente do trabalho, a doença profissional ou do trabalho. Segundo o Decreto 2.172 de 05 de março de 199719 , a doença profissional é entendida como: “aquela produzida ou desencadeada pelo exercício de trabalho peculiar a determinada atividade e constante da relação de doenças elaborada pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social. A doença do trabalho é entendida como aquela adquirida em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relaciona diretamente, constante da relação de doenças elaborada pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social”. Na referida relação de doenças profissionais ou do trabalho, o agente patogênico é relacionado ao tipo de trabalho que contém risco (químicos, físicos, biológicos, etc.). No período de 1999 a 2003, a Previdência Social registrou 1.875.190 acidentes de trabalho no Brasil, sendo 15.293 com óbitos e 72.020 com incapacidade permanente, média de 3.059 óbitos/ ano, entre os trabalhadores formais (média de 22,9 milhões em 2002). O coeficiente médio de mortalidade, no período considerado, foi de 14,84 por 100.000 trabalhadores.20 A comparação desse coeficiente com o de outros países, tais como Finlândia (2,1 em 2001), França (4,4 em 2000), Canadá (7,2 em 2002) e Espanha (8,3 em 2003), significa que o risco de morrer por acidente de trabalho no Brasil é cerca de duas a cinco vezes maior.
  • 15. 21 PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD Cabe ressaltar que acidentes e doenças relacionados ao trabalho são agravos previsíveis e, portanto, evitáveis. Em 2003, segundo o Anuário Estatístico da Previdência Social, as lesões de punho e da mão representaram 34,20% dos acidentes. O trabalho com máquinas e equipamentos obsoletos e inseguros são responsáveis por cerca de 25% dos acidentes de trabalho graves e incapacitantes registrados no país.21 11. Como pode ser definido o acidente de trabalho? ....................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................ 12. O que é a doença de trabalho? ....................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................ 13. Quais são as formas atuais de adoecimento pelo trabalho? A) Situações de risco relacionadas ao trabalho realizado, adoção das novas tecnologias e métodos gerenciais nos processos de trabalho. B) Condições e relações de trabalho inadequadas, regulação dos contratos de trabalho, problemas relacionados à qualidade técnica e ética do trabalho, riscos inerentes à natureza e ao ambiente na qual o profissional atua, os quais podem ser responsáveis por acidentes do trabalho e/ou doenças ocupacionais. C) Fatores individuais, ambientais, sociais, econômicos e políticos. D) Todas as alternativas anteriores. Respostas no final do capítulo ADOECIMENTO PELO TRABALHO NO SETOR DE SAÚDE Vários são os fatores responsáveis pelo agravo à saúde dos trabalhadores do setor da saúde e, portanto, as ações de saúde do trabalhador devem ser desencadeadas a partir da identificação de situações de risco relacionadas ao trabalho realizado. Um dos fatores responsáveis pelo adoecimento dos profissionais de saúde está relacionado à adoção das novas tecnologias e métodos gerenciais nos processos de trabalho, os quais contribuem para modificar o perfil de saúde, de adoecimento e de sofrimento dos trabalhadores.
  • 16. 22ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO Entre as doenças relacionadas ao trabalho mais freqüentes estão: ■■■■■ LER/DORT; ■■■■■ sofrimento mental, principalmente depressão, e atualmente constata-se um aumento dos episódios de violência contra o trabalhador no seu local de trabalho, traduzida pelos acidentes e doenças do trabalho; ■■■■■ violência decorrente de relações de trabalho deterioradas, como no trabalho escravo e envolvendo crianças; ■■■■■ violência ligada às relações de gênero e ao assedio moral, caracterizada pelas agressões entre pares, chefias e subordinados. As dimensões afetivas e emocionais sempre estiveram presentes no desenvolvimento do trabalho humano e, no entanto, apenas na atualidade sua importância tem sido mais enfatizada, especialmente no setor de serviços no qual tem havido um aumento do controle sobre os sentimentos do trabalhador no ambiente de trabalho. Se antes o trabalhador ficava exposto apenas às exigências e cobranças feitas pelos seus superiores hierárquicos, hoje ele também fica sujeito às pressões de terceiros, como os clientes, cada vez mais exigentes e conscientes de seus direitos como usuários de serviços. Os profissionais do setor de serviços trabalham, na atualidade, constantemente pressionados para que o atendimento seja cordial, rápido, eficiente e eficaz, além de se mostrarem muito produtivos, atingindo ou mesmo ultrapassando as metas estabelecidas pela empresa e, muitas vezes, sendo vítimas de atos de violência. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS),22 “a violência é o uso intencional da força física ou do poder, real ou por ameaça, contra a própria pessoa, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou comunidade que pode resultar, ou tem alta probabilidade de resultar em morte, lesão, dano psicológico, alterações do desenvolvimento ou de privação”. A violência no trabalho ou ocupacional é constituída por incidentes nos quais os trabalhadores sofrem abusos, ameaças ou ataques em circunstâncias relacionadas com o seu trabalho, incluindo o trajeto, que colocam em perigo, implícita ou explicitamente, sua segurança, seu bem-estar ou sua saúde podendo ocasionar o adoecimento pelo trabalho.23 A violência no trabalho é um problema freqüentemente observado nos hospitais, principalmente nos serviços de emergência nos quais os trabalhadores da equipe de saúde, ora atores, ora vítimas de atos violentos, estão reproduzindo e perpetuando situações de agressividade, prejudicando a assistência prestada aos usuários/pacientes e desenvolvendo enfermidades ocasionadas pelo trabalho. A violência no trabalho traz conseqüências individuais (desmotivação, estresse, medo, fobias e perturbações do sono), diminuição na qualidade dos serviços de saúde, redução da produtividade, deterioração nas relações interpessoais e aumento do absenteísmo.
