SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 28
Baixar para ler offline
Sandra Raquel Silva
Nesta primeira cena, o Diabo e o Companheiro falam
dos preparativos da viagem.
O Diabo sente-se eufórico, tal como se fosse para uma
festa, já que prevê receber muitos passageiros na sua
barca.
Esta cena funciona como uma introdução para o que
se vai passar, ao mesmo tempo que o diálogo entre os
diabos cria um ambiente animado e divertido.
 Se na barca do Inferno se vive enorme animação, já
na do Anjo tudo permanece em silêncio.
Após o aprontar da barca para a recepção dos que
aportam ao cais da morte, surge o Fidalgo D. Anrique,
com um “pajem” que lhe segura a cauda do “manto” e lhe
transporta uma “cadeira de espaldas”. O Fidalgo torna-se
a personagem central desta cena, ostentando vaidade e
presunção, porque, na vida terrena, tinha gozado de
privilégios especiais.
Elementos alegóricos da obra:
1. Cais – prefigura o lugar onde chegam as
personagens após a sua morte, o fim da vida
terrena.
2. Barcas – prefiguram a viagem para o Inferno ou
para o Céu, conforme o mal ou bem feito na terra.
3. Diabo / Anjo – prefiguram a condenação ou
salvação, respectivamente.
Símbolos que identificam e caracterizam o
Fidalgo
- cadeira
- pajem
- manto
Função do pajem
Personagem figurante: vítima da tirania e da
exploração do Fidalgo (é por isso que é absolvido).
Acusações feitas ao Fidalgo
Acusações feitas pelo Diabo: abuso de poder.
Acusações feitas pelo Anjo: tirania; vaidade.
Argumentos de autodefesa
- Estatuto social (“sou fidalgo de solar”).
- Rezas pela salvação da sua alma.
Intencionalidade crítica do ponto de vista
religioso
Criticam-se as rezas mecânicas.
Evolução psicológica da personagem
- altivez;
- arrependimento;
- humilhação;
- resignação.
Enquanto personagem-tipo, o Fidalgo
representa a nobreza. Com ele, Gil Vicente critica
a tirania, a vaidade, a corrupção moral e a
hipocrisia das crenças e práticas religiosas.
Expressividade da ironia
- humilhar e ridicularizar o Fidalgo;
- criar o cómico de linguagem;
Tipos de cómico
Cómico de linguagem: ironia
(poderoso D. Anrique);
Cómico de situação: actuação da personagem;
Cómico de carácter: maneira de ser da
personagem (Cf. didascália inicial).
Objectivos:
Criticar, moralizar
e divertir.
O Diabo não dá nome ao Onzeneiro, dizendo-o,
porém, seu parente.
O Onzeneiro era um usurário que tinha enriquecido à
custa dos altos juros de dinheiro que emprestara aos
necessitados. Faleceu na çafra do apanhar, do dinheiro
próprio e alheio.
Tipos de tratamento utilizados pelo Diabo
- Tratamento por vós, no início;
- Tratamento por tu, quando o Onzeneiro o trata
também por tu (marca de proximidade entre o
Onzeneiro e o Diabo no que diz respeito à prática do
mal.)
Acusações feitas ao Onzeneiro
O Onzeneiro é acusado de:
- usura (simbolizada no símbolo cénico que ele
transporta, o bolsão);
- ganância;
- obsessão pelo dinheiro.
Subterfúgios utilizados pelo Onzeneiro para
tentar escapar às consequências das acusações:
- Perante o Anjo: bolsão vazio.
- Perante o Diabo: desejo de ir ao mundo dos vivos
buscar dinheiro para comprar a salvação.
Evolução psicológica do Onzeneiro:
Descontentamento (Mais quisera eu lá tardar)
convicção (Dix! Nom vou eu em tal barca / Estoutra
tem avantagem) arrependimento (Ó triste, quem me
cegou?)
Intencionalidade crítica do ponto de vista
religioso
- Burguesia;
- Usura.
Linguagem do Diabo:
- Irónica e contundente.
Linguagem do Anjo:
- Incisiva e sentenciosa.
Cómico de situação:
É criado pelo contraste entre a riqueza de que o
Onzeneiro dispunha em vida e o estado de miséria em
que se encontra depois de morto. No espaço para
além da vida, apresenta-se tão pobre que nem sequer
dispõe de uma moeda para pagar ao barqueiro.
Joane, o Parvo, é um pobre de espírito, ingénuo,
inocente, puro e simples.
Reacção ao convite do Diabo
- Personagens anteriores: indignação e troça.
- Parvo: troça (Como é inocente, acha natural que o
homem voe).
Significado do silêncio do Diabo perante os
insultos do Parvo:
Ausência de pecados do Parvo.
Caracterização do Parvo
- Inocência: cf. Auto-apresentação – Samica
alguém. (revela simplicidade e aponta para o seu
destino final).
- Pobreza de espírito.
Destino do Parvo
Paraíso.
Razões da salvação do Parvo
Criticar, comentar e divertir. O
Parvo fica no cais para criticar os que
pretendem embarcar. Irresponsável
e inocente, é posto em cena por Gil Vicente para
julgar as outras personagens e fazer rir. É um
