SlideShare uma empresa Scribd logo
Norman Rockwell
TheConnoisseur; 1962
Jackson Pollock: Lavender Mist (nº 1); 1950; National Gallery of Art;Washigton D. C
Yves Klein
Blue Monochrome
1961
The Museum of Modern Art NewYork.
Kasimir Malevich
Quadrado Branco sobre Fundo Branco
1918
The Museum of Modern Art, NewYork
Marcel Duchamp
L.H.O.O.Q.; 1919
Readymade de «Box in aValise»
The Philadelphia Museum of Art
Platão
427 a. C. - 347 a. C.
«A verdade está na ideia, não
na coisa, já que a coisa,
imperfeita concretização da
ideia, se encontra a um grau
de distância da verdade, da
qual é uma mera imitação.
Portanto, a arte, imitando a
coisa, encontra-se a dois
graus de distância da verdade
e é a imitação de uma
imitação. »
Giovanni Lombardo: A Estética da Antiguidade Clássica; Lisboa; Editorial
Estampa; 2003; p. 72
Embora a questão acerca da natureza da arte remonte aos tempos de Platão, é na
segunda metade do século XX que a questão se torna acutilante.
Até então, todos sabiam distinguir
um objecto comum de uma obra de
arte, porque estas exibiam um
conjunto de propriedades de forma
e conteúdo que as tornavam
reconhecíveis.
Rembrandt
Descida daCruz
1633
A arte abstracta, por exemplo, não seria admissível como arte.
Piet Mondrian
Composição nº 8
1939 - 1942
A modernidade questionou o
conceito de obra de arte e
desafiou a crítica a fixar os
limites que distinguem um
objecto artístico de um
objecto vulgar.
Marcel Duchamp
A Fonte
1917
O crítico de arte Harold Rosenberg usou a expressão objecto
ansioso (The Anxious Object, 1964) para designar estes objectos que
exigem uma classificação que os integre ou exclua do conceito de
obra de arte.
Constantin Brancusi
Bird inSpace
1923 - 1940
CyTwombly
SemTítulo
1970
Robert Morris
SemTítulo; 1991
Solomon R. Guggenheim Museum, Panza Collection
Ad Reinhardt
Abstract Painting; 1960-66
Solomon Guggenheim Museum
Nova Iorque
Picasso
Cabeça deTouro; 1942
Museu Picasso; Paris
Piero Manzoni
Merda d'artista nº. 066, 1961
Agnolo Bronzino
Eleanora diToledo e Ferdinando de Medici
c. 1545
Galleria degli Uffizi, Florença
Yellow Among Reds (mobile)
1966
Catálogo da Kool-Roomz
US$ 90 em
www.koolroomz.net
AlexanderCalder
1898 - 1976
Clive Bell (1881- 1964) publicou em 1914 uma obra
intitulada Art, em que desenvolvia as suas teorias
procurando captar a essência da arte.
Tem de haver uma qualidade sem a qual não pode haver
obra de arte. Possuindo-a, ainda que em grau mínimo,
nenhuma obra é completamente desprovida de valor. Que
qualidade é esta? (…) Parece-me que há uma única resposta
possível: a forma significante. (…) Uma particular
combinação de linhas e cores, certas formas e relações entre
formas [que] despertam as nossas emoções estéticas.
Citado em Carmo d’Orey: O Que É a Arte? A Perspectiva Analítica; Lisboa; Dinalivro; 2007; p. 30
Esta definição permite defender uma teoria do belo e traçar uma linha separadora entre arte
e não-arte. Ao defender que toda a arte, de todas as épocas tem um denominador comum –
a forma significante -, os objectos que a não possuem não são arte.
A arte, como a lógica do conceito evidencia, não tem um conjunto de
propriedades necessárias e suficientes; é por isso que uma teoria da
arte é logicamente impossível, e não apenas factualmente difícil de
constituir. A teoria estética tenta definir o que não pode ser definido na
acepção exigida.
(…) a teoria estética é uma tentativa logicamente vã de definir o que
não pode ser definido (…)
O problema com que devemos começar não é “O que é a arte?”, mas
“Que tipo de conceito é a arte”?
Morris Weitz (1916 – 1981)
George Dickie
n. 1926
Outros autores, como George Dickie, desenvolvem
teorias institucionais, destacando as qualidades não
observáveis nas obras de arte.
«A tese central (…) é a de que tal como as pessoas e
os objectos podem adquirir determinados estatutos,
por exemplo, professor jubilado ou monumento
nacional, apenas porque existem instituições capazes
de os outorgar, também os objectos podem adquirir
o estatuto de obra de arte, no âmbito da instituição
mundo-da-arte.
Carmo d’Orey: Ob.Cit.; p. 20
Umberto Eco
n. 1932
Em 1958, num congresso de filosofia
realizado em Veneza, Umberto Eco
apresenta pela primeira vez os
pressupostos para a sua concepção de
obra aberta:
O desenvolvimento da sensibilidade
contemporânea acentuou (…) a pouco e
pouco, a aspiração a um tipo de obra de
arte que, cada vez mais consciente das
várias perspectivas de «leitura», se
apresenta como estímulo para uma livre
interpretação orientada apenas nos seus
traços essenciais.
no quadro da sensibilidade corrente, esta
tendência para a abertura da obra é
acompanhada por uma evolução análoga
da lógica e das ciências que substituíram
os modos unívocos pelos modos
plurivalentes.
O Problema da Obra Aberta; in «A Definição da Arte»; Lisboa; Edições 70; 2006; pp. 153 – 159
Nelson Goodman
(1906-1998)
Em 1978, Nelson Goodman publica um livro intitulado Ways of
Worldmaking, onde explicita as teorias que já vinha ensaindo
desde há alguns anos:
A literatura da estética está atafulhada com tentativas
desesperadas para responder à questão «O que é arte?» Esta
questão, muitas vezes irremediavelmente confundida com a
questão «O que é boa arte?» (…) O que distingue aquilo que é
daquilo que não é uma obra de arte? O facto de um artista lhe
chamar uma obra de arte? O facto de estar exposto num
museu ou numa galeria? Nenhuma destas respostas faz
prevalecer qualquer convicção.
Como observei no início, parte da dificuldade reside em perguntar a questão errada - em
não conseguir reconhecer que uma coisa pode funcionar como obra de arte em certos
momentos e não noutros. Nos casos cruciais, a verdadeira questão não é «Quais os
objectos que são (permanentemente) obras de arte?» mas «Quando é que um objecto é
uma obra de arte?» - ou mais brevemente, como no meu título, «Quando é arte?».
A minha resposta é que exactamente como um objecto pode ser um símbolo - por
exemplo, uma amostra - em certos momentos e em certas circunstâncias e não noutras,
assim um objecto pode ser uma obra de arte em certos momentos e não noutros. Na
realidade, exactamente por funcionar, e enquanto funcionar, de determinado modo
como um símbolo, um objecto torna-se uma obra de arte.
Modos de Fazer Mundos; Porto; EdiçõesASA; 1995; pp. 103
Bibliografia comentada: como obra de consulta imprescindível deve indicar-se a recente
colectânea editada pela Dinalivro sob a orientação de Carmo d’Orey (O Que É a Arte? A
Perspectiva Analítica; Lisboa; 2007), a mais importante estudiosa portuguesa desta
temática e que redige uma esclarecedora introdução antes de apresentar uma colectânea
de textos de Clive Bell, Morris Weitz , George Dickie ou Nelson Goodman, entre outros.
Todavia, a obra fundamental da autora é a sua tese de doutoramento, editada pela
Fundação Calouste Gulbenkian, (A Exemplificação na Arte. Um Estudo sobre Nelson
Goodman; Lisboa; Fundação Calouste Gulbenkian / Fundação para a Ciência e a
Tecnologia / Ministério da Ciência e Tecnologia; 1999) essencial para os que desejarem
aprofundar o tema, nomeadamente o capítulo III. Nelson Goodman, cujas teses originais
e estimulantes propiciam uma leitura agradável, tem dois livros editados no nosso país:
Modos de Fazer Mundos; Porto; Edições ASA; 1995 e Linguagens da Arte. Uma Abordagem
a uma Teoria dos Símbolos; Lisboa; Gradiva; 2006. O texto citado de Umberto Eco foi
republicado numa compilação recente: O Problema da Obra Aberta; in «A Definição da
Arte»; Lisboa; Edições 70; 2006; pp. 153 – 159. Útil é o pequeno livro, já clássico, de
Alexandre Melo: Arte; Lisboa; Quimera; 3ª edição; 2001. De entre os muitos ensaios
clássicos acerca desta questão da estética e da definição da obra de arte, uma leitura de
alguns excertos do ensaio de Martin Heidegger pode ajudar a esclarecer alguns tópicos
da questão, nomeadamente no que respeita à natureza simbólica do objecto artístico (A
Origem da Obra de Arte, Lisboa; Edições 70, 1989). O último título saído no mercado
nacional é da autoria de um conhecido autor e prova que o assunto continua a suscitar
interesse. Trata-se da excelente síntese de Nigel Warburton: O Que É Arte?; Lisboa;
Bizâncio; 2007.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

