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DOENÇAS DO CÓLON,
RECTO E ÂNUS
RENATA DHIRAJLAL
MÉDICA RESIDENTE DE CIRURGIA PEDIÁTRICA
JULHO/2022 1
Sumário
 PARTE I
 ANATOMIA
 FISIOLOGIA
 SEMIOLOGIA
 ABORDAGEM DO DOENTE
 DOENÇAS INFLAMATÓRIAS (COLITE ULCEROSA, DOENÇA DE
CROHN, COLITE AMEBIANA, PROCTITE, FISSURA ANAL, SUPURAÇÃO
ANAL)
2
Sumário
 PARTE II - TUMORES
 PÓLIPOS E LESÕES PRÉ-CANCERÍGENAS
 CARCINOMA DO CÓLON
 CARCINOMA DO RECTO
 CARCINOMA DO ÂNUS
 PARTE III – MISCELÂNIA
 DOENÇA DIVERTICULAR
 HEMORRÓIDAS
 PROLAPSO RECTAL
 MALFORMAÇÕES ANORRECTAIS
3
PARTE I
4
Introdução
 A coloproctologia é a área médica que se dedica
às doenças do colon, recto e do ânus.
 É uma área partilhada por duas especialidades médicas,
a cirurgia geral e a gastrenterologia.
5
Anatomia
 Cólon e recto :≈ 150 cm de comprimento
 Íleo terminal esvazia-se no ceco pelo
orifício ileocecal.
 Ceco: segmento de 10cm com diâmetro
de 7,5cm.
 Apêndice estende-se do ceco,
aproximadamente 3cm da válvula
ileocecal como um tubo alongado (8-
10cm de comprimento).
 Apêndice pode apresentar várias
posições:
 retrocecal 65%, pélvica 31%, subcecal
2,3%, pré-ileal 1% e retro-ileal 0,4%.
6
Anatomia
Válvula Íleo-cecal
7
 Cólon ascendente, de ≈ 15 cm, com a
superfíce posterior fixa no retroperitoneu
 Cólon transverso, de ≈ 45 cm, fixo nas
flexuras hepática e esplénica, completamente
revestido pelo peritoneo visceral
 Cólon descendente encontra-se ventralmente
ao rim esquerdo e estende-se pela flexura
esplénica, de ≈ 25 cm
 Cólon sigmóide (15-50cm), é muito móvel e
mais espesso
Linha branca de Toldt: fusão entre o mesentério
e retroperitoneu
≈
8
 Recto e cólon sigmóide
servem de reservatório fecal
 Recto: ≈ 12-15 cm e não
possui ténias coli ou apêndices
epiplóicos
 Ocupa a curva sacral na pelve
verdadeira
 Espaço peritonializado
anteriormente :saco de
Douglas
9
Suprimento arterial
10
Drenagem venosa e drenagem linfática
11
Fisiologia do Cólon
 Cólon: reciclagem dos nutrientes e absorção de água
 Recto: eliminação das fezes
 Reciclagem dos nutrientes:
 Actividade metabólica da flora colónica
 Motilidade colónica
 Absorção e secreção da mucosa
 Eliminação das fezes:
 Desidratação dos conteúdos colónicos e defecação
12
Fisiologia do Cólon
 Os nutrientes são degradados no lúmen intestinal pelas secreções
biliopancreáticas e gastrointestinais.
(intestino delgado absorve maior parte dos nutrientes, parte do líquido
e sais biliares)
 Líquido ileal: rico em água, electrólitos e nutrientes
 Cólon: função de recuperar e evitar perdas desnecessárias de líquidos,
electrólitos, nitrogénio e energia.
13
 1.Cego e Cólon Ascendente
 Propulsão 1cm/hora
 Reabsorção de líquidos e electrólitos
 A microflora produz energia através da fermentação (butirato)
 2.Cólon Transverso
 Propulsão rápida
 Absorção de água e sódio
 Regulação do volume  3.Cólon descendente
 Armazena os resíduos até que possam ser excretados
 Pouca absorção
 4.Recto
 Reservatório fecal 14
Semiologia
 Principais sinais e sintomas:
 Dor
 Prurido anal
 Rectorragia
 Alteração dos hábitos intestinais
 Tumefacções
 Náuseas e vómitos
 Anemia
 Perda de peso
15
Dor
 Mais comum
 Abdominal e perineal
 Abdominal:
 Difusa
 Por regiões
 Perineal:
 Lesões agudas da região
 Tenesmo: sensação de dor no recto e períneo, associada ao desejo
imperioso de evacuar. 16
Dor ano-rectal – Forma de apresentação
1.No momento da evacuação
 Fissura anal
 Cancro anal
2. Contínua, exacerbando-se com a evacuação
 Trombose hemorroidária
 Abcesso
3. Sem relação com a evacuação.
 Contínua
 Cancro anal avançado
 Descontínua
 Proctalgia fugaz, nevralgia anal, coccigodinia 17
Dor anorrectal essencial
 Proctalgia fugaz
 Dor rectal profunda, tipo caímbrã
 Surge na primeira metade da noite;
 Sobretudo no sexo feminino;
 Intensidade variável;
 Pode demorar desde alguns segundos até meia hora.
 Nevralgia anal
 Dor anal mal definida;
 Variável na intensidade, localização e irradiação;
 Sem horário determinado;
 Mais frequente nas mulheres, com alterações psiquiátricas. 18
Dor anorrectal essencial
 Coccigodinia
 Representa a maioria dos casos das algias proctológicas essenciais;
 Dor referida ao ânus, recto ou períneo;
 Agravada pelo toque ou pela mobilização do cóccix;
 Agravada com os movimentos, a posição de sentado e, por vezes, com a
defecação;
 Tratamento muito difícil;
 Mais frequente nas mulheres com mais de 50 anos.
19
Prurido anal
 Sensação e necessidade mais ou menos imperiosa e intensa de prurido.
 Embora possa aparecer como uma manifestação isolada, o prurido
habitualmente está associado a outras queixas, como a rectorragia, a
escorrência anal ou a dor.
 A queixa de prurido obriga sempre a ouvir cuidadosamente o doente e a fazer
um exame completo.
20
Prurido anal - Formas clínicas e etiológicas
 Proctológicas
 Supurações perianais e anais;
 Estados inflamatórios: criptites, papilites, ano-rectites;
 Ulcerações, fissuras;. Hemorróides, sobretudo prolapsadas;
 Tumores benignos e malignos;
 Afecções víricas: condilomas, herpes, psoríase, líquen;
 Sequelas de pós-operatórios proctológicos.
 Alérgicas
 Alergias de contacto : tópicos, roupa interior.