comentador.
Características da linguagem do Parvo
- Nível de língua popular, calão (Caga no sapato;
mija n’agulha);
- Construções sintácticas ilógicas (reforçam a sua
pobreza de espírito).
Cómico de linguagem
Cómico de linguagem: utiliza uma linguagem
insultuosa.
Diverte e critica ao mesmo tempo: Ridendo castigat
mores.
Mudança de atitude do Parvo, perante o
Diabo e perante o Anjo
- Perante o Diabo: agressivo e injurioso.
- Perante o Anjo: humilde e inocente (Queres-me
passar além?).
Como é um pobre de espírito, é o
próprio Anjo que apresenta os
motivos que justificam a sua
entrada na Barca da Glória: per
malícia non erraste. / Tua simpreza
t’abaste.
Atenção:
Joane – era assim que se chamavam os Parvos –
era uma personagem-tipo comum no teatro medieval.
Esta personagem é a concretização do preceito
cristão, segundo o qual, são bem aventurados os
pobres de espírito porque deles é o reino dos Céus.
Objectivo da ironia do Diabo (Santo sapateiro
honrado!)
- Criticar o Sapateiro de forma sarcástica;
- denunciar os pecados do réu.
Pecados do sapateiro
- Roubo e exploração do povo.
Símbolos cénicos
- Avental;
- formas (compradas com o dinheiro
roubado aos clientes).
Simbologia dos elementos cénicos
- Símbolo do roubo e da exploração do povo;
- materialização dos pecados.
Argumentos de defesa
Argumentos de cariz religioso (confissão,
comunhão, missas, esmolas).
N.B. O Sapateiro, tal como o Fidalgo, acreditava
que as rezas se poderiam sobrepor aos pecados.
A condenação das personagens que
pecaram, apesar das rezas que fizeram ou
mandaram fazer encerra uma crítica à forma
superficial como muitos católicos praticavam
a religião, pensando que as rezas, as
missas, ou as comunhões tinham mais valor
do que a prática do bem.
Personagem-tipo
- Representa um grupo socioprofissional, os
artesãos.
- materialização dos pecados desse grupo: roubo e
exploração do povo.
Tipos de crítica
- Socioprofissional e económica (roubo e
exploração do povo);
- religiosa (hipocrisia das crenças e práticas
religiosas).
Cómico de linguagem
- Calão: profere obscenidades (puta);
- Gíria: utiliza termos técnicos (badana, cordovão).
O Frade é uma das personagens mais duramente
criticadas por Gil Vicente, mas também uma das mais
divertidas. Desde a sua chegada ao cais, a dançar e a
cantar, mostra-se sempre alegre e amigo de se divertir.
Surge em cena acompanhado de Florença, que é
também o nome da cidade italiana de Toscana; era o
centro do Renascimento no século XV e simbolizava a
corrupção.
Símbolos cénicos
- hábito de frade;
- equipamento de esgrima (capacete, escudo e
espada);
- rapariga.
Valor dos símbolos cénicos
O equipamento de esgrima representa o lado
mundano do Frade que se dedicou, em vida, a
actividades muito pouco próprias da sua condição.
A rapariga representa a quebra dos votos de
castidade a que os membros do clero eram
obrigados.
Função de Florença
Figurante: Florença – cúmplice dos
pecados do Frade (condenada).
Argumentos de acusação
- libertinagem;
- não cumprimento dos votos de
castidade.
Argumentos de autodefesa
- hábito;
- reza dos salmos.
Silêncio do Anjo nesta cena
- substituição do Anjo pelo Parvo;
- contraste entre o silêncio do Anjo e a euforia
do Frade;
- forma de consciencialização dos pecados por
parte do réu.
Crítica do Parvo
Tom – irónico.
Objectivo – denúncia do
não cumprimento dos votos de castidade.
Oposição entre os votos formulados pelo
clero regular e o comportamento do Frade:
- castidade / luxúria / pobreza /
mundanalidade;
- obediência / libertinagem.
Tipos de cómico
Cómico de carácter – comportamento do Frade
(apresenta-se a julgamento com a moça e outros
símbolos, em detrimento dos valores espirituais);
Cómico de situação – lição de esgrima;
Cómico de linguagem – ironia do Diabo (Gentil
padre mundanal).
Intencionalidade crítica desta cena:
Com esta cena, Gil Vicente pretende
denunciar:
- a devassidão do clero (a afirmação E eles
fazem outro tanto! alarga a crítica aos outros
frades, mostrando que a quebra dos votos de
castidade de Frei Babriel longe de ser uma
excepção é um hábito generalizado.);
- o materialismo e a corrupção de valores da
Igreja;
- o carácter artificial das orações;
- a cópia dos costumes da nobreza.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Auto Da Barca Do Inferno Cena do Frade
Auto Da Barca Do Inferno Cena do FradeAuto Da Barca Do Inferno Cena do Frade
Auto Da Barca Do Inferno Cena do FradeDelfina Vernuccio
 