O que é a arte (1)
O que é a arte (1)O que é a arte (1)
O que é a arte (1)
Vasco L
 
Fauvismo
FauvismoFauvismo
Fauvismo
Carlos Vieira
 
Ruptura e inovações da arte e literatura- História 9ano
Ruptura e inovações da arte e literatura- História 9ano Ruptura e inovações da arte e literatura- História 9ano
Ruptura e inovações da arte e literatura- História 9ano
Juliana Cunha
 
Surrealismo
SurrealismoSurrealismo
Surrealismo
Ellen_Assad
 
Arte - Surrealismo
Arte - SurrealismoArte - Surrealismo
Arte - Surrealismo
Nathália Rodrigues
 
Cubismo
CubismoCubismo
Cubismo
Carlos Vieira
 
As grandes ruturas no início do seculo xx
As grandes ruturas no início do seculo xxAs grandes ruturas no início do seculo xx
As grandes ruturas no início do seculo xx
Ana Barreiros
 
Surrealismo
SurrealismoSurrealismo
Surrealismo
Silmara Nogueira
 
Estética conceito de arte e obra de arte
Estética conceito de arte e obra de arteEstética conceito de arte e obra de arte
Estética conceito de arte e obra de arte
Julia Martins
 
Arte Minimalista
Arte MinimalistaArte Minimalista
Arte Minimalista
Sandro Bottene
 
Cubismo
CubismoCubismo
Cubismo
Michele Pó
 
Arte urbana
Arte urbana Arte urbana
Arte urbana
Turmasthera
 
Pintura
PinturaPintura
Pintura
Moderadora
 
Land Art
Land ArtLand Art
O Impressionismo
O ImpressionismoO Impressionismo
O Impressionismo
Jorge Almeida
 
