O documento discute as disfunções do sistema geniturinário e gastrointestinais em crianças, incluindo anatomia, fisiologia, sinais e sintomas, exames complementares e principais patologias como infecções urinárias, glomerulonefrites e distúrbios gastrointestinais como vômitos, diarreia e hérnias.
Assistência à Crianças em Disfunção Geniturinária e Gastrointestinal
1. Assistência à Crianças em Disfunção
Geniturinária e Gastrointestinal
SEMINÁRIO DE SAÚDE DA CRIANÇA
SOCIEDADE DE ENSINO ESTÁCIO DE SÁ
CENTRO DE ENSINO UNIFICADO DE TERESINA
COORDENAÇÃO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM
TERESINA 2016
5. Sistema Geniturinário
• Manutenção do volume e da composição química
dos líquidos corpóreos.
• Depuração dos produtos químicos endógenos e
exógenos.
• Regulação da produção de hemácias pela síntese
de eritropoietina.
• Regulação do metabolismo mineral: cálcio, fósforo
e magnésio.
Principais Funções
7. Sistema Geniturinário
Curiosidades Patológicas
• A disfunção no sistema geniturinário é muito comum em crianças.
• Disfunções Primárias:
• Uma disfunção primária poder advir de doenças que se originam no rim ou
trato urinário (ex., pielonefrite, displasia ou síndrome nefrótica).
• Disfunções Secundárias:
• decorre de doenças sistêmicas que alteram função renal, como lúpus
eritematoso sistêmico(LES), desidratação e insuficiência cardíaca.
8. Curiosidades Patológicas
• As anormalidades das muitas
funções do rim aparecem
predominantemente como
alterações no aspecto ou
volume da urina e
anormalidades no equilíbrio
hidroeletrolítico ou ácido-
básico.
9. Como a produção fetal de urina contribui para o volume de líquido
amniótico, as anomalias renais frequentemente se associam a
redução desse volume (oligoidrâmnio) e, com menor frequência, há
maior volume de liquido amniótico (poliidrâmnio). As anomalias
renais e ureterais ocorrem em 3-4% dos recém nascidos
(BEHRMAN e KLIENGMA, 2000).
10. Exame Clínico
Anamnese
Uma boa historia
clinica é a chave
principal para o
diagnóstico das
doenças do
sistema urinário.
Pacientes com
lesão renal
apresenta
queixas que
não guardam
relação direta
com os rins ou
trato urinário
Pacientes
costumam
atribuir aos rins
sintomas que
não decorrem de
lesão no sistema
urinário.
11. Exame Clínico
Sinais e Sintomas
As principais manifestações
de doenças no sistema
urinário incluem:
Alterações da Micção:
Volume e ritmo urinário
Alteração das características
Da urina
Dor Edemas Febre
12. Volume urinário superior a 2.500 ML por 24h
Diminuição do volume de excreção da urina.
Sinais e Sintomas
Alterações da Micção: volume e ritmo urinário
OLIGÚRIA E ANÚRIA
POLIÚRIA
Micção associada a dor, ardor ou
desconforto.
DISÚRIA
Necessidade súbita de urinar ou frequente.
POLACIÚRIA
Micção aumentada a noite.
NICTÚRIA OU NOCTÚRIA
Incapacidade de esvaziamento total da bexiga
urinária.
RETENÇÃO URINÁRIA
13. Sinais e Sintomas
Alterações das Características da Urina
COR
Presença de sangue na urina
HEMATÚRIA
Presença de hemoglobina livre na urina
HEMOGLOBINÚRIA
Ocorre pela destruição muscular maciça por
traumatismo ou queimadura.
MIOGLOBINÚRIA
Consequência da eliminação
de porfirinas ou seus
percursores.
PORFIRINÚRIA
14. Alterações das Características da Urina
Associada a infecção urinária;
Cistite;
Pielonefrite;
Obsesso renal;
Obsesso Pariental;
Obsesso Uretral
Obsesso Prostático
HURINA TURVA
Liberação de Amônia;
Aumento na concentração de soluto;
Processo Infecioso;
Medicamento
MAL CHEIRO
16. Sinais e Sintomas
• Se difere em doenças renais agudas e crônicas.
Edemas
• Glomerulonefrite aguda e crônica
• Síndrome Nefrótica
• Insuficiência Renal Aguda e Crônica
17. Sinais e Sintomas
• Em infecções agudas
• as principais causas são pielonefrite, cistite e prostatite.
