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 Visigodos
 e 
Moçárabes 
S. Frutuoso de Montélios
Braga
Basílica paleocristã (VI – VII) erguida
sobre uma casa anterior conhecida
como casa de Tancinus.
Conimbriga
Está documentada a presença de comunidades cristãs na Península Ibérica a partir do séc. III.
Há notícias de os bispos de Ebora e Ossonoba (Faro) terem participado no concílio de Elvira,
em Granada, nos inícios do séc. IV, pelo que o território actualmente português foi
evangelizado desde os primórdios.
Nos finais do século IV, os habitantes de Conimbriga edificaram uma muralha para se defenderem das hordas invasoras,
sacrificando parte da cidade. Em 468 os Suevos assaltam a cidade, saqueiam e destroem Conimbriga. A cidade é
abandonada, deixando de ser sede episcopal que transita para Aeminium (Coimbra).
Os Bárbaros, que penetraram nas Espanhas,
pilham e massacram sem piedade. Por sua vez, a
peste não causa menos devastações. Enquanto
as Espanhas estão entregues aos excessos dos
Bárbaros, e o mal da peste não faz menos
estragos, as riquezas e os víveres armazenados
nas cidades são extorquidos pelo despótico
colector de impostos e exauridos pelos soldados.
E eis que a temível fome ataca: os humanos
devoram a carne humana, sob a pressão da
fome, e as próprias mães se alimentam do corpo
dos filhos, por elas mortos e cozinhados. Os
animais ferozes, habituados aos cadáveres das
vítimas da espada, da fome ou da peste, matam
também os homens mais fortes e, cheios dessa
carne, desencadeiam por todo o lado o
aniquilamento do género humano.
Citado em A. H. de Oliveira Marques (coord.): Portugal. Das Invasões
Germânicas à ”Reconquista”; in «Nova História de Portugal»; direcção geral da
obra de Joel Serrão, e A. H. de Oliveira Marques; volume II; Lisboa; Presença;
1993; p.26.
Idácio de Chaves
Finais do séc. IV – c. 470
Os quatro cavaleiros
do Apocalipse
Apocalipse do Lorvão
Séc. XII
Ruínas arqueológicas de Dume (Braga)
Aqui estava radicada a corte suévica, num ambiente rural e suburbano, ao gosto bárbaro. A
presença da corte justificou a fundação, por S. Martinho de Dume (séc. VI), de uma basílica,
de um mosteiro e de um bispado, vindo a converter os suevos ao Cristianismo.
A Península Ibérica
dividiu-se em dois
reinos: o dos Suevos,
com a capital em
Braga, e o dos
Visigodos, com a
capital em Toledo.
Os Visigodos
venceriam depois os
Suevos, dominando
toda a Península.
http://arqueo.org/visigotico
Ruínas da basílica paleocristã (séc. VI)
de Torre de Palma (Monforte;
Portalegre) e respectiva planta, com
indicação do baptistério e dos
cemitérios, segundo Stephanie
Maloney.
Torre de Palma
Monforte; Portalegre
Ruínas da Basílica Paleocristã (Baptistério)
Cruz de lorena
Ecclesia cruciforme da villa romana do Montinho
das Laranjeiras; Alcoutim (séculos VI - VII)
Frescos da basílica cemiterial de Tróia.
Basílica paleocristã de Mértola
Lápide paleocristã com epitáfios de Exuperius e Rufina, proveniente de
Mértola e conservada no Museu Nacional de Arqueologia de Lisboa
527 - 587 d. C.
Tampo de sepultura, proveniente de Mértola, conservada no
MNA (Lisboa), datada do ano de 525.
527 - 587 d. C.
Ruínas da igreja
paleocristã de Odrinhas;
Sintra.
Localizada numa antiga villa
romana, cujos mosaicos são
visíveis, desta igreja resta a
ábside que se observa,
datável do séc. VI e que foi
sucessivamente ocupada ao
longo da Idade Média.
Antiga Sé de Egitânia (Idanha-a-Velha)
Segunda metade do séc. VI.
O edifício está envolvido por ruínas medievais que
reaproveitam materiais romanos.
