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A Ascensão do Monasticismo
Os ideais ascéticos há muito cresciam na Igreja.
O monasticismo, crença de que a pureza da alma é alcançada por meio
da separação do mundo, começou a prosperar. A princípio, o
monasticismo refletiu uma tentativa de romper com o formalismo da
Igreja.
Com o passar do tempo, acabou criando o seu próprio formalismo.
Antônio, o fundador do monasticismo, nasceu em Coma, no Egito
central, por volta de 250 d.C. É dito que ele viveu mais de cem anos, a
maior parte deles como ermitão. Ele jejuava, via-se atormentado por
demônios, praticava a autonegação e orava. Seu exemplo atraiu discípulos
cujos estilos individualistas estabeleceram os primeiros modelos do
monasticismo.
A obra de Atanásio (por volta de 293-373) inseriu estas práticas no
Ocidente.
A partir desse início nada auspicioso, surgiu um forte movimento que,
com o passar do tempo, acabou tomando conta do cristianismo católico
romano e, em menor grau, da ortodoxia do Oriente.
A princípio um movimento essencialmente leigo, o monasticismo
ganhou a aprovação de importantes líderes da Igreja como Ambrósio (339-
397), Agostinho (354-430) e Jerônimo (por volta de 374-420).
Foi a Ordem Beneditina, fundada pelo Benedito de Núrsia, que melhor
expressou os ideais do monasticismo. A tradição diz que ele, em 525,
fundou um mosteiro da Ordem Beneditina num monte entre Roma e
Nápoles. Os ideais dessa ordem e seu centro se espalharam sobre o Monte
Cassino.
O celibato, que muitos vêem como uma marca da vida cristã santificada,
com o passar do tempo se tornou um requisito para o ministério.O
monasticismo prosperou tanto na Igreja Católica Romana como nas igrejas
ortodoxas orientais.
Embora o protestantismo o tenha rejeitado no século XVI, o
anglicanismo do século XIX o estabeleceu em algumas poucas ordens.
O monasticismo, que se espalhou rapidamente pelo Império Bizantino no
século VII, foi mais tarde estabelecido em Kiev (1050) e em Moscou(1354).
Dois grupos religiosos, os dominicanos e os franciscanos, emergiram
como esforços renovadores dentro do monasticismo, e existem até hoje. A
presença dos mosteiros decaiu no século XVI, embora eles ainda existam
até hoje, em algum grau.
O monasticismo procurou responder à pergunta: Qual é a vida cristã
perfeita? No século IIl, esta e perguntas similares sobre a pureza e a
santidade eram seriamente levantadas na Igreja. Nos dois séculos
seguintes, o monasticismo floresceu como uma videira, tragando quase
todo o cristianismo. o monasticismo representou uma antiga revolta contra
o poder abusivo dos bispos e do clero.
Porém, com o passar do tempo, adotou idéias que a Igreja havia
anteriormente considerado heréticas. Dentre elas, a crença de que a
salvação poderia ser obtida por mérito, conforme ensinavam os ebionitas.
A carne e a matéria eram vistas como más, uma crença defendida pelos
gnósticos Além disso, o monasticismo tendeu a criar duas classes de
cristãos:
1. Os que aspiravam à perfeição; e
2. Os que eram cativos do mundo secular.
Isso contraria o ensinamento do NT de que todos os crentes são
chamados de santos e fazem parte de um sacerdócio santo diante de Deus.
O lado positivo do monasticismo pode ser visto em seu movimento
missionário e nos seus louváveis esforços de assistência aos pobres.
A partir do século VI, a maioria dos esforços missionários cristãos
ocorreu por parte daqueles que fizeram votos monásticos.
Kenneth Latourette viu no monasticismo um ideal cristão distinto de
pessoas renunciando às suas posses e distribuindo seus bens aos pobres.
Aqui e acolá, tanto dentro quanto fora do catolicismo romano, ainda
existem repentes da influência monástica.
Sonhos de centros cristãos que irradiam convicção e cuidado subsistem
ainda hoje. As visões do monasticismo se recusam a morrer.
Dissensão e Reforma
Os primeiros esforços para reformar Roma.
Em todos esses desdobramentos havia uma tônica
de dissensão e renovação frustrada – tudo preparado
para a Reforma. Conversões em massa ao
cristianismo, primeiro sob Constantino e mais tarde
sob Carlos Magno e outros, serviram apenas para
edificar uma fé superficial.