Auto da Barca do Inferno - Cena do onzeneiro
Auto da Barca do Inferno - Cena do onzeneiroAuto da Barca do Inferno - Cena do onzeneiro
Auto da Barca do Inferno - Cena do onzeneiroRita Galrito
 
Auto da barca analise completa
Auto da barca   analise completaAuto da barca   analise completa
Auto da barca analise completaWilliam Ferraz
 
Auto da barca do inferno - judeu
Auto da barca do inferno - judeuAuto da barca do inferno - judeu
Auto da barca do inferno - judeuBeatrizMarques25
 
Autodabarcadoinferno procurador e corregedor
Autodabarcadoinferno procurador e corregedorAutodabarcadoinferno procurador e corregedor
Autodabarcadoinferno procurador e corregedorFrancisco Teixeira
 
Auto da barca do inferno- O frade
Auto da barca do inferno- O fradeAuto da barca do inferno- O frade
Auto da barca do inferno- O fradeZé Carlos Barbosa
 
Auto da Barca do Inferno: Alcoviteira
Auto da Barca do Inferno: AlcoviteiraAuto da Barca do Inferno: Alcoviteira
Auto da Barca do Inferno: AlcoviteiraUAlg
 
O corregedor e o procurador - Português 9º ano
O corregedor e o procurador - Português 9º anoO corregedor e o procurador - Português 9º ano
O corregedor e o procurador - Português 9º anoGabriel Lima
 
Auto_Barca_Inferno_Alcoviteira
Auto_Barca_Inferno_AlcoviteiraAuto_Barca_Inferno_Alcoviteira
Auto_Barca_Inferno_Alcoviteirasin3stesia
 
Auto da barca do inferno
Auto da barca do infernoAuto da barca do inferno
Auto da barca do infernoclaudiagandra
 
Cena do judeu
Cena do judeuCena do judeu
Cena do judeujlsr1970
 
Auto da barca do inferno análise global
Auto da barca do inferno  análise globalAuto da barca do inferno  análise global
Auto da barca do inferno análise globalCarla Scala
 
Auto da-barca-do-inferno-analise-cenas
Auto da-barca-do-inferno-analise-cenasAuto da-barca-do-inferno-analise-cenas
Auto da-barca-do-inferno-analise-cenasClaudia Lazarini
 
Auto Da Barca Do Inferno cena do frade
Auto Da Barca Do Inferno cena do fradeAuto Da Barca Do Inferno cena do frade
Auto Da Barca Do Inferno cena do fradeDelfina Vernuccio
 

Mais procurados (20)

Judeu
JudeuJudeu
Judeu
 
Auto Da Barca Do Inferno Cena do Frade
Auto Da Barca Do Inferno Cena do FradeAuto Da Barca Do Inferno Cena do Frade
Auto Da Barca Do Inferno Cena do Frade
 
Auto da Barca do Inferno - Cena do onzeneiro
Auto da Barca do Inferno - Cena do onzeneiroAuto da Barca do Inferno - Cena do onzeneiro
Auto da Barca do Inferno - Cena do onzeneiro
 
Auto da barca analise completa
Auto da barca   analise completaAuto da barca   analise completa
Auto da barca analise completa
 
Auto da barca do inferno - judeu
Auto da barca do inferno - judeuAuto da barca do inferno - judeu
Auto da barca do inferno - judeu
 
Alcoviteira
AlcoviteiraAlcoviteira
Alcoviteira
 
Autodabarcadoinferno procurador e corregedor
Autodabarcadoinferno procurador e corregedorAutodabarcadoinferno procurador e corregedor
Autodabarcadoinferno procurador e corregedor
 
A alcoviteira
A alcoviteiraA alcoviteira
A alcoviteira
 
Auto da barca do inferno- O frade
Auto da barca do inferno- O fradeAuto da barca do inferno- O frade
Auto da barca do inferno- O frade
 