Basilica de San Juan de Baños
Palência
Espanha
Séc.VII
S. Frutuoso de Montélios
Braga
A fundação deste templete com função de
mausoléu tem sido remetida para os
meados do séc. VII, sob encomenda de S.
Frutuoso, bispo godo de Braga entre 656 e
665, data da sua morte.
Destaque-se a torre central que encima a
«cascata» geométrica de volumes.
Planta centralizada em cruz grega
Destaque-se o friso
coríntio da parede que se
repete no capitel.
Aspecto do mausoléu anteriormente ao restauro da Direcção-
Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais.
Os trabalhos de restauro foram profundos e os
especialistas discutem a sua autenticidade.
O restauro seguiu a ideia, muito provável, que o monumento terá sido edificado sob inspiração
bizantinizante no mausoléu de Gala Placídia, em Ravena, datado dos inícios do séc. IV.
A silhueta arquitectónica de S. Frutuoso de Montélios, pelo aparato dos seus frontões e da
torre central, pela modinatura das suas cornijas, pelo seu aparelho e arcaturas cegas,
evidencia-nos um indiscutível aspecto classicizante e bizantinizante.
C. A. Ferreira de Almeida
O monumento é coberto por uma cúpula semiesférica
Capela de S. Miguel de Celanova (Orense)
Fundada por S. Rosendo nos meados do séc. X
Igreja moçárabe de Santa Comba de Bande (Ourense)
Séc. X
Igreja de San Pedro de la Nave – Zamora
Igreja S. Pedro de Balsemão
Lamego
Profundamente alterada por intervenções nos
séculos XVII e XVIII, conserva no interior
vestígios visigóticos e moçárabes.
Os capitéis, bem como outros motivos
decorativos, e ainda diversos aspectos
técnicos, deixam supor, além de
influências orientalizantes, afinidades
com S. Frutuoso de Montélios.
O acesso à capela-mor faz-se através de
uma abertura estreita com um arco
ultrapassado. O santuário muito pequeno
e fechado é uma característica dos
templos moçárabes. *
* Moçárabes: nome que, na Península Ibérica,
designava os cristãos que viviam sob domínio
muçulmano.
A igreja alberga o sarcófago de D.
Afonso Pires (meados do séc. XIV),
bispo do Porto.
Na região da Nazaré (freguesia de Famalicão), numa zona isolada entre o mar e uma
encosta, localiza-se a igreja de S. Gião, que se encontra em obras de restauro, desde 2001.
Chegou à actualidade transformada num palheiro e estábulo para os animais.
Segundo alguns, a edificação é moçárabe, embora surjam sinais e vestígios de ter existido um
reaproveitamento de materiais e estruturas anteriores, visigóticos ou mesmo paleocristãos.
Iconostase – Como os ícones oferecidos
à devoção dos fiéis eram muito numerosos
nas igrejas gregas e russas, tomou-se o
hábito de os dispor em várias filas sobre
uma espécie de grade separando o corpo
da igreja da capela-mor reservada ao
padre; esta divisória, tornada um
escaparate de ícones, tomou o nome de
iconostase.
Jorge Henrique Pais da Silva e Margarida Calado: Dicionário
de Termos de Arte e Arquitectura; Lisboa; Ed. Presença; 2005
Capitel de gosto
orientalizante,
exibindo folhas
de acanto.
Motivos decorativos
geométricos e vegetalistas
Igreja de Vera Cruz de Marmelar
Portel
(janela visigótica em forma de concha. Século VI - VII)
Aspecto exterior da igreja moçárabe de S. Pedro de Lourosa (Oliveira do Hospital)
Séc. X, segundo uma inscrição que aponta o ano de 912
A conjugação de diversos volumes é um dos aspectos típicos da arquitectura
moçárabe, mesmo admitindo intervenções posteriores, já da era românica.
Destaque para o ajimez (janela geminada de estilo árabe, dividida ao meio por uma
coluna ou mainel) decorado de alfiz (zona rectangular do muro onde se inscreve o vão da
janela de gosto árabe).
Notável é o enorme nartex (átrio com pórtico erguido imediatamente antes das naves
das basílicas paleocristãs, românicas, etc), claramente inspirado nos modelos romanos
Como é hábito nas construções moçárabes dos séculos IX – X, as
naves laterais têm cerca de metade da largura da nave central. As
arcadas são baixas relativamente às paredes.