Em resultado desses abusos tanto clericais quanto
leigos, papais e políticos – fomentava-se, de forma
crescente, uma renovação.
Mais e mais, um vasto aparato eclesiástico
necessário à superintendência da população
começava a demonstrar sinais de perigo.
A existência de místicos serviu como um estímulo
para que Roma permanecesse "espiritual".
Quem poderia minimizar a obra e os escritos do monge de
Kempen, Tomás a Kempis (1379-1471), Catarina de Siena
(13471380), a heroína francesa Joana d'Arc (por volta de
1412-1431), Juliano de Norwich (por volta de 1342-1416), o
teólogo místico alemão Johannes Eckhart (por volta de 1260-
1327), cada um em seu próprio país conclamando a uma fé
pura?
A decadência moral do papado induziu clamores por
reforma e a pressão crescia por toda a cristandade.
Os clérigos, ambiciosos por poder e prestígio, e uma
sucessão papal movida a auto engrandecimento,
corromperam a Igreja.
A liderança espiritual, conforme idealizada por Hildebrando
(monge francês do século XI, que mais tarde se tornou o Papa
Gregório VII, entre 1073 e 1085), e por reformadores da Idade
Média, estava sendo obstruídas por acintosos casos de
imoralidade, suborno e intriga política. "O papado era antes
uma responsabilidade que um trunfo", escreveu Latourette.
Dois reformadores se destacaram em meio a essa confusão
moral, John Wycliffe e John Hus.
Wycliffe (1329-1384), estudioso da Universidade de Oxford,
tornou-se cada vez mais radical e exigiu a remoção dos
papas mundanos.
Para ele, a salvação dependia apenas da eleição de
Deus, e não de algum vínculo com a 'Igreja.
Ele repudiou as indulgências, as missas em favor
dos
mortos e todo o formalismo. Além disso, Wycliffe
traduziu a Bíblia do latim para o inglês, tornando-a
acessível ao povo comum.
Quase mil anos .ante s, Jerônimo, no quarto
século, havia feito praticamente a mesma coisa
produzindo as Escrituras no latim comum (Vulgare),
conhecida como a Vulgata.
Agora essa mesma atividade ironicamente acabou
sendo considerada herética.
Para espalhar o evangelho,Wycliffe enviou
pregadores, "sacerdotes pobres", que receberam o
apelido de Lolardos.
Eles pregavam em pastos das vilas, celeiros e pátios
de igrejas. Wycliffe é conhecido sobretudo por seus
últimos sete ou oito .anos de vida e seus escritos, mais
do que por sua obra em Oxford.
Tanto a tradução da Bíblia por Wycliffe quanto o
trabalho dos Lolardos contribuiu grandemente para a
Reforma na Inglaterra.
John Hus, da Boêmia (1373-1415), representou um
grupo inteiro de estudiosos e pregadores que
denunciaram a corrupção na Igreja.
Elevado à posição de de ão ' e reitor na Universidade
de Praga, ele denunciou o papa, reivindicando que
Cristo, ao invés de Pedro, era o fundamento da igreja, e
anelou por uma reforma moral, ao invés de uma
revolução eclesiástica.
Finalmente, foi excomungado pelo arcebispo.
Seguindo um apelo infrutífero ao Papa João, Hus foi
queimado na estaca em 6 de julho de 1415. Suas
palavras finais foram as mesmas que Jesus disse da cruz:
"Senhor, nas Tuas mãos entrego o meu espírito"
Outros esforços de reforma são numerosos demais
para .mencionarmos nesse breve panorama da
história da igreja.
A grave ameaça de uma igreja corrupta despertou os
reformadores.
O nacionalismo crescente, a ascensão do
humanismó, a Renascença e fatores relacionados
produziram combustível suficiente para a revolta.
A maioria dos pré-reformadores permaneceu dentro
da igreja; poucos como Hus foram expulsos.
Mas um maremoto se formava. Um movimento
protestante - a Reforma Protestante não demoraria.
Olhando em retrospecto na história, podemos apenas
imaginar a intensidade da emoção que incendiou os
reformadores.
