Paulo Freire foi um importante educador brasileiro que desenvolveu um método de alfabetização de adultos baseado no diálogo entre aluno e professor. Sua teoria defendia uma educação libertadora e crítica que valorizasse a experiência do aluno. Freire teve grande influência no Brasil e no mundo, apesar de também receber críticas por defender uma educação não neutra politicamente.
1. Trabalho destinado a disciplina
de Didática da Educação – AD1
Angela Correia Barreto
Silvana Barbosa
Thaicylla Gonçalves
Thaís do Carmo
Paulo Freire
2. Paulo Reglus Neves Freire
Nasceu 19 de Setembro de 1921
É considerado um dos pensadores
mais notáveis
na história da pedagogia mundial
Patrono da Educação Brasileira.
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3. Trajetoria
Nascido no ano de 1921 na cidade de
Recife-PE, Paulo Freire era filho de
uma família de classe média, porém
vivenciou de bem perto a pobreza quando
ocorre a crise econômica de 1929.
Cursou direito na Universidade do
Recife, no entanto, dedicou-se a
ensinar língua portuguesa. Ao ser
indicado como diretor do Departamento
de Educação e Cultura do Serviço
Social, deu início ao seus primeiros
trabalho de alfabetização de adultos.
Por seu empenho em ensinar os mais
pobres, criou um método baseado no
vocabulário de cada região.
Tornou-se uma inspiração para gerações
de professores, especialmente na
América Latina e na África.
Sua experiência de alfabetização mais
famosa ocorreu em Angicos - RN, em
1963, quando ensinou 300 adultos a ler
e a escrever em 45 dias.
Seu projeto educacional estava
vinculado ao nacionalismo
desenvolvimentista do governo João
Goulart, mas sua carreira no Brasil
foi interrompida pelo golpe militar de
31 de março de 1964. Freire foi preso,
e obrigado a se exilar, em países
como: Bolívia, Chile e em Genebra,
Suíça, no qual dirigiu o Departamento
de Educação do Conselho Mundial de
Igrejas, de 1973 a 1980.
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4. Trajetoria
A partir deste ponto seu método de
alfabetização de adultos denominado
“Paulo Freire”, tornou-se conhecido no
mundo. Se no Brasil, a alfabetização se
dava nos círculos de cultura, em outros
países do mundo, em especial, na
África, ela se foi objeto de prática
pedagógica escolar.
O método de Paulo Freire também foi
largamente implementado em países
africanos recém saídos da colonização,
como Cabo Verde e Guiné-Bissau, marcou
o seu uso pelo Estado e exigiu de
Freire uma reflexão profunda sobre a
aplicação do seu método de alfabetização
na escola e, em especial, na escola
estatal.
O método freiriano mesmo sendo
idealizado para trabalhar educação
informal, nestes países, fora
implementado na escolarização formal,
indo de encontro com a proposta
inicial de Freire.
Durante o tempo de exílio Freire fora
convidado a ministrar aulas em
diversas universidades ao redor do
mundo, além disso, publicou vários
livros sendo um dos mais conhecidos
“Pedagogia do Oprimido” (1968). Este
livro propõe uma pedagogia de ensino
baseado em uma nova relação entre
professor e aluno, no qual ambos
constroem o conhecimento de forma
conjunta.
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5. Trajetoria
Após retornar ao Brasil com a lei de
anistia de 1979, Freire se envolveu na
política. Atuou como supervisor no
programa de alfabetização realizado
pelo Partido dos Trabalhadores em São
Paulo. Entre 1988-1991 exerceu o cargo
de secretário municipal de educação da
cidade de São Paulo no governo da
prefeita Luiza Erundina. Neste período
criou o Movimento de Alfabetização de
Jovens e Adultos (MOVA) que era uma
espécie de apoio as salas comunitárias
de Educação de Jovens e Adultos.
No ano de 1991 foi fundado o Instituto
Paulo Freire para estender e elaborar
as ideias de Freire, com o objetivo de
manter o legado do pensador.
Também na mesma época que retornou ao
Brasil, escreveu dois livros
considerados fundamentais em sua
obra: "Pedagogia da Esperança" (1992)
e "À Sombra desta Mangueira" (1995).
Lecionou na Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp) e na Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo
(PUC-SP).
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7. Teoria
O método de Paulo Freire é baseado no
diálogo entre aluno e professor como
artifício principal no processo de
ensino-aprendizado. Também considera
importante a autonomia e o respeito.
Nessa metodologia o professor e
aluno são agentes ativos do processo
de ensino-aprendizagem e ainda, cabe
ao educador demonstrar que o
educando é dotado de uma gama de
conhecimentos provenientes de suas
experiências fora do mundo da escola.