Reparem-se ainda nos arcos pouco ultrapassados.
Portal integrado no antigo paço
episcopal de Coimbra, hoje Museu
Nacional Machado de Castro,
datado do séc. XII. Tem uma
portada dupla de arco ultrapassado
o que, considerando a data da
construção, não é já muito usual,
mas comprova a persistência dos
modelos islâmicos na arquitectura
civil, em zonas de forte tradição
moçárabe.
O Museu Regional de Beja possui um
núcleo visigótico na igreja de Santo
Amaro.
Conjunto de capitéis visigóticos
Os especialistas divergem na datação destes capitéis. Tendem, porém,
a considerá-los da era visigótica, justificando o título atribuído a Beja
de capital da arte visigótica, tal a profusão de vestígios guardados no
museu.
Bibliografia:
- ALARCÃO, Jorge de: Coimbra. A Montagem do Cenário Urbano; Coimbra; Imprensa da
Universidade; 2008; pp. 67 – 73.
- ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de: História da Arte em Portugal; volume 2; Lisboa;
Publicações Alfa; 1986.
- ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de: História da Arte em Portugal. O Românico; Lisboa;
Editorial Presença; 2001; pp. 22 – 34.
- CORREIA, Vergílio: Arte Visigótica; in «História de Portugal» (direcção de Damião Peres);
volume 1; Barcelos; Portucalense; 1928; pp.363-388. [ESEC 94(469)/2].
- HAUSCHILD, Theodor: Arte visigótica; in História da Arte em Portugal, volume 1; Lisboa; 1986;
pp. 149-169.
- MACIEL, M. Justino: A Arte da Antiguidade Tardia (séculos III – VIII, ano de 711; in «História da
Arte Portuguesa» (direcção de Paulo Pereira); volume 1; Lisboa; Círculo de Leitores; 1995; pp.
103 – 146 [ESEC 7.01/.08/51].
- PEREIRA, Paulo: Arte Portuguesa; Lisboa; Temas e Debates / Círculo de Leitores; 2011; pp. 153
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H visigodos e moçárabes

  • 1.  Visigodos  e  Moçárabes  S. Frutuoso de Montélios Braga
  • 2. Basílica paleocristã (VI – VII) erguida sobre uma casa anterior conhecida como casa de Tancinus. Conimbriga Está documentada a presença de comunidades cristãs na Península Ibérica a partir do séc. III. Há notícias de os bispos de Ebora e Ossonoba (Faro) terem participado no concílio de Elvira, em Granada, nos inícios do séc. IV, pelo que o território actualmente português foi evangelizado desde os primórdios.
  • 3. Nos finais do século IV, os habitantes de Conimbriga edificaram uma muralha para se defenderem das hordas invasoras, sacrificando parte da cidade. Em 468 os Suevos assaltam a cidade, saqueiam e destroem Conimbriga. A cidade é abandonada, deixando de ser sede episcopal que transita para Aeminium (Coimbra).
  • 4. Os Bárbaros, que penetraram nas Espanhas, pilham e massacram sem piedade. Por sua vez, a peste não causa menos devastações. Enquanto as Espanhas estão entregues aos excessos dos Bárbaros, e o mal da peste não faz menos estragos, as riquezas e os víveres armazenados nas cidades são extorquidos pelo despótico colector de impostos e exauridos pelos soldados. E eis que a temível fome ataca: os humanos devoram a carne humana, sob a pressão da fome, e as próprias mães se alimentam do corpo dos filhos, por elas mortos e cozinhados. Os animais ferozes, habituados aos cadáveres das vítimas da espada, da fome ou da peste, matam também os homens mais fortes e, cheios dessa carne, desencadeiam por todo o lado o aniquilamento do género humano. Citado em A. H. de Oliveira Marques (coord.): Portugal. Das Invasões Germânicas à ”Reconquista”; in «Nova História de Portugal»; direcção geral da obra de Joel Serrão, e A. H. de Oliveira Marques; volume II; Lisboa; Presença; 1993; p.26. Idácio de Chaves Finais do séc. IV – c. 470 Os quatro cavaleiros do Apocalipse Apocalipse do Lorvão Séc. XII
  • 5. Ruínas arqueológicas de Dume (Braga) Aqui estava radicada a corte suévica, num ambiente rural e suburbano, ao gosto bárbaro. A presença da corte justificou a fundação, por S. Martinho de Dume (séc. VI), de uma basílica, de um mosteiro e de um bispado, vindo a converter os suevos ao Cristianismo.
