SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 12
Baixar para ler offline
CAPÍTULO X 
QUÍMICA PRÁTICA E A TEORIA NA PRIMEIRA METADE DO                 
SÉCULO XVII 
A ênfase dos iatroquímicos no uso de remédios químicos continuou a                     
inspirar homens a estudar reações químicas à medida que o Século                     
XVII começava. O caminho racional de investigação apontado por                 
Libavius foi cada vez mais sendo seguido. À medida que o número de                         
reagentes disponíveis aumentava, assim também aconteceu com o               
número de novos compostos e o número de reações estudadas. A                     
ênfase recaía sobre operações práticas de laboratório, mas               
especulações teóricas, tão pouco desenvolvidas no século anterior,               
tornaram­se mais frequentes. Como será visto, os primeiros passos                 
nessa direção falsearam e havia pouca unanimidade de pensamento,                 
mas durante o Século XVII um padrão de pensamento químico emergiu,                     
e, pelo fim do século, a filosofia química era um assunto florescente e                         
popular.  
Nessa época, também, a Química começou a assumir a posição de uma                       
ciência independente. Aquele que a seguiram eram seguidores de uma                   
nova profissão. Muitos eram ainda membros de outros grupos treinados,                   
mas alguns podiam ser chamados de químicos hoje. Até essa época,                     
muitos dos homens que tiveram um profundo interesse em Química                   
tinham sido médicos, mas com frequência crescente, farmacêuticos               
começaram a trabalhar em publicar no campo. Eles eram                 
particularmente apropriados para perseguir o assunto desde que eles                 
operavam laboratórios e realizavam a maioria das preparações dos                 
remédios iatroquímicos. Poucos médicos realmente sujavam suas mãos               
nos laboratórios, e assim seu interesse em Química tendeu a ser                     
teórico. 
 
Os farmacêuticos, com seu conhecimento prático, tornaram­se cada vez                 
mais importantes no desenvolvimento da Química. Pelos próximos               
duzentos anos um grande número de descobertas químicas               
fundamentais foi feita pelos farmacêuticos ou homens com treinamento                 
farmacêutico. Isso foi particularmente verdadeiro no continente Euroeu.               
Na Inglaterra, avanços químicos foram feitos por um tipo diferente de                     
investigador, o cientista amador. 
A tradição de Libavius de Química Prática permaneceu bem no novo                     
Século. Um dos que seguiram essa tradição foi o farmacêutico francês                     
Jean Béguin (falecido por volta de 1620). Em 1604 ele começou a dar                         
aulas de Química para o público geral e em 1610 ele publicou seu                         
“Tyrocinium Chymicum” (O Químico Iniciante). O livro tornou­se muito                 
popular e teve várias reedições. É interessante notar que nele Béguin                     
distinguiu os pontos de vista do físico, do médico, e do Químico em                         
relação aos fatos da Natureza. Essa é a evidência definitiva que o                       
Químico agora era reconhecido como um cientista individual. 
 
O livro de Béguin quase não contém teoria. Ele é uma coleção                       
heterogênea de receitas para a preparação de remédios químicos.                 
Entretanto, ele mostra de muitas formas quão longe os “cozinheiros”                   
tinham progredido. Um exemplo interessante é a descrição da digestão                   
do minium (óxido de chumbo) com vinagre, e a destilação dos cristais                       
resultantes para produzir uma substância volátil que nós conhecemos                 
como acetona. Béguin adicinou que se o receptor “não estiver muito                     
bem e exatamente cimentado à retorta, então uma grande fragrância                   
(que preencheria todo o laboratório) será perdida (como eu não duvido                     
que se os odores de todos os vegetais odoríferos fossem reunidos e                       
misturados, esse odor poderia excedê­los em muito). 
 
Outro químico prático, dessa vez um médico, foi Angelo Sala                   
(1576­1637). Em 1617 ele descreveu a preparação do vitriol de cobre                     
(CuSO​4​.5H​2​O) a partir de quantidades bem pesadas de cobre, espírito                   
de enxofre (ácido sulfúrico) e água. Ele então decompôs o composto e                       
encontrou os mesmos ingredientes e nas mesmas proporções que ele                   
tinha usado na síntese original. Isso demonstrou a existência contínua                   
dos constituintes no sal, que ia contra as velhas ideias Aristotélicas, e                       
também mostrou, como ele afirmou, que os vitriois natural e artificial                     
eram iguais. 
 
Um químico ainda mais grandioso que Béguin e Sala foi Johann                     
Rudolph Glauber (1604­1670). Ele era auto­didata em Química, e ele                   
perambulou pela Europa aprendendo os métodos em uso em vários                   
países.  
 
