Este documento lista nomes comuns portugueses e suas possíveis origens, como patronímicos e topônimos. Explica que alguns sufixos como -es não indicam origem patronímica. Resume também um texto de ficção ilustrando origens comuns de sobrenomes e analisa poemas sobre uma personagem chamada Maria Albertina.
9. Álvaro Álvares
Paio / Pelágio Pais
António Antunes
10. Porém, nem todos os esses em
finais de apelidos se devem àquele -ICI.
Por exemplo, os apelidos Reis e Santos
celebram datas do calendário cristão: o
Dia de Reis e o Dia de Todos os Santos).
12. Rússia
Ivan > Ivanova
Escócia
Donald > MacDonald
Irlanda
Brian > O’Brian
13.
14. O sketch «O homem com demasiadas
características» (série Lopes da Silva) pode
ilustrar as quatro origens mais comuns dos
apelidos: patronímicos, alcunhas,
topónimos, invocação religiosa.
15. «Lopes» é um caso de patronímico
(o étimo é o nome medieval «Lopo»).
«Silva» é um apelido que deve provir de
topónimo (há muitas localidades em
Portugal chamadas «Silva», cujo étimo,
por sua vez, é uma planta);
16. mas é possível que alguns dos Silvas
tenham que ver com Nossa Senhora da
Silva. «Marreco», «Maneta», «Coxo»,
«Gonorreias», se se tornassem apelidos
definitivos, exemplificariam a adoção de
alcunhas.
17.
18.
19. «ALBERTINA» OU «O INSECTO-
INSULTO» OU «O QUOTIDIANO
RECEBIDO COMO MOSCA
O poeta está só, completamente só.
Do nariz vai tirando alguns minutos
De abstração, alguns minutos
Do nariz para o chão
Ou colados sob o tampo da mesa
Onde o poeta é todo cotovelos
E espera um minuto que seja de beleza.
20. Mas o poeta é aos novelos;
Mas o poeta já não tem a certeza
De segurar a musa, aquela
Que tantas vezes arrastou pelos cabelos...
A mosca Albertina, que ele domesticava,
Vem agora ao papel, como um insecto-insulto,
Mas fingindo que o poeta a esperava...
21. Quase mulher e muito mosca,
Albertina quer o poeta para si,
Quer sem versos o poeta.
Por isso fica, mosca-mulher, por ali...
— Albertina!, deixa-me em paz, consente
Que eu falhe neste papel tão branco e insolente
Onde belo e ausente um verso eu sei que está!
— Albertina!, eu quero um verso que não há!...
22. Conjugal, provocante, moreno e azulado,
O insecto levanta, revoluteia, desce
E, em lugar do verso que não aparece,
No papel se demora como um insulto alado.
E o poeta sai de chofre, por uns tempos desalmado...
23.
24.
25. Maria Albertina
Maria Albertina, deixa que eu te diga:
Ah... Maria Albertina, deixa que eu te diga:
Esse teu nome eu sei que não é um espanto,
Mas é cá da terra e tem... tem muito encanto.
Esse teu nome eu sei que não é um espanto,
Mas é cá da terra e tem... tem muito encanto.
26. Maria Albertina, como foste nessa
De chamar Vanessa à tua menina?
Maria Albertina, como foste nessa
De chamar Vanessa à tua menina?
Maria Albertina, deixa que eu te diga:
Ah... Maria Albertina, deixa que eu te diga:
Esse teu nome eu sei que não é um espanto,
Mas é cá da terra e tem... tem muito encanto.
27. Esse teu nome eu sei que não é um espanto,
Mas é cá da terra e tem... tem muito encanto.
Maria Albertina, como foste nessa
De chamar Vanessa à tua menina?
Maria Albertina, como foste nessa
De chamar Vanessa à tua menina?
Que é bem cheiinha e muito moreninha
Que é bem cheiinha e muito moreninha
Que é bem cheiinha e muito moreninha
Que é bem cheiinha e muito moreninha
28.
29. Em folha solta, faz um comentário a
«Maria Albertina» (p. 21).
Nesse comentário (com, pelo
menos, cem palavras), explicitarás em
que medida a letra da canção apresenta
uma crítica à escolha de nomes no
nosso país.
30. TPC
Resolve as perguntas 9 e 10 da p. 16
do manual. (Por favor, testa mesmo o teu
conhecimento, mesmo se as respostas já
estiverem lançadas no livro com que
estejas a trabalhar.)
31.
32.
33. Na primeira cena, dois
aviadores usam expressões e
palavras que eles supõem terem
uma acepção diferente do seu
significado comum. Acreditam
que se trata de palavras que, na
gíria da sua profissão, teriam
um significado
34. especial. Seriam palavras com
polissemia (ou, pelo menos, com um
segundo sentido, mais figurado,
além do seu valor primeiro, o
denotativo).
35. No entanto, os colegas não
reconhecem os alegados
segundos sentidos,
conotativos, na linguagem
profissional: para eles, aquelas
expressões são
monossémicas.
36. Na cena passada em família, o
homem da casa vai avaliando
palavras pela sua aparência,
pelo som. Cria uma palavra —
um neologismo, portanto —,
«gorn», que lhe agrada
particularmente. Entretanto,
atribui conotações às
expressões que elenca, embora
esses segundos sentidos
pareçam inesperados.
37. Na verdade, não estaremos bem
perante conotações, e ainda menos
acepções de uma dada palavra, mas
perante associações de ideias, por
idiossincrasias do falante. A dada
altura, procede a uma série que
constitui um campo lexical (da
‘pornografia’, ou das «palavras
marotas», como vem no filme):
«sexo», «coxas firmes», «rabo»,
«zona erógena», «concubina».
38. TPC
Pôr endereço do blogue em lugar
acessível.
Passar a trazer sempre o manual
Antologia e o auxiliar Práticas.
Em Práticas, ler definições de
«denotação», «conotação» (p. 46, de
Práticas), «monossemia e
«polissemia» (p. 41).