  • 17. 23 PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD Com a finalidade de minimizar o problema, a Organização Internacional do Trabalho (OIT22 ) e a OMS determinaram, por meio das diretrizes para o setor da saúde, que os empregadores são responsáveis em assegurar a saúde, manter a segurança e o bem-estar dos trabalhadores. Também devem eliminar todos os riscos previsíveis de violência ocupacional, valorizar as políticas e planos para combater esse fenômeno, a fim de propiciar um ambiente mais tranqüilo e seguro. Considera- se imprescindível que os trabalhadores do setor saúde sejam capacitados a prevenir e a enfrentar, de maneira adequada, atos de violência ocupacional. O assédio moral e a síndrome de Burnout têm sido evidenciados como situações que também comprometem a saúde do trabalhador. O assédio moral refere-se a todo comportamento abusivo que expõe os trabalhadores a humilhações, constrangimentos e situações vexatórias vividas no trabalho que podem comprometer a identidade, a dignidade e as relações afetivas e sociais. As depressões, angústias e outros danos psíquicos podem expressar a existência desse risco invisível nas relações e condições de trabalho. Burnout designa aquilo que deixou de funcionar por exaustão de energia e compreende três dimensões: exaustão emocional, despersonalização e diminuição do sentimento de realização profissional. A síndrome de Burnout atinge especialmente professoras e trabalhadoras de enfermagem que se defrontam com a questão do “vincular-se versus não vincular-se afetivamente”, pois o afeto é parte obrigatória do investimento desses trabalhadores envolvidos com o cuidado. Assim, percebe-se que a relação trabalho-saúde-doença é influenciada por uma série de fatores individuais, ambientais, sociais, econômicos e políticos, no entanto é direito de todo o cidadão ter um trabalho decente e seguro. Cabe aos governantes o estabelecimento de atos que assegurem a oferta de empregos, adequadas condições de trabalho, seguridade social e assistência à saúde. Porém, cabe aos empregadores e aos trabalhadores o uso de medidas de controle e de prevenção à ocorrência de acidentes de trabalho e às doenças ocupacionais. 14. Explique o que é a violência ocupacional e quais suas conseqüências. ....................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................ Resposta no final do capítulo
  • 18. 24ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO 15. O que é o assédio moral? ....................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................ 16. Descreva a síndrome de Burnout. ....................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................ Respostas no final do capítulo OS ACIDENTES DE TRABALHO COM EXPOSIÇÃO A MATERIAL BIOLÓGICO NO SETOR DE SAÚDE Dentre os trabalhadores do setor terciário estão os próprios trabalhadores de saúde, que representam um grande contingente de pessoas. O setor da saúde está entre os 10 que mais empregam trabalhadores em nosso país e um grande problema enfrentado pelos trabalhadores é a freqüente ocorrência de acidentes de trabalho com exposição a material biológico. Os acidentes de trabalho com material biológico representam um risco para os trabalhadores das instituições de saúde devido à possibilidade de transmissão de patógenos como o vírus da hepatite B (HBV) e da síndrome da imunodeficiência adquirida – AIDS (HIV), os quais podem ser letais.24 Os trabalhadores da equipe de saúde que atuam nos serviços de apoio hospitalar, ou de outras unidades de saúde, como os serviços de limpeza, lavanderia e laboratório estão expostos aos microorganismos causadores de infecções devido ao contato com pacientes e materiais infectados. O risco de infecção está condicionado: ■■■■■ ao agente – virulência, toxidade, dose infecciosa e via de infecção; ■■■■■ ao hospedeiro – idade, sexo, gravidez, imunidade e doenças capazes de facilitar a instalação de novos agentes; ■■■■■ à atividade ocupacional – técnicas e método, qualidade dos equipamentos e materiais de trabalho, prática de medidas eficazes de higiene e segurança do trabalho.
  • 19. 25 PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD Existem três tipos diferentes de vias de penetração dos agentes biológicos no organismo humano: ■■■■■ cutânea – por meio de ferimentos ou lesões na pele, como aqueles ocasionados por material perfurocortante; ■■■■■ digestiva – pela ingestão de material ou alimentação contaminada; ■■■■■ respiratória – aspiração de ar contaminado. Acidentes ocasionados por picadas de agulhas são responsáveis por 80 a 90% das transmissões de doenças infecciosas entre trabalhadores de saúde e o risco de transmissão de infecção de 1 agulha contaminada é de 3 para a Hepatite B, 1 em 30 para hepatite C e 1 em 300 para o HIV.25 O International Health Care Worker Safety Center,26 indica que o risco de infecção pós- exposição ocupacional com material perfurocortante é de 0,25% a 0,4% para o vírus HIV, 6% a 30% para o vírus HBV e 0,4% a 1,8% para o vírus HCV. Nos Estados Unidos estima-se que aproximadamente 8 milhões de trabalhadores de saúde são anualmente vítimas de acidentes com material perfurocortante e os estudantes de medicina, de odontologia e de enfermagem também formam um grupo muito atingido por esse tipo de acidente. Dos 16.922 acidentes de trabalho documentados pelo National Surveillance System for Hospital Health Care Workers (NaSH) no período de 1995 a 2001, cerca de 44% ocorreu com enfermeiras, 28% com médicos, 15% técnicos de laboratório, 4% estudantes e 3% com o pessoal de limpeza.27 Além do risco de contrair infecções, os acidentes de trabalho com exposição aos materiais biológicos podem gerar no trabalhador sérias repercussões psicossociais levando-o às mudanças nas relações de trabalho, familiares e sociais, devido às associações ao HIV e a AIDS, às reações psicossomáticas pós-profilaxia utilizada, à exposição ocupacional e ao impacto emocional.28 Para Marziale e Nishimura,29 as causas dos acidentes de trabalho com exposição aos materiais biológicos estão relacionadas: ■■■■■ à não-adoção das precauções de segurança; ■■■■■ ao encape ativo de agulhas; ■■■■■ à não-utilização de luvas; ■■■■■ ao descarte de material perfurocortante em recipientes inapropriados segundo tipo/material de fabricação, localização nos postos de trabalho e, ainda, o desrespeito aos limites de capacidade; ■■■■■ à não-disponibilidade de agulhas e/ou cateteres intravenosos com sistema de segurança; ■■■■■ ao pequeno espaço físico dos postos de trabalho; ■■■■■ a inadequações na organização do trabalho e nas condições de trabalho oferecidas aos trabalhadores (grande demanda de usuários versus número de trabalhadores, horários e esquema de turnos, entre outros).
  • 20. 26ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO Ações de saúde do trabalhador foram desencadeadas em todo o mundo por meio de recomendações da OIT com a finalidade de identificação, controle e elaboração de estratégias para prevenção dos acidentes com exposição a material biológico entre os trabalhadores da saúde, considerando a grande freqüência dessas ocorrências. Isso porque as conseqüências da exposição ocupacional aos patógenos transmitidos pelo sangue por meio de um acidente desse tipo não está somente relacionada à infecção, mas também a traumas psicológicos que perduram dias e até meses, quando da espera dos resultados dos exames sorológicos por esses trabalhadores e seus familiares. O trabalhador vítima de traumas psicológicos ocorridos por acidentes perfurocortantes tem sofrido ainda outras conseqüências, tais como alterações das práticas sexuais, efeitos colaterais das drogas profiláticas e perda do emprego.26 Nos Estados Unidos, o elevado número de lesões percutâneas sofridas por trabalhadores de saúde chamou a atenção das instituições públicas levando ao reconhecimento da gravidade do problema e a criação de uma legislação específica (Needlestick Safety and Prevention Act) regulamentada por meio da Occupational Safety & Health Agency (OSHA),30 tornando obrigatória a adoção de medidas preventivas. Diante do diagnóstico de lesão percutânea, os CDC e os hospitais americanos desenvolvem planos pós-exposição ocupacional ao sangue e aos fluidos corpóreos que envolvem notificação, avaliação e tratamento do trabalhador, a fim de elaborar estratégias e estimativas e avaliar as condutas a serem adotadas para redução dos acidentes. O sistema padronizado de registro, o Exposure Prevention Information Network (EPINet), foi criado por pesquisadores da Universidade de Virgínia e atualmente é usado por hospitais e instituições de saúde para notificar como as exposições ocupacionais ocorrem e a eficiência das medidas preventivas adotadas.31 Assim, torna-se evidente a importância da notificação do acidente para o planejamento de estratégias preventivas, um recurso que assegura ao trabalhador o direito de receber avaliação médica especializada, tratamento adequado e benefícios trabalhistas.Asubnotificação da exposição ocupacional às doenças infecciosas é uma grande barreira para entender os riscos e os fatores associados com a exposição ocupacional a sangue e fluidos corpóreos. No Brasil, embora o risco de acidentes dessa natureza esteja presente nas atividades dos profissionais de saúde, do grande número de pacientes portadores dos vírus HIV, HBV e HCV e das condições de trabalho oferecidas por muitos hospitais, é observada a inexistência de dados sistematizados sobre a ocorrência dos acidentes com material perfurocortante que permitam conhecer a real magnitude do problema. Outro fator que dificulta conhecer a realidade brasileira é a falta da cultura para a notificação do acidente do trabalho. Em nosso país, o Ministério da Saúde acrescentou a notificação para doenças e acidentes do trabalho no SUS por meio do Sistema Nacional de Agravos de Notificação Compulsória (SINAN). No entanto, são enfrentados problemas relacionados ao controle e à notificação dos acidentes de trabalho, pois existem Serviços de Segurança e Medicina do Trabalho das Empresas (SESMT’s) que não cumprem a Constituição e não notificam ao SUS a morbidade, a mortalidade e os acidentes do trabalho.
