4. Foi um educador brasileiro, criador do
método inovador no ensino da alfabetização
para adultos. Seu método foi levado para
diversos países.
5. Iniciou o curso ginasial no Colégio 14 de Julho, no
centro do Recife. Com 13 anos perdeu o seu pai e
coube a sua mãe a responsabilidade de sustentar todos
os 4 filhos.
Sem condições de continuar pagando a escola, sua mãe
pediu ajuda ao diretor de Colégio Oswaldo Cruz, que
lhe concedeu matrícula gratuita, o transformou em
auxiliar de disciplina, e posteriormente em professor de
língua portuguesa.
6. Em 1943 ingressou na Faculdade de Direito do Recife.
Depois de formado, Paulo Freire continuou atuando como
professor de português no Colégio Oswaldo Cruz e de
Filosofia da Educação na Escola de Belas Artes da
Universidade Federal de Pernambuco.
Em 1947 foi nomeado diretor do setor de Educação e
Cultura do Serviço Social da Indústria.
Em 1955, junto com outros educadores fundou, no Recife, o
Instituto Capibaribe, uma escola inovadora que atraiu
muitos intelectuais da época e que continua em atividade
até os dias de hoje.
7. A iniciativa do educador foi aplicada pela primeira vez
em 1962 na cidade de Angicos no sertão do Rio
Grande do Norte, quando foram alfabetizados 300
trabalhadores da agricultura.
O projeto ficou conhecido como “Quarenta horas de
Angicos”. Os fazendeiros da região chamavam o
processo educativo de “praga comunista”.
8. Com o golpe militar de 1964, Paulo Freire foi acusado
de agitador e levado para a prisão onde passou 70
dias. Em seguida, após ser libertado, se exilou no
Chile.
Durante cinco anos desenvolveu trabalhos em
programas de educação de adultos no Instituto
Chileno para a Reforma Agrária.
Em 1969, Paulo Freire lecionou na Universidade de
Harvard. Durante dez anos, foi consultor especial do
Departamento de Educação do Conselho Municipal
das Igrejas, em Genebra, na Suíça.
O educador viajou por vários países dando
consultoria educacional.
Em 1980, com a anistia, Paulo Freire retornou ao
Brasil, estabelecendo-se em São Paulo. Foi professor
da UNICAMP, da PUC e atuou como Secretário de
Educação da Prefeitura de São Paulo na gestão de
Luísa Erundina.
10. Preocupado com o grande número de
adultos analfabetos na área rural dos
estados nordestinos - que formavam
consequentemente um grande número de
excluídos, Paulo Freire desenvolveu um
método de alfabetização, baseado no
vocabulário do cotidiano e da realidade dos
alunos.
Por exemplo: o agricultor aprendia as
palavras, cana, enxada, terra, colheita, etc.
11. Os alunos eram levados a pensar nas
questões sociais relacionadas ao seu
trabalho. A partir das palavras base é
que se ia descobrindo novos termos e
ampliando o vocabulário.
12. Educador é retratado em painel no Centro de Formação,
Tecnologia e Pesquisa Educacional da Secretaria Municipal de
Educação de Campinas-SP.
14. Pensamento pedagógico político
Paulo Freire defendia que a desigualdade entres as classes sociais acarretava
na opressão das classes mais abastadas sobre as classes populares. Nascido
em uma das regiões mais pobres do país, ele experimentara essa realidade.
Defendia o ensino como forma de despertar a criticidade do aluno, fazendo
com que o mesmo buscasse a ampliação de sua consciência social e
conseguisse atingir à autonomia.
Esse teórico era assumidamente defensor de que a educação deveria ser
prática de liberdade, sendo inclusive esse o título um de seus livros mais
importantes, “Educação como prática da liberdade” que foi escrito enquanto
ele estava exilado.
15. Recuperação salarial de professores
Por seu trabalho na educação e sua visão de que a consciência crítica e ativa
precisa ser despertada, Paulo Freire foi também defensor dos professores. Ele
acreditava que o papel do professor ia além do ensinar, pois para ele o ato de
ensinar está diretamente relacionado ao de aprender. Por essa razão,
defendia que o professor deveria ser valorizado em todos os sentidos, pois
ele é fundamental para a construção de uma sociedade que pretende atingir
uma educação de qualidade.
Durante o período em que assumiu a direção da Secretaria de Educação do
Estado de São Paulo, no governo de Luiza Erundina, ele trabalhou na defesa
dos ganhos do profissional, bem como na implementação de movimentos de
alfabetização, formação continuada e de revisão curricular.
16. Rico acervo bibliográfico
Paulo Freire escreveu diversas obras que são amplamente
utilizadas e citadas em trabalhos acadêmicos e por estudos
pedagógicos em todo o mundo. Entre elas, a mais conhecida é
“Pedagogia do Oprimido”, que destaca o fato de a educação ser
o caminho para o despertar da visão crítica e a formação de
sujeitos que busquem mudar sua realidade.
Outros livros como “Pedagogia da Autonomia”, “Educação:
Prática da Liberdade” e diversos outros também são
imprescindíveis para quem busca formação na área docente.
17. Destaque na educação brasileira
A necessidade de visibilidade e de valorização da pesquisa em educação
nacional foi muito destacada na produção intelectual de Paulo Freire. Por
suas pesquisas, recebeu nada menos que 41 títulos de doutor honorário em
diversas universidades do mundo, inclusive Harvard e Oxford.
Além disso, recebeu uma variedade de prêmios, por diferentes países e
organizações, dentre eles o Prêmio Andres Bello, da OEA (Organização dos
Estados Americanos), como Educador dos Continentes.
Ainda hoje, Paulo Freire é um ícone da educação brasileira, sendo um dos
nomes mais respeitáveis para o embasamento teórico de pesquisas
relacionadas à alfabetização. Seja ele amado, incompreendido ou rejeitado,
isso não muda o fato de que as obras de Freire falam por si e se tornaram um
legado importante para o desenvolvimento da visão educacional moderna.