• Em infecções crônicas,
• a temperatura está discretamente aumentada , às vezes acompanha de
calafrios
Febre
18. Exame Físico
INSPEÇÃO DO ABDOME, FLANCOS E COSTAS
CONPRESSÃO DOS
ANGULOS
COSTOVENTRAIS
PUNHO-
PERCUSSÃO
ESSA MANOBRA PODE
PRODUZIR UMA
REAÇÃO DOLOROSA
19. Exame Físico
• A palpação deverá ser feita na região supra púbica.
• Toque bimanual: Será detectado
• tumores e cálculo de bexiga
Bexiga Urinária
21. Caracterizada pelo aparecimento súbito de urina
escura, hipertensão arterial, edema e azotomia.
Causada por infecções bacterianas (ex: sífiles) e
anticorpos circulantes que lesam a membrana
glomerular.
Patologias Relacionadas
• Decorre de processos inflamatórios dos glomérulos renais e pode
ser classificado em: Glomerulonefrite Aguda e/ou crônica;
Síndrome Nefrítica
Glomerulonefrite
Aguda
22. A síndrome nefrítica pode evoluir –se durante anos,
chegando a ser crônica;
Em uma determinada fase da evolução as
manifestações clínicas tornam-se progressivas
levando o indivíduo a insuficiência renal crônica
terminal.
Síndrome Nefrítica
Glomerulonefrite
Crônica
23. Patologias Relacionadas
• É uma patologia que afeta qualquer parte do aparelho urinário,
desde os rins, a bexiga, até a uretra.
• É decorrente da presença de agentes infecciosos em alguma parte
do sistema urinário
Infecção Urinária
PIELONEFRITE
• Acomete os rins e
pelve renal
• Pode ser aguda ou
crônica
CISTITE E URETRITE
• Infecção restrita à
bexiga e/ou a uretra
• Provoca desconforto e
sensação dolorosa na
região suprapúbica.
PROSTATITE
• Dor sacral que se
acompanha e
desconforto retal e
testicular.
• Piúria e hematúria
estão presentes
24. Patologias Relacionadas
• É uma disfunção na bexiga que faz com que o indivíduo não
consiga controlar sua urina adequadamente devido a alterações no
sistema nervoso.
Bexiga Neurogênica
• Bexiga neurogênica hipoativa:
• É incapaz de se contrair voluntariamente mas não há um esvaziamento
adequado;
• Bexiga neurogênica hiperativa:
• Caracterizada por perda involuntária de urina.
25. Disfunções Gastrointestinais
• Os distúrbios gastrointestinais podem envolver as anomalias
ligadas ao tubo primitivo, desde a hipofaringe até o esfíncter anal,
• Defeitos da parede, que podem resultar em alterações do trato
gastrointestinal, que irão interferir com o funcionamento e
desenvolvimento desse.
• O sistema gastrointestinal serve para processar e absorver os
nutrientes necessários à manutenção dos processos metabólicos e
ao suporte do desenvolvimento e crescimento.
O que é?
26. Disfunções Gastrointestinais
• Estômago arredondado e situado horizontalmente
• Esvaziamento gástrico (3 horas em RN e 6 horas em lactentes),
determinando a frequência e quantidade de refeições.
• Devido maior quantidade de líquido extracelular até os 2 anos
de idade, há uma maior perda de líquidos por perdas
insensíveis,
• A taxa de metabolismo é maior devido a grande superfície
corpórea do RN, independente da imaturidade renal que
também colabora na excreção de metabólitos.
• Os RN prematuros apresentam baixa atividade enzimática de
tripsina, lipase e amilase e baixas concentrações de sais
biliares a deficiência de digestão de gorduras.
Características no RN e Lactantes
27. relaxamento do esfíncter esofágico inferior. Em RN pode
ser normal pela imaturidade neuromuscular. Reflexo
contínuo pode haver sangramento por irritação de
mucosa.
Observar sintomas associados, investigando as causas,
reduzindo os episódios.
Disfunções Gastrointestinais
Distúrbios de Motilidade
Vômitos
Refluxo
Gastresofágico
28. Distúrbios de Motilidade
pode ser leve ( perda de 5% água), moderada (10%) e
grave (15%). O choque pode acontecer com depleção de
líquido extracelular, taquicardia, e pressão arterial
baixa.