 
Em uma certa época ele se estabeleceu em Amsterdam, onde ele                     
construiu um excelente laboratório. Muito da sua vida foi dispendida em                     
experimentações químicas. Ele foi um dos primeiros químicos industriais                 
e engenheiros químicos. Em seu “Furni Novi Philosophici” (Novos                 
Fornos Filosóficos – Amsterdam, 1648­1650), ele descreveu vários               
aparatos químicos e muitas operações químicas. No “Pharmacopoeia               
Spagyrica” (Niimberg, 1654) ele dá receitas para muitos medicamentos                 
iatroquímicos. Em “Teutschlands Wohlfahrt” (A Prosperidade da             
Alemanha – Amsterdam, 1656) ele aplicou princípios químicos em suas                   
elaboradas recomendações para tornar a Alemanha um país               
economicamente auto­sustentável. Sua doença fatal e morte             
provavelmente resultaram de suas investigações sobre a Química do                 
mercúrio e do arsênio em laboratórios pobremente ventilados. 
Glauber era muito interessado em metalurgia e na manufatura de                   
ácidos, bases, e sais. Entre outros procedimentos, ele preparou ácido                   
sulfúrico forte e melhorou em muito o método de Libavius para a                       
preparação de ácido clorídrico. Sua receita mais famosa era uma para o                       
tratamento de sal ordinário com ácido sulfúrico, um sal ao qual Glauber                       
atribuiu poderes maravilhosos. Ele próprio chamou­o de sal mirabile, e                   
desde então é conhecido como Sal de Glauber. Contrário a esse                     
costume usual, ele fez algumas tentativas de manter o método de                     
preparação desse sal em segredo, e seu entusiasmo em exaltar suas                     
virtudes levou­o a ser considerado algo como um charlatão por aqueles                     
que não conheciam seus outros trabalhos. 
Mais importante para a história da química foi seu grande interesse nos                       
sais em geral. Desde que ele tinha disponíveis os ácidos minerais                     
comuns, ele podia tratar um grande número de metais e óxidos                     
metálicos com eles para preparar sais neutros. Ele frequentemente                 
obtinha esses sais em forma pura e em grandes quantidades. Ele assim                       
estava apto a reconhecer que sais eram compostos de duas partes,                     
uma proveniente de um ácido, a outra de um metal ou de sua terra                           
(óxido). Seus estudos posteriores mostraram que sais neutros podiam                 
reagir com outro para produzir novos sais: dupla composição. Na                   
preparação de salitre (nitrato de potássio) a partir de ácido nítrico e sal                         
tártaro (carbonato de potássio), ele usou a evolução (liberação de gás)                     
de dióxido de carbono como um indicador para o ponto neutro. Por tais                         
reações ele aprendeu que diferentes sais tinham diferentes forças. Ele                   
expressou esse fato em termos que mostraram que ele estava tateando                     
em direção à ideia de afinidade química. 
Como um metal é de uma natureza diferente do outro, mas são                       
semelhantes, amam um ao outro, e como devem “abominar” e                   
“esquivar­se” um ao outro; e quando existirem diversos metais em uma                     
massa, e você pudesse separá­los, é necessário que você o faça pela                       
adição de uma coisa que tenha afinidade pela parte mais imperfeita, e                       
esteja em inimizade com a parte perfeita. Como por exemplo, Enxofre é                       
um amigo de todos os metais, exceto Ouro, que ele odeia; mas ele                         
ainda ama (mesmo em metais imperfeitos) um mais que o outro. 
A terminologia de amor e ódio é aqui essencialmente aquela de                     
Empédocles de 2100 anos atrás; mas, enquanto o filósofo Grego                   
pensava em Amor e Discórdia como corpos físicos, está claro que                     
Glauber considerou­os como forças. 
  
