Este documento discute abordagens para nefropatias obstrutivas, incluindo definições, classificações, etiologias, fisiopatologias, avaliação clínica e meios auxiliares de diagnóstico, além de tratamentos. Apresenta causas mecânicas e funcionais de obstrução do trato urinário, efeitos agudos e crônicos da obstrução renal, alívio da obstrução e diurese pós-obstrutiva.
2. Definição
Uropatia obstrutiva -Qualquer mecanismo, orgânico ou funcional, que
interfira com otransporte de urina ou a dinâmica adequada do ciclo
miccional, provoca uma alteração que afeta os dois elementos que compõem
o trato urinário:
• os elementos condutores ou excretores
• o parênquima renal
Nefropatia obstrutiva-comprometimento específico da função renal causado
pela obstrução e distingue, por sua vez,nefropatia orgânica, representada por
• Atrofia hidronefrótica
• Atrofia obstrutiva
• Atrofia funcional
Relacionados a fatores que podem interferir na filtração glomerular (TFG),c
omo depleção de hidrossalina, inflamação transitória do parênquima renal
devido a infecção e hipertensão intraluminal gerada pela própria obstrução.
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4. Trato urinário
superior- Transportar
a urina da papila renal
para a bexiga;
Trato urinario
Inferior- é armazenar
a urina e esvaziá-la de
forma intermitente e
voluntária,
permitindo,
destamaneira, uma
vida social adequada;
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6. Classificação
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Obstruções
Alto grau
Oclusão total
do lúmen
Baixo grau
Oclusão
parcial do
lúmen
7. ETIOLOGIA
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Obstrução ao
fluxo de urina
Bloqueio
Mecânico
Intrínseco
Extrínseco
Defeitos
Funcionais
8. CAUSAS MECÂNICAS DE OBSTRUÇÃO DO TRATO URINÁRIO
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9. CAUSAS MECÂNICAS DE OBSTRUÇÃO DO TRATO URINÁRIO
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12. LONGO, D. et al. HARRISON Principios de Medicina
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Hidronefrose é a dilatação das
estruturas pielocelulares,
invariavelmente associado com um
processo obstrutivo ao nível da
junção ureteropielica.
14. Defeito Funcional
Anormalidade dos centros pontino ou sacral
de controle da micção.
As causas:
• Bexiga neurogênica, frequentemente com
ureter adinâmico e refluxo vesicoureteral
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15. FISIOPATOLOGIA
trato urinário Superior
Obstrução do
Trato Superior
Obstrução ureteral
aguda e completa Calculo renal
Obstrução crónica
parcial
Hidronefrose
congénita
Obstrução
bilateral aguda.
Anúria
Litíase
bilateral
Obstrução bilateral
crónica. poliurias
obstructivas e pos
obstructivas
Tumores
intra luminar
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17. Características
Clínicas
Efeitos
sobre
os
Túbulos
Efeitos
Hemodinâmicos
↑ Fluxo
sanguíneo
renal
↓ TFG
↓ Fluxo
sanguíneo
medular
↑
Prostagland
inas
vasodilatad
oras, óxido
nítrico
↑ Pressões
ureterais e
tubulares
↑
Reabsorção
de Na+,
ureia, água
Dor
(distensão
da cápsula)
Azotemia
Oligúria ou
anúria
FISIOPATOLOGIA DA OBSTRUÇÃO
URETERAL BILATERAL-Aguda
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18. FISIOPATOLOGIA DA OBSTRUÇÃO
URETERAL BILATERAL-Crônica
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Características
clínicas
Efeitos
sobre
os
túbulos
Efeitos
hemodinâmicos
↓ Fluxo
sanguíneo
renal
↓↓ TFG
↑
Prostaglandi
nas
vasoconstrit
oras
↑ Produção
de renina
angiotensin
a
↓
Osmolaridade
medular
↓ Capacidade
de
concentração
Dano
estrutural;
atrofia
parenquimal
↓ Funções de
transporte
para Na+, K+,
H+
Azotemia
Hipertensão
Poliúria
insensível à
AVP
Natriurese
Acidose
hiperpotass
êmica
hiperclorêm
ica
19. FISIOPATOLOGIA DA OBSTRUÇÃO URETERAL
BILATERAL-Alívio da Obstrução
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Características
clínicas
Efeitos
sobre
os
túbulos
Efeitos
hemodinâmicos
↑ Lenta na
TFG
(variável) ↓ Pressão
tubular
↑ Carga de
soluto para
cada néfron
(ureia, NaCl)
Fatores
natriuréticos
Diurese pós-
obstrutiva
Potencial
para
depleção
volêmica e
desequilíbrio
eletrolítico(
perdas de
Na+, K+,
PO4, Mg2+ e
água)
22. Anamnese
• Dor- início, intensidade,
localização, irradiação, presença
de náuseas ou vômito;
• Urgência miccional e urge-
incontinência
• Disúria
• Hematúria
• Frequência urinaria
• Incontinência pós-miccional,
noctúria
• Necessidade de esforço para
urinar
• Jato lento
• Hesitação
• Sensação de esvaziamento
incompleto
• Alterações no aspecto da urina e
volume urinário
• Febre
• Infecão urinaria
• História pregressa -eliminação
espontânea de cálculo, cirurgias
anteriores na cavidade pélvica,
diabetes, condições neurológicas
ou psiquiátricas e uso de
medicamentos
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23. Exame Físico
• Avaliação física completa
• Palpação e percussão do abdome- (distensão
do rim ou globo vesical).