  • 21. 27 PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD As Comunicações de Acidentes do Trabalho (CATs) são de emissão passiva, sem vigilância ativa, sem controle de subnotificação e sem certificação de qualidade. Além disso, os gestores estaduais e municipais do SUS não têm acesso em linha direta via internet ao sistema de notificações eletrônicas implantado a partir do ano de 2000. Nos poucos municípios que fizeram convênios com a Previdência anteriores a 1999, o SUS contabiliza e processa o componente residual de CATs ainda feitas em papel, preenchidas à mão e, em alguns lugares, com seis vias de formulário. Segundo Santos e colaboradores,32 em 1997 houve no Brasil o registro do primeiro caso de contaminação de um auxiliar de enfermagem pelo vírus HIV com confirmação da AIDS, devido à exposição ocupacional decorrente de um acidente de trabalho com material perfurocortante ocorrido em 1994. No entanto, muitos trabalhadores de enfermagem em nosso país desconhecem essa informação, bem como os riscos a que estão expostos no ambiente de trabalho. Embora o número de pesquisas abordando o referido problema tenha aumentado na última década e tenha contribuído para a aquisição de conhecimentos sobre a problemática dos acidentes de trabalho entre trabalhadores da área de saúde, as investigações, na maioria das vezes, retratam a realidade de alguns hospitais ou de algumas regiões do país. Os resultados das pesquisas têm sido imprescindíveis para as mudanças das práticas de trabalho; elas têm alertado para a necessidade de conscientização dos trabalhadores, administradores e instituições sobre os riscos da exposição ocupacional ao sangue e aos fluidos corpóreos que podem causar infecção e a necessidade de incentivar sua notificação. No entanto, há necessidade do desenvolvimento de pesquisas abrangentes que retratem o real diagnóstico da situação dos acidentes de trabalho com material perfurocortante no Brasil. Dentre as estratégias utilizadas por pesquisadores para buscar o diagnóstico mais ampliado da ocorrência de acidentes com exposição de trabalhadores a material biológico ocorridos nos hospitais do Brasil foi criada a Rede de Prevenção deAcidentes de Trabalho (REPAT), que possibilita o controle eletrônico do número desses acidentes e o planejamento de ações para prevê-los.24 Assim, a prática da notificação do acidente de trabalho é primordial. Legalmente no Brasil, notificar um acidente do trabalho significa registrá-lo no protocolo de CAT, disponibilizado por via impressa e eletrônica. O empregador é obrigado a comunicar à Previdência Social a ocorrência do evento acidentário. A notificação deve ser feita até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e de imediato a autoridade policial competente em caso de acidente fatal. No caso de falta de comunicação por parte da empresa, poderão emitir a CAT o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública, não havendo nesse caso limite de prazo para a notificação.21 Nesse caso, compete aos enfermeiros e equipe de enfermagem a notificação desses acidentes quando da sua ocorrência, assim como orientar a necessária notificação, quando na assistência à outros indivíduos que sofreram acidentes de trabalho.
  • 22. 28ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO Apesar da obrigatoriedade de emissão da CAT, observa-se em nosso país a subnotificação dos acidentes de trabalho. O sistema de informação utilizado apresenta falha devido à concepção fragmentada das relações de saúde e trabalho, marcada por uma divisão e alienação das tarefas dos profissionais responsáveis pelo registro da CAT, os quais privilegiam o cumprimento de normas burocráticas, mas não o envolvimento profissional com a questão acidentária. As estatísticas dos acidentes do trabalho são importantes fontes de informação para programas que visam a tornar as práticas de trabalho mais seguras. O sub-registro dos acidentes, por sua vez, tem aumentado nos momentos de recessão econômica devido, entre outros aspectos, ao medo do trabalhador de perder seu emprego.33 Napoleão e colaboradores,33 ao estudar as causas de subnotificação de acidentes do trabalho entre o pessoal de enfermagem constataram, dentre os motivos alegados pelos trabalhadores, o desconhecimento dos reais riscos causados pelo acidente e da necessidade da realização da notificação. Múltiplos fatores podem estar associados à ocorrência dos acidentes; no entanto, dentre os principais fatores estão aqueles relacionados a inadequações da organização do trabalho, das práticas de trabalho adotadas, dos materiais disponíveis e dos fatores pessoais. Observa-se que o registro de um pequeno número de acidentes, o que levanta a hipótese de subnotificação das inoculações acidentais, quando relacionado ao grande volume de manipulação de agulhas e cateteres intravenosos efetuada pelos profissionais de enfermagem na execução de suas atividades. O registro das informações sobre a ocorrência dos acidentes é extremamente importante para o planejamento de estratégias preventivas para a não-ocorrência dos acidentes de trabalho. Lawrence e colaboradores34 consideram que diferentes estratégias podem ser empregadas para diminuir essa ocorrência, entre as quais, ressaltam a reorientação do comportamento dos profissionais para a adoção de práticas seguras de trabalho. A adoção de medidas preventivas tem sido considerada a melhor estratégia para minimizar a ocorrência dos acidentes com lesões percutâneas. Os programas preventivos devem estar centrados na prevenção primária efetuada por meio da análise das práticas de trabalho, identificando os riscos das mesmas, e no controle de engenharia e ergonomia voltadas aos instrumentos e materiais construídos para impedir as lesões percutâneas. Estratégias de prevenção devem ser utilizadas pelo pessoal de saúde e de enfermagem, como também por outros trabalhadores na ocorrência de acidentes com exposição a fluidos corpóreos (Quadro 2).