Auto da Barca do Inferno: Alcoviteira
Auto da Barca do Inferno: AlcoviteiraAuto da Barca do Inferno: Alcoviteira
Auto da Barca do Inferno: Alcoviteira
 
Onzeneiro
OnzeneiroOnzeneiro
Onzeneiro
 
O corregedor e o procurador - Português 9º ano
O corregedor e o procurador - Português 9º anoO corregedor e o procurador - Português 9º ano
O corregedor e o procurador - Português 9º ano
 
Auto_Barca_Inferno_Alcoviteira
Auto_Barca_Inferno_AlcoviteiraAuto_Barca_Inferno_Alcoviteira
Auto_Barca_Inferno_Alcoviteira
 
Auto da barca do inferno
Auto da barca do infernoAuto da barca do inferno
Auto da barca do inferno
 
Judeu
JudeuJudeu
Judeu
 
Cena do judeu
Cena do judeuCena do judeu
Cena do judeu
 
Auto da barca do inferno análise global
Auto da barca do inferno  análise globalAuto da barca do inferno  análise global
Auto da barca do inferno análise global
 
O fidalgo
O fidalgoO fidalgo
O fidalgo
 
Auto da-barca-do-inferno-analise-cenas
Auto da-barca-do-inferno-analise-cenasAuto da-barca-do-inferno-analise-cenas
Auto da-barca-do-inferno-analise-cenas
 
Auto Da Barca Do Inferno cena do frade
Auto Da Barca Do Inferno cena do fradeAuto Da Barca Do Inferno cena do frade
Auto Da Barca Do Inferno cena do frade
 

Semelhante a Análise da obra teatral de Gil Vicente

50669819 auto-da-barca-do-inferno-introducao ppt
50669819 auto-da-barca-do-inferno-introducao ppt50669819 auto-da-barca-do-inferno-introducao ppt
50669819 auto-da-barca-do-inferno-introducao pptpaulaoliveiraoliveir2
 
Resumo barcainferno
Resumo barcainfernoResumo barcainferno
Resumo barcainfernoInês Barão
 
Auto da barca do Inferno
Auto da barca do InfernoAuto da barca do Inferno
Auto da barca do InfernoMargarida Ramos
 
«Auto da Barca do Inferno», Gil Vicente.PPTX
«Auto da Barca do Inferno», Gil Vicente.PPTX«Auto da Barca do Inferno», Gil Vicente.PPTX
«Auto da Barca do Inferno», Gil Vicente.PPTXElisabete Laginha
 
«Auto da Barca do Inferno», Gil Vicente.PPTX
«Auto da Barca do Inferno», Gil Vicente.PPTX«Auto da Barca do Inferno», Gil Vicente.PPTX
«Auto da Barca do Inferno», Gil Vicente.PPTXMarciaSilva440561
 
grelhadeanlisedoautodabarcadoinferno9-151114225815-lva1-app6891.pdf
grelhadeanlisedoautodabarcadoinferno9-151114225815-lva1-app6891.pdfgrelhadeanlisedoautodabarcadoinferno9-151114225815-lva1-app6891.pdf
grelhadeanlisedoautodabarcadoinferno9-151114225815-lva1-app6891.pdfSusanaMarques87
 
Para Compreender o Auto da Barca do Inferno
Para Compreender o Auto da Barca do InfernoPara Compreender o Auto da Barca do Inferno
Para Compreender o Auto da Barca do InfernoJú Barbosa
 
Auto da-barca-do-inferno-1213660370289329-8
Auto da-barca-do-inferno-1213660370289329-8Auto da-barca-do-inferno-1213660370289329-8
Auto da-barca-do-inferno-1213660370289329-8Gabriel Lima
 
Auto da-barca-do-inferno
Auto da-barca-do-inferno Auto da-barca-do-inferno
Auto da-barca-do-inferno Diógenes Zigar
 
Auto da barca do inferno
Auto da barca do infernoAuto da barca do inferno
Auto da barca do infernoVanda Marques
 
Auto da barca do inferno
Auto da barca do infernoAuto da barca do inferno
Auto da barca do infernoFred Spark
 
Auto Da Barca Do Inferno
Auto Da Barca Do InfernoAuto Da Barca Do Inferno
Auto Da Barca Do InfernoDiogo Medeiros
 

Semelhante a Análise da obra teatral de Gil Vicente (20)

Trabalho de AP do 3º Período
Trabalho de AP do 3º PeríodoTrabalho de AP do 3º Período
Trabalho de AP do 3º Período
 