Impressionismo e Pós-Impressionismo
Impressionismo e Pós-ImpressionismoImpressionismo e Pós-Impressionismo
Impressionismo e Pós-Impressionismo
camilagarciaia
 
Power Point Pintura Modernista
Power Point Pintura ModernistaPower Point Pintura Modernista
Power Point Pintura Modernista
guestbdd8c1f
 
ABSTRACIONISMO
ABSTRACIONISMOABSTRACIONISMO
ABSTRACIONISMO
Cristiane Seibt
 
Expressionismo
Expressionismo Expressionismo
Filosofia da Arte
Filosofia da Arte Filosofia da Arte
Filosofia da Arte
VeraJesus14
 

Mais procurados (20)

O que é a arte (1)
O que é a arte (1)O que é a arte (1)
O que é a arte (1)
 
Fauvismo
FauvismoFauvismo
Fauvismo
 
Ruptura e inovações da arte e literatura- História 9ano
Ruptura e inovações da arte e literatura- História 9ano Ruptura e inovações da arte e literatura- História 9ano
Ruptura e inovações da arte e literatura- História 9ano
 
Surrealismo
SurrealismoSurrealismo
Surrealismo
 
Arte - Surrealismo
Arte - SurrealismoArte - Surrealismo
Arte - Surrealismo
 
Cubismo
CubismoCubismo
Cubismo
 
As grandes ruturas no início do seculo xx
As grandes ruturas no início do seculo xxAs grandes ruturas no início do seculo xx
As grandes ruturas no início do seculo xx
 
Surrealismo
SurrealismoSurrealismo
Surrealismo
 
Estética conceito de arte e obra de arte
Estética conceito de arte e obra de arteEstética conceito de arte e obra de arte
Estética conceito de arte e obra de arte
 
Arte Minimalista
Arte MinimalistaArte Minimalista
Arte Minimalista
 
Cubismo
CubismoCubismo
Cubismo
 
Arte urbana
Arte urbana Arte urbana
Arte urbana
 
Pintura
PinturaPintura
Pintura
 
Land Art
Land ArtLand Art
Land Art
 
O Impressionismo
O ImpressionismoO Impressionismo
O Impressionismo
 
Impressionismo e Pós-Impressionismo
Impressionismo e Pós-ImpressionismoImpressionismo e Pós-Impressionismo
Impressionismo e Pós-Impressionismo
 
Power Point Pintura Modernista
Power Point Pintura ModernistaPower Point Pintura Modernista
Power Point Pintura Modernista
 
ABSTRACIONISMO
ABSTRACIONISMOABSTRACIONISMO
ABSTRACIONISMO
 
Expressionismo
Expressionismo Expressionismo
Expressionismo
 
Filosofia da Arte
Filosofia da Arte Filosofia da Arte
Filosofia da Arte
 

Semelhante a A o que é arte

O que é arte?
O que é arte?O que é arte?
O que é arte?
António Silva
 
V dfilo cap4p_arte
V dfilo cap4p_arteV dfilo cap4p_arte
O que é arte
O que é arteO que é arte
Jorge coli - o que é arte
Jorge coli - o que é arteJorge coli - o que é arte
Jorge coli - o que é arte
Carlos Elson Cunha
 
Jorge coli o que é arte
Jorge coli   o que é arteJorge coli   o que é arte
Jorge coli o que é arte
Bruno Piza
 
Introdução à arte moderna2012
Introdução à arte moderna2012Introdução à arte moderna2012
Introdução à arte moderna2012
Adriana Guimarães Manaro
 
Introdução à arte moderna2013
Introdução à arte moderna2013Introdução à arte moderna2013
Introdução à arte moderna2013
Adriana Guimarães Manaro
 
Introdução à arte
Introdução à arteIntrodução à arte
Introdução à arte
Ellen_A
 
História do conceito de arte
História do conceito de arteHistória do conceito de arte
História do conceito de arte
Cristiano Canguçu
 
Teste história da arte 2
Teste história da arte 2Teste história da arte 2
Cildo Meireles
Cildo MeirelesCildo Meireles
Cildo Meireles
Vivian Vianna
 
ENEM - Competência 4
ENEM - Competência 4ENEM - Competência 4
ENEM - Competência 4
Edenilson Morais
 
Arte o que é
Arte   o que éArte   o que é
Arte o que é
Darli Corrêa Marinho
 
Arte contemporanea
Arte contemporaneaArte contemporanea
Arte contemporanea
Cristiane Seibt
 
Apostila arte contemporanea
Apostila arte contemporaneaApostila arte contemporanea
Apostila arte contemporanea
daniel bertholdo
 
Apostila de-arte-contemporc3a2nea
Apostila de-arte-contemporc3a2neaApostila de-arte-contemporc3a2nea
Apostila de-arte-contemporc3a2nea
Juju Ornelas
 
Aula 10 Expressionismo Abstrato
Aula 10  Expressionismo AbstratoAula 10  Expressionismo Abstrato
Aula 10 Expressionismo Abstrato
Aline Okumura
 
Arte abstrata 1910 1950
Arte abstrata        1910 1950Arte abstrata        1910 1950
Arte abstrata 1910 1950
Professor Gilson Nunes
 
Linha do Tempo Artística da Europa do Século XIX
Linha do Tempo Artística da Europa do Século XIXLinha do Tempo Artística da Europa do Século XIX
Linha do Tempo Artística da Europa do Século XIX
IsabellaRetondar
 
Concretismo e neoconcretismo slides
Concretismo e neoconcretismo slidesConcretismo e neoconcretismo slides
Concretismo e neoconcretismo slides
wddan
 

Semelhante a A o que é arte (20)

O que é arte?
O que é arte?O que é arte?
O que é arte?
 