  • 23. 29 PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD Quadro 2 ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO Quando a exposição acidental a material biológico ocorrer, medidas devem ser tomadas. Assim, a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, por meio do programa de DST/ AIDS, recomenda que os acidentes que envolvam exposição a material biológico sejam analisados quanto ao material biológico envolvido, ao tipo de acidente e à situação sorológica do paciente fonte em relação ao HIV. Se for indicado quimioprofilaxia, ela deverá ser iniciada nas primeiras duas horas após o acidente, tendo duração de quatro semanas ou até que se tenha o resultado da sorologia do paciente fonte.35 17. Quais as estratégicas básicas para prevenir a exposição ocupacional a fluidos corpóreos? A) Identificar no local de trabalho quais são os fatores de risco. B) Seguir as precauções padrão, usar agulhas e cateteres com sistema de segurança, descartar o material perfurocortante em recipientes adequados de paredes rígidas e respeitar os limites de sua capacidade, estar vacinado contra a hepatite B. C) Usar luvas, não encapar agulhas e descartar os dispositivos agulhados em coletores posicionados em locais de fácil acesso, respeitando os limites de capacidade do recipiente. D) Participar de treinamentos para prevenção de acidentes do trabalho e notificar o acidente do trabalho, mesmo que você esteja certo de que o paciente não é portador de doença infecciosa, ou porque houve apenas uma pequena lesão. 18. O que é e para que foi criada a REPAT? ....................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................ Respostas no final do capítulo ■■■■■ Identificar no local de trabalho quais são os fatores de risco. ■■■■■ Seguir as precauções padrão. ■■■■■ Usar luvas. ■■■■■ Não encapar agulhas. ■■■■■ Estabelecer uma rotina de descarte do material, após a realização dos procedimentos. ■■■■■ Descartar os dispositivos agulhados imediatamente em coletores apropriados de paredes rígidas, posicionados em locais de fácil acesso e no limite de alcance dos braços. Respeitar os limites da capacidade do recipiente. ■■■■■ Usar agulhas e cateteres com sistema de segurança. ■■■■■ Participar de treinamentos para prevenção de acidentes do trabalho. ■■■■■ Providenciar vacinação contra a hepatite B (três doses). ■■■■■ Notificar o acidente do trabalho, mesmo que você esteja certo de que o paciente não é portador de doença infecciosa, ou porque houve apenas uma pequena lesão.
  • 24. 30ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO 19. Qual a importância do registro de informações sobre a ocorrência de acidentes de trabalho? ....................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................ Resposta no final do capítulo DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO TRABALHO Os distúrbios osteomusculares representam um sério problema de saúde pública pelos impactos pessoais, sociais e econômicos que acarretam. Esses distúrbios incluem uma grande variedade de condições inflamatórias e degenerativas que afetam músculos, tendões, ligamentos, nervos periféricos e veias, sendo que as regiões corporais mais envolvidas são a coluna lombar, a cervical, os ombros, os antebraços e as mãos.36 São considerados relacionados ao trabalho quando o ambiente e a realização do trabalho contribuem significativamente para o seu desenvolvimento.37 No Brasil tornaram-se conhecidas como LER, sendo atualmente também denominados DORT.38 A LER/DORT caracteriza-se pela ocorrência de vários sintomas concomitantes ou não, tais como dor, parestesia, sensação de peso e fadiga, causando freqüentemente incapacidade laboral temporária ou permanente.39 O quadro clínico é específico para as diferentes afecções, de acordo com a patologia de base (bursite, síndrome do túnel do carpo, tenossinovites e tendinites, lombalgia, entre outros). Pode se apresentar por meio de quadros clínicos objetivos, quando é possível fazer um diagnóstico, ou como sinais e sintomas associados de forma pouco característica.40 Várias teorias tentam explicar a fisiopatologia dos distúrbios osteomusculares, sendo considerados um processo interativo entre fatores genéticos, morfológicos, psicossociais e biomecânicos. As afecções osteomusculares são, então, causadas por inúmeros fatores inter-relacionados que variam segundo a área corporal comprometida.41 Ao analisar esses fatores, deve-se observar sua intensidade, duração e freqüência. Os fatores de risco ocupacionais geralmente são divididos em físicos e psico-organizacionais. No entanto, devido à natureza multicausal das desordens osteomusculares, a literatura tem discutido também sobre os fatores pessoais que podem influenciar a ocorrência dessas afecções.37 (Quadro 3)
  • 25. 31 PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD Quadro 3 FATORES DE RISCO OCUPACIONAIS Os fatores de risco físicos são agravados pela presença de temperaturas frias. Na prática, existe uma combinação desses fatores nas situações reais de trabalho. Considerando que as pesquisas sobre as causas e o tratamento de sintomas osteomusculares em trabalhadores têm gerado controvérsias, cada vez mais são buscadas novas abordagens para enfrentar esse problema ocupacional. A literatura tem apontado estratégias tais como: ■■■■■ implementação de avaliações diagnósticas precoces; ■■■■■ orientações ergonômicas e posturais; ■■■■■ utilização de equipamentos e materiais auxiliares; ■■■■■ revisão de aspectos psico-organizacionais; ■■■■■ melhoria no posto de trabalho; ■■■■■ programas de exercícios e alongamentos; ■■■■■ alterações no estilo de vida. 20. Sobre os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho podemos dizer que: A) atingem somente os membros superiores; B) apresentam um quadro clínico definido, sendo fácil fazer um diagnóstico preciso; C) são sempre causados por fatores físicos do trabalho; D) geralmente são causados por uma combinação de fatores, sendo importante considerar a intensidade, a freqüência e a duração desses fatores. Resposta no final do capítulo Físicos41,36 ■■■■■ Levantamento e manuseio de cargas ■■■■■ Esforço físico ■■■■■ Manutenção de uma postura ou posição por tempo prolongado ■■■■■ Movimentos freqüentes de flexão e torção ■■■■■ Posturas inadequadas ■■■■■ Movimentos repetitivos ■■■■■ Vibração ■■■■■ Pressão mecânica sobre determinados segmentos do corpo Psico-organizacionais42,41 ■■■■■ Satisfação no trabalho ■■■■■ Falta de autonomia ■■■■■ Trabalho monótono ■■■■■ Suporte social ■■■■■ Falta de definições de papéis ■■■■■ Pressão no trabalho ■■■■■ Avaliação de desempenho baseada em produtividade ■■■■■ Outros Pessoais42 ■■■■■ Gênero ■■■■■ Obesidade ■■■■■ Tabagismo ■■■■■ Histórico de saúde ■■■■■ Prática de esportes ■■■■■ Condição socioeconômica ■■■■■ Condicionamento físico ■■■■■ Outros
  • 26. 32ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO 21. São sintomas de distúrbios osteomusculares, EXCETO: A) parestesia; B) febre; C) fadiga; D) dor. 22. Dentre os fatores de risco ocupacionais, cite os caracterizados como fatores pessoais. ....................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................ Respostas no final do capítulo ABORDAGEM TERAPÊUTICA E A PARTICIPAÇÃO DA ENFERMAGEM A abordagem terapêutica deve sempre englobar uma equipe multiprofissional e envolver atividades de diversas naturezas, reconstruindo modos de trabalhar e viver.39 Dentro desse contexto, o presente capítulo tem por objetivo descrever os pontos básicos da atuação da enfermagem no processo terapêutico e preventivo dos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. Avaliação e medidas para diagnóstico e controle dos distúrbios osteomusculares Uma das primeiras medidas preventivas para evitar a cronicidade e incapacidade em trabalhadores é uma avaliação precoce das afecções do sistema osteomuscular. Para isso, deve-se realizar uma avaliação cuidadosa empregando métodos semiológicos padronizados. Uma propedêutica sistematizada deve englobar uma anamnese, com ênfase nos aspectos ocupacionais e ergonômicos e um exame físico específico que pode utilizar os seguintes métodos: ■■■■■ inspeção estática e exame postural; ■■■■■ inspeção dinâmica; ■■■■■ palpação; ■■■■■ avaliação da força e flexibilidade musculares; ■■■■■ exame neurológico e manobras especiais.43 É importante também avaliar o cliente em relação aos diferentes aspectos relacionados aos sintomas osteomusculares, tais como intensidade da dor, capacidade funcional, qualidade de vida e estado emocional. A literatura tem descrito escalas e questionários validados para avaliar esses aspectos.44,45 Esses instrumentos são muito importantes, pois fornecem dados para melhorar e avaliar a eficácia de tratamentos e programas de prevenção.