50669819 auto-da-barca-do-inferno-introducao ppt
50669819 auto-da-barca-do-inferno-introducao ppt50669819 auto-da-barca-do-inferno-introducao ppt
50669819 auto-da-barca-do-inferno-introducao ppt
 
Resumo barcainferno
Resumo barcainfernoResumo barcainferno
Resumo barcainferno
 
Auto da barca do Inferno
Auto da barca do InfernoAuto da barca do Inferno
Auto da barca do Inferno
 
Gil Vicente
Gil VicenteGil Vicente
Gil Vicente
 
«Auto da Barca do Inferno», Gil Vicente.PPTX
«Auto da Barca do Inferno», Gil Vicente.PPTX«Auto da Barca do Inferno», Gil Vicente.PPTX
«Auto da Barca do Inferno», Gil Vicente.PPTX
 
«Auto da Barca do Inferno», Gil Vicente.PPTX
«Auto da Barca do Inferno», Gil Vicente.PPTX«Auto da Barca do Inferno», Gil Vicente.PPTX
«Auto da Barca do Inferno», Gil Vicente.PPTX
 
Humanismo - Gil Vicente
Humanismo  - Gil VicenteHumanismo  - Gil Vicente
Humanismo - Gil Vicente
 
Barca gvicente
Barca gvicenteBarca gvicente
Barca gvicente
 
grelhadeanlisedoautodabarcadoinferno9-151114225815-lva1-app6891.pdf
grelhadeanlisedoautodabarcadoinferno9-151114225815-lva1-app6891.pdfgrelhadeanlisedoautodabarcadoinferno9-151114225815-lva1-app6891.pdf
grelhadeanlisedoautodabarcadoinferno9-151114225815-lva1-app6891.pdf
 
Para Compreender o Auto da Barca do Inferno
Para Compreender o Auto da Barca do InfernoPara Compreender o Auto da Barca do Inferno
Para Compreender o Auto da Barca do Inferno
 
Gil vicente aula
Gil vicente aulaGil vicente aula
Gil vicente aula
 
Gil vicente aula resgate
Gil vicente aula resgateGil vicente aula resgate
Gil vicente aula resgate
 
Gil vicente aula resgate
Gil vicente aula resgateGil vicente aula resgate
Gil vicente aula resgate
 
Auto da-barca-do-inferno-1213660370289329-8
Auto da-barca-do-inferno-1213660370289329-8Auto da-barca-do-inferno-1213660370289329-8
Auto da-barca-do-inferno-1213660370289329-8
 
Auto da-barca-do-inferno
Auto da-barca-do-inferno Auto da-barca-do-inferno
Auto da-barca-do-inferno
 
Auto da barca do inferno
Auto da barca do infernoAuto da barca do inferno
Auto da barca do inferno
 
Abi analise em ppt
Abi analise em pptAbi analise em ppt
Abi analise em ppt
 
Auto da barca do inferno
Auto da barca do infernoAuto da barca do inferno
Auto da barca do inferno
 
Auto Da Barca Do Inferno
Auto Da Barca Do InfernoAuto Da Barca Do Inferno
Auto Da Barca Do Inferno
 

Mais de paulaoliveiraoliveir2

Caraterísticas da publicidade doc. 1 moodle
Caraterísticas da publicidade doc. 1 moodleCaraterísticas da publicidade doc. 1 moodle
Caraterísticas da publicidade doc. 1 moodlepaulaoliveiraoliveir2
 
Caracter publicid e poema eu etiqueta
Caracter publicid e poema  eu etiquetaCaracter publicid e poema  eu etiqueta
Caracter publicid e poema eu etiquetapaulaoliveiraoliveir2
 
4 informativa texto_injuntivo_instrucional
4 informativa texto_injuntivo_instrucional4 informativa texto_injuntivo_instrucional
4 informativa texto_injuntivo_instrucionalpaulaoliveiraoliveir2
 
Teste de avaliação. ou aferição a2 .formação claudia
Teste de avaliação.  ou aferição a2 .formação claudiaTeste de avaliação.  ou aferição a2 .formação claudia
Teste de avaliação. ou aferição a2 .formação claudiapaulaoliveiraoliveir2
 
Auto da barca do inferno fidalgo-quest, interp. global31quest (blog9 10-11)
Auto da barca do inferno   fidalgo-quest, interp. global31quest (blog9 10-11)Auto da barca do inferno   fidalgo-quest, interp. global31quest (blog9 10-11)
Auto da barca do inferno fidalgo-quest, interp. global31quest (blog9 10-11)paulaoliveiraoliveir2
 