  • 6. A Península Ibérica dividiu-se em dois reinos: o dos Suevos, com a capital em Braga, e o dos Visigodos, com a capital em Toledo. Os Visigodos venceriam depois os Suevos, dominando toda a Península. http://arqueo.org/visigotico
  • 7. Ruínas da basílica paleocristã (séc. VI) de Torre de Palma (Monforte; Portalegre) e respectiva planta, com indicação do baptistério e dos cemitérios, segundo Stephanie Maloney.
  • 8. Torre de Palma Monforte; Portalegre Ruínas da Basílica Paleocristã (Baptistério) Cruz de lorena
  • 9. Ecclesia cruciforme da villa romana do Montinho das Laranjeiras; Alcoutim (séculos VI - VII)
  • 10. Frescos da basílica cemiterial de Tróia. Basílica paleocristã de Mértola
  • 11. Lápide paleocristã com epitáfios de Exuperius e Rufina, proveniente de Mértola e conservada no Museu Nacional de Arqueologia de Lisboa 527 - 587 d. C. Tampo de sepultura, proveniente de Mértola, conservada no MNA (Lisboa), datada do ano de 525. 527 - 587 d. C.
  • 12. Ruínas da igreja paleocristã de Odrinhas; Sintra. Localizada numa antiga villa romana, cujos mosaicos são visíveis, desta igreja resta a ábside que se observa, datável do séc. VI e que foi sucessivamente ocupada ao longo da Idade Média.
  • 13. Antiga Sé de Egitânia (Idanha-a-Velha) Segunda metade do séc. VI.
  • 14. O edifício está envolvido por ruínas medievais que reaproveitam materiais romanos.
  • 15.
  • 16. Basilica de San Juan de Baños Palência Espanha Séc.VII
  • 17.
  • 18. S. Frutuoso de Montélios Braga A fundação deste templete com função de mausoléu tem sido remetida para os meados do séc. VII, sob encomenda de S. Frutuoso, bispo godo de Braga entre 656 e 665, data da sua morte. Destaque-se a torre central que encima a «cascata» geométrica de volumes.
  • 19. Planta centralizada em cruz grega Destaque-se o friso coríntio da parede que se repete no capitel.
  • 20. Aspecto do mausoléu anteriormente ao restauro da Direcção- Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais.
  • 21. Os trabalhos de restauro foram profundos e os especialistas discutem a sua autenticidade.
  • 22. O restauro seguiu a ideia, muito provável, que o monumento terá sido edificado sob inspiração bizantinizante no mausoléu de Gala Placídia, em Ravena, datado dos inícios do séc. IV.
  • 23. A silhueta arquitectónica de S. Frutuoso de Montélios, pelo aparato dos seus frontões e da torre central, pela modinatura das suas cornijas, pelo seu aparelho e arcaturas cegas, evidencia-nos um indiscutível aspecto classicizante e bizantinizante. C. A. Ferreira de Almeida
  • 24. O monumento é coberto por uma cúpula semiesférica
  • 25. Capela de S. Miguel de Celanova (Orense) Fundada por S. Rosendo nos meados do séc. X
  • 26. Igreja moçárabe de Santa Comba de Bande (Ourense) Séc. X
  • 27.
  • 28. Igreja de San Pedro de la Nave – Zamora
  • 29.
  • 30. Igreja S. Pedro de Balsemão Lamego Profundamente alterada por intervenções nos séculos XVII e XVIII, conserva no interior vestígios visigóticos e moçárabes.
  • 31. Os capitéis, bem como outros motivos decorativos, e ainda diversos aspectos técnicos, deixam supor, além de influências orientalizantes, afinidades com S. Frutuoso de Montélios.
  • 32. O acesso à capela-mor faz-se através de uma abertura estreita com um arco ultrapassado. O santuário muito pequeno e fechado é uma característica dos templos moçárabes. * * Moçárabes: nome que, na Península Ibérica, designava os cristãos que viviam sob domínio muçulmano.