  • 27. 33 PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD Orientações ergonômicas e posturais Pesquisas abordando a avaliação de programas educacionais que envolvem princípios de ergonomia e biomecânica têm mostrado que esse treinamento representa uma das estratégias para auxiliar na prevenção de sintomas osteomusculares.46,47 Essa abordagem educativa deve ser complementada com o estabelecimento de práticas seguras de trabalho dentro de uma estrutura ergonômica, o que engloba uma avaliação do ambiente, dos equipamentos e dos indivíduos com a redução dos fatores de risco.48 A enfermagem deve participar da implementação das alterações ergonômicas no ambiente de trabalho e participar ativamente de todas as abordagens educativas descritas a seguir. Orientações em relação às técnicas adequadas de levantamento, manuseio e transporte de cargas As principais orientações em relação às técnicas adequadas de levantamento, manuseio e transporte de cargas são: ■■■■■ planejar o procedimento; ■■■■■ avaliar a carga; ■■■■■ manter um espaço livre para acesso à carga; ■■■■■ obter condições seguras do solo e do trajeto a ser percorrido; ■■■■■ posicionar os pés corretamente; ■■■■■ segurar a carga usando totalmente as mãos; ■■■■■ a carga deve ter alça ou furos para encaixe das mãos; ■■■■■ levantar cargas do chão com o dorso retificado e os joelhos dobrados; ■■■■■ carregar a carga o mais próximo possível do corpo; ■■■■■ evitar movimentos de torção em torno de eixo vertical do corpo; ■■■■■ utilizar, sempre que possível, elementos e equipamentos auxiliares; ■■■■■ participar periodicamente de programas de treinamento. Orientações em relação à postura e movimentos As principais orientações em relação à postura e movimentos são: ■■■■■ proporcionar variação de posições e atividades; ■■■■■ evitar atividades acima do nível dos ombros; ■■■■■ providenciar arredondamento de cantos e bordas; ■■■■■ evitar manter cabeça inclinada mais que 15 graus; ■■■■■ verificar postura sentada; ■■■■■ observar a altura da bancada de trabalho de acordo com o tamanho do trabalhador e o tipo de serviço executado (Figura 2 A e C); ■■■■■ manter altura de bancada ajustável, quando utilizada por diferentes pessoas; ■■■■■ manter espaço suficiente para membros inferiores; ■■■■■ colocar os pés alternadamente em um banquinho ao ter que trabalhar em pé por tempo prolongado (Figura 2B).
  • 28. 34ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO ■■■■■ evitar a inclinação do tronco mantendo os membros inferiores esticados, por exemplo, ao retirar material de armário (Figura 3). ■■■■■ evitar alcances excessivos; ■■■■■ evitar o alongamento excessivo da coluna vertebral (Figura 4 A ); ■■■■■ utilizar uma escadinha ao retirar objetos de partes altas de estantes já construídas (Figura 4 B); ■■■■■ armazenar objetos pesados dentro de uma amplitude de altura próxima à cintura e os objetos leves em qualquer altura situada entre o joelho e o ombro (Figura 4 C ); ■■■■■ colocar materiais em um nível que nunca ultrapasse a altura da cabeça. Figura 2 – A) Bancada de trabalho inadequada; B) Colocar os pés alternadamente em um banquinho; C) Bancada de trabalho com altura adequada Fonte: Alexander (1998).49 Figura 3 – A) Postura incorreta; B) Postura correta: abaixar com as costas retas e joelhos fletidos Fonte: Alexander (1998).49
  • 29. 35 PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD Orientações em relação aos equipamentos e materiais As orientações em relação ao manuseio de equipamentos e materiais são: ■■■■■ evitar a utilização de mobiliários e equipamentos improvisados; ■■■■■ selecionar a ferramenta adequada: as articulações devem ser mantidas em posição neutra; ■■■■■ aliviar o peso de ferramentas manuais; ■■■■■ observar a localização e a orientação de dispositivos, alavancas e comandos; ■■■■■ atentar para uma manutenção adequada e periódica dos equipamentos; ■■■■■ modernizar o trabalho do pessoal pelo uso de equipamentos modernos, dando-se mais atenção ao provisionamento de auxílios mecânicos; ■■■■■ avaliar equipamentos e mobiliários, levando em conta fatores ergonômicos. Orientações organizacionais e psicossociais As orientações organizacionais e psicossociais incluem: ■■■■■ proporcionar rodízio de tarefas e atividades; ■■■■■ reduzir duração de turnos; ■■■■■ proporcionar pausas; ■■■■■ implantar modificações que garantam mais autonomia, satisfação e criatividade; ■■■■■ promover o relacionamento interpessoal entre os trabalhadores; ■■■■■ providenciar educação continuada; ■■■■■ verificar conforto térmico, visual e acústico. Figura 4 – A) Armário em altura elevada; B) Utilizar uma escadinha; C) Armazenar objetos pessoais em uma altura aproxima à cintura Fonte: Alexander (1998).49
  • 30. 36ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO Orientações gerais Considerando que os estudos sobre as dores musculoesqueléticas têm gerado controvérsias e que abrangem múltiplas variáveis com complexo inter-relacionamento, cada vez mais se buscam novas abordagens para enfrentar e aliviar os sintomas, que englobam as seguintes orientações: ■■■■■ praticar atividades físicas regularmente; ■■■■■ realizar exercícios e alongamentos específicos para cada caso; ■■■■■ evitar a obesidade e o tabagismo; ■■■■■ utilizar posições, colchões e travesseiros adequados para dormir; ■■■■■ realizar relaxamento; ■■■■■ utilizar massagem. Deve-se ainda fornecer informações sobre LER/DORT e as atividades de vida diária, ajudando o paciente a compreender e a enfrentar a doença e suas limitações. Orientar também sobre o tratamento e as formas de controlar a dor e outros sintomas. ASSISTÊNCIA NO ATENDIMENTO CLÍNICO O tratamento engloba diferentes modalidades destacando-se a administração de medicamentos, a cirurgia, a acupuntura, a fisioterapia, entre outros. A enfermagem tem papel primordial na equipe multiprofissional participando das ações terapêuticas. 23. No tratamento e prevenção dos DORTs, podemos afirmar que: A) deve-se ministrar uma parte educativa contendo orientações ergonômicas e posturais. B) não é preciso promover melhoria nos aspectos organizacionais. C) a parte educativa não precisa abordar aspectos relacionados ao estilo de vida. D) não envolve uma equipe multidisciplinar. Resposta no final do capítulo
  • 31. 37 PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD 24. Evitar a utilização de mobiliários e equipamentos improvisados; aliviar o peso de ferramentas manuais; observar a localização e a orientação de dispositivos, alavancas e comandos e atentar para uma manutenção adequada e periódica dos equipamentos são cuidados referentes às orientações: A) organizacionais e psicossociais; B) gerais; C) em relação aos equipamentos e materiais; D) em relação à postura e movimentos. 25. Cite algumas das principais orientações para prevenção de acidentes de trabalho com relação à postura e aos movimentos? ............................................................................................................................................. ............................................................................................................................................. ............................................................................................................................................. ............................................................................................................................................. Respostas no final do capítulo CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste trabalho, procurou-se apresentar as principais estratégias para enfrentar um dos mais importantes riscos ocupacionais da atualidade. Destacou-se o papel da enfermagem em cada abordagem, oferecendo bibliografia complementar para reforçar cada tópico. RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E COMENTÁRIOS Atividade 1 Resposta: D Comentário: A principal estratégia da pasta da saúde para a atenção à saúde do trabalhador no SUS é a implantação da RENAST. A RENAST propõe a atenção integral à saúde do trabalhador no SUS, mediante a articulação entre todos os setores relacionados com as políticas de desenvolvimento, informações em saúde do trabalhador, apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas, capacitação permanente em saúde do trabalhador e a gestão participativa dos trabalhadores. Atividade 2 Resposta: D Comentário: Identificar a relação do problema de saúde com o trabalho, juntamente à equipe multidisciplinar; planejar a assistência; assistir e orientar o paciente/cliente quanto ao problema, às possibilidades de prevenção e encaminhamentos necessários; capacitar a equipe para a assistência; e prestar as informações solicitadas pelos sistemas são as responsabilidades do enfermeiro.