 Infecciosas
 Microbiana/ Micótica
21
Prurido anal – Formas clínicas e
etiológicas
 Locoregionais
 Ginecológicas: leucorreia por Candida, Trichomonas.
 Intestinais: parasitoses (oxiuríase, áscaris, ténia, giardia); diarreia
(fezes ácidas)
 Sistémicas
 Diabetes, gota, nefropatias, hemopatias
 Sem causa
 Prurido essencial
22
Rectorragia
 Hematoquézia – sangramento proveniente do recto e ânus, em que o sangue
fica em torno das fezes mas não se mistura com elas ou goteja após a
evacuação em pequenas quantidades.
 Rectorragia – eliminação de sangue vivo em maior volume, em que muitas
vezes é a própria evacuação
 Melenas – eliminação de fezes escurecidas / “em borra de café”
23
Rectorragia
 Duração e frequência
 Relação com as fezes (antes ou depois, isoladamente)
 Quantidade (abundante, pequena ou apenas tingindo o papel)
 Queixas associadas : astenia intensa, vertigens, lipotímia, tenesmo, alterações do
trânsito intestinal, dor abdominal ou anal, muco ou pús, febre.
 Antecedentes: sem antecedentes, introdução de corpos estranhos, cirurgia ano-rectal
prévia, uso de medicamentos anticoagulantes, antecedentes familiares de poliposes ou
cancro do cólon.
24
 Pode suspeitar-se da origem provável da rectorragia em algumas situações:
 Rectorragia mínima que mancha a roupa interior
 faz pensar numa lesão muco-cutânea anal ou peri-anal,
 num prolapso permanente ou, mais raramente,
 num cancro anal ulcerado.
 Sangue vermelho vivo que pinga na sanita :
 causa hemorroidária. Em geral, o sangue é expulso depois da
evacuação, sob a forma de gotas ou em jacto.
 Sangue vermelho que recobre as fezes :
 Geralmente devido a uma lesão ulcerada, tumoral ou inflamatória, de
localização distal. 25
Rectorragia – causas mais frequentes.
 Doença diverticular
 Doenças intestinalis inflamatórias
 Lesões vasculares
 Pólipos
 Hemorróides
 Cancro
26
Modificação dos hábitos intestinais
 Irregularidade de evacuação
 Alteração da consistência das fezes
 Obstipação
 Episódios recorrentes de diarreia
 Alteração no formato das fezes
27
Obstipação
 Ritmo normal: variável
 Obstipação: intervalo > 48h
 Aspecto das fezes:
 Normais: forma cilíndrica (2 ou mais centímetros de diâmetro),
 Fragmentadas
 Ressecadas
 Fezes em cíbalos: em pequenas bolas
 Fezes em fita: decorrente de estreitamento do cólon ou reto
28
Escorrências anais
 Pode ser anal e estar em relação com uma fístula ou fissura infectada.
 Pode ser independente do ânus e recto, (quisto pilonidal ,hidradenite
supurativa)
 Sensação de humidade anal incolor, que é ocasionada por uma sudorese
abundante, ou está em relação com um pequeno prolapso hemorroidário
intermitente, ou é provocada por uma dermatite perianal com escorrência.
 Uma pequena escorrência fecal na ausência de causa orgânica, corresponde
habitualmente a problemas funcionais de ligeira incontinência.
29
Tumefacção anal
 De longa duração (anos) pode corresponder a mariscas residuais, a papilomas
ou a um quisto sebáceo.
 Tumefacção com evolução relativamente curta (até 6 meses) pode sugerir
cancro.
 Tumefacção de evolução recente (dias) e aguda faz pensar em trombose
hemorroidária ou em abcessos.
 Aparição intermitente (prolapso, lesão polipóide)
30
Abordagem do doente
 História de início da sintomatologia e revisão do aparelho gastrointestinal.
 Exame abdominal: massas palpáveis, organomegalias, hérnias da parede
abdominal;
 Pesquisa de adenomegalias: inguinais, axilares, cervicais;
 Manifestações extra-intestinais da doença inflamatória intestinal: uveítes,
manifestações articulares, eritema nodoso, ulcerações orais;
 Exame neurológico: doença de Parkinson, polineuropatias;
 Exame ginecológico: fístula recto-vaginal, lacerações perineais;
31
Exame Rectal
 Inspecção.
 Toque rectal (palpação)
 Anuscopia
 Rectossigmoidoscopia
 A ausência de preparação intestinal permite adquirir sinais diagnósticos
importantes: presença de fezes, sangue ou muco; obter colheitas para
microbiologia;
32
Toque rectal
 Uso de luva
 Lubrificante
 Palpar e percutir a região suprapúbica
 Examinar a região perianal
 Posição do examinador: à esquerda
 Exposição do ânus, afastando as nádegas
 Introdução do indicador de forma lenta e suave
33
Exame Proctológico
34
1)Decúbito lateral 2)abaixado 3)Posição genupeitoral 4)posição de litotomia
 Inspecção:
 Inspecção da roupa interior
 Inspecção directa
 Afastamento das nádegas
 Observação com esforço defecatório (avaliar descida do períneo, despistar
presença de prolapsos)
 Região anal é delicadamente entreaberta
 Observar presença de tumorações, abcessos, fissuras, condilomas,
fístulas, prolapsos
 Toque rectal:
 Parede anterior: próstata
 Paredes laterais do canal anal
 Parede posteior: sacro
35
Anuscopia
36
Rectossigmoidoscopia
37
Exames Complementares
 1.Exames Laboratoriais
 Hemograma e VS
 Bioquímica
 Marcadores tumorais - antígeno carcinoembrionário (CEA)
 PCR
 Coprocultura
 Exame parasitológico de fezes
 Pesquisa de sangue oculto nas fezes
38
Exames Complementares
 2.Exames de imagem
 Raio-X simples do tórax
 Raio-X simples do abdómen
 Enema baritado / clister opaco
 Ecografia Abdominal
 Ecografia Trans-rectal
 TAC
 RM
 3.Endoscopia e biópsia
39
Doenças Inflamatórias
40
Doença inflamatória intestinal
 Termo para denotar duas doenças de etiologia desconhecida com
características geralmente semelhantes:
 Colite Ulcerosa
 Doença de Crohn
 A sua distinção é feita com base em critérios clínicos e patológicos.
41
Colite Ulcerosa
 Maior ocorrência nos países desenvolvidos
 Todas as faixas etárias são susceptíveis, mas afecta mais pacientes <30anos
 Especulação sobre a influência de factores dietéticos (ingestão inadequada de
fibras, aditivos químicos, açúcares refinados e leite de vaca)
 C.difficile e Campylobacter jejuni têm sido implicados na patogénese
 História familiar de DII confere risco significativo
42
Colite Ulcerosa
 Os processos patológicos envolvem a mucosa e submucosa, sem
comprometimento da camada muscular.