Plano estratégico para a inclusa 2020
Plano estratégico para a inclusa 2020Plano estratégico para a inclusa 2020
Plano estratégico para a inclusa 2020paulaoliveiraoliveir2
 
Orientacoes 2020 2021 bom do ministerio tenho de ler
Orientacoes 2020 2021 bom do ministerio tenho de lerOrientacoes 2020 2021 bom do ministerio tenho de ler
Orientacoes 2020 2021 bom do ministerio tenho de lerpaulaoliveiraoliveir2
 

Mais de paulaoliveiraoliveir2 (20)

Caraterísticas da publicidade doc. 1 moodle
Caraterísticas da publicidade doc. 1 moodleCaraterísticas da publicidade doc. 1 moodle
Caraterísticas da publicidade doc. 1 moodle
 
Caracteristicas-da-publicidade
 Caracteristicas-da-publicidade Caracteristicas-da-publicidade
Caracteristicas-da-publicidade
 
Caracter publicid e poema eu etiqueta
Caracter publicid e poema  eu etiquetaCaracter publicid e poema  eu etiqueta
Caracter publicid e poema eu etiqueta
 
Bula medica sobre o homem
Bula medica sobre o homemBula medica sobre o homem
Bula medica sobre o homem
 
Barbaecabelo ficha-bd soluç
Barbaecabelo ficha-bd soluçBarbaecabelo ficha-bd soluç
Barbaecabelo ficha-bd soluç
 
Apresentaopublicidade
Apresentaopublicidade Apresentaopublicidade
Apresentaopublicidade
 
Anúncio portugal
Anúncio portugalAnúncio portugal
Anúncio portugal
 
4 informativa texto_injuntivo_instrucional
4 informativa texto_injuntivo_instrucional4 informativa texto_injuntivo_instrucional
4 informativa texto_injuntivo_instrucional
 
12394124 textos-de-imprensa
12394124 textos-de-imprensa12394124 textos-de-imprensa
12394124 textos-de-imprensa
 
Teste de avaliação a2
Teste de avaliação a2Teste de avaliação a2
Teste de avaliação a2
 
Teste de avaliação. ou aferição a2 .formação claudia
Teste de avaliação.  ou aferição a2 .formação claudiaTeste de avaliação.  ou aferição a2 .formação claudia
Teste de avaliação. ou aferição a2 .formação claudia
 
Auto da barca do inferno fidalgo-quest, interp. global31quest (blog9 10-11)
Auto da barca do inferno   fidalgo-quest, interp. global31quest (blog9 10-11)Auto da barca do inferno   fidalgo-quest, interp. global31quest (blog9 10-11)
Auto da barca do inferno fidalgo-quest, interp. global31quest (blog9 10-11)
 
Plano estratégico para a inclusa 2020
Plano estratégico para a inclusa 2020Plano estratégico para a inclusa 2020
Plano estratégico para a inclusa 2020
 
Orientacoes 2020 2021 bom do ministerio tenho de ler
Orientacoes 2020 2021 bom do ministerio tenho de lerOrientacoes 2020 2021 bom do ministerio tenho de ler
Orientacoes 2020 2021 bom do ministerio tenho de ler
 
Ppt recursos expressivos bom
Ppt recursos expressivos bomPpt recursos expressivos bom
Ppt recursos expressivos bom
 
Auto da barca do inferno
Auto da barca do infernoAuto da barca do inferno
Auto da barca do inferno
 
Auto da barca do inferno frade
Auto da barca do inferno fradeAuto da barca do inferno frade
Auto da barca do inferno frade
 
Abi personagens tipo bom
Abi personagens tipo bomAbi personagens tipo bom
Abi personagens tipo bom
 
Gramatica plnm -10
Gramatica   plnm -10Gramatica   plnm -10
Gramatica plnm -10
 
Gramatica plnm - 09
Gramatica   plnm - 09Gramatica   plnm - 09
Gramatica plnm - 09
 

Último

Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaronaldojacademico
 
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreCIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreElianeElika
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassAugusto Costa
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppthistoria Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.pptErnandesLinhares1
 
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxAULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxLaurindo6
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfjanainadfsilva
 
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdf
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdfÁcidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdf
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdfJonathasAureliano1
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 

Último (20)

Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
 
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreCIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e Característicass
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppthistoria Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
 
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxAULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
 
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdf
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdfÁcidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdf
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdf
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 