V dfilo cap4p_arte
V dfilo cap4p_arteV dfilo cap4p_arte
V dfilo cap4p_arte
 
O que é arte
O que é arteO que é arte
O que é arte
 
Jorge coli - o que é arte
Jorge coli - o que é arteJorge coli - o que é arte
Jorge coli - o que é arte
 
Jorge coli o que é arte
Jorge coli   o que é arteJorge coli   o que é arte
Jorge coli o que é arte
 
Introdução à arte moderna2012
Introdução à arte moderna2012Introdução à arte moderna2012
Introdução à arte moderna2012
 
Introdução à arte moderna2013
Introdução à arte moderna2013Introdução à arte moderna2013
Introdução à arte moderna2013
 
Introdução à arte
Introdução à arteIntrodução à arte
Introdução à arte
 
História do conceito de arte
História do conceito de arteHistória do conceito de arte
História do conceito de arte
 
Teste história da arte 2
Teste história da arte 2Teste história da arte 2
Teste história da arte 2
 
Cildo Meireles
Cildo MeirelesCildo Meireles
Cildo Meireles
 
ENEM - Competência 4
ENEM - Competência 4ENEM - Competência 4
ENEM - Competência 4
 
Arte o que é
Arte   o que éArte   o que é
Arte o que é
 
Arte contemporanea
Arte contemporaneaArte contemporanea
Arte contemporanea
 
Apostila arte contemporanea
Apostila arte contemporaneaApostila arte contemporanea
Apostila arte contemporanea
 
Apostila de-arte-contemporc3a2nea
Apostila de-arte-contemporc3a2neaApostila de-arte-contemporc3a2nea
Apostila de-arte-contemporc3a2nea
 
Aula 10 Expressionismo Abstrato
Aula 10  Expressionismo AbstratoAula 10  Expressionismo Abstrato
Aula 10 Expressionismo Abstrato
 
Arte abstrata 1910 1950
Arte abstrata        1910 1950Arte abstrata        1910 1950
Arte abstrata 1910 1950
 
Linha do Tempo Artística da Europa do Século XIX
Linha do Tempo Artística da Europa do Século XIXLinha do Tempo Artística da Europa do Século XIX
Linha do Tempo Artística da Europa do Século XIX
 
Concretismo e neoconcretismo slides
Concretismo e neoconcretismo slidesConcretismo e neoconcretismo slides
Concretismo e neoconcretismo slides
 

Mais de António Silva

J arte românica
J arte românicaJ arte românica
J arte românica
António Silva
 
I arte islâmica em portugal
I arte islâmica em portugalI arte islâmica em portugal
I arte islâmica em portugal
António Silva
 
H visigodos e moçárabes
H visigodos e moçárabesH visigodos e moçárabes
H visigodos e moçárabes
António Silva
 
Grécia escultura 3
Grécia escultura 3Grécia escultura 3
Grécia escultura 3
António Silva
 
Grécia escultura 2
Grécia escultura 2Grécia escultura 2
Grécia escultura 2
António Silva
 
Grécia escultura 1
Grécia escultura 1Grécia escultura 1
Grécia escultura 1
António Silva
 
Grécia arquitectura
Grécia arquitecturaGrécia arquitectura
Grécia arquitectura
António Silva
 
G arte romana em portugal
G arte romana em portugalG arte romana em portugal
G arte romana em portugal
António Silva
 
F bronze final e ferro
F bronze final e ferroF bronze final e ferro
F bronze final e ferro
António Silva
 
E arte levantina
E arte levantinaE arte levantina
E arte levantina
António Silva
 
D megalitismo
D megalitismoD megalitismo
D megalitismo
António Silva
 
C arte paleolítico superior
C arte paleolítico superiorC arte paleolítico superior
C arte paleolítico superior
António Silva
 
A escultura romana
A escultura romanaA escultura romana
A escultura romana
António Silva
 
A arquitectura romana
A arquitectura romanaA arquitectura romana
A arquitectura romana
António Silva
 
B património
B patrimónioB património
B património
António Silva
 
100 filmes
100 filmes100 filmes
100 filmes
António Silva
 
100 pinturas
100 pinturas100 pinturas
100 pinturas
António Silva
 
Arte islâmica em portugal
Arte islâmica em portugalArte islâmica em portugal
Arte islâmica em portugal
António Silva
 
A pintura portuguesa no séc. xvi
A pintura portuguesa no séc. xviA pintura portuguesa no séc. xvi
A pintura portuguesa no séc. xvi
António Silva
 
A estatuária pública e a escultura monumental
A estatuária pública e a escultura monumentalA estatuária pública e a escultura monumental
A estatuária pública e a escultura monumental
António Silva
 

Mais de António Silva (20)

J arte românica
J arte românicaJ arte românica
J arte românica
 
I arte islâmica em portugal
I arte islâmica em portugalI arte islâmica em portugal
I arte islâmica em portugal
 
H visigodos e moçárabes
H visigodos e moçárabesH visigodos e moçárabes
H visigodos e moçárabes
 
