O documento discute a poesia, definindo-a como a expressão da beleza por meio da frase ritmada. Apresenta os objetivos e elementos essenciais da poesia, incluindo a versificação, métrica, tipos de versos, figuras de linguagem e o movimento parnasiano.
2. Objetivo da poesia:
Artede expressar a beleza por meio
da frase ritmada.
Essênciada poesia: é o ritmo, pois
podemos ter poesia sem ritmo, sem
métrica, sem rima, mas sem o ritmo
ela perderá sua maior beleza.
3. Versificação: é a arte de compor
versos.
Verso é um período rítmico, um período
constante de número certo de sílabas e de
pausas.
Existem tipos diferentes de verso:
Agudo: é aquele que termina por palavras
oxítonas;
Grave:termina por palavra paroxítona;
Esdrúxulo: se a última palavra for proparoxítona;
Branco: é todo verso sem rima;
Livre: aquele que não tem ritmo obrigatório.
4. Metrificação:
É uma parte da versificação e trata
apenas da maneira de contar as
sílabas poéticas dos versos. Medir
versos é verificar se está de acordo
com o número de sílabas,
acentos,cesura e rima exigidos
pela versificação.
5. Como contar as sílabas?
Contar as sílabas poéticas, ou seja, contar
as sílabas pela audição: tantas serão as
sílabas quanto forem os grupos de sons;
Exemplo: A esmola de uma fruta e a
benção de uma flor.
São 17 sílabas para o gramático, mas para
o poeta são 16:
A es/mo/la/de u/ma/fru/ta e a //bem/ção
de u/ma/ flor.
6. Processo de elisão:
É a figura pela qual fundimos várias vogais numa
única sílaba.
Exemplo: “ Vasto oceano de prata a requeimada
areia”.(Bilac).
Elipse : outra figura pela qual não contamos o m,
embora o conservemos: “Co’o orvalho”, é : Com
o orvalho.
Todas as vogais que puderem ser elididas ou
fundidas, formarão uma sílaba única, e isto
acontece quase sempre com a sílaba átona.
7. Tipos de versos:
Podemos ter versos de uma a 12 sílabas poéticas
com muito êxito literário.
De uma sílaba:
Amo,
gemo,
clamo,
tremo.
8. De duas sílabas:
A ponte
vacila,
príncipe,
oscila,
perdido,
transido
de horror.
12. Seis sílabas:
Mais uma pobre mísera
De respirar cansou!
E temerária e sôfrega,
À morte se arrojou!
13. Verso de sete sílabas:
Oh que saudades que tenho
da aurora da minha vida,
da minha infância querida
que os anos não trazem mais!
14. De oito sílabas:
Acompanhai meu vão lamento
auras ligeiras, que passais!
Tu claro amor, doce instrumento,
Casa com os meus, teus frouxos ais!
15. De nove sílabas:
Ouve o anúncio do horrendo fantasma.
Ouves os sons do fiel maracá:
manitôs já fugiram da taba!
ó desgraça! ó ruína! ó Tupá!
16. De dez sílabas:
Querida, ao pé do leito derramado
em que descansa dessa longa vida,
aqui venho e virei, pobre querida,
trazer-te o coração do companheiro.
17. De onze sílabas:
Sabei que não canto somente prazeres,
sabei que não gemo somente de amores,
sabei que nem sempre vagueio nos bosques,
sabei que nem sempre me adorno de flores.
18. De doze sílabas:
Guardai vosso ouro todo;esta casa que habito
nunca será vendida, antes seja eu maldito!
19. De quatorze sílabas:
Quando as estrelas surgem na tarde, surge a esperança...
toda alma triste no seu desgosto sonha um Messias:
Quem sabe? o acaso, na sorte esquiva, traz a mudança
E enche de mundos as existências que eram vazias!
20. Figuras de Linguagem:
Anástrofe: consiste na inversão da ordem direta da
frase.
Exemplo: Sabe mortos enterrar? (J.C Melo Neto)
(ordem direta: Sabe enterrar mortos?)
Antítese: colocar lado a lado idéias opostas.
Exemplo: “Abaixo - viu a terra-abismo de treva!
Acima - o firmamento - abismo de luz!”
(Castro Alves)
21. Eufemismo:
É a suavização de idéias desagradáveis, cruéis,
imorais, obscenas ou ofensivas.
Exemplo: Ele entregou a alma a Deus.
(em lugar de: Ele morreu).
22. hipérbole
Consiste no exagero proposital das coisas,
atribuindo-lhes proporções ou intensidade fora do
normal, quer no sentido positivo, quer no
negativo.
Exemplo: Chorarei pelo resto da vida.
(ninguém chora tanto tempo)
23. metáfora
Atribuir a uma pessoa ou coisa uma qualidade que
não lhe cabe logicamente, mas baseia-se na
semelhança de características.
Exemplo: “Meu cartão de crédito é uma navalha”
(Cazuza)
Exemplo: Ele é um leão
(Ele é muito bravo).
24. Onomatopéia
É a figura pela qual se procura representar sons
através de sinais gráficos
Exemplo: “ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r
eterno!” (Fernando Pessoa).
25. prosopopéia
Consiste em atribuir vida ou qualdade humanas a
seres inanimados, irracionais, mortos, ou
abstratos.
Exemplo: “O mato, já zarolho, enrolando as folhas”.
(Raquel de Queiróz)
26. Aliteração
É a repetição de fonemas idênticos ou semelhantes
no inicio de palavras de um verso ou de uma
frase.
Exemplo: “vozes veladas, veludosas vozes,
volúpias dos violões, vozes veladas,
vagam nos velhos vórtices velozes
dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.”
(Cruz e Sousa)
27. PROFISSÃO DE FÉ
(...)
Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto-relevo
Faz de uma flor.
Imito-o. E, pois, nem de Carrara
A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara,
O ônix prefiro.
(...)
Torce, aprimora, alteia, lima
a frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.
Quero que a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
Sem um defeito.
(...).
( Olavo Bilac. Poesias)
Poesias)
28. Parnasianismo
O parnasianismo é a expressão do realismo no plano da
poesia, com uma produção objetiva, direta,que nomeia os
objetos e seres sem exageros sentimentais. Assim, muitas
das características realistas são aplicadas ao
parnasianismo. Os fundadores deste movimento foram:
Charles Baudelaire e Theóphile Gautier, poetas franceses.
Havia a grande preocupação com a forma (do poema),
construindo versos com ritmo, vocabulário raro e
elementos sensoriais. Sem dúvida, a arte pela arte. Uma
obra de arte.
Principais Autores :
• Olavo Bilac;
• Alberto de Oliveira;
• Raimundo Correia;
• Francisca Júlia.