  • 33. A igreja alberga o sarcófago de D. Afonso Pires (meados do séc. XIV), bispo do Porto.
  • 34. Na região da Nazaré (freguesia de Famalicão), numa zona isolada entre o mar e uma encosta, localiza-se a igreja de S. Gião, que se encontra em obras de restauro, desde 2001.
  • 35. Chegou à actualidade transformada num palheiro e estábulo para os animais. Segundo alguns, a edificação é moçárabe, embora surjam sinais e vestígios de ter existido um reaproveitamento de materiais e estruturas anteriores, visigóticos ou mesmo paleocristãos.
  • 36. Iconostase – Como os ícones oferecidos à devoção dos fiéis eram muito numerosos nas igrejas gregas e russas, tomou-se o hábito de os dispor em várias filas sobre uma espécie de grade separando o corpo da igreja da capela-mor reservada ao padre; esta divisória, tornada um escaparate de ícones, tomou o nome de iconostase. Jorge Henrique Pais da Silva e Margarida Calado: Dicionário de Termos de Arte e Arquitectura; Lisboa; Ed. Presença; 2005
  • 37.
  • 40. Igreja de Vera Cruz de Marmelar Portel (janela visigótica em forma de concha. Século VI - VII)
  • 41. Aspecto exterior da igreja moçárabe de S. Pedro de Lourosa (Oliveira do Hospital) Séc. X, segundo uma inscrição que aponta o ano de 912
  • 42. A conjugação de diversos volumes é um dos aspectos típicos da arquitectura moçárabe, mesmo admitindo intervenções posteriores, já da era românica. Destaque para o ajimez (janela geminada de estilo árabe, dividida ao meio por uma coluna ou mainel) decorado de alfiz (zona rectangular do muro onde se inscreve o vão da janela de gosto árabe). Notável é o enorme nartex (átrio com pórtico erguido imediatamente antes das naves das basílicas paleocristãs, românicas, etc), claramente inspirado nos modelos romanos
  • 43. Como é hábito nas construções moçárabes dos séculos IX – X, as naves laterais têm cerca de metade da largura da nave central. As arcadas são baixas relativamente às paredes. Reparem-se ainda nos arcos pouco ultrapassados.
  • 44. Portal integrado no antigo paço episcopal de Coimbra, hoje Museu Nacional Machado de Castro, datado do séc. XII. Tem uma portada dupla de arco ultrapassado o que, considerando a data da construção, não é já muito usual, mas comprova a persistência dos modelos islâmicos na arquitectura civil, em zonas de forte tradição moçárabe.
  • 45. O Museu Regional de Beja possui um núcleo visigótico na igreja de Santo Amaro.
  • 46. Conjunto de capitéis visigóticos
  • 47. Os especialistas divergem na datação destes capitéis. Tendem, porém, a considerá-los da era visigótica, justificando o título atribuído a Beja de capital da arte visigótica, tal a profusão de vestígios guardados no museu.
  • 48. Bibliografia: - ALARCÃO, Jorge de: Coimbra. A Montagem do Cenário Urbano; Coimbra; Imprensa da Universidade; 2008; pp. 67 – 73. - ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de: História da Arte em Portugal; volume 2; Lisboa; Publicações Alfa; 1986. - ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de: História da Arte em Portugal. O Românico; Lisboa; Editorial Presença; 2001; pp. 22 – 34. - CORREIA, Vergílio: Arte Visigótica; in «História de Portugal» (direcção de Damião Peres); volume 1; Barcelos; Portucalense; 1928; pp.363-388. [ESEC 94(469)/2]. - HAUSCHILD, Theodor: Arte visigótica; in História da Arte em Portugal, volume 1; Lisboa; 1986; pp. 149-169. - MACIEL, M. Justino: A Arte da Antiguidade Tardia (séculos III – VIII, ano de 711; in «História da Arte Portuguesa» (direcção de Paulo Pereira); volume 1; Lisboa; Círculo de Leitores; 1995; pp. 103 – 146 [ESEC 7.01/.08/51]. - PEREIRA, Paulo: Arte Portuguesa; Lisboa; Temas e Debates / Círculo de Leitores; 2011; pp. 153 – 164.