Análise da obra teatral de Gil Vicente

  • 2. Nesta primeira cena, o Diabo e o Companheiro falam dos preparativos da viagem. O Diabo sente-se eufórico, tal como se fosse para uma festa, já que prevê receber muitos passageiros na sua barca. Esta cena funciona como uma introdução para o que se vai passar, ao mesmo tempo que o diálogo entre os diabos cria um ambiente animado e divertido.  Se na barca do Inferno se vive enorme animação, já na do Anjo tudo permanece em silêncio.
  • 3. Após o aprontar da barca para a recepção dos que aportam ao cais da morte, surge o Fidalgo D. Anrique, com um “pajem” que lhe segura a cauda do “manto” e lhe transporta uma “cadeira de espaldas”. O Fidalgo torna-se a personagem central desta cena, ostentando vaidade e presunção, porque, na vida terrena, tinha gozado de privilégios especiais.
  • 4. Elementos alegóricos da obra: 1. Cais – prefigura o lugar onde chegam as personagens após a sua morte, o fim da vida terrena. 2. Barcas – prefiguram a viagem para o Inferno ou para o Céu, conforme o mal ou bem feito na terra. 3. Diabo / Anjo – prefiguram a condenação ou salvação, respectivamente.
  • 5. Símbolos que identificam e caracterizam o Fidalgo - cadeira - pajem - manto Função do pajem Personagem figurante: vítima da tirania e da exploração do Fidalgo (é por isso que é absolvido). Acusações feitas ao Fidalgo Acusações feitas pelo Diabo: abuso de poder. Acusações feitas pelo Anjo: tirania; vaidade.
  • 6. Argumentos de autodefesa - Estatuto social (“sou fidalgo de solar”). - Rezas pela salvação da sua alma. Intencionalidade crítica do ponto de vista religioso Criticam-se as rezas mecânicas.
  • 7. Evolução psicológica da personagem - altivez; - arrependimento; - humilhação; - resignação. Enquanto personagem-tipo, o Fidalgo representa a nobreza. Com ele, Gil Vicente critica a tirania, a vaidade, a corrupção moral e a hipocrisia das crenças e práticas religiosas.
  • 8. Expressividade da ironia - humilhar e ridicularizar o Fidalgo; - criar o cómico de linguagem; Tipos de cómico Cómico de linguagem: ironia (poderoso D. Anrique); Cómico de situação: actuação da personagem; Cómico de carácter: maneira de ser da personagem (Cf. didascália inicial). Objectivos: Criticar, moralizar e divertir.
  • 9. O Diabo não dá nome ao Onzeneiro, dizendo-o, porém, seu parente. O Onzeneiro era um usurário que tinha enriquecido à custa dos altos juros de dinheiro que emprestara aos necessitados. Faleceu na çafra do apanhar, do dinheiro próprio e alheio.
  • 10. Tipos de tratamento utilizados pelo Diabo - Tratamento por vós, no início; - Tratamento por tu, quando o Onzeneiro o trata também por tu (marca de proximidade entre o Onzeneiro e o Diabo no que diz respeito à prática do mal.) Acusações feitas ao Onzeneiro O Onzeneiro é acusado de: - usura (simbolizada no símbolo cénico que ele transporta, o bolsão); - ganância; - obsessão pelo dinheiro.
  • 11. Subterfúgios utilizados pelo Onzeneiro para tentar escapar às consequências das acusações: - Perante o Anjo: bolsão vazio. - Perante o Diabo: desejo de ir ao mundo dos vivos buscar dinheiro para comprar a salvação. Evolução psicológica do Onzeneiro: Descontentamento (Mais quisera eu lá tardar) convicção (Dix! Nom vou eu em tal barca / Estoutra tem avantagem) arrependimento (Ó triste, quem me cegou?) Intencionalidade crítica do ponto de vista religioso - Burguesia; - Usura.
  • 12. Linguagem do Diabo: - Irónica e contundente. Linguagem do Anjo: - Incisiva e sentenciosa. Cómico de situação: É criado pelo contraste entre a riqueza de que o Onzeneiro dispunha em vida e o estado de miséria em que se encontra depois de morto. No espaço para além da vida, apresenta-se tão pobre que nem sequer dispõe de uma moeda para pagar ao barqueiro.
  • 13. Joane, o Parvo, é um pobre de espírito, ingénuo, inocente, puro e simples.
  • 14. Reacção ao convite do Diabo - Personagens anteriores: indignação e troça. - Parvo: troça (Como é inocente, acha natural que o homem voe). Significado do silêncio do Diabo perante os insultos do Parvo: Ausência de pecados do Parvo.
  • 15. Caracterização do Parvo - Inocência: cf. Auto-apresentação – Samica alguém. (revela simplicidade e aponta para o seu destino final). - Pobreza de espírito. Destino do Parvo Paraíso. Razões da salvação do Parvo Criticar, comentar e divertir. O Parvo fica no cais para criticar os que pretendem embarcar. Irresponsável e inocente, é posto em cena por Gil Vicente para julgar as outras personagens e fazer rir. É um comentador.
