O documento discute a relação entre exercício físico e transtornos mentais comuns. Apresenta evidências de que o exercício pode ter efeitos moderados na depressão e na ansiedade de crianças e adolescentes. No entanto, os estudos atuais têm limitações como número reduzido de participantes. Também discute mecanismos potenciais como efeitos neuroquímicos e de neuroplasticidade. Por fim, reflete sobre como a pandemia pode afetar a prática de exercícios e a saúde mental.
2. Programa
1. Por que se preocupar com
saúde mental?
2. Quais são as evidências que
favorecem programas de
exercício para transtornos
mentais comuns?
3. Quais são os possíveis
mecanismos pelos quais o
exercício físico e outras
práticas corporais produzem
benefícios nos TMCs?
3. um conceito criado para designar um
conjunto de sintomas não psicóticos
que habitualmente estão relacionados
com quadros clínicos e subclínicos de
ansiedade, depressão e estresse, os
quais pela sua elevada prevalência na
Atenção Primária são considerados
como um dos maiores problemas de
saúde pública mundial.
Os trantornos
mentais
comuns
4. -Exercícios físicos são recomendados
como parte de um plano terapêutico
pela OMS e pelo NHS.
-No sistema brasileiro de saúde
mental, se reconhece práticas de
educação física nos espaços de
hospitais gerais, mas as práticas
corporais ainda não são parte das
guias.
As práticas
corporais nas
guias
5. Evidências:
Exercícios para
depressão
Cooney et al. (2013): Exercise for
depression
https://doi.org/10.1002/14651858.CD00
4366.pub6
"Nossa revisão sugeriu que o exercício pode ter um efeito de
tamanho moderado sobre a depressão, mas devido aos riscos de
viés em muitas das pesquisas, o efeito do exercício pode ser
apenas pequeno. Não podemos ter certeza do tipo e intensidade
do exercício que pode ser eficaz, nem da duração e frequência
ideais de um programa de exercícios. Há poucos dados sobre se
algum benefício persiste depois que o exercício tiver parado.
As evidências também sugerem que o exercício pode ser tão
eficaz quanto os tratamentos psicológicos ou farmacológicos,
mas o número de testes que relatam estas comparações e o
número de participantes aleatorizados, ambos foram pequenos."
6. Evidências:
Exercícios para TMCs
em crianças e
adolescentes
Larun et al. (2006): Exercise in prevention
and treatment of anxiety and depression
among children and young people
https://doi.org/10.1002/14651858.CD00
4691.pub2
“O exercício é promovido como uma estratégia ativa para
prevenir e tratar depressão e ansiedade. Descobrimos que os
dados de pesquisa são escassos e realizados principalmente por
estudantes de graduação. Seis pequenos ensaios clínicos indicam
que o exercício diminui os escores de ansiedade relatados em
crianças saudáveis quando comparado com nenhuma
intervenção. Cinco pequenos ensaios clínicos indicam que o
exercício diminui os escores da depressão relatados quando
comparado com nenhuma intervenção. A base de pesquisa para
crianças em tratamento é escassa; apenas três pequenos ensaios
clínicos investigaram o efeito do exercício sobre a depressão.”
7. Evidências: Dança
para depressão?
Meekums et al. (2015): Dance movement
therapy for depression
https://doi.org/10.1002/14651858.CD00
9895.pub2
“O baixo número de estudos, juntamente com a baixa qualidade
das evidências deles, torna difícil tirar quaisquer conclusões sobre
a eficácia da TMD para a depressão. Apenas um estudo incluído,
Röhricht 2013, foi considerado de qualidade metodológica
moderada, com os outros dois de qualidade metodológica baixa
ou muito baixa. O efeito estimado da TMD é impreciso tanto para
adultos quanto para adolescentes, devido ao baixo número de
testes e participantes, levando a amplos intervalos de confiança.
Atualmente não há estudos com design randomizado
investigando a TMD para depressão tanto em crianças menores
de 16 anos quanto em adultos maiores.”
8. Os limites dos
estudos de evidência
atuais
-Número limitado de desfechos
-Mensuração (escalas somam valores para
sintomas heterogêneos)
-Pouco ou nenhum foco em outras
medidas de ajustamento e bem-estar
9. Mecanismos
possíveis
-Efeitos estruturais: o exercício físico está
associado ao volume de estruturas como o
hipocampo, porções do córtex pré-frontal, e
corpo estriado (Gujral et al. 2017); alterações no
volume dessas estruturas são observadas em
pacientes com depressão
-Efeitos neuroquímicos: Aumento de
neurotrofinas (NGF, BDNF, GDNF, IGF-1);
atividade antioxidante; aumento na sinalização
serotonérgica e noradrenérgica?
-Efeitos em neuroplasticidade: O exercício físico
moderado promove a neurogênese em animais;
alterações em neurogênese são observadas em
modelos animais de depressão e estresse.
10. E a
pandemia?
-Pesquisas tentando entender
como as pessoas estão fazendo
exercício físico:
https://forms.gle/aMbJUMbriH1f
Hsim9
-Pesquisas tentando entender
como o isolamento está afetando
a saúde mental:
https://is.gd/covidSaudeMental
-Ponto crítico: as pessoas
poderiam se beneficiar de
exercício físico durante a
pandemia, MAS não podemos sair!