 Inflamação interrupta da mucosa colónica desde o recto distal que se estende
ao cólon ascendente
 Aparência macroscópica: mucosa hiperémica, friável, com granulações e
úlceras nos casos mais graves
 Ulcerações: pequenas erosões superficiais à ulceração de toda a mucosa
 Envolvimento rectal (proctite) é o sine qua non da doença
 Lesão característica: abcessos da cripta
 pANCA em 86%
43
Colite Ulcerosa
 Manifestações clínicas
 Diarreia e passagem de muco
 Urgência
 Hematoquézia
 Desconforto abdominal
 Manifestações extra-intestinais: artrite, espondilite anquilosante, eritema
nodoso, pioderma gangrenoso e colangite esclerosante primaria.
Risco de Carcinoma:
• Duração prolongada da doença, doença pan-colónica
• Tumores pouco diferenciados e altamente agressivos
• Estenose colónica é um carcinoma até que se prove o contrário 44
Colite Ulcerosa
 Diagnóstico:
 Rectossigmoidoscopia
 Colonoscopia? (risco de perfuração)
 Tratamento
 Clínico: aminossalicilatos, corticoesteróides e drogas imunomoduladoras.
(5-ASA)
 Cirúrgico: colite fulminante, megacólon tóxico, sangramento maciço,
doença intratável e displasia ou carcinoma.
45
Doença de Crohn
 Doença inflamatória intestinal inespecífica que pode afectar qualquer segmento
do trato gastrointestinal
 Inflamação prdominantemente submusoca com parede colónica espessada.
 Distribuição bimodal (15-30 anos e 55-80anos)
 Etiologia: resposta a um agente infeccioso específico, barreira mucosa
deficiente que permite maior exposição aos antigénios e resposta anormal do
hospedeiro aos antígenos dietéticos. (teorias)
 Pode apresentar grandes úlceras lineares profundas (“garras de uso”)
 A mucosa normal interpõe-se a áreas de inflamação
 Característica histológica :Granuloma não caseoso
46
Doença de Crohn
 Quadro clínico:
 Dor abdominal, diarreia e perda de peso
 Anorexia, febre, aftas orais
 Doença anal (fissuras, pólipos, fístulas, estreitamentos anais…)
 Diagnóstico:
 Colonoscopia
 TC
 Biópsia
47
Doença de Crohn
 Tratamento
 Clínico:aminosalicilatos, esteróides, imunomoduladores, infliximab)
 Cirúrgico: intratabilidade, oclusão intestinal, abcesso intra-abdominal,
fístulas, colite fulminante, megacólon tóxico, sanframento maciço, cancro,
retardo no crescimento.
48
 Doença de Crohn Colite Ulcerosa
49
Colite Amebiana
 Inflamação causada pelo parasita Entamoeba histolytica,
uma "ameba" que pode ser encontrada na água e em
alimentos contaminados por fezes.
 Após a infecção do hospedeiro por ingestão de quistos, os
trofozoítos colonizam o lúmen intestinal, onde se
multiplicam e vivem como comensais.
 quando os trofozoítos penetram na mucosa intestinal,
ocorre uma reacção inflamatória que pode levar à
destruição do tecido envolvido
 Quadro clínico: dor abdominal, diarreia, desinteria, úlceras,
abcessos
 Diagnóstico: clínico, parasitológico de fezes, coprocultura,
imunologia,molecular.
 Tratamento : Metronidazol
50
Proctite
 Inflamação da mucosa rectal
 Etiologia:
 Infecções sexualmente transmissíveis (p. ex., Neisseriia
gonorrhoeae, Chlamydia spp)
 infecções entéricas (p. ex., Campylobacter,Shigella,Salmonella—
Introdução a bacilos gram-negativos)
 Doença inflamatória intestinal
 Radioterapia
 Proctite associada a uso prévio de antibióticos pode ser decorrente
de Clostridioides difficile (anteriormente Clostridium difficile).
51
Proctite
 Quadro clínico:
 tenesmo
 Rectorragia ou passagem de muco
 Dor anorretal intensa.
 Diagnóstico:
 Sigmoidoscopia ou Colonoscopia
 Esfregaços
 Exames de fezes
 Exames seroleogicos (sífilis)
 Tratamento
 Proctite infecciosa: Ceftriaxona + Doxiciclina
 Proctite actínica: corticosteróides
52
Fissura Anal
 É uma úlcera linear da metade inferior do canal anal, geralmente localizada na
comissura posterior na linha média.
 Pode se localizar na linha média anterior ou linha média posterior.
 Achados associados:
 Externamente: hemorróide sentinela, plica
 Internamente: papila anal alargada
 Etiologia: passagem de fezes grandes e duras, dieta inadequada, cirurgia anal
prévia, trabalho de parto e abuso de laxantes
 Quadro clínico: dor, ligeiro sangramento com a defecação
53
Fissura anal
 Tratamento clínico:
 banhos de assento quentes
 Hidrocortisona e lidocaína
 Agentes comerciais de formação de volume fecal (sementes de psyllium)
 Nitroglicerina, dinitrato de disissorbida
Tratamento cirúrgico
54
Supuração Ano-rectal
 Abcesso
 Origem na glândula anal.
 Tipos:
 Interesfincteriano – assintomático/ dor pulsátil forte
 Perianal (pode ser confundido com hemorróide externa trombosada)
 Intermusuclar
 Supra-elevador
 Tratamento: incisão e drenagem
55
Supuração ano-rectal
 Fístula anal
 Maioria resulta de uma sepses na glândula do canal anal, na linha dentada
Classificação das fístulas anorrectais
Interesfincterianas (mais comuns): trajecto fistuloso confinado ao plano
interesfincteriano
Transesfincteriana: a fístula conecta o plano interesfincteriano com a fossa
inquiorrectal, perfurando o esfíncter externo
Supraesfincteriana: similar à transesfincteriana, mas o trajecto forma uma
alça sobre o esfíncter externo e perfura o elevador do ânus
Extra-esfincteriana: o trajecto passa do recto para a pele perianal,
completamente externa ao complexo esfincteriano
56
Fístula anorrectal (perianal)
 Tratamento
 Incisão e drenagem sob anestesia
 Fistulotomia
57
Parte II
TUMORES
58
Pólipos
 Qualquer massa que se projecta o lúmen do intestino, acima da superfície do
epitélio intestinal.
 Classificação segundo a aparência macroscópica:
 Pediculados ( com uma haste)
 Sésseis (achatados, sem haste)
 Classificação histológica
 Adenoma tubular (glândulas tubulares)
 Adenoma viloso (longas projecções digitiformes do epitélio superficial)
 Adenoma tubuloviloso
59
Pólipos
 Pólipos benigno mais comum: adenoma tubular (65-80% dos pólipos
removidos)
 Grande atipia ou displasia nos adenomas vilosos.