Grécia escultura 3
Grécia escultura 3Grécia escultura 3
Grécia escultura 3
 
Grécia escultura 2
Grécia escultura 2Grécia escultura 2
Grécia escultura 2
 
Grécia escultura 1
Grécia escultura 1Grécia escultura 1
Grécia escultura 1
 
Grécia arquitectura
Grécia arquitecturaGrécia arquitectura
Grécia arquitectura
 
G arte romana em portugal
G arte romana em portugalG arte romana em portugal
G arte romana em portugal
 
F bronze final e ferro
F bronze final e ferroF bronze final e ferro
F bronze final e ferro
 
E arte levantina
E arte levantinaE arte levantina
E arte levantina
 
D megalitismo
D megalitismoD megalitismo
D megalitismo
 
C arte paleolítico superior
C arte paleolítico superiorC arte paleolítico superior
C arte paleolítico superior
 
A escultura romana
A escultura romanaA escultura romana
A escultura romana
 
A arquitectura romana
A arquitectura romanaA arquitectura romana
A arquitectura romana
 
B património
B patrimónioB património
B património
 
100 filmes
100 filmes100 filmes
100 filmes
 
100 pinturas
100 pinturas100 pinturas
100 pinturas
 
Arte islâmica em portugal
Arte islâmica em portugalArte islâmica em portugal
Arte islâmica em portugal
 
A pintura portuguesa no séc. xvi
A pintura portuguesa no séc. xviA pintura portuguesa no séc. xvi
A pintura portuguesa no séc. xvi
 
A estatuária pública e a escultura monumental
A estatuária pública e a escultura monumentalA estatuária pública e a escultura monumental
A estatuária pública e a escultura monumental
 

Último

Como montar o mapa conceitual editado.pdf
Como montar o mapa conceitual editado.pdfComo montar o mapa conceitual editado.pdf
Como montar o mapa conceitual editado.pdf
AlineOliveira625820
 
ATIVIDADES de alfabetização do mês de junho
ATIVIDADES de alfabetização do mês de junhoATIVIDADES de alfabetização do mês de junho
ATIVIDADES de alfabetização do mês de junho
Crisnaiara
 
A importância das conjunções- Ensino Médio
A importância das conjunções- Ensino MédioA importância das conjunções- Ensino Médio
A importância das conjunções- Ensino Médio
nunesly
 
Resumo de Química 10º ano Estudo exames nacionais
Resumo de Química 10º ano Estudo exames nacionaisResumo de Química 10º ano Estudo exames nacionais
Resumo de Química 10º ano Estudo exames nacionais
beatrizsilva525654
 
O Mito da Caverna de Platão_ Uma Jornada em Busca da Verdade.pdf
O Mito da Caverna de Platão_ Uma Jornada em Busca da Verdade.pdfO Mito da Caverna de Platão_ Uma Jornada em Busca da Verdade.pdf
O Mito da Caverna de Platão_ Uma Jornada em Busca da Verdade.pdf
silvamelosilva300
 
A Núbia e o Reino De Cuxe- 6º ano....ppt
A Núbia e o Reino De Cuxe- 6º ano....pptA Núbia e o Reino De Cuxe- 6º ano....ppt
A Núbia e o Reino De Cuxe- 6º ano....ppt
WilianeBarbosa2
 
Roteiro para análise do Livro Didático.pptx
Roteiro para análise do Livro Didático.pptxRoteiro para análise do Livro Didático.pptx
Roteiro para análise do Livro Didático.pptx
pamellaaraujo10
 
PALAVRA SECRETA - ALFABETIZAÇÃO- REFORÇO
PALAVRA SECRETA - ALFABETIZAÇÃO- REFORÇOPALAVRA SECRETA - ALFABETIZAÇÃO- REFORÇO
PALAVRA SECRETA - ALFABETIZAÇÃO- REFORÇO
ARIADNEMARTINSDACRUZ
 
UFCD_7211_Os sistemas do corpo humano_ imunitário, circulatório, respiratório...
UFCD_7211_Os sistemas do corpo humano_ imunitário, circulatório, respiratório...UFCD_7211_Os sistemas do corpo humano_ imunitário, circulatório, respiratório...
UFCD_7211_Os sistemas do corpo humano_ imunitário, circulatório, respiratório...
Manuais Formação
 
Psicologia e Sociologia - Módulo 2 – Sociedade e indivíduo.pptx
Psicologia e Sociologia - Módulo 2 – Sociedade e indivíduo.pptxPsicologia e Sociologia - Módulo 2 – Sociedade e indivíduo.pptx
Psicologia e Sociologia - Módulo 2 – Sociedade e indivíduo.pptx
TiagoLouro8
 
UFCD_10789_Metodologias de desenvolvimento de software_índice.pdf
UFCD_10789_Metodologias de desenvolvimento de software_índice.pdfUFCD_10789_Metodologias de desenvolvimento de software_índice.pdf
UFCD_10789_Metodologias de desenvolvimento de software_índice.pdf
Manuais Formação
 
UFCD_4667_Preparação e confeção de molhos e fundos de cozinha_índice.pdf
UFCD_4667_Preparação e confeção de molhos e fundos de cozinha_índice.pdfUFCD_4667_Preparação e confeção de molhos e fundos de cozinha_índice.pdf
UFCD_4667_Preparação e confeção de molhos e fundos de cozinha_índice.pdf
Manuais Formação
 
Dicas de normas ABNT para trabalho de conclusão de curso
Dicas de normas ABNT para trabalho de conclusão de cursoDicas de normas ABNT para trabalho de conclusão de curso
Dicas de normas ABNT para trabalho de conclusão de curso
Simone399395
 