Dessa maneira, o professor é apenas
um orientador durante o processo de
aprendizagem, mostrando como
organizar os saberes aprendidos e
relacionar com os saberes vividos.
Seguindo essa metodologia é possível
fazer com que o educando melhore sua
autoestima aos poucos, participando
de forma mais ativa do processo de
aprendizagem. Assim, quanto maior for
a autonomia, maior será também a
perspectiva de participação ativa na
sociedade.
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8. Teoria
O autor é contrário ao método de ensino
no qual o professor é considerado
detentor de todo o saber e o aluno
apenas um depósito que deve receber
todo aquele conhecimento sem
questionar. Essa maneira de ensinar,
Freire chama de educação bancária, pois
o aluno é passivo no processo de
ensino-aprendizagem.
É importante que haja um trabalho de
investigação temática para entender o
universo vocabular do aluno, assim
como seus modos de vida e costumes
provenientes da realidade que este
vive. Feito isso, pode ser definido o
tema gerador das aulas e os demais
temas que serão trabalhados com o
decorrer das aulas, levando os alunos
a debaterem e problematizarem sobre
suas realidades vivenciadas.
Concomitantemente, o professor poderá
trabalhar algumas dificuldades de
fonética que surgirem, contribuindo
para a construção de significados das
palavras com a escrita ao mesmo
tempo.
Paulo Freire com este método propõe
uma relação horizontal entre professor
e aluno, pois há uma valorização da
cultura e da oralidade. Além disso, ao
fazer com que o educando seja sujeito
ativo de seu processo de
aprendizagem, pois valoriza os
conhecimentos anteriores a chegada a
escola, como o conhecimento do
idioma, possibilita que a
aprendizagem se ocorra de maneira
coletiva através do conflito entre os
saberes antigos com os novos saberes.
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9. Teoria
Ainda deve ser ressaltada que a
teoria de Paulo Freire tem grandes
influências da teoria marxista e,
consequentemente, faz forte crítica
ao modelo econômico capitalista.
Portanto, para Paulo Freire a
educação deve ser libertadora,
promovendo a autoconfiança do aluno.
A educação deve promover o diálogo, a
conscientização e a reflexão,
almejando ampliar a visão de mundo e
participação ativa dos indivíduos em
todas as esferas da sociedade.
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10. Contribuições
Paulo Freire trouxe contribuições
relevantes para a educação. Uma
delas, foi o Plano de Alfabetização
de Jovens e Adultos. O que
possibilitou a alfabetização de
vários trabalhadores. A valorização
da experiência de vida do estudante
é relevante na aprendizagem do
aluno. Inicialmente, foi pensada
para alfabetização de adultos e,
posteriormente, tal pensamento
chegou na alfabetização também das
crianças.
Outra contribuição é questão da
criticidade e diálogos por parte
dos alunos, os quais não serão mais
percebidos como sujeitos passivos
no ensino de ensino-aprendizagem.
Tal percepção na educação reflete no
comportamento do ser humano em
sociedade, através de sua
participação social. Logo, a educação
para ser libertadora, precisa
proporcionar aos alunos e professores
uma consciência histórica e social.
Já, no contexto internacional, nos
Estados Unidos, o trabalho de Freire
influenciou um movimento chamado
matemática radical, que lidava
questões de justiça social e
pedagogia crítica como componentes de
currículos de matemática. Já na
África do Sul, as ideias e métodos de
Freire foram fundamentais para o
Movimento da Consciência Negra (Black
Consciousness Movement), associado à
Steve Biko, na década de 1970.
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11. Contribuições
Também é preciso salientar que Paulo
Freire é um dos intelectuais
brasileiros mais referenciados e
respeitos do mundo. Seu livro
“Pedagogia do Oprimido” é a
terceira obra mais citada em
trabalhos acadêmicos da área de
humanas. Muitas escolas
internacionais utilizam o método
Paulo Freire. Nos Estados Unidos, a
Revere High School, em
MAssachussetts, que faz uso do
método freiriano, foi eleita no ano
de 2014 a melhor instituição pública
de ensino médio do país.
Mesmo sendo muito reconhecido,
elogiado e citado, Paulo Freire
também é fortemente criticado por
grupos que defendem que a educação
deve ser neutra.
Devido ao fato de defender que a
educação não pode ser neutra, pois
somos todos seres políticos, Freire
não é bem aceito por aqueles que
defendem que a educação não pode ter
interferências políticas. No brasil,
essas críticas ganham força e
recentemente, a BNCC (Base Nacional
Comum Curricular) foi publicada sem
fazer menções as teorias do autor.
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