Aumento no número de evacuações com diminuição na
consistência das fezes. Pode ser aguda ou crônica.
Causas: orgânica, infecção.
Diarreia Desidratação
29. Distúrbios de Motilidade
Observar a progressão do objeto quando passar pelo
piloro com radiografia. Pode se feita a esofagoscopia,
com sonda gástrica magnetizada para corpos ionizáveis e
laparoscopia.
Eliminação de fezes endurecidas a intervalos maiores
Fatores emocionais
Fatores Neurológicos
Fatores Metabólicos
Constipação
Ingestão de
Corpos Estranhos
30. Disfunções Gastrointestinais
• É a protrusão de uma porção de um órgão ou de vários órgãos
através de uma abertura anormal.
• O risco da herniação é de prejudicar a circulação e de que os
órgãos salientes invadam outras estruturas orgânicas.
Hérnias
Diafragmática Hiato Umbilical Onfalocele Gastrosquise
31. Disfunções Gastrointestinais
• ESTENOSE HIPERTRÓFICA DO PILORO
• Obstrução do esfíncter pilórico por hipertrofia da musculatura circular do
piloro. Correção cirúrgica.
• ATRESIA ESOFÁGICA COM FÍSTULA TRÁQUE0-ESOFÁGICA
• Falha anatômica, geralmente com comunicação esôfago – traqueia.
• ÂNUS IMPERFURADO
• Malformação da região anal. Correção cirúrgica.
• APENDICITE AGUDA
• Inflamação do apêndice vermiforme ou saco cego no fim do ceco. Obstrução
do lúmen por fecalito, hiperplasia linfoide, aderência ao peritônio.
Afecções mais frequentes
32. Afecções mais frequentes
• DIVERTÍCULO DE MECKEL
• Estrutura remanescente fetal que conecta o saco vitelino à cavidade
intestinal durante a vida fetal, contém mucosa gástrica, produzindo ácido
clorídrico e pepsina que irritam o intestino, provocando sangramentos.
Correção cirúrgica
• COLITE ULCERATIVA
• Reação inflamatória crônica, envolvendo a mucosa e submucosa do intestino
grosso. Incidência maior em adolescentes. Provoca diarreia com traços de
sangue, precedida de cólica e sucedida de distensão abdominal.
33. Afecções mais frequentes
• DOENÇA DE CROHN
• Acomete mais o íleo terminal, porém acomete todas as camadas da parede
intestinal (transmural). O edema e inflamações progridem para ulcerações
profundas.
• ÚLCERA PEPTICA
• Erosão da parede mucosa do estômago, piloro ou duodeno.
• HEPATITE AGUDA
• Causada por Vírus, principalmente A, B e C, causando inflamação hepática,
levando cirrose.
34. Disfunções Gastrointestinais
• Obter consentimento por escrito, explicando o procedimento à criança
(brinquedo terapêutico) e aos pais.
• Auxiliar no preparo do intestino (enemas) ou antibióticos prescritos;
• Atentar para dados coletados no histórico ( alergias, cicatrizes etc) ;
• Monitorizar sinais vitais;
• Atentar para eventuais complicações: choque, obstrução intestinal,
perfuração e peritonite ( sinais de distensão abdominal e dor aguda);
• Prover nutrição parenteral adequada, prevenido desequilíbrio
nutricional, desidratação.
Assistência de Enfermagem
Pré - Operatório
35. Disfunções Gastrointestinais
• Monitorizar paciente;
• Avaliar nível de consciência;
• Manter Vias Aéreas permeáveis e oxigenoterapia se
necessário;
• Prover posição confortável e auxiliar na
higienização;
• Trocar curativo cirúrgico e drenos, anotando
aspecto;
• Realizar balanço hidroeletrolítico (infundido X
eliminado);
• Anotar aspecto e quantidade dos líquidos drenados
e eliminações vésico-intestinais;
• Prevenir infecção, mantendo técnicas assépticas;
Assistência de Enfermagem
Pós - Operatório
• Prover nutrição parenteral ou enteral, quando indicado;
• Anotar débito e aspecto da secreção de SOG, se aberta;
• Detectar sinais precoces de complicações ( nível de
consciência rebaixado, sinais vitais, sangramentos,
distensão abdominal, sinais flogísticos);
• Prevenir úlcera por pressão com mudança de decúbito
2/2h;
• Orientar criança e família, minimizando ansiedade;
• Registrar intercorrências no prontuário.