FUNCAO EQUAÇÃO DO 2° GRAU SLIDES AULA 1.ppt
FUNCAO EQUAÇÃO DO 2° GRAU SLIDES AULA 1.pptFUNCAO EQUAÇÃO DO 2° GRAU SLIDES AULA 1.ppt
FUNCAO EQUAÇÃO DO 2° GRAU SLIDES AULA 1.ppt
MarceloMonteiro213738
 
PP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptx
PP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptxPP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptx
PP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
Curativo de cateter venoso central na UTI.pdf
Curativo de cateter venoso central na UTI.pdfCurativo de cateter venoso central na UTI.pdf
Curativo de cateter venoso central na UTI.pdf
BiancaCristina75
 
Slide de biologia aula2 2 bimestre no ano de 2024
Slide de biologia aula2  2 bimestre no ano de 2024Slide de biologia aula2  2 bimestre no ano de 2024
Slide de biologia aula2 2 bimestre no ano de 2024
vinibolado86
 
UFCD_3546_Prevenção e primeiros socorros_geriatria.pdf
UFCD_3546_Prevenção e primeiros socorros_geriatria.pdfUFCD_3546_Prevenção e primeiros socorros_geriatria.pdf
UFCD_3546_Prevenção e primeiros socorros_geriatria.pdf
Manuais Formação
 
TUTORIAL PARA LANÇAMENTOGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGG
TUTORIAL PARA LANÇAMENTOGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGTUTORIAL PARA LANÇAMENTOGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGG
TUTORIAL PARA LANÇAMENTOGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGG
ProfessoraTatianaT
 
497417426-conheca-os-principais-graficos-da-radiestesia-e-da-radionica.pdf
497417426-conheca-os-principais-graficos-da-radiestesia-e-da-radionica.pdf497417426-conheca-os-principais-graficos-da-radiestesia-e-da-radionica.pdf
497417426-conheca-os-principais-graficos-da-radiestesia-e-da-radionica.pdf
JoanaFigueira11
 

Último (20)

Como montar o mapa conceitual editado.pdf
Como montar o mapa conceitual editado.pdfComo montar o mapa conceitual editado.pdf
Como montar o mapa conceitual editado.pdf
 
ATIVIDADES de alfabetização do mês de junho
ATIVIDADES de alfabetização do mês de junhoATIVIDADES de alfabetização do mês de junho
ATIVIDADES de alfabetização do mês de junho
 
A importância das conjunções- Ensino Médio
A importância das conjunções- Ensino MédioA importância das conjunções- Ensino Médio
A importância das conjunções- Ensino Médio
 
Resumo de Química 10º ano Estudo exames nacionais
Resumo de Química 10º ano Estudo exames nacionaisResumo de Química 10º ano Estudo exames nacionais
Resumo de Química 10º ano Estudo exames nacionais
 
O Mito da Caverna de Platão_ Uma Jornada em Busca da Verdade.pdf
O Mito da Caverna de Platão_ Uma Jornada em Busca da Verdade.pdfO Mito da Caverna de Platão_ Uma Jornada em Busca da Verdade.pdf
O Mito da Caverna de Platão_ Uma Jornada em Busca da Verdade.pdf
 
A Núbia e o Reino De Cuxe- 6º ano....ppt
A Núbia e o Reino De Cuxe- 6º ano....pptA Núbia e o Reino De Cuxe- 6º ano....ppt
A Núbia e o Reino De Cuxe- 6º ano....ppt
 
Roteiro para análise do Livro Didático.pptx
Roteiro para análise do Livro Didático.pptxRoteiro para análise do Livro Didático.pptx
Roteiro para análise do Livro Didático.pptx
 
PALAVRA SECRETA - ALFABETIZAÇÃO- REFORÇO
PALAVRA SECRETA - ALFABETIZAÇÃO- REFORÇOPALAVRA SECRETA - ALFABETIZAÇÃO- REFORÇO
PALAVRA SECRETA - ALFABETIZAÇÃO- REFORÇO
 
UFCD_7211_Os sistemas do corpo humano_ imunitário, circulatório, respiratório...
UFCD_7211_Os sistemas do corpo humano_ imunitário, circulatório, respiratório...UFCD_7211_Os sistemas do corpo humano_ imunitário, circulatório, respiratório...
UFCD_7211_Os sistemas do corpo humano_ imunitário, circulatório, respiratório...
 
Psicologia e Sociologia - Módulo 2 – Sociedade e indivíduo.pptx
Psicologia e Sociologia - Módulo 2 – Sociedade e indivíduo.pptxPsicologia e Sociologia - Módulo 2 – Sociedade e indivíduo.pptx
Psicologia e Sociologia - Módulo 2 – Sociedade e indivíduo.pptx
 
UFCD_10789_Metodologias de desenvolvimento de software_índice.pdf
UFCD_10789_Metodologias de desenvolvimento de software_índice.pdfUFCD_10789_Metodologias de desenvolvimento de software_índice.pdf
UFCD_10789_Metodologias de desenvolvimento de software_índice.pdf
 
UFCD_4667_Preparação e confeção de molhos e fundos de cozinha_índice.pdf
UFCD_4667_Preparação e confeção de molhos e fundos de cozinha_índice.pdfUFCD_4667_Preparação e confeção de molhos e fundos de cozinha_índice.pdf
UFCD_4667_Preparação e confeção de molhos e fundos de cozinha_índice.pdf
 