  • 32. 38ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO Atividade 3 Resposta: A atenção integral à saúde é caracterizada pela construção de ambientes e processos de trabalho saudáveis; pelo fortalecimento da vigilância de ambientes, processos e agravos relacionados ao trabalho e à assistência integral à saúde. Atividade 4 Resposta: Na Constituição Federal,a saúde é entendida em seu conceito ampliado e passa a ser um direito universal do cidadão, direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e outros agravos e o acesso universal e igualitário às ações e serviços (de saúde) para a sua promoção, proteção e recuperação. Atividade 5 Resposta: A Comentário: As conseqüências relatadas das mudanças no mundo do trabalho que têm implicado negativamente nos processos produtivos são a perda dos direitos trabalhistas e previdenciários; o desemprego estrutural; a precariedade do trabalho; o crescimento do trabalho informal, a competitividade nas relações de trabalho. Atividade 6 Resposta: Processos de desgaste particulares são as perdas da capacidade efetiva e/ou potencial corporal e psíquica. Esses processos referem-se aos processos de adaptação que são destrutivos da integridade corporal biopsíquica. Ainda, esses processos não se referem necessariamente às doenças já diagnosticadas, mas, também, ao processo que as concretiza, uma vez que é possível recuperar as perdas e capacidades, assim como, desenvolver as potencialidades. Atividade 7 Resposta: Os processos que são favoráveis e preservam a saúde dos trabalhadores são o desenvolvimento de habilidades, a convivência amigável com os colegas, o espaço de recuperação de capacidades psíquicas (por exemplo, quando a vida fora do trabalho é desgastante por causa de perdas). Esses processos favoráveis, também, compõem um perfil, que articulado ao perfil destrutivo, evidenciam a qualidade de vida no trabalho desses indivíduos. Atividade 8 Resposta: Cargas de trabalho são os elementos do processo de trabalho (objeto, meios e instrumentos e a organização do trabalho) que interatuam, dinamicamente, entre si e com o corpo do trabalhador, gerando processos de desgaste. Podem ser: biológicas, químicas, físicas, mecânicas, fisiológicas e psíquicas. Atividade 9 Resposta: Processos de desgaste são entendidos como a perda da capacidade efetiva e/ou potencial corporal e psíquica. Esses processos referem-se aos processos de adaptação que são destrutivos da integridade corporal biopsíquica. Não se referem necessariamente às doenças já diagnosticadas mas, também, ao processo que as concretiza, uma vez que é possível recuperar as perdas e capacidades, assim como desenvolver as potencialidades.
  • 33. 39 PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD Atividade 10 Resposta: (C) Ocorrem pela exposição dos trabalhadores às substâncias químicas. (B) Ocorrem pela exposição do trabalhador a situações de tensão e estresse. (E) Ocorrem pela exposição a agentes, como ruído, umidade, iluminação e risco de incêndio. (A) Ocorrem pela exposição do trabalhador a microrganismos patogênicos. (F) São as mais facilmente reconhecidas como acidentes de trabalho. (D) Decorrem do uso inadequado do corpo, como na manipulação de peso excessivo. Atividade 11 Resposta: O acidente de trabalho é definido como aquele que pode ocorrer pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause morte, perda ou redução da capacidade de trabalho. Atividade 12 Resposta: A doença profissional é entendida como aquela adquirida em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relaciona diretamente, constante da relação de doença elaborada pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social. Atividade 13 Resposta: D Comentário: O adoecimento pelo trabalho está relacionado a uma serie de fatores individuais, ambientais, sociais, econômicos e políticos entre os quais estão aqueles riscos inerentes à natureza e ao ambiente onde o profissional atua, as novas formas de organização do trabalho, a adoção das novas tecnologias, a regulação dos contratos de trabalho, a qualidade técnica e ética do trabalho, os acidentes de trabalho. Esses fatores podem ocasionar doenças físicas e mentais. Atividade 14 Resposta: A violência no trabalho ou ocupacional é constituída por incidentes nos quais os trabalhadores sofrem abusos, ameaças ou ataques em circunstâncias relacionadas com o seu trabalho, incluindo o trajeto, que colocam em perigo, implícita ou explicitamente, sua segurança, seu bem-estar ou sua saúde podendo ocasionar o adoecimento pelo trabalho. A violência no trabalho traz conseqüências individuais (desmotivação, estresse, medo, fobias e perturbações do sono); diminuição na qualidade dos serviços de saúde; redução da produtividade; deterioração nas relações interpessoais e o aumento do absenteísmo. Atividade 15 Resposta: O assédio moral refere-se a todo comportamento abusivo que expõe os trabalhadores a humilhações, constrangimentos e situações vexatórias vividas no trabalho que podem comprometer a identidade, dignidade e relações afetivas e sociais. Atividade 16 Resposta: Asíndrome de Burnout designa aquilo que deixou de funcionar por exaustão de energia e compreende três dimensões: exaustão emocional, despersonalização e diminuição do sentimento de realização profissional.
  • 34. 40ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO Atividade 17 Resposta: B Comentário: É dever da instituição elaborar um programa de prevenção de acidentes de trabalho, para tal há necessidade de uma equipe especializada em saúde ocupacional para fazer o planejamento, a aplicação e a avaliação desse programa. O trabalhador deve estar capacitado e seguir as precauções padrão, usar agulhas e cateteres com sistema de segurança, descartar o material perfurocortante em recipientes adequados de paredes rígidas e respeitar os limites da capacidade do recipiente, estar vacinado contra a hepatite B e a instituição deve oferecer-lhe adequadas condições de trabalho. Atividade 18 Resposta: AREPAT é uma das estratégias utilizadas por pesquisadores para buscar o diagnóstico mais ampliado da ocorrência de acidentes de trabalho com exposição de trabalhadores a material biológico ocorridos nos hospitais do Brasil. Foi criada para possibilitar o controle eletrônico do número de acidentes e o planejamento de ações para prevê-los. Atividade 19 Resposta: O registro das informações sobre a ocorrência dos acidentes é extremamente importante para o planejamento de estratégias preventivas para a não-ocorrência dos acidentes de trabalho. Lawrence e colaboradores consideram que diferentes estratégias podem ser empregadas para diminuir essa ocorrência, entre as quais, ressaltam a reorientação do comportamento dos profissionais para a adoção de práticas seguras de trabalho. Atividade 20 Resposta: D Comentário: Os distúrbios osteomusculares incluem uma variedade de condições que atingem diferentes áreas corporais. São causados por fatores inter-relacionados que geralmente estão combinados nas situações reais de trabalho. Esses fatores são divididos em pessoais, físicos e psico-organizacionais. Atividade 21 Resposta: B Comentário: São sintomas dos distúrbios osteomusculares dor, parestesia, sensação de peso e fadiga, causando freqüentemente incapacidade laboral temporária ou permanente. Atividade 22 Resposta: São fatores pessoais de risco ocupacional: gênero, obesidade, tabagismo, histórico de saúde, prática de esportes, condição socioeconômica e condicionamento físico, entre outros. Atividade 23 Resposta: A Comentário: Para enfrentar os DORTs, deve-se formar uma equipe multiprofissional que desenvolva diversas atividades com o objetivo de instrumentalizar o paciente para enfrentar sua condição. Engloba atividades educativas, adequação das condições ambientais, programas de exercícios e alongamentos, entre outras.