À medida que eles apareciam em seus próprios
limiares da história, foram a sucessão de uma longa
linhagem de cristãos sinceramente zelosos que anelavam
pela pureza da verdade e por vida dentro da Igreja.
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Idade media licao 3

  • 1.
  • 2. A Ascensão do Monasticismo Os ideais ascéticos há muito cresciam na Igreja. O monasticismo, crença de que a pureza da alma é alcançada por meio da separação do mundo, começou a prosperar. A princípio, o monasticismo refletiu uma tentativa de romper com o formalismo da Igreja. Com o passar do tempo, acabou criando o seu próprio formalismo. Antônio, o fundador do monasticismo, nasceu em Coma, no Egito central, por volta de 250 d.C. É dito que ele viveu mais de cem anos, a maior parte deles como ermitão. Ele jejuava, via-se atormentado por demônios, praticava a autonegação e orava. Seu exemplo atraiu discípulos cujos estilos individualistas estabeleceram os primeiros modelos do monasticismo. A obra de Atanásio (por volta de 293-373) inseriu estas práticas no Ocidente. A partir desse início nada auspicioso, surgiu um forte movimento que, com o passar do tempo, acabou tomando conta do cristianismo católico romano e, em menor grau, da ortodoxia do Oriente. A princípio um movimento essencialmente leigo, o monasticismo ganhou a aprovação de importantes líderes da Igreja como Ambrósio (339- 397), Agostinho (354-430) e Jerônimo (por volta de 374-420).
  • 3. Foi a Ordem Beneditina, fundada pelo Benedito de Núrsia, que melhor expressou os ideais do monasticismo. A tradição diz que ele, em 525, fundou um mosteiro da Ordem Beneditina num monte entre Roma e Nápoles. Os ideais dessa ordem e seu centro se espalharam sobre o Monte Cassino. O celibato, que muitos vêem como uma marca da vida cristã santificada, com o passar do tempo se tornou um requisito para o ministério.O monasticismo prosperou tanto na Igreja Católica Romana como nas igrejas ortodoxas orientais. Embora o protestantismo o tenha rejeitado no século XVI, o anglicanismo do século XIX o estabeleceu em algumas poucas ordens. O monasticismo, que se espalhou rapidamente pelo Império Bizantino no século VII, foi mais tarde estabelecido em Kiev (1050) e em Moscou(1354). Dois grupos religiosos, os dominicanos e os franciscanos, emergiram como esforços renovadores dentro do monasticismo, e existem até hoje. A presença dos mosteiros decaiu no século XVI, embora eles ainda existam até hoje, em algum grau. O monasticismo procurou responder à pergunta: Qual é a vida cristã perfeita? No século IIl, esta e perguntas similares sobre a pureza e a santidade eram seriamente levantadas na Igreja. Nos dois séculos seguintes, o monasticismo floresceu como uma videira, tragando quase todo o cristianismo. o monasticismo representou uma antiga revolta contra o poder abusivo dos bispos e do clero.
  • 4. Porém, com o passar do tempo, adotou idéias que a Igreja havia anteriormente considerado heréticas. Dentre elas, a crença de que a salvação poderia ser obtida por mérito, conforme ensinavam os ebionitas. A carne e a matéria eram vistas como más, uma crença defendida pelos gnósticos Além disso, o monasticismo tendeu a criar duas classes de cristãos: 1. Os que aspiravam à perfeição; e 2. Os que eram cativos do mundo secular. Isso contraria o ensinamento do NT de que todos os crentes são chamados de santos e fazem parte de um sacerdócio santo diante de Deus. O lado positivo do monasticismo pode ser visto em seu movimento missionário e nos seus louváveis esforços de assistência aos pobres. A partir do século VI, a maioria dos esforços missionários cristãos ocorreu por parte daqueles que fizeram votos monásticos. Kenneth Latourette viu no monasticismo um ideal cristão distinto de pessoas renunciando às suas posses e distribuindo seus bens aos pobres. Aqui e acolá, tanto dentro quanto fora do catolicismo romano, ainda existem repentes da influência monástica. Sonhos de centros cristãos que irradiam convicção e cuidado subsistem ainda hoje. As visões do monasticismo se recusam a morrer.
