3. Aos 13 anos Paulo Freire perdeu o seu pai e coube a sua mãe a responsabilidade de sustentar todos
os 4 filhos.
Sem condições de continuar pagando a escola, sua mãe pediu ajuda ao diretor de Colégio Oswaldo
Cruz, que lhe concedeu matrícula gratuita e o colocou como auxiliar de disciplina. Posteriormente
Paulo tornou-se professor da língua portuguesa.
Em 1943 Paulo Freire ingressou na Faculdade de Direito do Recife. Depois de formado, continuou
atuando como professor de português no Colégio Oswaldo Cruz e de Filosofia da Educação na Escola
de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco.
Em 1947 foi nomeado diretor do setor de Educação e Cultura do Serviço Social da Indústria.
Em 1955, junto com outros educadores fundou, no Recife, o Instituto Capibaribe, uma escola
inovadora que atraiu muitos intelectuais da época e que continua em atividade até os dias de hoje.
Em 1962 “o método Paulo Freire” foi aplicado pela primeira vez, alfabetizando mais de 300
trabalhadores em 40 horas.
Em 1964 com o golpe Militar de 1964, quando Paulo Freire foi acusado de agitador e levado a prisão
onde passou 70 dias. Quando liberto se exilou no Chile, onde ficou por muito tempo e produziu várias
obras.
Em 1968 foi lançado seu livro “Pedagogia do Oprimido”, sua obra foi escrita a partir de suas
experiências vivenciadas no Chile.
4. Em 1980, com a anistia, Paulo Freire retornou ao Brasil, estabelecendo-se em São Paulo.
Foi professor da UNICAMP, da PUC e atuou como Secretário de Educação da Prefeitura de São
Paulo na gestão de Luísa Erundina.
Infelizmente em 1997 Paulo Freire sobre uma insuficiência cardíaca levando-o a óbito, mais deixou
um lindo legado que sempre vai estar presente na educação e na vida de cada docente.
6. Para enfrentar a educação tradicional, Freire (1970/2019) propõe a teoria da ação
dialógica com a colaboração, a união, a organização e a síntese cultural (forma de enxergar o
mundo), o que constitui uma proposta de educação libertadora.
A influência de Paulo Freire é essencial no campo do ensino regular e na Educação de Jovens e
Adultos - EJA é central no pensamento pedagógico não só brasileiro, mas internacional.
A importância do pensamento e das contribuições freireanas para a educação brasileira
e em especial para EJA tem nas chamadas teorias sócio-construtivistas um apontamento de
que o conhecimento é uma construção histórica e social, na qual interferem fatores de ordem
antropológica, cultural e psicológica, entre outros.
Paulo Freire é o percussor da Educação de Jovens e Adultos, Freire “defende o conhecimento através
da educação é Instrumento do homem sobre o mundo, toda essa ação produz mudança, portanto não
é um ato neutro, mas o ato de educar é um ato político”.
A EJA tem seu início aqui no Brasil com a colonização e com a chegada dos religiosos
que exerciam uma ação educativa missionária voltada para a disseminação do cristianismo.
Contextualizaremos a partir da década de 1960, haja vista que nessa época o contexto
social e político trazem uma tendência significativa para a questão da alfabetização e conscientização
de pessoas jovens e adultas, sendo alavancado pelo desenvolvimento
industrial e urbano e da mudança do trabalho do campo para a cidade.
Os altos níveis de desigualdades sociais impulsionaram os movimentos de lutas pelas
reformas de base para poder reduzir as enormes diferenças de condições de vida entre as
classes sociais.
7. A metodologia de Paulo Freire consiste em uma maneira de educar conectada ao cotidiano dos
estudantes e às experiências que eles têm — e por isso, também ligado à política,
especialmente porque Freire trabalhou com a alfabetização de adultos.
Sua filosofia baseia-se no diálogo entre professor e aluno, procurando transformar o estudante
em um aprendiz ativo. Nesse sentido, ele criticava os métodos de ensino em que o professor era
tido como o detentor de todo o conhecimento, e o aluno apenas um “depositório” — o que ele
chamava de “educação bancária”.
“Transformar os alunos em objetos receptores é uma tentativa de controlar o pensamento e a
ação, leva homens e mulheres a ajustarem-se ao mundo e inibe o seu poder criativo.” (Paulo
Freire)
Em seu livro Pedagogia do Oprimido, Freire coloca o papel da educação como um ato político,
que liberta os indivíduos por meio da “consciência crítica, transformadora e diferencial, que
emerge da educação como uma prática de liberdade”. Ele defende uma educação que incentive a
criticidade do aluno, indo além do português e da matemática. Suas ideias também possuem
ligações com o pensamento marxista e críticas ao capitalismo.
“Não existe tal coisa como um processo de educação neutra. Educação ou funciona como um
instrumento que é usado para facilitar a integração das gerações na lógica do atual sistema e
trazer conformidade com ele, ou ela se torna a ‘prática da liberdade’, o meio pelo qual homens e
mulheres lidam de forma crítica com a realidade e descobrem como participar na transformação
do seu mundo.” (Paulo Freire).
8. Freire acreditava que, por trabalhar com a alfabetização de adultos pobres, esses conceitos auxiliariam
no objetivo de tornar a educação libertadora e que, dessa forma, despertaria a consciência dos alunos
para as relações de opressão nos ambientes de trabalho e para as injustiças sociais existentes na
sociedade. No entanto, há quem discorde e condene o fato de suas teorias apresentarem
posicionamentos políticos junto às explicações pedagógicas.
10. Paulo Freire entregou a nós, educadores, uma fonte inesgotável de esperança, nos mostrando o
caminho para uma educação humanizadora e emancipadora em favor da autonomia dos educandos.
Uma das principais contribuições de Paulo Freire é a sua crítica à educação tradicional, conceituada
na obra “Pedagogia do Oprimido” como educação bancária. Segundo o pedagogo, o sujeito que está
aprendendo na educação bancária é tratado como um lugar onde se deposita verdades, e isso não
seria um processo de aprendizagem uma vez que não há diálogo.
“Aprender, para Paulo Freire, é acessar o conhecimento sistematizado, problematizar esse
conhecimento, buscar a compreensão para além daquilo que é dito”
Paulo Freire compreendia que o sujeito aprende para se humanizar. De acordo com o educador,
aprender é complemento da formação do sujeito como humano. “Se aprende na relação com o outro,
no diálogo com outro, na aproximação dele com o conhecimento do outro. Esse aprender coletivo
tem a ver com o conhecimento sistematizado pelas outras pessoas. Saber que você precisa escutar
e aprender com o outro é fundamental para romper com uma lógica de educação tradicional”, contou
Maria Margarida.
Outra questão fundamental na obra de Paulo Freire é que se aprende para transformar a realidade.
“Nesse aspecto, é fundamental a consciência crítica e de sujeito histórico.
Paulo Freire contribui muito para educação brasileira e internacional e por isso é considerado um dos
maiores pensadores. Seu legado é muito vasto e contribui muito para a educação e para a formação
de novos profissionais.