  • 35. 41 PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD Atividade 24 Resposta: C Comentário: As orientações em relação aos equipamentos e materiais incluem: evitar a utilização de mobiliários e equipamentos improvisados; selecionar ferramenta adequada: as articulações devem ser mantidas em posição neutra; aliviar o peso de ferramentas manuais; observar localização e orientação de dispositivos, alavancas e comandos; atentar para uma manutenção adequada e periódica dos equipamentos; modernizar o trabalho do pessoal pelo uso de equipamentos modernos, dando-se mais atenção à provisão de auxílios mecânicos; e avaliar equipamentos e mobiliários, levando em conta fatores ergonômicos. Atividade 25 Resposta: Algumas das principais orientações quanto à postura e movimentos são: proporcionar variação de posições e atividades; evitar atividades acima do nível dos ombros; providenciar arredondamento de cantos e bordas; evitar manter cabeça inclinada mais do que 15 graus; verificar postura sentada; observar a altura da bancada de trabalho de acordo com o tamanho do trabalhador e o tipo de serviço executado; manter altura de bancada ajustável, quando utilizada por diferentes pessoas; manter espaço suficiente para membros inferiores; e colocar os pés alternadamente em um banquinho ao ter que trabalhar em pé por tempo prolongado. REFERÊNCIAS 1 Brasil.Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado; 1988. 2 Brasil. Ministério da Saúde. Lei 8080. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondendtes e dá outras providências. DOU, 19 de setembro de 1990. 3 Brasil. Leis, Decretos, etc. Consolidação das Leis do trabalho comentada. 37 ed. São Paulo: LTr; 2004. 4 Brasil. Portaria n. 1.125/GM. Dispõe sobre os propósitos da Política Nacional sobre Saúde do Trabalhador para o SUS. DOU, 06 de julho de 2005. 5 Brasil. Portaria n. 2.437/GM. Dispõe sobre a ampliação e fortalecimento da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador-RENAST no SUS. DOU, 07 de dezembro de 2005. 6 Dias EC, Hoefel MM. O desafio de implementar as ações de saúde do trabalhador no SUS: a estratégia da RENAST. Ciênc. Saúde coletiva. 2005;10(4): 7 Felli VE, Peduzzi M. O trabalho gerencial em enfermagem. In: Kurcgant, P. Gerenciamento em enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2005. p.1-13. 8 Facchini LA, Nobre LC, Faria NM, Fassa AG, Thumé E, Tomasi E, et al. Sistema de informação em saúde do trabalhador: desafios e perspectivas para o SUS. Ciênc Saúde coletiva. 2005;10(4): 9 Laurel AC, Noriega M. Processo de produção e saúde: trabalho e desgaste operário. São Paulo: Hucitec; 1989. 10 Felli VE, Tronchin DM. A qualidade de vida no trabalho e a saúde do trabalhador de enfermagem. In: Kurcgant P. Gerenciamento em enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2005. p.75-88.
  • 36. 42ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO 11 Marx K. O capital: crítica da economia política. São Paulo: Nova Cultural; 1988. 12 Fletcher RH, Fletcher SW, Wagner EH. Epidemiologia clínica. Porto alegre: Artmed; 1989. 13 Breilh J, Campaña A, Costales P, Granda E, Paéz R, Yépez J. Deterioro de la vida: um instrumento para análisis de prioridades regionales em lo social y la salud. Equador: CEAS/OPAS; 1995. 14 Silva VE, Massarollo MC. A qualidade de vida do trabalhador de enfermagem. Mundo da Saúde. 1998;22(5):283-6. 15 Silva VE. O desgaste do trabalhador de enfermagem: relação trabalho de enfermagem e saúde do trabalhador [tese]. São Paulo (SP): Universidade de São Paulo; 1996. 16 Ribeiro HP. A violência oculta do trabalho. Rio de Janeiro: Fiocruz; 1999. 17 Kuenzer AZ. Sob a reestruturação produtiva, enfermeiros, professores e montadores de automóveis se encontram no sofrimento do trabalho. Trabalho, Educação e Saúde. 2004; 2(1):107-19. 18 Oliveira J. Consolidação das Leis do Trabalho. São Paulo: Saraiva; 1992. 19 Galafassi MC. Medicina do trabalho. São Paulo: Atlas; 1998. 20 Ministério da Previdência Social. Indicadores de acidentes do trabalho. Disponível em: http:// www.mps.gov.br 21 Mendes R. (Org). Patologia do trabalho: atualizada e ampliada. 2 ed. São Paulo: Atheneu; 2003. 22 Organización Mundial de la Salud (OMS). Informe mundial sobre la violencia y la salud. Genebra: Organización Mundial de la Salud; 2002. 23 Cezar ES, Marziale MH. Occupational violence problems in an emergency hospital in Londrina, Paraná, Brazil. Cad Saúde Pública. 2006;22(1): 217-21. 24 Marziale MH. Rede Eletrônica de Prevenção de Acidentes de Trabalho com material biológico entre hospitais do Brasil. REPAT; 2004. Disponível em: www.eerp.usp.br/repat. 25 Godfrey K. Sharp practice. Nurs Times. 2001 Jan 11-17;97(2):22-4. 26 International Health Care Worker Safety Center. Annual number of occupational percutaneous injuries and mucocutaneous exposures to blood or potentially infective biological substances. Disponível em: http://www.Virginia.edu/epinet/estimates.html. 27 Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Division of Healthcare Quality Promotion. Surveillance of healthcare personnel with HIV/AIDS, as of December; 2002. Disponível em: http:// www.cdc.gov/ncidod/ hip/Blood/hivpersonnel.htm 28 Brandão Jr PS. Biossegurança e AIDS: as dimensões psicossociais do acidente com material biológico no trabalho em hospital [dissertação]. Rio de Janeiro (RJ): Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz; 2000. 29 Marziale MH, Nishimura K. Programa preventivo para ocorrência de acidentes com material pérfurocortante entre trabalhadores de enfermagem de um hospital do Estado de São Paulo.Acta Paulista de Enfermagem. 2003;16(4):