Assim Glauber foi além de Libavius em sua compreensão da natureza                     
das reações inorgânicas que ele realizou. Ele também fez observações                   
sobre Química Orgânica, preparando tais substâncias como Cloreto de                 
Etila, acetona, acroleína, e benzeno, mas a natureza desses compostos                   
era muito complexa para ser compreendida por um cientista do século                     
XVII. 
Mesmo que Glauber fosse primeiro um químico prático, ele tinha uma                     
compreensão teórica maior que seus predecessores do Século XVI.                 
Assim não é surpreendente que seus contemporâneos que estavam                 
mais interessados em teoria devessem fazer mudanças notáveis nas                 
ideias amplamente aceitas de natureza da matéria. O químico que mais                     
combinou teoria com prática em seu trabalho nessa época foi Jan                     
Baptist van Helmont (1577­1644). Apesar de muitas das suas teorias                   
serem errôneas, suas contribuições para o avanço da Química foram                   
grandes. 
Van Helmont era um próspero médico que viveu próximo a Bruxelas.                     
Ele gastou muito da sua vida de aposentado, realizando experimentos                   
químicos. Ele considerava a si mesmo um philosophus per ignem, um                     
filósofo do fogo, que aproximadamente significa um químico profissional.  
Van Helmont rejeitava a ideia Aristotélica de quatro elementos, desde                   
que ele sentia que nem o fogo e nem a terra eram constituintes                         
fundamentais das substâncias. Ar era um elemento, mas ele não podia                     
se mudado para qualquer outra forma, e onde ele exercia qualquer                     
influência, como em auxiliar na queima de um fogo, só o estava fazendo                         
por uma ação mecânica. Isso deixava a água como base de todas as                         
substâncias químicas, e muito do trabalho experimental de Van Helmont                   
foi devotado a provar a importância da água na natureza. Van Helmont                       
era um seguidor de Paracelsus e aceitava muito do seu misticismo, mas                       
ele não se precocupava muito com a importância dos três princípios,                     
mercúrio, enxofre e sal. 
A mais famosa tentativa de Van Helmont de provar que a água podia                         
ser convertida em outras substâncias era seu experimento do                 
salgueiro­chorão. Esse era uma performance real do experimento               
sugerido por Nicholas de Cusa duzentos anos antes. Van Helmont                   
plantou uma árvore em uma quantidade de terra pesada, regou­a por                     
cinco anos, e então mostrou que, enquanto a árvore ganhou 164 libras,                       
o peso da terra permaneceu o mesmo. Para ele, isso provou que todas                         
as partes da árvore tinham sido formadas a partir da água. De ainda                         
maior interesse químico foi seu experimento com uma quantidade                 
conhecida (pesada) de areia. Ela foi fundida com excesso de álcalis                     
para formar vidro­água (vidro­líquido ou provavelmente polissilicato de               
sódio), que liquefazia quando exposto ao ar, obviamente uma conversão                   
de terra para água. A água podeia ser reconvertida para terra por                       
tratamento com ácido, e a quantidade de terra (sílica) recuperada era a                       
mesma que tinha sido usada originalmente. 
Esses experimentos não parecem a nós muito boas demonstrações da                   
natureza elementar da água, mas eles ilustram dois aspectos do                   
trabalho de Van Helmont que mostram a nós que seu pensamento                     
estava muito mais próximo daquele dos químicos modernos do que da                     
forma de pensar dos seus predecessores. O primeiro aspecto era a                     
natureza quantitativa dos seus experimentos. Ele usava a balança                 
quase que rotineiramente. Decorre disso, e ainda mais importante, é a                     
suposição implícita de sua parte que a matéria não é criada e nem                         
destruída nas mudanças que ela sofre. A lei de conservação de massa                       
não foi estabelecida até muito mais tarde, mas Van Helmont e aquele                       
que o seguiram usaram o princípio continuamente. O uso da balança                     
sem dúvida causou uma aceitação generalizada desse princípio, pois de                   
outra forma não haveria necessidade de pesagem se isso fosse falso. O                       
instrumento introduzido pelos ensaístas para propósitos puramente             
práticos estava levando a importantes avanços teóricos na Química. 
Outro avanço significativo resultou da teoria de Van Helmont dos                   
elementos. Ar não podia ser convertido em água, como muitos filósofos                     
anteriores pensavam, ainda, quando água era evaporada, ela dava                 
origem a uma substância parecida com ar. Muitas reações químicas                   
também liberam substâncias similares. Elas podiam não ser ar, e assim                     
precisavam representar uma nova classe de materiais. O produto da                   
evaporação da água facilmente retornava a água, e assim Van Helmont                     
considerou­a como um vapor. As outras substâncias eram mais                 
permanentes, e para elas ele encontrou um novo nome. 
Eu chamo a isso de Espírito, até então desconhecido, pelo novo nome                       
de Gás, que não pode ser contido por vasos, nem reduzido a um corpo                           
visível, a menos que a semente tenha sido extinta. Mas Corpos contém                       
esse espírito, e algumas vezes partem totalmente em um tal Espírito,                     
não porque de fato ele está verdadeiramente em seus corpos (porque                     
ele não pode ser verdadeiramente contido, mas sim todo o corpo                     
composto poderia voar para longe de uma vez só) mas ele é um Espírito                           
que cresceu junto, coagulado na forma de um corpo.  
A palavra “gás” provavelmente derivou de “chaos”, que Paracelsus usou                   
como um termo generalizado para o ar. O uso dessa nova palavra                       
nunca morreu completamente no continente Europeu, mas na Inglaterra                 
Robert Boyle substitui­o pelo termos “ar” e não foi até o Século XIX que                           
ele foi reestabelecido na Inglaterra. 
Para Van Helmon, um gás era mais sutil que um vapor, mas mais denso                           
que o ar elementar. A diferença em propriedades entre gases e vapores                       
está no arranjo diferente de enxofre, mercúrio e sal nas partes íntimas.                       
Experimentalmente, Van Helmont preparou gás por meio de várias                 
diferentes rações, e frequentemente usou o termo ​gas sylvestre (espírito                   
selvagem) para designá­lo. Muitos dos espécimes que ele preparou                 
eram na realidade dióxido de carbono obtido de fontes como a queima                       
do carvão, fermentação de uvas, ou ácidos e sais de tártaro (carbonato                       
de potássio), mas ele também obteve amostras impuras de óxidos de                     
nitrogênio, dióxido de enxofre, e hidrogênio. Ele sabia que seus gases                     
nem sempre tinham as mesmas propriedades, embora ele não                 
atribuísse muita importância a esse fato. Ele foi chamado o pai da                       
química pneumática. 
Como um iatroquímico, Van Helmont aplicou muitas das suas ideias a                     
organismos vivos. Seguindo Paracelsus, ele assumiu a existência de um                   
Archaeu que dirigia corporalmente as reações, mas ele generalizou o                   
conceito ao declarar que todas as reações em vida eram controladas                     
por “fermentos”, os quais eram um tipo de energia formativa individual.                     
Essa terminologia continuou em uso até o final do Século XIX. Não pode                         
ser dito que a concepção de Van Helmont sobre os fermentos tinha                       
muito em comum com a ideia moderna de enzimas, embora essa                     
comparação algumas vezes tenha sido feita. A despeito do caráter                   
preferencialmente místico de muitas das suas teorias bioquímicas, Van                 
Helmont realizou muito trabalho prático em bioquímica de fluidos                 
corporais, a assim ajudou a lançar as bases para uma bioquímica                     
cientítica. 
  