  • 16. Características da linguagem do Parvo - Nível de língua popular, calão (Caga no sapato; mija n’agulha); - Construções sintácticas ilógicas (reforçam a sua pobreza de espírito). Cómico de linguagem Cómico de linguagem: utiliza uma linguagem insultuosa. Diverte e critica ao mesmo tempo: Ridendo castigat mores.
  • 17. Mudança de atitude do Parvo, perante o Diabo e perante o Anjo - Perante o Diabo: agressivo e injurioso. - Perante o Anjo: humilde e inocente (Queres-me passar além?). Como é um pobre de espírito, é o próprio Anjo que apresenta os motivos que justificam a sua entrada na Barca da Glória: per malícia non erraste. / Tua simpreza t’abaste.
  • 18. Atenção: Joane – era assim que se chamavam os Parvos – era uma personagem-tipo comum no teatro medieval. Esta personagem é a concretização do preceito cristão, segundo o qual, são bem aventurados os pobres de espírito porque deles é o reino dos Céus.
  • 19. Objectivo da ironia do Diabo (Santo sapateiro honrado!) - Criticar o Sapateiro de forma sarcástica; - denunciar os pecados do réu. Pecados do sapateiro - Roubo e exploração do povo. Símbolos cénicos - Avental; - formas (compradas com o dinheiro roubado aos clientes).
  • 20. Simbologia dos elementos cénicos - Símbolo do roubo e da exploração do povo; - materialização dos pecados. Argumentos de defesa Argumentos de cariz religioso (confissão, comunhão, missas, esmolas). N.B. O Sapateiro, tal como o Fidalgo, acreditava que as rezas se poderiam sobrepor aos pecados.
  • 21. A condenação das personagens que pecaram, apesar das rezas que fizeram ou mandaram fazer encerra uma crítica à forma superficial como muitos católicos praticavam a religião, pensando que as rezas, as missas, ou as comunhões tinham mais valor do que a prática do bem.
  • 22. Personagem-tipo - Representa um grupo socioprofissional, os artesãos. - materialização dos pecados desse grupo: roubo e exploração do povo. Tipos de crítica - Socioprofissional e económica (roubo e exploração do povo); - religiosa (hipocrisia das crenças e práticas religiosas). Cómico de linguagem - Calão: profere obscenidades (puta); - Gíria: utiliza termos técnicos (badana, cordovão).
  • 23. O Frade é uma das personagens mais duramente criticadas por Gil Vicente, mas também uma das mais divertidas. Desde a sua chegada ao cais, a dançar e a cantar, mostra-se sempre alegre e amigo de se divertir. Surge em cena acompanhado de Florença, que é também o nome da cidade italiana de Toscana; era o centro do Renascimento no século XV e simbolizava a corrupção.
  • 24. Símbolos cénicos - hábito de frade; - equipamento de esgrima (capacete, escudo e espada); - rapariga. Valor dos símbolos cénicos O equipamento de esgrima representa o lado mundano do Frade que se dedicou, em vida, a actividades muito pouco próprias da sua condição. A rapariga representa a quebra dos votos de castidade a que os membros do clero eram obrigados.
  • 25. Função de Florença Figurante: Florença – cúmplice dos pecados do Frade (condenada). Argumentos de acusação - libertinagem; - não cumprimento dos votos de castidade. Argumentos de autodefesa - hábito; - reza dos salmos.
  • 26. Silêncio do Anjo nesta cena - substituição do Anjo pelo Parvo; - contraste entre o silêncio do Anjo e a euforia do Frade; - forma de consciencialização dos pecados por parte do réu. Crítica do Parvo Tom – irónico. Objectivo – denúncia do não cumprimento dos votos de castidade.
  • 27. Oposição entre os votos formulados pelo clero regular e o comportamento do Frade: - castidade / luxúria / pobreza / mundanalidade; - obediência / libertinagem. Tipos de cómico Cómico de carácter – comportamento do Frade (apresenta-se a julgamento com a moça e outros símbolos, em detrimento dos valores espirituais); Cómico de situação – lição de esgrima; Cómico de linguagem – ironia do Diabo (Gentil padre mundanal).
  • 28. Intencionalidade crítica desta cena: Com esta cena, Gil Vicente pretende denunciar: - a devassidão do clero (a afirmação E eles fazem outro tanto! alarga a crítica aos outros frades, mostrando que a quebra dos votos de castidade de Frei Babriel longe de ser uma excepção é um hábito generalizado.); - o materialismo e a corrupção de valores da Igreja; - o carácter artificial das orações; - a cópia dos costumes da nobreza.