• Exame retal -aumento de tamanho ou
nodularidade da próstata, anormalidade do
tônus do esfincter retal
• Exame genital-presença de massa retal ou
pélvica
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24. • Hemograma
• Função renal
• Ionograma
• Urina II
• Urocultura
• Sedimento
urinario
•
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25. Meios auxiliares
Radiografia do abdómen • Simples do abdome -pode detectar a existência de
nefrocalcinose ou cálculo radiopaco
• As radiografias pós-miccionais revelam a presença
de urina residual
Ecografia abdominal • Avalia o tamanho dos rins e da bexiga, bem como o
contorno pielocalicial (Especificidade e
sensibilidade de 90% para Hidronefrose)
• com Doppler duplex pode detectar um índice de
resistência aumentado na obstrução urinária
Tomografia computadorizada
(TAC) do Abdómen
• Vantagem de visualizar o retroperitônio,
• Identificar os locais intrínsecos e extrínsecos de
obstrução
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26. Meios auxiliares
Urografia Intravenosa • Defini o local de obstrução e
demonstra a dilatação dos cálices, da
pelve renal e do ureter acima da
obstrução
Urografia retrógrada ou
anterógrada
• visualização de uma lesão suspeita
em um ureter ou pelve renal
• Contraste-IRC
Cisto uretrografia miccional • valiosa no diagnóstico do refluxo
vesicoureteral e nas obstruções do
colo da bexiga e da uretra
Cintilografia Renal • Avalia a função do rim obstruído e do rim
contralateral
• Fundamental para o planejamento
terapêutico
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28. Avaliação do Defeito Funcional
Urofluxometria avalia a:
• contratilidade vesical e a resistência da via de
saída da bexiga durante a micção
Medida do resíduo miccional
Cistometria avalia a:
• Fase de enchimento
• Relação pressão-volume da bexiga
• Complacência e capacidade vesicais
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29. Tratamento
• Nefrostomia
• Ureterostomia
• Cateterização ureteral, uretral ou suprapúbica
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19ª edição. Editora McGrawHill. Rio de Janeiro: 2017,cap 343 29
30. Tratamento
• Quando associada a infecção exige imediato alívio da obstrução, a
fim de impedir o desenvolvimento de sepse generalizada e lesão
renal progressiva
• Infecções crônicas ou recorrentes em um rim obstruído com função
precária podem exigir nefrectomia.
• Na ausência de infecção a cirurgia costuma ser adiada até a
restauração do equilíbrio acidobásico e do estado hidreletrolítico
• A obstrução funcional secundária à bexiga neurogênica pode ser
reduzida com a combinação de micção frequente e agentes
colinérgicos.
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31. DIURESE PÓS-OBSTRUTIVA
• Urina hipotônica e pode conter grandes
quantidades de cloreto de sódio, potássio,
fosfato e magnésio
• É necessária uma administração mais
agressiva de líquidos no contexto da
hipovolemia, hipotensão ou distúrbios nas
concentrações dos eletrólitos séricos- solução
salina a 0,45%.
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32. Bibliografia
• LONGO, D. et al. HARRISON Principios de
Medicina Interna. Volume II. 19ª edição. Editora
McGrawHill. Rio de Janeiro: 2017 Cap 343
• Martins HS, Scalabrini Neto A, Velasco, I.T. Emerg
ências Clínicas Baseadas em Evidências. 1ª Ediçã
o. Rio de Janeiro: Atheneu, 2006.
•
SABISTON JR., D. C., TOWNSEND, M. C. Tratado de
Cirurgia. 16.ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koo
gan,. 2003.
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Notas do Editor
O conjunto dessas duas alterações patológicas, excretor e secretora,qualifica-se com o termo uropatia obstrutiva
elevação das pressões hidrostáticas
proximais ao local de obstrução.
azotemia se instala quando a função excretória global é prejudicada,
frequentemente na presença de obstrução da via de saída vesical, obstrução bilateral
das pelves renais ou dos ureteres, ou doença unilateral em um paciente com um rim
solitário funcionante
A hipertensão é frequente na obstrução unilateral aguda e subaguda e, em
geral, representa uma consequência da liberação aumentada de renina pelo rim
Acometido.
causas mais freqüentes de obstrução, que variam geral-
mente de acordo com a idade e o sexo do paciente
O sedimento está
frequentemente normal, mesmo quando a obstrução leva ao desenvolvimento de
azotemia pronunciada e lesão estrutural extensa
A hidronefrose pode estar
ausente na ultrassonografia quando a obstrução tem menos de 48 horas de duração ou
está associada a contração do volume, cálculos coraliformes, fibrose retroperitoneal ou
doença renal infiltrativa
caracteriza-se por altas pressões nas mulheres, enquanto nos homens
um diagnóstico de obstrução da via de saída da bexiga baseia-se na taxa de fluxo e
pressões de micção
O alívio da obstrução pode ser seguido de
perdas urinárias de sal e de água intensas o suficiente para provocar desidratação
profunda e colapso vascular