Dois dos preeminentes sucessores de Van Helmont levaram suas ideias                   
de um mecanismo bioquímico de vida mais adiante que ele próprio o                       
fez. François de la Boe, cujo nome latinizado era Sylvius (1614­1672), e                       
Otto Taechnius (cerca de 1620­1690) fora indubitavelmente             
influenciados pelas teorias mecânicas de Química que desenvolveram               
pela metade do século, os quais tentaram simplificar todas a ideias                     
químicas. Eles também estavam preocupados com as descobertas               
práticas de Glauber. Como iatroquímicos, eles sentiram a necessidade                 
de explicar todos os processos vitais nessa terminologia moderna, e                   
assim eles deduziram todas as reações nos corpos vivos à interações                     
de ácidos com álcalis. A impressionante efervescência de carbonatos                 
com ácidos parecia suficiente para descrever as forças da vida. Foi o                       
violento conflito de substâncias antagônicas que produziu a vida. Essa                   
era realmente uma ressurreição da antiga doutrina dos contrários, mas                   
ela estava expressa na mais moderna linguagem. 
Os farmacêuticos que preparavam drogas iatroquímicas estavam mais               
próximos dos laboratórios que os iatroquímicos médicos, e assim                 
estavam mais preocupados com a natureza dos materiais com os quais                     
trabalhavam do que com a concepção de todas as teorias abrangentes                     
sobre a vida. Eles devotaram muito do seu tempo às destilações,                     
especialmente de produtos de plantas e de animais. Eles acreditavam                   
que por esse processo eles estavam analisando a substância em seus                     
constituintes. Desde que eles obtivessem um licor volátil, uma                 
substância inflamável, e um resíduo solúvel em água em muitos casos,                     
eles estavam preparados para aceitar os três princípios de Paracelsus:                   
mercúrio, enxofre e sal. Eles também encontraram em muitas das suas                     
destilações um líquido mais pesado e um sólido insolúvel, e assim eles                       
adicionaram aos elementos Parecelsianos dois mais: a fleuma               
(phleugma) e a terra. Os primeiros três eram princípios ativos; os dois                       
últimos princípios passivos; e assim surgiu um conceito de cinco                   
elementos. Uma série completa de farmacêuticos que davam leituras                 
públicas sobre química  
No Jardin du Roi em Paris, Davidson de Clave, Le Févre, Glaser, e                         
Lémery, consideravam a crença básica nos cinco princípios, apesar de                   
eles diferirem grandemente entre eles próprios nas suas aplicações                 
destes princípios à teoria química. 
  