Dicas de normas ABNT para trabalho de conclusão de curso
Dicas de normas ABNT para trabalho de conclusão de cursoDicas de normas ABNT para trabalho de conclusão de curso
Dicas de normas ABNT para trabalho de conclusão de curso
 
FUNCAO EQUAÇÃO DO 2° GRAU SLIDES AULA 1.ppt
FUNCAO EQUAÇÃO DO 2° GRAU SLIDES AULA 1.pptFUNCAO EQUAÇÃO DO 2° GRAU SLIDES AULA 1.ppt
FUNCAO EQUAÇÃO DO 2° GRAU SLIDES AULA 1.ppt
 
PP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptx
PP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptxPP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptx
PP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptx
 
Curativo de cateter venoso central na UTI.pdf
Curativo de cateter venoso central na UTI.pdfCurativo de cateter venoso central na UTI.pdf
Curativo de cateter venoso central na UTI.pdf
 
Slide de biologia aula2 2 bimestre no ano de 2024
Slide de biologia aula2  2 bimestre no ano de 2024Slide de biologia aula2  2 bimestre no ano de 2024
Slide de biologia aula2 2 bimestre no ano de 2024
 
UFCD_3546_Prevenção e primeiros socorros_geriatria.pdf
UFCD_3546_Prevenção e primeiros socorros_geriatria.pdfUFCD_3546_Prevenção e primeiros socorros_geriatria.pdf
UFCD_3546_Prevenção e primeiros socorros_geriatria.pdf
 
TUTORIAL PARA LANÇAMENTOGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGG
TUTORIAL PARA LANÇAMENTOGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGTUTORIAL PARA LANÇAMENTOGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGG
TUTORIAL PARA LANÇAMENTOGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGG
 
497417426-conheca-os-principais-graficos-da-radiestesia-e-da-radionica.pdf
497417426-conheca-os-principais-graficos-da-radiestesia-e-da-radionica.pdf497417426-conheca-os-principais-graficos-da-radiestesia-e-da-radionica.pdf
497417426-conheca-os-principais-graficos-da-radiestesia-e-da-radionica.pdf
 