  • 5. Dissensão e Reforma Os primeiros esforços para reformar Roma. Em todos esses desdobramentos havia uma tônica de dissensão e renovação frustrada – tudo preparado para a Reforma. Conversões em massa ao cristianismo, primeiro sob Constantino e mais tarde sob Carlos Magno e outros, serviram apenas para edificar uma fé superficial. Em resultado desses abusos tanto clericais quanto leigos, papais e políticos – fomentava-se, de forma crescente, uma renovação. Mais e mais, um vasto aparato eclesiástico necessário à superintendência da população começava a demonstrar sinais de perigo. A existência de místicos serviu como um estímulo para que Roma permanecesse "espiritual".
  • 6. Quem poderia minimizar a obra e os escritos do monge de Kempen, Tomás a Kempis (1379-1471), Catarina de Siena (13471380), a heroína francesa Joana d'Arc (por volta de 1412-1431), Juliano de Norwich (por volta de 1342-1416), o teólogo místico alemão Johannes Eckhart (por volta de 1260- 1327), cada um em seu próprio país conclamando a uma fé pura? A decadência moral do papado induziu clamores por reforma e a pressão crescia por toda a cristandade. Os clérigos, ambiciosos por poder e prestígio, e uma sucessão papal movida a auto engrandecimento, corromperam a Igreja. A liderança espiritual, conforme idealizada por Hildebrando (monge francês do século XI, que mais tarde se tornou o Papa Gregório VII, entre 1073 e 1085), e por reformadores da Idade Média, estava sendo obstruídas por acintosos casos de imoralidade, suborno e intriga política. "O papado era antes uma responsabilidade que um trunfo", escreveu Latourette. Dois reformadores se destacaram em meio a essa confusão moral, John Wycliffe e John Hus. Wycliffe (1329-1384), estudioso da Universidade de Oxford, tornou-se cada vez mais radical e exigiu a remoção dos papas mundanos.
  • 7. Para ele, a salvação dependia apenas da eleição de Deus, e não de algum vínculo com a 'Igreja. Ele repudiou as indulgências, as missas em favor dos mortos e todo o formalismo. Além disso, Wycliffe traduziu a Bíblia do latim para o inglês, tornando-a acessível ao povo comum. Quase mil anos .ante s, Jerônimo, no quarto século, havia feito praticamente a mesma coisa produzindo as Escrituras no latim comum (Vulgare), conhecida como a Vulgata. Agora essa mesma atividade ironicamente acabou sendo considerada herética. Para espalhar o evangelho,Wycliffe enviou pregadores, "sacerdotes pobres", que receberam o apelido de Lolardos.
  • 8. Eles pregavam em pastos das vilas, celeiros e pátios de igrejas. Wycliffe é conhecido sobretudo por seus últimos sete ou oito .anos de vida e seus escritos, mais do que por sua obra em Oxford. Tanto a tradução da Bíblia por Wycliffe quanto o trabalho dos Lolardos contribuiu grandemente para a Reforma na Inglaterra. John Hus, da Boêmia (1373-1415), representou um grupo inteiro de estudiosos e pregadores que denunciaram a corrupção na Igreja. Elevado à posição de de ão ' e reitor na Universidade de Praga, ele denunciou o papa, reivindicando que Cristo, ao invés de Pedro, era o fundamento da igreja, e anelou por uma reforma moral, ao invés de uma revolução eclesiástica. Finalmente, foi excomungado pelo arcebispo. Seguindo um apelo infrutífero ao Papa João, Hus foi queimado na estaca em 6 de julho de 1415. Suas palavras finais foram as mesmas que Jesus disse da cruz: "Senhor, nas Tuas mãos entrego o meu espírito"
  • 9. Outros esforços de reforma são numerosos demais para .mencionarmos nesse breve panorama da história da igreja. A grave ameaça de uma igreja corrupta despertou os reformadores. O nacionalismo crescente, a ascensão do humanismó, a Renascença e fatores relacionados produziram combustível suficiente para a revolta. A maioria dos pré-reformadores permaneceu dentro da igreja; poucos como Hus foram expulsos. Mas um maremoto se formava. Um movimento protestante - a Reforma Protestante não demoraria. Olhando em retrospecto na história, podemos apenas imaginar a intensidade da emoção que incendiou os reformadores. À medida que eles apareciam em seus próprios limiares da história, foram a sucessão de uma longa linhagem de cristãos sinceramente zelosos que anelavam pela pureza da verdade e por vida dentro da Igreja.