Pode ser visto que a primeira metade do Século XVII foi um período de                           
crescente precisão na Química Prática. A importância dos experimentos                 
quantitativos foi apreciada; a ideia de indestrutibilidade da matéria foi                   
intuitivamente elaborada; e a natureza dos ácidos, bases, e sais e de                       
muitas das suas reações começaram a ser compreendidas. Ao mesmo                   
tempo o desenvolvimento teórico da Química estava em um estado                   
caótico. Praticamente cada químico desenvolveu sua própria explicação               
sobre a estrutura fundamenta da matéria. Muitas das suas teorias que                     
vieram a público nessa época não sobreviveram até o fim do Século                       
XVII, mas elas desenvolveram um papel importante na história da                   
Química. Elas surgiram porque os homens dessa época não podiam                   
aceitar as teorias que tinham sido aceitas por duzentos anos, e por sua                         
variedade eles varreram as velhas teorias de cena. Novas descobertas                   
que saíram dos laboratórios demandaram melhores explicações que               
podiam ser oferecidas pelas forças místicas e ocultas dos Paracelsianos                   
por um lado, ou pelas explicações extremamente simplistas dos                 
iatroquímicos mais racionalmente inclinados por outro lado, claramente               
as variadas e individualistas teorias desse período abriram o caminho                   
para a teoria corpuscular que segui­se e que, no seu desenvolvimento                     
gradual, levou às ideias modernas de Química. 
  
QUESTIONÁRIO 
1) Qual foi a contribuição de Jean Béguin para o desenvolvimento da 
Química? 
2) Qual foi a contribuição de Glauber para o desenvolvimento da 
Química? 
3) Qual foi a contribuição de Van Helmont para o desenvolvimento 
da Química? 
4) Como os farmacêuticos contribuíram para o desenvolvimento da 
química no Século XVII? 
 

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Capítulo XX - A sistematização da química inorgânica
Capítulo XX - A sistematização da química inorgânicaCapítulo XX - A sistematização da química inorgânica
Capítulo XX - A sistematização da química inorgânicaMárcio Martins
 
Capítulo 8 - Séculos XIV e XV
Capítulo 8 - Séculos XIV e XVCapítulo 8 - Séculos XIV e XV
Capítulo 8 - Séculos XIV e XVMárcio Martins
 
Capítulo XVII - Eletroquímica e afinidade química
Capítulo XVII - Eletroquímica e afinidade químicaCapítulo XVII - Eletroquímica e afinidade química
Capítulo XVII - Eletroquímica e afinidade químicaMárcio Martins
 
Capítulo XXIII - Radioatividade e estrutura atômica
Capítulo XXIII - Radioatividade e estrutura atômicaCapítulo XXIII - Radioatividade e estrutura atômica
Capítulo XXIII - Radioatividade e estrutura atômicaMárcio Martins
 
Capítulo 11 - A difusão das teorias atomísticas
Capítulo 11  - A difusão das teorias atomísticasCapítulo 11  - A difusão das teorias atomísticas
Capítulo 11 - A difusão das teorias atomísticasMárcio Martins
 
Capítulo XVI - Leis de combinação atômica
Capítulo XVI - Leis de combinação atômicaCapítulo XVI - Leis de combinação atômica
Capítulo XVI - Leis de combinação atômicaMárcio Martins
 
Capítulo 29 tabulação dos elementos
Capítulo 29   tabulação dos elementosCapítulo 29   tabulação dos elementos
Capítulo 29 tabulação dos elementosellen1990
 
Mdulo ii unidade 2 contedo
Mdulo ii unidade 2 contedoMdulo ii unidade 2 contedo
Mdulo ii unidade 2 contedoresolvidos
 
Aula 1 a história da química orgânica
Aula 1   a história da química orgânicaAula 1   a história da química orgânica
Aula 1 a história da química orgânicaLarissa Cadorin
 
Lavoisier e a constituição da química moderna
Lavoisier e a constituição da química modernaLavoisier e a constituição da química moderna
Lavoisier e a constituição da química modernaJailson Alves
 
Capítulo 7 - Transmissão da química para o ocidente
Capítulo 7 - Transmissão da química para o ocidenteCapítulo 7 - Transmissão da química para o ocidente
Capítulo 7 - Transmissão da química para o ocidenteMárcio Martins
 
Química Orgânica I - Introdução
Química Orgânica I - IntroduçãoQuímica Orgânica I - Introdução
Química Orgânica I - IntroduçãoRicardo Stefani
 
O surgimento da química orgânica
O surgimento da química orgânicaO surgimento da química orgânica
O surgimento da química orgânicaManuel Vicente
 