  • 37. 43 PROENFSAÚDEDOADULTOSESCAD 30 Occupational Safety & Health Administration-OSHA. Bloodborne Pathogens. Disponível em: http: www.CDC.gov/niosh/elcosh/docs. 31 Jagger JB, Perry J. Exposure Safety. OSHA’s push toward Safety. Nursing. 2000;30(4):20. 32 Seabra Santos NJ, Carvalho Monteiro AL, Catapano Ruiz EA. The first case of AIDS due to occupational exposure in Brazil. Braz J Infect Dis. 2002 Jun;6(3):140-1. 33 NapoleãoAM, Robazzi ML, Marziale MH, Hayashida M. Causas de subnotificação de acidentes do trabalho entre trabalhadores de enfermagem. Rev Latino - Americana Enfermagem. 2000; 8(3):119-20. 34 Lawrence LW, Delclos GL, Felknor SA, Johnson PC, Frankowski RF, Cooper SP, et al. The effectiveness of a needleless intravenous connection system: an assessment by injury rate and user satisfaction. Infect Control Hosp Epidemiol. 1997 Mar;18(3):175-82. 35 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Coordenação Nacional de DST e AIDS. Manual de Condutas em exposição ocupacional a material biológico.1999. Disponível em: htpp:// www.aids.gov.br/assistência/ manual_exposição_ocupa.htm 36 Punnett L, Wegman DH. Work-related musculoskeletal disorders: the epidemiologic evidence and the debate. J Electromyogr Kinesiol. 2004 Feb;14(1):13-23. 37 Hales TR, Bernard BP. Epidemiology of work-related musculoskeletal disorders. Orthop Clin North Am. 1996 Oct;27(4):679-709. 38 Brasil. Ministério da Saúde. Lesão por Esforços Repetitivos (LER)/ Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT).Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2001. 39 Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de investigação, diagnóstico, tratamento e prevenção de Lesão por Esforços Repetitivos (LER)/ Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT).Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2000. 40 Rocha LE, Ferreira Jr M. Distúrbios osteomusclares relacionados ao trabalho. In: Ferreira Jr M (Org). Saúde no trabalho: temas básicos para o profissional que cuida da saúde dos trabalhadores. São Paulo: Roca; 2000. p.286-319. 41 National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH). Musculoskeletal disorders and work place factors. Cincinnati: US Department of Health and Human Services; 1997. 42 Malchaire J, Cock N, Vergracht S. Review of the factors associated with musculoskeletal problems in epidemiological studies. Int Arch Occup Environ Health. 2001 Mar;74(2):79-90. 43 Alexandre NM, Moraes MA. Modelo de avaliação físico-funcional da coluna vertebral. Rev Latino- Americana Enfermagem. 2001;9:67-75. 44 de Barros EN, Alexandre NM. Cross-cultural adaptation of the Nordic musculoskeletal questionnaire. Int Nurs Rev. 2003 Jun;50(2):101-8. 45 Nordin M, Alexandre NM, Campello M. Measures for low back pain: a proposal for clinical use. Rev Latino-Americana Enfermagem. 2003;11(2):152-5. 46 Alexandre NM, de Moraes MA. Proposta educativa com enfoque ergonômico para auxiliar na prevenção de lesões musculoesqueléticas na equipe de enfermagem. Rev Bras Enfermagem. 1998;51(4):629-42.
  • 38. 44ASSISTÊNCIAÀSAÚDEDOTRABALHADORNOCONTEXTODASAÚDEDOADULTO 47 Alexandre NM, de Moraes MA, Correa Filho HR, Jorge SA. Evaluation of a program to reduce back pain in nursing personnel. Rev Saude Publica. 2001 Aug;35(4):356-61. 48 Buckle P. Ergonomics and musculoskeletal disorders: overview. Occup Med (Lond). 2005 May;55(3):164- 7. 49 Alexandre NM. Aspectos ergonômicos relacionados com o ambiente e equipamentos hospitalares. Rev Latino-Americana Enfermagem. 1998; 6(4): 103-9.
  • 39. P964 Programa de Atualização em Enfermagem : saúde do adulto : PROENF / organizado pela Associação Brasileira de Enfermagem ; coordenadora-geral, Carmen Elizabeth Kalinowski, diretoras cadêmicas, Jussara Gue Martini, Vanda Elisa Andres Felli. – Ciclo 1, módulo 2 (2006) – Porto Alegre: Artmed/Panamericana Editora, 2006 – 17,5 x 25cm. (Sistema de Educação em Saúde Continuada a Distância) (SESCAD). ISSN: 1809-7782 1. Enfermagem – Educação a distância. I. Associação Brasileira de Enfermagem. II. Kalinowski, Carmen. III. Martini, Jussara Gue. IV. Felli, Vanda Elisa Andres. CDU 616-083(07) Catalogação na publicação: Júlia Angst Coelho – CRB 10/1712 PROENF. Saúde do adulto Reservados todos os direitos de publicação à ARTMED/PANAMERICANA EDITORA LTDA. Avenida Jerônimo de Ornelas, 670 – Bairro Santana 90040-340 – Porto Alegre, RS Fone (51) 3025-2550. Fax (51) 3025-2555 E-mail: info@sescad.com.br consultas@sescad.com.br http://www.sescad.com.br Capa e projeto: Paola Manica Diagramação: Ethel Kawa Editoração eletrônica: João Batysta N. Almeida e Barbosa Coordenação pedagógica de processamento: Evandro Alves Coordenação pedagógica de revisão: Magda Collin Gestão de produção editorial: Alane Nerbass Souza Secretaria editorial: Priscila Amaral e Roberta Carvalho Processamento pedagógico: Rita de Lourdes Bernardes Justino, Giselle Porto Jacques e Dóris Fiss Revisão do processamento pedagógico: Enrique Blanco, Rodrigo Ramos, Carla Casarie Paludo e Alane Nerbass Souza Revisão bibliográfica: Caroline Costa Charles Planejamento e controle da produção editorial: Bruno Bonfanti Rios Gerenciamento da produção editorial: Lisiane Wolff Coordenação-geral: Geraldo F. Huff
  • 40. Associação Brasileira de Enfermagem Diretoria Associação Brasileira de Enfermagem - ABEn Nacional SGAN, 603. Conjunto “B” - CEP: 70830-030 - Brasília, DF Tel (61) 3226-0653 - E-mail: aben@abennacional.org.br http://www.abennacional.org.br Presidente Francisca Valda da Silva Vice-presidente Ivete Santos Barreto Secretária-Geral Tereza Garcia Braga Primeira Secretária Ana Lígia Cumming e Silva Primeira Tesoureira Fidélia Vasconcelos de Lima Segunda Tesoureira Jussara Gue Martini Diretor de Assuntos Profissionais Francisco Rosemiro Guimarães Ximenes Diretor de Publicações e Comunicação Social Isabel Cristina Kowal Olm Cunha Diretora Científico-Cultural Maria Emília de Oliveira Diretora de Educação Carmen Elizabeth Kalinowski Coordenadora do Centro de Estudos e Pesquisas em Enfermagem (CEPEn) Josete Luzia Leite Membros do Conselho Fiscal José Rocha Marta de Fátima Lima Barbosa Nilton Vieira do Amara Coordenadora-geral do PROENF: Carmen Elizabeth Kalinowski Enfermeira. Mestrado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professora na Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Diretora de Educação da ABEn. Diretoras acadêmicas do PROENF/Saúde do adulto: Jussara Gue Martini Enfermeira. Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professora e pesquisadora no Departamento de Enfermagem e no Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Segunda tesoureira da ABEn (gestão 2004–2007). Vice-coordenadora da Educativa. Vanda Elisa Andres Felli Professora Associada do Departamento de Orientação Profissional/Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP).