2. Introdução
● A incontinência urinária (IU) é a perda involuntária de urina,
representando um importante desafio de saúde e social.
(MELO et al 2023).
● Segundo a NANDA-International, Inc., a IU é um distúrbio que
afeta pessoas de todas as idades e sexos, predominante em
mulheres.
● Impacta 10 a 25% das mulheres acima dos 30 anos,
aumentando para 30-50% na faixa dos 50 anos. (MELO et al
2023).
2
3. Introdução
● O controle urinário requer a integração do trato
urinário com o sistema nervoso. Disfunções podem
levar a urgência, hesitação e incontinência de esforço.
(CÂNDIDO et al 2017)
● Idade avançada, menopausa, diabetes, hipertensão, e
histórico de partos naturais aumentam o risco. (MELO
et al 2023)
● O tratamento varia de acordo com a causa e pode
incluir intervenções comportamentais, fisioterapia,
medicamentos e, em alguns casos, cirurgia. (MOSER et
al 2022).
3
4. Metodologia
➔ Revisão sistemática de literatura.
Bases de Dados Consultadas:
● Scielo
● Medline
● Google Acadêmico
Descritores Utilizados:
● Incontinência urinária
● Abordagem da fisioterapia na mulher com IU
● Tratamento da IU
➔ Foco no tratamento fisioterapêutico na
incontinência urinária
4
5. FISIOPATOLOGIA DA
INCONTINÊNCIA URINÁRIA
● O armazenamento e esvaziamento da urina é
um processo fisiologicamente complexo que
depende da coordenação entre músculos e
sistemas nervosos. Falhas nessa coordenação
podem levar à incontinência urinária (IU).
● Conforme Baracho (2002), a IU pode ser
classificada em cinco tipos clínicos, cada um
com seus próprios mecanismos fisiopatológicos.
● Tipos de Incontinência Urinária:
5
6. Incontinência Urinária de Esforço
● Perda involuntária de urina ocasionada por situações
que levem ao aumento da pressão intravesical, como
tosses, espirros, levantamento de peso, caminhadas,
dentre outros.
● Causada pela redução da pressão uretral, que se
torna incapaz de impedir a saída de urina durante a
realização de atividades que aumentem a pressão
intravesical, como tosses e espirros.
6
7. Incontinência
urinária de urgência
● Necessidade súbita, intensa e imperiosa de
urinar. O paciente perde urina
involuntariamente, pois não tem tempo
suficiente para chegar ao banheiro.
● Decorre de distúrbios neurológicos sensitivos
ou hiperatividade motora do músculo detrusor.
7
8. Incontinência Urinária Mista
● Características simultâneas de incontinência
urinária de esforço e de urgência.
● Mecanismos fisiopatológicos mistos da
incontinência urinária de esforço e de
urgência.
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9. Incontinência Urinária
Paradoxal
● Paciente possui vontade de urinar, mas apenas consegue
eliminar gotas de urina.
● A bexiga não é capaz de ser esvaziada, por problemas
neurológicos ou obstrutivos infravesicais. Quando ela
está completamente cheia, a urina transborda
involuntariamente
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10. Incontinência urinária
contínua
● Perda urinária constante
● Causada por graves lesões ao sistema
esfincteriano, podendo ser secundária a
ressecções pélvicas ou traumas genitais.
A pressão uretral torna-se incapaz de
impedir o fluxo urinário.
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11. Alterações na Bexiga
● Associadas geralmente à hiperatividade da musculatura
detrusora.
● Caracterizada por contrações involuntárias do músculo,
resultando na expulsão involuntária da urina armazenada.
Tipos de Hiperatividade Detrusora:
● Fásica: Contrações aumentam conforme o volume da bexiga,
podendo ou não causar incontinência urinária.
● Terminal: Ocorre uma única e involuntária contração do
detrusor, resultando inevitavelmente em incontinência
urinária com esvaziamento completo da bexiga.
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12. Fatores de Risco para Incontinência Urinária
● Mais comum em mulheres caucasianas.
● 2,6 vezes mais comum em mulheres com histórico familiar da
condição.
● Prevalência aumenta significativamente após a menopausa devido à
redução dos níveis hormonais, levando à atrofia da musculatura
uretral.
● Obesidade agrava a incontinência urinária devido ao aumento da
pressão intra-abdominal e intravesical, resultando no
enfraquecimento da musculatura do assoalho pélvico.
● Partos, o número de partos aumenta a ocorrência de incontinência
urinária, com o peso do recém-nascido também sendo um fator de
risco.
12
13. Fatores de Risco para Incontinência Urinária
● Doenças Crônicas: Diabetes mellitus e doenças pulmonares
obstrutivas crônicas estão associadas a uma maior prevalência de
incontinência urinária, devido a lesões nos nervos autônomos da
bexiga e aumento da frequência urinária.
● Câncer de próstata e seus tratamentos representam causas
frequentes de incontinência urinária em homens.
● Tabagismo, têm maior risco de incontinência urinária devido à tosse
intensa que pode danificar o mecanismo esfincteriano, além da
redução nos níveis de estrogênio.
13
14. UROGENITAL
● Na mulher, o sistema urogenital também inclui rins, ureteres, bexiga, uretra, além dos órgãos reprodutivos, como ovários, útero, tubas
uterinas e vagina.
● No homem, o sistema urogenital inclui órgãos como os rins, ureteres, bexiga, uretra, próstata e órgãos sexuais externos.
14
15. GRUPOS MUSCULARES DO ASSOALHO PÉLVICO
Função Central:
● Sustentação dos órgãos pélvicos.
● Controle da micção e continência fecal.
Componentes:
● Músculos Superficiais: Bulbo esponjosos, Isquiocavernoso, Transversos perineais
superficiais.
● Músculos Profundos: Levantadores do ânus e Coccígeos.
Estrutura e Suporte:
● Fáscia endopélvica, ligamentos paramétricos, e tecido do diafragma musculofascial.
● Períneo: Suporte inferior, envolvendo tecido conjuntivo e músculos do triângulo
urogenital e anal.
Importância na Incontinência Urinária:
● Balanceamento de pressões intra-abdominais.
● Suporte e continência eficaz das vísceras pélvicas.
15
16. Anatomia da Pelve e Suporte Musculoesquelético
Estrutura Óssea da Pelve:
● Ílio, Ísquio, Púbis.
● Articulação com o sacro formando a pelve óssea.
Divisão da Pelve:
● Pelve Maior e Menor.
● Linha terminal definindo a abertura superior.
Genitália Feminina e Sistema Reprodutor:
● Monte pubiano, grandes e pequenos lábios, vestíbulo e clitóris.
● Tubas uterinas, ovários, útero, vagina.
Estabilidade da Pelve:
● Ligamentos, articulações e músculos.
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17. Avaliação Clínica
Objetivo da Avaliação:
Compreender a natureza e gravidade da incontinência urinária em cada paciente.
Anamnese Detalhada:
● Histórico Médico: Investigação profunda do passado clínico do paciente.
● Sintomas Relatados: Identificação e caracterização dos sintomas de
incontinência.
Exame Físico:
● Assoalho Pélvico: Avaliação do estado e função dos músculos do assoalho
pélvico.
● Função Neurológica: Exame da integridade neurológica relacionada à função
da bexiga.
Testes Diagnósticos:
● Diário Miccional: Registro da frequência urinária e padrões de incontinência.
● Exames de Urina: Análise laboratorial para descartar infecções ou outras
anormalidades.
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18. Tratamento Clínico
Abordagem Progressiva:
● Encaminhamento para Fisioterapeuta como opção não invasiva e não
medicamentosa.
Reposição Hormonal:
● Estrogênio em casos específicos.
Agonistas de Receptores Alfa Adrenérgicos:
● Efedrina e Pseudoefedrina.
Betabloqueadores:
● Propranolol.
Antidepressivos Tricíclicos:
● Imipramina, diminui contração da bexiga e fortalece o esfíncter.
Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina:
● Duloxetina, especialmente após cirurgia prostática.
● Venlafaxina, reduz sintomas da menopausa e auxilia no tratamento da
IU.
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19. Avaliação Fisioterapêutica
História Clínica:
● Investigação detalhada dos sintomas, histórico obstétrico (em mulheres),
medicamentos em uso e fatores desencadeantes.
Avaliação Funcional:
● Análise da marcha, postura e mobilidade pélvica.
Avaliação dos Músculos do Assoalho Pélvico:
● Palpação vaginal ou retal para avaliar a função muscular.
Avaliação Neuromuscular:
● Testes para avaliar a integridade dos nervos que controlam a bexiga e os músculos do
assoalho pélvico.
Avaliação da Função da Bexiga:
● Diários miccionais e, ocasionalmente, testes urodinâmicos para avaliar o padrão de
esvaziamento vesical.
Avaliação de Fatores Predisponentes:
● Obesidade, constipação crônica, tosse crônica, tabagismo.
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20. Tratamento Fisioterapêutico
Estudo Clínico:
● Estudo com 55 participantes do sexo feminino, com histórico de partos
normais e incontinência urinária.
Técnicas Utilizadas:
TENS (Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea):
● Aplicação de acordo com a anamnese e grau de enfraquecimento
muscular.
● Seleção dos tipos de corrente a serem aplicados.
● Frequência determinada individualmente para cada participante.
Exercícios de Fortalecimento do Músculo do Assoalho Pélvico (MAP):
● Contrações rápidas e lentas, totalizando 200 repetições.
● Realizados em posição ortostática, sentado e decúbito dorsal.
Resultados do Tratamento:
● Melhora significativa na qualidade de vida e redução da incontinência
urinária.
● Vários pacientes não necessitam do tratamento completo de 15
sessões devido à melhora observada.
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21. Tratamento Fisioterapêutico
Cinesioterapia:
● Abordagem terapêutica eficaz que envolve uma série de
exercícios físicos específicos.
● Destaque para os exercícios de Kegel, que têm sido
amplamente documentados como eficazes na redução
da incontinência.
Exercícios para Fortalecimento do MAP e TENS:
● Baseados na contração voluntária da musculatura
perineal para aumentar a resistência uretral e
sustentação dos órgãos internos.
● TENS auxilia no conhecimento da musculatura pélvica e
inibe o músculo detrusor, reduzindo o número de
micções.
Utilização de Cones Vaginais:
● Auxiliam nos exercícios de fortalecimento recrutando a
musculatura pubo-coccígea.
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22. Biofeedback no Tratamento da Incontinência Urinária
O que é o Biofeedback?
● Uso de um dispositivo para monitorar eventos fisiológicos, como a
contração muscular, que podem passar despercebidos pelo paciente.
Como Funciona:
● No contexto da incontinência urinária, a contração muscular é
monitorada por meio de eletromiografia.
● Isso permite ao paciente diferenciar a atividade dos músculos elevador
do ânus e reto abdominal.
Benefícios do Biofeedback:
● Desenvolvimento de uma percepção precisa dos músculos que estão
sendo contraídos.
● Aquisição de controle voluntário sobre esses músculos por meio de
programas de fortalecimento muscular agonista e antagonista.
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23. Biofeedback
Resultados Clínicos:
● Alguns estudos relatam uma melhoria de até 82% nos
episódios de incontinência com o uso do biofeedback.
Aplicações Clínicas:
● Amplamente utilizado como parte do tratamento
fisioterapêutico da incontinência urinária.
● Pode ser combinado com outras técnicas, como
exercícios de Kegel e terapia comportamental.
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24. CONCLUSÃO
Papel da Fisioterapia:
● Desempenha um papel importante no fortalecimento e na funcionalidade do assoalho
pélvico.
● Reduz ou até elimina a incontinência urinária por meio de abordagens não invasivas.
● Além da aplicação de técnicas específicas, o fisioterapeuta educa sobre o assoalho pélvico e
sua função.
● Treina o controle consciente da contração e do relaxamento, associando a contração a uma
função específica.
● A fisioterapia demonstra eficácia ao reduzir as perdas urinárias e fortalecer o assoalho
pélvico.
● Promove conscientização e melhora significativa na qualidade de vida dos pacientes.
● Ajuda os pacientes a se sentirem mais seguros e confiantes para realizar suas atividades
diárias.
● Contribui para a autonomia e independência dos pacientes.
● Minimiza a necessidade de tratamentos invasivos ou medicamentosos.
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26. The Hundred
➢ Com o objetivo de fortalecer abdominais e com a
orientação do Fisioterapeuta também o MAP.
Variação com elásticos no tornozelos ou bola entre
eles.
26
27. One Leg Circles
➢ Com o objetivo de fortalecimento de flexores e
rotadores de quadril, abdominais e MAP.
27
28. Single Leg Stretch
➢ Com o objetivo de fortalecer abdominais e
dissociação de quadris, alongamento em coluna
lombar e glúteos e MAP.
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29. The Saw
➢ Mobilizar coluna em flexão e rotação, realizar os
princípios dos exercícios de Kegel e alongar cadeia
posterior, fortalecendo oblíquos e MAP. Variação
com bola entre os joelhos realizando uma isometria
em adução.
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30. Double Leg Kick
➢ Alongamento ativo da cadeia anterior, mobilização
da coluna em extensão, estimulando cadeia
posterior e MAP, alongamento dinâmico em
extensores de joelhos. Variação abdução com
elástico nos tornozelos.
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33. Side Kick Kneeling
➢ Mobilização coxofemoral, fortalecimento e ganho
de estabilidade em cintura pélvica e MAP e linha
escapular. Variação com elástico entre os
tornozelos em menor grau de amplitude focando
o MAP.
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34. Bridge
➢ Fortalecimento de cadeia posterior, ganho de
estabilidade em cintura pélvica e MAP e sua
variação com elástico nos joelhos Bridge hip
abduction
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35. Rocking
➢ Alongamento de cadeia anterior, mobilização da
coluna em extensão e controle do MAP.
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