A ciência e os avanços em química
A ciência e os avanços em químicaA ciência e os avanços em química
A ciência e os avanços em químicaFernando Alcoforado
 

Mais procurados (20)

Capítulo XX - A sistematização da química inorgânica
Capítulo XX - A sistematização da química inorgânicaCapítulo XX - A sistematização da química inorgânica
Capítulo XX - A sistematização da química inorgânica
 
Capítulo 8 - Séculos XIV e XV
Capítulo 8 - Séculos XIV e XVCapítulo 8 - Séculos XIV e XV
Capítulo 8 - Séculos XIV e XV
 
Capítulo XVII - Eletroquímica e afinidade química
Capítulo XVII - Eletroquímica e afinidade químicaCapítulo XVII - Eletroquímica e afinidade química
Capítulo XVII - Eletroquímica e afinidade química
 
Capítulo XXIII - Radioatividade e estrutura atômica
Capítulo XXIII - Radioatividade e estrutura atômicaCapítulo XXIII - Radioatividade e estrutura atômica
Capítulo XXIII - Radioatividade e estrutura atômica
 
Capítulo 11 - A difusão das teorias atomísticas
Capítulo 11  - A difusão das teorias atomísticasCapítulo 11  - A difusão das teorias atomísticas
Capítulo 11 - A difusão das teorias atomísticas
 
Capítulo XVI - Leis de combinação atômica
Capítulo XVI - Leis de combinação atômicaCapítulo XVI - Leis de combinação atômica
Capítulo XVI - Leis de combinação atômica
 
Química
QuímicaQuímica
Química
 
Capítulo 29 tabulação dos elementos
Capítulo 29   tabulação dos elementosCapítulo 29   tabulação dos elementos
Capítulo 29 tabulação dos elementos
 
Mdulo ii unidade 2 contedo
Mdulo ii unidade 2 contedoMdulo ii unidade 2 contedo
Mdulo ii unidade 2 contedo
 
A tabela periodica dos elementos quimicos
A tabela periodica dos elementos quimicosA tabela periodica dos elementos quimicos
A tabela periodica dos elementos quimicos
 
Antoine Lavoisier
Antoine LavoisierAntoine Lavoisier
Antoine Lavoisier
 
Aula 1 a história da química orgânica
Aula 1   a história da química orgânicaAula 1   a história da química orgânica
Aula 1 a história da química orgânica
 
"Somos Físicos" Lavoisier e suas leis
"Somos Físicos" Lavoisier e suas leis"Somos Físicos" Lavoisier e suas leis
"Somos Físicos" Lavoisier e suas leis
 
Lavoisier e a constituição da química moderna
Lavoisier e a constituição da química modernaLavoisier e a constituição da química moderna
Lavoisier e a constituição da química moderna
 
Química Orgânica
Química OrgânicaQuímica Orgânica
Química Orgânica
 
Capítulo 7 - Transmissão da química para o ocidente
Capítulo 7 - Transmissão da química para o ocidenteCapítulo 7 - Transmissão da química para o ocidente
Capítulo 7 - Transmissão da química para o ocidente
 
Samilly
SamillySamilly
Samilly
 
Química Orgânica I - Introdução
Química Orgânica I - IntroduçãoQuímica Orgânica I - Introdução
Química Orgânica I - Introdução
 
O surgimento da química orgânica
O surgimento da química orgânicaO surgimento da química orgânica
O surgimento da química orgânica
 
A ciência e os avanços em química
A ciência e os avanços em químicaA ciência e os avanços em química
A ciência e os avanços em química
 

Semelhante a Capítulo 10 - Química prática e a teoria na primeira metade do do século XVII

A ciência e os avanços em química (artigo corrigido)
A ciência e os avanços em química (artigo corrigido)A ciência e os avanços em química (artigo corrigido)
A ciência e os avanços em química (artigo corrigido)Fernando Alcoforado
 
Breve históricos da Química orgânica
Breve históricos da Química orgânicaBreve históricos da Química orgânica
Breve históricos da Química orgânicaCarlos Kramer
 
Breve História da Ciência Moderna
Breve História da Ciência ModernaBreve História da Ciência Moderna
Breve História da Ciência ModernaElcielle .
 