A o que é arte

  • 2. Jackson Pollock: Lavender Mist (nº 1); 1950; National Gallery of Art;Washigton D. C
  • 3. Yves Klein Blue Monochrome 1961 The Museum of Modern Art NewYork.
  • 4. Kasimir Malevich Quadrado Branco sobre Fundo Branco 1918 The Museum of Modern Art, NewYork Marcel Duchamp L.H.O.O.Q.; 1919 Readymade de «Box in aValise» The Philadelphia Museum of Art
  • 5. Platão 427 a. C. - 347 a. C. «A verdade está na ideia, não na coisa, já que a coisa, imperfeita concretização da ideia, se encontra a um grau de distância da verdade, da qual é uma mera imitação. Portanto, a arte, imitando a coisa, encontra-se a dois graus de distância da verdade e é a imitação de uma imitação. » Giovanni Lombardo: A Estética da Antiguidade Clássica; Lisboa; Editorial Estampa; 2003; p. 72
  • 6. Embora a questão acerca da natureza da arte remonte aos tempos de Platão, é na segunda metade do século XX que a questão se torna acutilante.
  • 7. Até então, todos sabiam distinguir um objecto comum de uma obra de arte, porque estas exibiam um conjunto de propriedades de forma e conteúdo que as tornavam reconhecíveis. Rembrandt Descida daCruz 1633
  • 8. A arte abstracta, por exemplo, não seria admissível como arte. Piet Mondrian Composição nº 8 1939 - 1942
  • 9. A modernidade questionou o conceito de obra de arte e desafiou a crítica a fixar os limites que distinguem um objecto artístico de um objecto vulgar. Marcel Duchamp A Fonte 1917
  • 10. O crítico de arte Harold Rosenberg usou a expressão objecto ansioso (The Anxious Object, 1964) para designar estes objectos que exigem uma classificação que os integre ou exclua do conceito de obra de arte. Constantin Brancusi Bird inSpace 1923 - 1940
  • 12. Robert Morris SemTítulo; 1991 Solomon R. Guggenheim Museum, Panza Collection
  • 13. Ad Reinhardt Abstract Painting; 1960-66 Solomon Guggenheim Museum Nova Iorque
  • 15. Piero Manzoni Merda d'artista nº. 066, 1961 Agnolo Bronzino Eleanora diToledo e Ferdinando de Medici c. 1545 Galleria degli Uffizi, Florença
  • 16. Yellow Among Reds (mobile) 1966 Catálogo da Kool-Roomz US$ 90 em www.koolroomz.net AlexanderCalder 1898 - 1976
  • 17. Clive Bell (1881- 1964) publicou em 1914 uma obra intitulada Art, em que desenvolvia as suas teorias procurando captar a essência da arte. Tem de haver uma qualidade sem a qual não pode haver obra de arte. Possuindo-a, ainda que em grau mínimo, nenhuma obra é completamente desprovida de valor. Que qualidade é esta? (…) Parece-me que há uma única resposta possível: a forma significante. (…) Uma particular combinação de linhas e cores, certas formas e relações entre formas [que] despertam as nossas emoções estéticas. Citado em Carmo d’Orey: O Que É a Arte? A Perspectiva Analítica; Lisboa; Dinalivro; 2007; p. 30 Esta definição permite defender uma teoria do belo e traçar uma linha separadora entre arte e não-arte. Ao defender que toda a arte, de todas as épocas tem um denominador comum – a forma significante -, os objectos que a não possuem não são arte.
  • 18. A arte, como a lógica do conceito evidencia, não tem um conjunto de propriedades necessárias e suficientes; é por isso que uma teoria da arte é logicamente impossível, e não apenas factualmente difícil de constituir. A teoria estética tenta definir o que não pode ser definido na acepção exigida. (…) a teoria estética é uma tentativa logicamente vã de definir o que não pode ser definido (…) O problema com que devemos começar não é “O que é a arte?”, mas “Que tipo de conceito é a arte”? Morris Weitz (1916 – 1981)
  • 19. George Dickie n. 1926 Outros autores, como George Dickie, desenvolvem teorias institucionais, destacando as qualidades não observáveis nas obras de arte. «A tese central (…) é a de que tal como as pessoas e os objectos podem adquirir determinados estatutos, por exemplo, professor jubilado ou monumento nacional, apenas porque existem instituições capazes de os outorgar, também os objectos podem adquirir o estatuto de obra de arte, no âmbito da instituição mundo-da-arte. Carmo d’Orey: Ob.Cit.; p. 20
  • 20. Umberto Eco n. 1932 Em 1958, num congresso de filosofia realizado em Veneza, Umberto Eco apresenta pela primeira vez os pressupostos para a sua concepção de obra aberta: O desenvolvimento da sensibilidade contemporânea acentuou (…) a pouco e pouco, a aspiração a um tipo de obra de arte que, cada vez mais consciente das várias perspectivas de «leitura», se apresenta como estímulo para uma livre interpretação orientada apenas nos seus traços essenciais. no quadro da sensibilidade corrente, esta tendência para a abertura da obra é acompanhada por uma evolução análoga da lógica e das ciências que substituíram os modos unívocos pelos modos plurivalentes. O Problema da Obra Aberta; in «A Definição da Arte»; Lisboa; Edições 70; 2006; pp. 153 – 159
  • 21. Nelson Goodman (1906-1998) Em 1978, Nelson Goodman publica um livro intitulado Ways of Worldmaking, onde explicita as teorias que já vinha ensaindo desde há alguns anos: A literatura da estética está atafulhada com tentativas desesperadas para responder à questão «O que é arte?» Esta questão, muitas vezes irremediavelmente confundida com a questão «O que é boa arte?» (…) O que distingue aquilo que é daquilo que não é uma obra de arte? O facto de um artista lhe chamar uma obra de arte? O facto de estar exposto num museu ou numa galeria? Nenhuma destas respostas faz prevalecer qualquer convicção. Como observei no início, parte da dificuldade reside em perguntar a questão errada - em não conseguir reconhecer que uma coisa pode funcionar como obra de arte em certos momentos e não noutros. Nos casos cruciais, a verdadeira questão não é «Quais os objectos que são (permanentemente) obras de arte?» mas «Quando é que um objecto é uma obra de arte?» - ou mais brevemente, como no meu título, «Quando é arte?». A minha resposta é que exactamente como um objecto pode ser um símbolo - por exemplo, uma amostra - em certos momentos e em certas circunstâncias e não noutras, assim um objecto pode ser uma obra de arte em certos momentos e não noutros. Na realidade, exactamente por funcionar, e enquanto funcionar, de determinado modo como um símbolo, um objecto torna-se uma obra de arte. Modos de Fazer Mundos; Porto; EdiçõesASA; 1995; pp. 103
  • 22. Bibliografia comentada: como obra de consulta imprescindível deve indicar-se a recente colectânea editada pela Dinalivro sob a orientação de Carmo d’Orey (O Que É a Arte? A Perspectiva Analítica; Lisboa; 2007), a mais importante estudiosa portuguesa desta temática e que redige uma esclarecedora introdução antes de apresentar uma colectânea de textos de Clive Bell, Morris Weitz , George Dickie ou Nelson Goodman, entre outros. Todavia, a obra fundamental da autora é a sua tese de doutoramento, editada pela Fundação Calouste Gulbenkian, (A Exemplificação na Arte. Um Estudo sobre Nelson Goodman; Lisboa; Fundação Calouste Gulbenkian / Fundação para a Ciência e a Tecnologia / Ministério da Ciência e Tecnologia; 1999) essencial para os que desejarem aprofundar o tema, nomeadamente o capítulo III. Nelson Goodman, cujas teses originais e estimulantes propiciam uma leitura agradável, tem dois livros editados no nosso país: Modos de Fazer Mundos; Porto; Edições ASA; 1995 e Linguagens da Arte. Uma Abordagem a uma Teoria dos Símbolos; Lisboa; Gradiva; 2006. O texto citado de Umberto Eco foi republicado numa compilação recente: O Problema da Obra Aberta; in «A Definição da Arte»; Lisboa; Edições 70; 2006; pp. 153 – 159. Útil é o pequeno livro, já clássico, de Alexandre Melo: Arte; Lisboa; Quimera; 3ª edição; 2001. De entre os muitos ensaios clássicos acerca desta questão da estética e da definição da obra de arte, uma leitura de alguns excertos do ensaio de Martin Heidegger pode ajudar a esclarecer alguns tópicos da questão, nomeadamente no que respeita à natureza simbólica do objecto artístico (A Origem da Obra de Arte, Lisboa; Edições 70, 1989). O último título saído no mercado nacional é da autoria de um conhecido autor e prova que o assunto continua a suscitar interesse. Trata-se da excelente síntese de Nigel Warburton: O Que É Arte?; Lisboa; Bizâncio; 2007.