Paulo Freire foi um educador brasileiro que desenvolveu um método inovador de alfabetização de adultos baseado no vocabulário do cotidiano e na realidade dos alunos. Seu método defendia uma educação libertadora e crítica da educação bancária. Freire acreditava que a educação deveria promover a autonomia e a consciência crítica dos alunos sobre desigualdades sociais. Suas ideias revolucionaram a educação ao redor do mundo.
2. “Um dos pressupostos do método é a idéia de que ninguém
educa ninguém e ninguém se educa sozinho. A educação, que
deve ser um ato coletivo, solidário — um ato de amor, dá pra
pensar sem susto —, não pode ser imposta. Porque educar é
uma tarefa de trocas entre pessoas e, se não pode ser nunca
feita por um sujeito isolado (até a auto-educação é um diálogo à
distância), não pode ser também o resultado do despejo de quem
supõe que possuí todo o saber, sobre aquele que, do outro lado,
foi obrigado a pensar que não possui nenhum. “Não há
educadores puros”, pensou Paulo Freire. “Nem educandos.” De
um lado e do outro do trabalho em que se ensina-e-aprende, há
sempre educadores-educandos e educandoseducadores. De
lado a lado se ensina. De lado a lado se aprende” (BRANDÃO,
1981, p.10-11):.
3. Paulo Freire (1921-1997) foi um educador brasileiro, criador de um método inovador
para alfabetização de adultos. Seu método foi levado para diversos países.
Paulo Freire nasceu no Recife, Pernambuco, no dia 19 de setembro de 1921.
• Trajetoria:
Paulo Freire iniciou o curso ginasial no Colégio 14 de Julho, no centro do Recife. Com
13 anos perdeu o seu pai e coube a sua mãe a responsabilidade de sustentar todos os
4 filhos.
Sem condições de continuar pagando a escola, sua mãe pediu ajuda ao diretor de
Colégio Oswaldo Cruz, que lhe concedeu matrícula gratuita e o colocou como auxiliar
de disciplina. Posteriormente Paulo tornou-se professor da língua portuguesa.
Em 1943 Paulo Freire ingressou na Faculdade de Direito do Recife.
Em 1943 Paulo Freire ingressou na Faculdade de Direito do Recife. Depois de
formado, continuou atuando como professor de português no Colégio Oswaldo Cruz e
de Filosofia da Educação na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de
Pernambuco.
4. Preocupado com o grande número de adultos analfabetos na área rural dos estados
nordestinos - que formavam consequentemente um grande número de excluídos - Paulo
Freire desenvolveu um método de alfabetização.
Sua proposta de ensino estava baseada no vocabulário do cotidiano e da realidade dos
alunos: as palavras eram discutidas e colocadas no contexto social do indivíduo. Por
exemplo: o agricultor aprendia as palavras, cana, enxada, terra, colheita etc.
Os alunos eram levados a pensar nas questões sociais relacionadas ao seu trabalho. A
partir da palavras base é que se ia descobrindo novos termos e ampliando o vocabulário.
O "Método Paulo Freire" foi aplicado pela primeira vez em 1962 na cidade de Angicos, no
sertão do Rio Grande do Norte, quando foram alfabetizados 300 trabalhadores da
agricultura.
O projeto ficou conhecido como “Quarenta horas de Angicos”. Os fazendeiros da região
chamavam o processo educativo de “praga comunista”.
Método Paulo Freire
5. Teoria:
Defendia uma educação emancipatória, educação para liberdade.
Criticava a educação bancaria
Freire combatia não apenas a opressão que decorre da necessidade financeira e da
limitação do acesso aos bens materiais, mas também reafirmava a necessidade de
combater a mentalidade conservadora. “A mentalidade conservadora, tradicional, tem
a ver com que o sujeito aprende com a sua família, na religião e no trabalho. Nessas
relações, essa convivência ao invés de torná-lo um sujeito livre e amoroso, o aprisiona
a um conjunto de preceitos morais, éticos e céticos que o distancia de outros seres
humanos”.
Paulo Freire compreendia que o sujeito aprende para se humanizar. De acordo com o
educador, aprender é complemento da formação do sujeito como humano. “Se
aprende na relação com o outro, no diálogo com outro, na aproximação dele com o
conhecimento do outro. Esse aprender coletivo tem a ver com o conhecimento
sistematizado pelas outras pessoas. Saber que você precisa escutar e aprender com o
outro é fundamental para romper com uma lógica de educação tradicional.
6. Contribuições para a Educação
A pedagogia freiriana é pautada em um pensamento pedagógico político. Segundo o
pedagogo, a educação é o meio para despertar a criticidade do aluno para que esse
atinja sua autonomia. Além disso, o acesso à educação possibilitaria o desenvolvimento
de uma percepção crítica quanto à desigualdade entres as classes sociais, que tem como
consequência a opressão das classes populares.
Entre as contribuições do pernambucano está a percepção de que cada estudante, seja
ele criança, adolescente, jovem ou adulto, leva consigo a sua cultura para a sala de aula,
e essa não deve ser tida nem como melhor ou pior que a do professor. Nesse sentido, o
respeito à cultura do aluno se revelou como uma das maneiras de tornar a educação mais
afetiva e democrática, considerando que todos são fontes de conhecimento.
Na pedagogia freiriana, todos têm direito a se manifestar criticamente, assim, Freire ficou
conhecido por ser o mentor da educação para a consciência. Foram tantas as
contribuições de Freire para a educação no mundo que ele foi reconhecido como
o Patrono da Educação Brasileira através da Lei 12.612/12. A importância de Paulo
Freire para a educação rendeu ao professor cerca de 50 títulos honoris causa.
7. •Educação Como Prática da Liberdade (1967)
•Pedagogia do Oprimido (1968)
•Cartas à Guiné-Bissau (1975)
•Educação e Mudança (1981)
•Prática e Educação (1985)
•Por Uma Pedagogia da Pergunta (1985)
•Pedagogia da Esperança (1992)
•Professora Sim, Tia Não: Carta a Quem Ousa Ensinar (1993)
•À Sombra Desta Mangueira (1995)
•Pedagogia da Autonomia (1997)
8. Por seu trabalho na área educacional, Paulo Freire foi reconhecido mundialmente.
Ele é o brasileiro com mais títulos de Doutor Honoris Causa de diversas
universidades. Ao todo são 41 instituições, entre elas, Harvard, Cambridge e Oxford.
Reconhecimento:
“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si
mesmo, os homens se educam entre si,
mediatizados pelo mundo.” – Paulo Freire