2. Antes da arte concreta.
• Falar em arte aplicada significa pensar em
modalidades da produção artística que se
orientam para o mundo cotidiano, pela
criação de objetos, de peças e/ou construções
úteis ao homem em sua vida diária. A noção
remete a alguns setores da arquitetura, das
artes decorativas, do design, das artes
gráficas, do mobiliário etc. e traz oposição em
relação às belas-artes.
3. Art- nouveau (1850 a 1900)
• O Movimento de Artes e Ofícios está nas origens do art
nouveau europeu e norte-americano ao nuançar as
fronteiras entre arte e artesanato pela valorização dos
ofícios e trabalhos manuais, embora as filosofias dos
movimentos sejam distintas. Menos que uma atitude
de recusa à indústria, a produção art nouveau coloca-se
no seu interior, valendo-se dos novos materiais do
mundo moderno (o ferro, o vidro e o cimento) e da
racionalidade das ciências e da engenharia.
• Trata-se de integrar arte, lógica industrial e sociedade
de massas, desafiando alguns princípios básicos da
produção em série, por exemplo, o acabamento mais
simplificado e o emprego de materiais industrializáveis.
4. Art- Deco
• O termo art déco, de origem francesa (abreviação
de arts décoratifs), refere-se a um estilo
decorativo que se afirma nas artes plásticas, artes
aplicadas (design, mobiliário, decoração etc.) e
arquitetura no entreguerras europeu. O marco
em que o "estilo anos 20" passa a ser pensado e
nomeado é a Exposição Internacional de Artes
Decorativas e Industriais Modernas, realizada em
Paris em 1925. O art déco liga-se na origem ao art
nouveau.
5. Art nouveau e Art déco
• A art nouveau explora as linhas sinuosas e
assimétricas tendo como motivos fundamentais
as formas vegetais e os ornamentos florais.
• No padrão decorativo art déco predominam as
linhas retas ou circulares estilizadas, as formas
geométricas e o design abstrato. Entre os motivos
mais explorados estão os animais e as formas
femininas. Nesse sentido, é possível afirmar que
o estilo "clean e puro" art déco dirige-se ao
moderno e às vanguardas do começo do século
XX: cubismo, construtivismo, entre outros.
6. O que é arte concreta?
• Gullar (1999:212) busca na história uma resposta
para esta pergunta, para ele a expressão arte
concreta parece ter sido cunhada por Theo Van
Doesburg em 1930, mas não com o propósito de
iniciar um movimento estético. O objetivo era dar
o que considerava ser o nome exato a uma arte
que se tinha desprendido totalmente da imitação
da natureza. Ainda para Gullar (1999:212) o
nome arte concreta surge como uma tentativa de
redefinição da pintura não figurativa.
7. O que é arte neoconcreta?
• Para Gullar (1999:215) Os artistas concretistas de
São Paulo assumiram um caráter radical, o que
desdobrou em reação e o surgimento de um
movimento de revisão da teoria concretista, essa
reação pode ser vista ou se exprime nas ideias e
nas obras do grupo neoconcreto. O curioso na
arte concreta brasileira na narrativa histórica de
Gullar (1999:215) é que por volta de 1950, tinha
um único defensor, Mário Pedrosa que começou
a influenciar os artistas mais jovens. Ivan Serpa e
Almir Mavignier foram os primeiros a aderirem a
essa tendência.
9. Arte concreta e neo concreta:Grupo
Ruptura e Grupo Frente
• Os jovens artistas do Grupo Ruptura de São Paulo
e Frente do Rio de Janeiro foram os que
enfrentaram a hostilidade do meio artístico, ao
experimentarem a arte concreta e neoconcreta.
• O Grupo Ruptura com características mais
radicais foram os introdutores e defensores da
arte concreta, liderado por Waldemar Cordeiro.
Os artistas deste grupo acreditavam numa
dinâmica visual, com efeito de construção
seriada, a ideia rítmica linear do movimento, um
fundo plano onde a forma se desenvolve na
abstração, enfim, uma obra de arte como
produto.
10. O Grupo Frente
• Foi o Grupo Frente os pioneiros da arte
neoconcreta, embora constituído em sua maioria
de artistas de tendência concreta, não obedeciam
a nenhum código rígido, essa característica
adogmática que os diferenciava do grupo ruptura
de São Paulo.
• Os neoconcretistas acreditavam na arte como
uma atividade autônoma, vital e de elevada
missão social. Tendo em vista a necessidade de
educar os homens para conhecer suas emoções
plenas, a linguagem geométrica apresentava-se
como um campo aberto para alcançar estas
experiências e indagações.
11. Enfim, a arte concreta
• A arte concreta é herdeira das pesquisas do grupo De Stijl
[O Estilo], 1917/1928, de Piet Mondrian (1872-1944) e Van
Doesburg, que busca a pureza e o rigor formal na ordem
harmônica do universo. Além disso, parte de ideais da
Bauhaus, 1919-1933, nos quais a racionalidade deve estar
presente em todos os âmbitos sociais e nas conquistas da
arte democratizadas pela indústria. O artista suíço Max Bill
(1908-1994), nos anos 1950, com a Hochschule für
Gestaltung (HfG) [Escola Superior da Forma], em Ulm,
Alemanha, tenta levar adiante esse projeto. Para Bill - um
dos principais responsáveis pela divulgação da arte
concreta na América Latina -, a matemática é o meio mais
eficiente para o conhecimento da realidade objetiva e uma
obra plástica deve ser ordenada pela geometria e pela
clareza da forma.
12. Enfim, a arte neoconcreta
• A poética de Lygia Clark caminha no sentido da
não representação e da superação do suporte.
Propõe a desmistificação da arte e do artista e a
desalienação do espectador, que finalmente
compartilha a criação da obra. Na medida em que
amplia as possibilidades de percepção sensorial
em seus trabalhos, integra o corpo à arte, de
forma individual ou coletiva. Finalmente, dedica-
se à prática terapêutica. Para Milliet, a artista
destaca-se sobretudo por sua determinação em
atravessar os territórios perigosos da arte e da
terapia.