Química Analítica Básica Uma visão histórica da análise qualitativa clássica.pdf
Química Analítica Básica Uma visão histórica da análise qualitativa clássica.pdfQuímica Analítica Básica Uma visão histórica da análise qualitativa clássica.pdf
Química Analítica Básica Uma visão histórica da análise qualitativa clássica.pdfviroli1
 
Capítulo 15 a nova química
Capítulo 15   a nova químicaCapítulo 15   a nova química
Capítulo 15 a nova químicaellen1990
 
Capitulo 02tabela periódica
Capitulo 02tabela periódicaCapitulo 02tabela periódica
Capitulo 02tabela periódicaMira Raya
 
Introdução à química - 9º ano
Introdução à química - 9º anoIntrodução à química - 9º ano
Introdução à química - 9º anoV
 
Hans Krebs
Hans KrebsHans Krebs
Hans Krebskrirocha
 
A história da química
A história da químicaA história da química
A história da químicaDannyMayara
 
A descoberta do ciclo de krebsmod
A descoberta do ciclo de krebsmodA descoberta do ciclo de krebsmod
A descoberta do ciclo de krebsmodkrirocha
 
A descoberta do ciclo de krebsmod
A descoberta do ciclo de krebsmodA descoberta do ciclo de krebsmod
A descoberta do ciclo de krebsmodkrirocha
 
Antoine laurent de lavoisier
Antoine laurent de lavoisierAntoine laurent de lavoisier
Antoine laurent de lavoisierDiogo Guerreiro
 

Semelhante a Capítulo 10 - Química prática e a teoria na primeira metade do do século XVII (20)

"Somos Físicos" Antonie Lavoisier
"Somos Físicos" Antonie Lavoisier"Somos Físicos" Antonie Lavoisier
"Somos Físicos" Antonie Lavoisier
 
A ciência e os avanços em química (artigo corrigido)
A ciência e os avanços em química (artigo corrigido)A ciência e os avanços em química (artigo corrigido)
A ciência e os avanços em química (artigo corrigido)
 
Breve históricos da Química orgânica
Breve históricos da Química orgânicaBreve históricos da Química orgânica
Breve históricos da Química orgânica
 
"Somos Físicos" Conservação das Massas
"Somos Físicos" Conservação das Massas"Somos Físicos" Conservação das Massas
"Somos Físicos" Conservação das Massas
 
Breve História da Ciência Moderna
Breve História da Ciência ModernaBreve História da Ciência Moderna
Breve História da Ciência Moderna
 
Biografia robert hook
Biografia robert hookBiografia robert hook
Biografia robert hook
 
Química Analítica Básica Uma visão histórica da análise qualitativa clássica.pdf
Química Analítica Básica Uma visão histórica da análise qualitativa clássica.pdfQuímica Analítica Básica Uma visão histórica da análise qualitativa clássica.pdf
Química Analítica Básica Uma visão histórica da análise qualitativa clássica.pdf
 
Capítulo 15 a nova química
Capítulo 15   a nova químicaCapítulo 15   a nova química
Capítulo 15 a nova química
 
Não metais
Não metaisNão metais
Não metais
 
Capitulo 02tabela periódica
Capitulo 02tabela periódicaCapitulo 02tabela periódica
Capitulo 02tabela periódica
 
V fotossintese
V fotossinteseV fotossintese
V fotossintese
 
Introdução à química - 9º ano
Introdução à química - 9º anoIntrodução à química - 9º ano
Introdução à química - 9º ano
 
O passado secreto da química!
O passado secreto da química!O passado secreto da química!
O passado secreto da química!
 
Hans Krebs
Hans KrebsHans Krebs
Hans Krebs
 
ATIVIDADE COMPLEMENTAR - HISTÓRIA DA QUÍMICA
ATIVIDADE COMPLEMENTAR - HISTÓRIA DA QUÍMICAATIVIDADE COMPLEMENTAR - HISTÓRIA DA QUÍMICA
ATIVIDADE COMPLEMENTAR - HISTÓRIA DA QUÍMICA
 
A história da química
A história da químicaA história da química
A história da química
 
A descoberta do ciclo de krebsmod
A descoberta do ciclo de krebsmodA descoberta do ciclo de krebsmod
A descoberta do ciclo de krebsmod
 
A descoberta do ciclo de krebsmod
A descoberta do ciclo de krebsmodA descoberta do ciclo de krebsmod
A descoberta do ciclo de krebsmod
 
Antoine laurent de lavoisier
Antoine laurent de lavoisierAntoine laurent de lavoisier
Antoine laurent de lavoisier
 
A alquimia
A alquimiaA alquimia
A alquimia
 

Mais de Márcio Martins

Termoquimica - Por que o papel não queima?
Termoquimica - Por que o papel não queima?Termoquimica - Por que o papel não queima?
Termoquimica - Por que o papel não queima?Márcio Martins
 
Teoria das colisões - Aula teórica criada pela Profa Geovana Leal Rahmeier
Teoria das colisões - Aula teórica criada pela Profa Geovana Leal RahmeierTeoria das colisões - Aula teórica criada pela Profa Geovana Leal Rahmeier
Teoria das colisões - Aula teórica criada pela Profa Geovana Leal RahmeierMárcio Martins
 