 Há menos de 5% de incidência de cancro num pólipo adenomatoso <1cm
 Possibilidade de 50% de cancro num adenoma viloso >2cm
 Tratamento de pólipo adenomatoso ou viloso: remoção por colonoscopia
 Pólipos adenomatosos: percursores de Ca
 Pólipos pequenos <3mm são compostos de células imaturas e
hiperplásicas,sendo 90% destas consideradas sem potencial maligno
60
Carcinoma do Cólon
 3o cancro mais comum.
 Tipo de cancro mais comum do trato gastrointestinal.
 Alterações genéticas associadas com progressão de lesão pré-maligna
(adenoma) à forma invasiva de adenocarcinoma.
 Sinais e sintomas variados, inespecíficos, algo dependentes da localização do
tumor, como da extensão.
 Nas últimas décadas, a incidência do cólon direito aumentou em relação ao
lado esquerdo
 A cirurgia constitui a modalidade de tratamento definitivo.
61
Carcinoma do Cólon
 Etiologia
 Factores genéticos
 Mutação hereditária do gene APC (polipose familiar adenomatosa – 100%
risco de desenvolvimento de carcinoma aos 40 anos)
 Síndrome hereditária não poliposa
 Factores ambientais
 Dieta rica em carnes vermelhas, pobre em fibras, frutas e vegetais
 Álcool
 Doenças intestinais inflamatórias
62
63
Carcinoma do Cólon
 Tumores do cólon direito :
 Frequentemente, pode ser sangue oculto
 Fadiga associada a anemia
 Dor abdominal (tumor avançado)
 Tumores do cólon esquerdo:
 Alteração dos hábitos intestinais, com obstipação progressiva
 Os cancros do sigmóide podem simular uma diverticulite
64
Carcinoma do Cólon
 Diagnóstico:
 Colonoscopia – padrão ouro para o cancro do cólon
 Permite biópsia
 Clister opaco
 Ressecção do tumor
 Tumor não obstrutivo:
 Pesquisa de metástases: exame físico detalhado, raio-x do tórax, testes de
função hepática, dosagem do antígeno carcinoembriónico (CEA), TC, RM.
65
Carcinoma do recto
 Carcinoma do cólon sigmóide pode atingir o recto.
 Adenocarcinomas – 98%
 Linfomas - 1,3%
 Carcinóide – 0,4%
 Sarcoma – 0,3%
66
Carcinoma do recto
 Quadro clínico:
 Sangramento em 60% dos pacientes
 Alteração dos hábitos intestinais (43%) – diarreia, tenesmo, sensação de
evacuação incompleta
 Sangramento oculto (26%)
 Dor abdominal (em cólicas)
 Dor lombo-sacral (tumor invasivo, comprimindo os nervos)
 Sintomas urinários
 Dor pélvica
 Peritonite, icterícia (casos graves com perfuração/ obstrução com metástases)
67
Carcinoma do recto
 Diagnóstico
 Anamnese e exame físico (tamanho, localização do tumor, metástases,
linfonodos, hepatomegália)
 Toque rectal (massa, ulcerações, linfonodos)
 Rectoscopia: auxilia na localização do tumor e a relação com os
esfíncteres
68
Carcinoma do recto
 Exames complementares
 Enema baritado
 TC
 Colonoscopia
 Exames de rotina
 Hemograma, pefil hepático e renal. CEA,histologia
 Electromiografia
 Manometria
 Defecografia
69
Carcinoma do ânus
 Neoplasias raras.
 Variam de carcinomas de células escamosas em estadios iniciais da margem
anal até ao adenocarcinoma do canal anal e melanoma.
 Quadro clínico:
 Massa, sangramento, prurido, perda de peso.
 Diagnóstico: Inspecção, toque rectal, anuscopia, rectoscopia
 Tumores da margem anal:
 Doença de Bowen: carcinoma de células escamosas in situ
 Ca de células basais
 Ca de células escamosas
 Ca verrucoso
70
Carcinoma do Ânus
 Neoplasias do canal anal:
 Carcinoma epidermóide
 Melanoma
 Adenocarcinoma
71
Parte III - Miscelânia
72
Doença Diverticular
 Divertículos: são pequenas saculações arredondadas, geralmente múltiplas,
localizadas na parede do intestino e distribuídas e toda a sua extensão
 Raros <30 anos
 Ingestão de baixo teor de fibras e alto de carbohidratos e carne aumenta a
incidência
 Predomínio do lado esquerdo (sigmóide)
 Diverticulite é a inflamação de um divertículo colónico.
 Diagnóstico: história clínica, TC, RM, clister opaco com contraste
 Complicações: abcesso, fístula, peritonite
73
Hemorróidas
 Hemorróidas são vasos dilatados do plexo hemorroidário no canal anal.
 Classificação:
 Internas
 Externas
74
Hemorróidas
 Hemorróidas externas
 Revestidas de anoderma e são distais à linha dentada
 Podem dilatar-se causando desconforto e dificuldades de higiene
 Dor se estiverem verdadeiramente trombosadas
75
Hemorróidas
 Hemorróidas internas
 Causam sangramento indolor, vermelho-vivo ou prolapso associado à
defecação.
Graduação Sintomas e Sinais Tratamento
Grau I Sangramento, sem prolapso Modificação da dieta
Grau II Prolapso, com redução
espontânea
sangramento
Ligadura com elásticos
Coagulação
Modificação da dieta
Grau III Prolapso precisando de redução
digital
sangramento
Hemorroidectomia cirúrgica
Ligadura com elásticos
Modificação da dieta
Grau IV Prolapsada, não pode ser
reduzida
estrangulada
Hemorroidectomia cirúrgica
Hemorroidectomia de urgência
Modificação da dieta
76
Hemorróidas
 Inspecção durante o esforço
 Toque rectal
 Anuscopia
 Tratamento não cirúrgico
 Tratamento cirúrgico ( hemorroidectomia)
77
Prolapso rectal (procidência)
 Ocorre quando a mucosa ou o recto protrui pelo ânus
 Maior incidência nas mulheres de 50 anos ou mais
 Comumente estão associados:
 Incontinência fecal
 Obstipação
 Úlceras no recto
 Diástase do elevador do ânus, fundo-de-saco profundo, cólon sigmóide
redundante, perda das inserções sacrais redundantes
78
Malformações anorrectais
 Estenose anal à persistência da cloaca.
 Incidência varia de 1 em 4000-5000 vivos
 Mais frequente em meninos
 Ânus imperfurado é o mais comum,
 6a semana de gestação: divisão da cloaca em seio urogenital anterior e canal
anorrectal posterior.
 A não formação desse septo  fístula entre o intestino e o trato urinário ou
vagina.
79
80
81
Obrigada!
82

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  • 1. DOENÇAS DO CÓLON, RECTO E ÂNUS RENATA DHIRAJLAL MÉDICA RESIDENTE DE CIRURGIA PEDIÁTRICA JULHO/2022 1
  • 2. Sumário  PARTE I  ANATOMIA  FISIOLOGIA  SEMIOLOGIA  ABORDAGEM DO DOENTE  DOENÇAS INFLAMATÓRIAS (COLITE ULCEROSA, DOENÇA DE CROHN, COLITE AMEBIANA, PROCTITE, FISSURA ANAL, SUPURAÇÃO ANAL) 2
  • 3. Sumário  PARTE II - TUMORES  PÓLIPOS E LESÕES PRÉ-CANCERÍGENAS  CARCINOMA DO CÓLON  CARCINOMA DO RECTO  CARCINOMA DO ÂNUS  PARTE III – MISCELÂNIA  DOENÇA DIVERTICULAR  HEMORRÓIDAS  PROLAPSO RECTAL  MALFORMAÇÕES ANORRECTAIS 3
  • 5. Introdução  A coloproctologia é a área médica que se dedica às doenças do colon, recto e do ânus.  É uma área partilhada por duas especialidades médicas, a cirurgia geral e a gastrenterologia. 5
  • 6. Anatomia  Cólon e recto :≈ 150 cm de comprimento  Íleo terminal esvazia-se no ceco pelo orifício ileocecal.  Ceco: segmento de 10cm com diâmetro de 7,5cm.  Apêndice estende-se do ceco, aproximadamente 3cm da válvula ileocecal como um tubo alongado (8- 10cm de comprimento).  Apêndice pode apresentar várias posições:  retrocecal 65%, pélvica 31%, subcecal 2,3%, pré-ileal 1% e retro-ileal 0,4%. 6
  • 8.  Cólon ascendente, de ≈ 15 cm, com a superfíce posterior fixa no retroperitoneu  Cólon transverso, de ≈ 45 cm, fixo nas flexuras hepática e esplénica, completamente revestido pelo peritoneo visceral  Cólon descendente encontra-se ventralmente ao rim esquerdo e estende-se pela flexura esplénica, de ≈ 25 cm  Cólon sigmóide (15-50cm), é muito móvel e mais espesso Linha branca de Toldt: fusão entre o mesentério e retroperitoneu ≈ 8
  • 9.  Recto e cólon sigmóide servem de reservatório fecal  Recto: ≈ 12-15 cm e não possui ténias coli ou apêndices epiplóicos  Ocupa a curva sacral na pelve verdadeira  Espaço peritonializado anteriormente :saco de Douglas 9
  • 11. Drenagem venosa e drenagem linfática 11
  • 12. Fisiologia do Cólon  Cólon: reciclagem dos nutrientes e absorção de água  Recto: eliminação das fezes  Reciclagem dos nutrientes:  Actividade metabólica da flora colónica  Motilidade colónica  Absorção e secreção da mucosa  Eliminação das fezes:  Desidratação dos conteúdos colónicos e defecação 12
  • 13. Fisiologia do Cólon  Os nutrientes são degradados no lúmen intestinal pelas secreções biliopancreáticas e gastrointestinais. (intestino delgado absorve maior parte dos nutrientes, parte do líquido e sais biliares)  Líquido ileal: rico em água, electrólitos e nutrientes  Cólon: função de recuperar e evitar perdas desnecessárias de líquidos, electrólitos, nitrogénio e energia. 13
  • 14.  1.Cego e Cólon Ascendente  Propulsão 1cm/hora  Reabsorção de líquidos e electrólitos  A microflora produz energia através da fermentação (butirato)  2.Cólon Transverso  Propulsão rápida  Absorção de água e sódio  Regulação do volume  3.Cólon descendente  Armazena os resíduos até que possam ser excretados  Pouca absorção  4.Recto  Reservatório fecal 14
  • 15. Semiologia  Principais sinais e sintomas:  Dor  Prurido anal  Rectorragia  Alteração dos hábitos intestinais  Tumefacções  Náuseas e vómitos  Anemia  Perda de peso 15
  • 16. Dor  Mais comum  Abdominal e perineal  Abdominal:  Difusa  Por regiões  Perineal:  Lesões agudas da região  Tenesmo: sensação de dor no recto e períneo, associada ao desejo imperioso de evacuar. 16
  • 17. Dor ano-rectal – Forma de apresentação 1.No momento da evacuação  Fissura anal  Cancro anal 2. Contínua, exacerbando-se com a evacuação  Trombose hemorroidária  Abcesso 3. Sem relação com a evacuação.  Contínua  Cancro anal avançado  Descontínua  Proctalgia fugaz, nevralgia anal, coccigodinia 17
  • 18. Dor anorrectal essencial  Proctalgia fugaz  Dor rectal profunda, tipo caímbrã  Surge na primeira metade da noite;  Sobretudo no sexo feminino;  Intensidade variável;  Pode demorar desde alguns segundos até meia hora.  Nevralgia anal  Dor anal mal definida;  Variável na intensidade, localização e irradiação;  Sem horário determinado;  Mais frequente nas mulheres, com alterações psiquiátricas. 18
  • 19. Dor anorrectal essencial  Coccigodinia  Representa a maioria dos casos das algias proctológicas essenciais;  Dor referida ao ânus, recto ou períneo;  Agravada pelo toque ou pela mobilização do cóccix;  Agravada com os movimentos, a posição de sentado e, por vezes, com a defecação;  Tratamento muito difícil;  Mais frequente nas mulheres com mais de 50 anos. 19
  • 20. Prurido anal  Sensação e necessidade mais ou menos imperiosa e intensa de prurido.  Embora possa aparecer como uma manifestação isolada, o prurido habitualmente está associado a outras queixas, como a rectorragia, a escorrência anal ou a dor.  A queixa de prurido obriga sempre a ouvir cuidadosamente o doente e a fazer um exame completo. 20
  • 21. Prurido anal - Formas clínicas e etiológicas  Proctológicas  Supurações perianais e anais;  Estados inflamatórios: criptites, papilites, ano-rectites;  Ulcerações, fissuras;. Hemorróides, sobretudo prolapsadas;  Tumores benignos e malignos;  Afecções víricas: condilomas, herpes, psoríase, líquen;  Sequelas de pós-operatórios proctológicos.  Alérgicas  Alergias de contacto : tópicos, roupa interior.  Infecciosas  Microbiana/ Micótica 21
  • 22. Prurido anal – Formas clínicas e etiológicas  Locoregionais  Ginecológicas: leucorreia por Candida, Trichomonas.  Intestinais: parasitoses (oxiuríase, áscaris, ténia, giardia); diarreia (fezes ácidas)  Sistémicas  Diabetes, gota, nefropatias, hemopatias  Sem causa  Prurido essencial 22
  • 23. Rectorragia  Hematoquézia – sangramento proveniente do recto e ânus, em que o sangue fica em torno das fezes mas não se mistura com elas ou goteja após a evacuação em pequenas quantidades.  Rectorragia – eliminação de sangue vivo em maior volume, em que muitas vezes é a própria evacuação  Melenas – eliminação de fezes escurecidas / “em borra de café” 23
  • 24. Rectorragia  Duração e frequência  Relação com as fezes (antes ou depois, isoladamente)  Quantidade (abundante, pequena ou apenas tingindo o papel)  Queixas associadas : astenia intensa, vertigens, lipotímia, tenesmo, alterações do trânsito intestinal, dor abdominal ou anal, muco ou pús, febre.  Antecedentes: sem antecedentes, introdução de corpos estranhos, cirurgia ano-rectal prévia, uso de medicamentos anticoagulantes, antecedentes familiares de poliposes ou cancro do cólon. 24
  • 25.  Pode suspeitar-se da origem provável da rectorragia em algumas situações:  Rectorragia mínima que mancha a roupa interior  faz pensar numa lesão muco-cutânea anal ou peri-anal,  num prolapso permanente ou, mais raramente,  num cancro anal ulcerado.  Sangue vermelho vivo que pinga na sanita :  causa hemorroidária. Em geral, o sangue é expulso depois da evacuação, sob a forma de gotas ou em jacto.  Sangue vermelho que recobre as fezes :  Geralmente devido a uma lesão ulcerada, tumoral ou inflamatória, de localização distal. 25
  • 26. Rectorragia – causas mais frequentes.  Doença diverticular  Doenças intestinalis inflamatórias  Lesões vasculares  Pólipos  Hemorróides  Cancro 26
  • 27. Modificação dos hábitos intestinais  Irregularidade de evacuação  Alteração da consistência das fezes  Obstipação  Episódios recorrentes de diarreia  Alteração no formato das fezes 27
  • 28. Obstipação  Ritmo normal: variável  Obstipação: intervalo > 48h  Aspecto das fezes:  Normais: forma cilíndrica (2 ou mais centímetros de diâmetro),  Fragmentadas  Ressecadas  Fezes em cíbalos: em pequenas bolas  Fezes em fita: decorrente de estreitamento do cólon ou reto 28
  • 29. Escorrências anais  Pode ser anal e estar em relação com uma fístula ou fissura infectada.  Pode ser independente do ânus e recto, (quisto pilonidal ,hidradenite supurativa)  Sensação de humidade anal incolor, que é ocasionada por uma sudorese abundante, ou está em relação com um pequeno prolapso hemorroidário intermitente, ou é provocada por uma dermatite perianal com escorrência.  Uma pequena escorrência fecal na ausência de causa orgânica, corresponde habitualmente a problemas funcionais de ligeira incontinência. 29
  • 30. Tumefacção anal  De longa duração (anos) pode corresponder a mariscas residuais, a papilomas ou a um quisto sebáceo.  Tumefacção com evolução relativamente curta (até 6 meses) pode sugerir cancro.  Tumefacção de evolução recente (dias) e aguda faz pensar em trombose hemorroidária ou em abcessos.  Aparição intermitente (prolapso, lesão polipóide) 30
  • 31. Abordagem do doente  História de início da sintomatologia e revisão do aparelho gastrointestinal.  Exame abdominal: massas palpáveis, organomegalias, hérnias da parede abdominal;  Pesquisa de adenomegalias: inguinais, axilares, cervicais;  Manifestações extra-intestinais da doença inflamatória intestinal: uveítes, manifestações articulares, eritema nodoso, ulcerações orais;  Exame neurológico: doença de Parkinson, polineuropatias;  Exame ginecológico: fístula recto-vaginal, lacerações perineais; 31
  • 32. Exame Rectal  Inspecção.  Toque rectal (palpação)  Anuscopia  Rectossigmoidoscopia  A ausência de preparação intestinal permite adquirir sinais diagnósticos importantes: presença de fezes, sangue ou muco; obter colheitas para microbiologia; 32
  • 33. Toque rectal  Uso de luva  Lubrificante  Palpar e percutir a região suprapúbica  Examinar a região perianal  Posição do examinador: à esquerda  Exposição do ânus, afastando as nádegas  Introdução do indicador de forma lenta e suave 33
  • 34. Exame Proctológico 34 1)Decúbito lateral 2)abaixado 3)Posição genupeitoral 4)posição de litotomia
  • 35.  Inspecção:  Inspecção da roupa interior  Inspecção directa  Afastamento das nádegas  Observação com esforço defecatório (avaliar descida do períneo, despistar presença de prolapsos)  Região anal é delicadamente entreaberta  Observar presença de tumorações, abcessos, fissuras, condilomas, fístulas, prolapsos  Toque rectal:  Parede anterior: próstata  Paredes laterais do canal anal  Parede posteior: sacro 35
  • 38. Exames Complementares  1.Exames Laboratoriais  Hemograma e VS  Bioquímica  Marcadores tumorais - antígeno carcinoembrionário (CEA)  PCR  Coprocultura  Exame parasitológico de fezes  Pesquisa de sangue oculto nas fezes 38
  • 39. Exames Complementares  2.Exames de imagem  Raio-X simples do tórax  Raio-X simples do abdómen  Enema baritado / clister opaco  Ecografia Abdominal  Ecografia Trans-rectal  TAC  RM  3.Endoscopia e biópsia 39
  • 41. Doença inflamatória intestinal  Termo para denotar duas doenças de etiologia desconhecida com características geralmente semelhantes:  Colite Ulcerosa  Doença de Crohn  A sua distinção é feita com base em critérios clínicos e patológicos. 41
  • 42. Colite Ulcerosa  Maior ocorrência nos países desenvolvidos  Todas as faixas etárias são susceptíveis, mas afecta mais pacientes <30anos  Especulação sobre a influência de factores dietéticos (ingestão inadequada de fibras, aditivos químicos, açúcares refinados e leite de vaca)  C.difficile e Campylobacter jejuni têm sido implicados na patogénese  História familiar de DII confere risco significativo 42
  • 43. Colite Ulcerosa  Os processos patológicos envolvem a mucosa e submucosa, sem comprometimento da camada muscular.  Inflamação interrupta da mucosa colónica desde o recto distal que se estende ao cólon ascendente  Aparência macroscópica: mucosa hiperémica, friável, com granulações e úlceras nos casos mais graves  Ulcerações: pequenas erosões superficiais à ulceração de toda a mucosa  Envolvimento rectal (proctite) é o sine qua non da doença  Lesão característica: abcessos da cripta  pANCA em 86% 43
  • 44. Colite Ulcerosa  Manifestações clínicas  Diarreia e passagem de muco  Urgência  Hematoquézia  Desconforto abdominal  Manifestações extra-intestinais: artrite, espondilite anquilosante, eritema nodoso, pioderma gangrenoso e colangite esclerosante primaria. Risco de Carcinoma: • Duração prolongada da doença, doença pan-colónica • Tumores pouco diferenciados e altamente agressivos • Estenose colónica é um carcinoma até que se prove o contrário 44
  • 45. Colite Ulcerosa  Diagnóstico:  Rectossigmoidoscopia  Colonoscopia? (risco de perfuração)  Tratamento  Clínico: aminossalicilatos, corticoesteróides e drogas imunomoduladoras. (5-ASA)  Cirúrgico: colite fulminante, megacólon tóxico, sangramento maciço, doença intratável e displasia ou carcinoma. 45
  • 46. Doença de Crohn  Doença inflamatória intestinal inespecífica que pode afectar qualquer segmento do trato gastrointestinal  Inflamação prdominantemente submusoca com parede colónica espessada.  Distribuição bimodal (15-30 anos e 55-80anos)  Etiologia: resposta a um agente infeccioso específico, barreira mucosa deficiente que permite maior exposição aos antigénios e resposta anormal do hospedeiro aos antígenos dietéticos. (teorias)  Pode apresentar grandes úlceras lineares profundas (“garras de uso”)  A mucosa normal interpõe-se a áreas de inflamação  Característica histológica :Granuloma não caseoso 46
  • 47. Doença de Crohn  Quadro clínico:  Dor abdominal, diarreia e perda de peso  Anorexia, febre, aftas orais  Doença anal (fissuras, pólipos, fístulas, estreitamentos anais…)  Diagnóstico:  Colonoscopia  TC  Biópsia 47
  • 48. Doença de Crohn  Tratamento  Clínico:aminosalicilatos, esteróides, imunomoduladores, infliximab)  Cirúrgico: intratabilidade, oclusão intestinal, abcesso intra-abdominal, fístulas, colite fulminante, megacólon tóxico, sanframento maciço, cancro, retardo no crescimento. 48
  • 49.  Doença de Crohn Colite Ulcerosa 49
  • 50. Colite Amebiana  Inflamação causada pelo parasita Entamoeba histolytica, uma "ameba" que pode ser encontrada na água e em alimentos contaminados por fezes.  Após a infecção do hospedeiro por ingestão de quistos, os trofozoítos colonizam o lúmen intestinal, onde se multiplicam e vivem como comensais.  quando os trofozoítos penetram na mucosa intestinal, ocorre uma reacção inflamatória que pode levar à destruição do tecido envolvido  Quadro clínico: dor abdominal, diarreia, desinteria, úlceras, abcessos  Diagnóstico: clínico, parasitológico de fezes, coprocultura, imunologia,molecular.  Tratamento : Metronidazol 50
  • 51. Proctite  Inflamação da mucosa rectal  Etiologia:  Infecções sexualmente transmissíveis (p. ex., Neisseriia gonorrhoeae, Chlamydia spp)  infecções entéricas (p. ex., Campylobacter,Shigella,Salmonella— Introdução a bacilos gram-negativos)  Doença inflamatória intestinal  Radioterapia  Proctite associada a uso prévio de antibióticos pode ser decorrente de Clostridioides difficile (anteriormente Clostridium difficile). 51
  • 52. Proctite  Quadro clínico:  tenesmo  Rectorragia ou passagem de muco  Dor anorretal intensa.  Diagnóstico:  Sigmoidoscopia ou Colonoscopia  Esfregaços  Exames de fezes  Exames seroleogicos (sífilis)  Tratamento  Proctite infecciosa: Ceftriaxona + Doxiciclina  Proctite actínica: corticosteróides 52
  • 53. Fissura Anal  É uma úlcera linear da metade inferior do canal anal, geralmente localizada na comissura posterior na linha média.  Pode se localizar na linha média anterior ou linha média posterior.  Achados associados:  Externamente: hemorróide sentinela, plica  Internamente: papila anal alargada  Etiologia: passagem de fezes grandes e duras, dieta inadequada, cirurgia anal prévia, trabalho de parto e abuso de laxantes  Quadro clínico: dor, ligeiro sangramento com a defecação 53
  • 54. Fissura anal  Tratamento clínico:  banhos de assento quentes  Hidrocortisona e lidocaína  Agentes comerciais de formação de volume fecal (sementes de psyllium)  Nitroglicerina, dinitrato de disissorbida Tratamento cirúrgico 54
  • 55. Supuração Ano-rectal  Abcesso  Origem na glândula anal.  Tipos:  Interesfincteriano – assintomático/ dor pulsátil forte  Perianal (pode ser confundido com hemorróide externa trombosada)  Intermusuclar  Supra-elevador  Tratamento: incisão e drenagem 55
  • 56. Supuração ano-rectal  Fístula anal  Maioria resulta de uma sepses na glândula do canal anal, na linha dentada Classificação das fístulas anorrectais Interesfincterianas (mais comuns): trajecto fistuloso confinado ao plano interesfincteriano Transesfincteriana: a fístula conecta o plano interesfincteriano com a fossa inquiorrectal, perfurando o esfíncter externo Supraesfincteriana: similar à transesfincteriana, mas o trajecto forma uma alça sobre o esfíncter externo e perfura o elevador do ânus Extra-esfincteriana: o trajecto passa do recto para a pele perianal, completamente externa ao complexo esfincteriano 56
  • 57. Fístula anorrectal (perianal)  Tratamento  Incisão e drenagem sob anestesia  Fistulotomia 57
  • 59. Pólipos  Qualquer massa que se projecta o lúmen do intestino, acima da superfície do epitélio intestinal.  Classificação segundo a aparência macroscópica:  Pediculados ( com uma haste)  Sésseis (achatados, sem haste)  Classificação histológica  Adenoma tubular (glândulas tubulares)  Adenoma viloso (longas projecções digitiformes do epitélio superficial)  Adenoma tubuloviloso 59
  • 60. Pólipos  Pólipos benigno mais comum: adenoma tubular (65-80% dos pólipos removidos)  Grande atipia ou displasia nos adenomas vilosos.  Há menos de 5% de incidência de cancro num pólipo adenomatoso <1cm  Possibilidade de 50% de cancro num adenoma viloso >2cm  Tratamento de pólipo adenomatoso ou viloso: remoção por colonoscopia  Pólipos adenomatosos: percursores de Ca  Pólipos pequenos <3mm são compostos de células imaturas e hiperplásicas,sendo 90% destas consideradas sem potencial maligno 60
  • 61. Carcinoma do Cólon  3o cancro mais comum.  Tipo de cancro mais comum do trato gastrointestinal.  Alterações genéticas associadas com progressão de lesão pré-maligna (adenoma) à forma invasiva de adenocarcinoma.  Sinais e sintomas variados, inespecíficos, algo dependentes da localização do tumor, como da extensão.  Nas últimas décadas, a incidência do cólon direito aumentou em relação ao lado esquerdo  A cirurgia constitui a modalidade de tratamento definitivo. 61
  • 62. Carcinoma do Cólon  Etiologia  Factores genéticos  Mutação hereditária do gene APC (polipose familiar adenomatosa – 100% risco de desenvolvimento de carcinoma aos 40 anos)  Síndrome hereditária não poliposa  Factores ambientais  Dieta rica em carnes vermelhas, pobre em fibras, frutas e vegetais  Álcool  Doenças intestinais inflamatórias 62
  • 63. 63
  • 64. Carcinoma do Cólon  Tumores do cólon direito :  Frequentemente, pode ser sangue oculto  Fadiga associada a anemia  Dor abdominal (tumor avançado)  Tumores do cólon esquerdo:  Alteração dos hábitos intestinais, com obstipação progressiva  Os cancros do sigmóide podem simular uma diverticulite 64
  • 65. Carcinoma do Cólon  Diagnóstico:  Colonoscopia – padrão ouro para o cancro do cólon  Permite biópsia  Clister opaco  Ressecção do tumor  Tumor não obstrutivo:  Pesquisa de metástases: exame físico detalhado, raio-x do tórax, testes de função hepática, dosagem do antígeno carcinoembriónico (CEA), TC, RM. 65
  • 66. Carcinoma do recto  Carcinoma do cólon sigmóide pode atingir o recto.  Adenocarcinomas – 98%  Linfomas - 1,3%  Carcinóide – 0,4%  Sarcoma – 0,3% 66
  • 67. Carcinoma do recto  Quadro clínico:  Sangramento em 60% dos pacientes  Alteração dos hábitos intestinais (43%) – diarreia, tenesmo, sensação de evacuação incompleta  Sangramento oculto (26%)  Dor abdominal (em cólicas)  Dor lombo-sacral (tumor invasivo, comprimindo os nervos)  Sintomas urinários  Dor pélvica  Peritonite, icterícia (casos graves com perfuração/ obstrução com metástases) 67
  • 68. Carcinoma do recto  Diagnóstico  Anamnese e exame físico (tamanho, localização do tumor, metástases, linfonodos, hepatomegália)  Toque rectal (massa, ulcerações, linfonodos)  Rectoscopia: auxilia na localização do tumor e a relação com os esfíncteres 68
  • 69. Carcinoma do recto  Exames complementares  Enema baritado  TC  Colonoscopia  Exames de rotina  Hemograma, pefil hepático e renal. CEA,histologia  Electromiografia  Manometria  Defecografia 69
  • 70. Carcinoma do ânus  Neoplasias raras.  Variam de carcinomas de células escamosas em estadios iniciais da margem anal até ao adenocarcinoma do canal anal e melanoma.  Quadro clínico:  Massa, sangramento, prurido, perda de peso.  Diagnóstico: Inspecção, toque rectal, anuscopia, rectoscopia  Tumores da margem anal:  Doença de Bowen: carcinoma de células escamosas in situ  Ca de células basais  Ca de células escamosas  Ca verrucoso 70
  • 71. Carcinoma do Ânus  Neoplasias do canal anal:  Carcinoma epidermóide  Melanoma  Adenocarcinoma 71
  • 72. Parte III - Miscelânia 72
  • 73. Doença Diverticular  Divertículos: são pequenas saculações arredondadas, geralmente múltiplas, localizadas na parede do intestino e distribuídas e toda a sua extensão  Raros <30 anos  Ingestão de baixo teor de fibras e alto de carbohidratos e carne aumenta a incidência  Predomínio do lado esquerdo (sigmóide)  Diverticulite é a inflamação de um divertículo colónico.  Diagnóstico: história clínica, TC, RM, clister opaco com contraste  Complicações: abcesso, fístula, peritonite 73
  • 74. Hemorróidas  Hemorróidas são vasos dilatados do plexo hemorroidário no canal anal.  Classificação:  Internas  Externas 74
  • 75. Hemorróidas  Hemorróidas externas  Revestidas de anoderma e são distais à linha dentada  Podem dilatar-se causando desconforto e dificuldades de higiene  Dor se estiverem verdadeiramente trombosadas 75
  • 76. Hemorróidas  Hemorróidas internas  Causam sangramento indolor, vermelho-vivo ou prolapso associado à defecação. Graduação Sintomas e Sinais Tratamento Grau I Sangramento, sem prolapso Modificação da dieta Grau II Prolapso, com redução espontânea sangramento Ligadura com elásticos Coagulação Modificação da dieta Grau III Prolapso precisando de redução digital sangramento Hemorroidectomia cirúrgica Ligadura com elásticos Modificação da dieta Grau IV Prolapsada, não pode ser reduzida estrangulada Hemorroidectomia cirúrgica Hemorroidectomia de urgência Modificação da dieta 76
  • 77. Hemorróidas  Inspecção durante o esforço  Toque rectal  Anuscopia  Tratamento não cirúrgico  Tratamento cirúrgico ( hemorroidectomia) 77
  • 78. Prolapso rectal (procidência)  Ocorre quando a mucosa ou o recto protrui pelo ânus  Maior incidência nas mulheres de 50 anos ou mais  Comumente estão associados:  Incontinência fecal  Obstipação  Úlceras no recto  Diástase do elevador do ânus, fundo-de-saco profundo, cólon sigmóide redundante, perda das inserções sacrais redundantes 78
  • 79. Malformações anorrectais  Estenose anal à persistência da cloaca.  Incidência varia de 1 em 4000-5000 vivos  Mais frequente em meninos  Ânus imperfurado é o mais comum,  6a semana de gestação: divisão da cloaca em seio urogenital anterior e canal anorrectal posterior.  A não formação desse septo  fístula entre o intestino e o trato urinário ou vagina. 79
  • 80. 80
  • 81. 81

Notas do Editor

  1. Intestino anterior: artéria celíaca Intestino médio: artéria mesentérica superior Intestino inferior: artéria mesentérica superior
  2. Intestino anterior: artéria celíaca Intestino médio: artéria mesentérica superior Intestino inferior: artéria mesentérica superior
  3. Polpa do dedo. - relaxamento