Sequência Didática Cinética Química - Profa Geovana Leal Rahmeier
Sequência Didática Cinética Química - Profa Geovana Leal RahmeierSequência Didática Cinética Química - Profa Geovana Leal Rahmeier
Sequência Didática Cinética Química - Profa Geovana Leal RahmeierMárcio Martins
 
Teoria Cinética dos Gases - Físico-Química III v1.0
Teoria Cinética dos Gases - Físico-Química III v1.0Teoria Cinética dos Gases - Físico-Química III v1.0
Teoria Cinética dos Gases - Físico-Química III v1.0Márcio Martins
 
Aulas de Teoria Cinética dos Gases - Físico-Química III v1.0
Aulas de Teoria Cinética dos Gases - Físico-Química III v1.0Aulas de Teoria Cinética dos Gases - Físico-Química III v1.0
Aulas de Teoria Cinética dos Gases - Físico-Química III v1.0Márcio Martins
 
Aulas de Fenômenos de Superfície - Físico-Química III v1.0
Aulas de Fenômenos de Superfície - Físico-Química III v1.0Aulas de Fenômenos de Superfície - Físico-Química III v1.0
Aulas de Fenômenos de Superfície - Físico-Química III v1.0Márcio Martins
 
Fenômenos de superfície - e-book Físico-Química III v1.0
Fenômenos de superfície - e-book Físico-Química III v1.0Fenômenos de superfície - e-book Físico-Química III v1.0
Fenômenos de superfície - e-book Físico-Química III v1.0Márcio Martins
 
Oficina Criação de vídeos didáticos com Inteligência Artificial XXV SNEF
Oficina Criação de vídeos didáticos com Inteligência Artificial XXV SNEFOficina Criação de vídeos didáticos com Inteligência Artificial XXV SNEF
Oficina Criação de vídeos didáticos com Inteligência Artificial XXV SNEFMárcio Martins
 
Um ensino de química_ muitas abordagens (1).pdf
Um ensino de química_ muitas abordagens (1).pdfUm ensino de química_ muitas abordagens (1).pdf
Um ensino de química_ muitas abordagens (1).pdfMárcio Martins
 
O universo de _O conto da aia_.pdf
O universo de _O conto da aia_.pdfO universo de _O conto da aia_.pdf
O universo de _O conto da aia_.pdfMárcio Martins
 
Palestra fc cerro largo 29 10-2019
Palestra fc cerro largo 29 10-2019Palestra fc cerro largo 29 10-2019
Palestra fc cerro largo 29 10-2019Márcio Martins
 
Notas parciais de fq3 2019-1
Notas parciais de fq3 2019-1Notas parciais de fq3 2019-1
Notas parciais de fq3 2019-1Márcio Martins
 
Marcadores para o RApp Chemistry
Marcadores para o RApp ChemistryMarcadores para o RApp Chemistry
Marcadores para o RApp ChemistryMárcio Martins
 
Utilizando tecnologias digitais para o ensino
Utilizando tecnologias digitais para o ensinoUtilizando tecnologias digitais para o ensino
Utilizando tecnologias digitais para o ensinoMárcio Martins
 
Tutorial Quinz e Jumble no Kahoot!
Tutorial Quinz e Jumble no Kahoot!Tutorial Quinz e Jumble no Kahoot!
Tutorial Quinz e Jumble no Kahoot!Márcio Martins
 
Criando um cartão de visitas em Realidade Aumentada
Criando um cartão de visitas em Realidade AumentadaCriando um cartão de visitas em Realidade Aumentada
Criando um cartão de visitas em Realidade AumentadaMárcio Martins
 
Slides oficina 38 edeq energy2 d
Slides oficina 38 edeq   energy2 dSlides oficina 38 edeq   energy2 d
Slides oficina 38 edeq energy2 dMárcio Martins
 
Slides Oficina 38 EDEQ - Energy 2D
Slides Oficina 38 EDEQ - Energy 2DSlides Oficina 38 EDEQ - Energy 2D
Slides Oficina 38 EDEQ - Energy 2DMárcio Martins
 
O Linux na minha trajetória acadêmica: percepções de um usuário
O Linux na minha trajetória acadêmica: percepções de um usuárioO Linux na minha trajetória acadêmica: percepções de um usuário
O Linux na minha trajetória acadêmica: percepções de um usuárioMárcio Martins
 

Mais de Márcio Martins (20)

Termoquimica - Por que o papel não queima?
Termoquimica - Por que o papel não queima?Termoquimica - Por que o papel não queima?
Termoquimica - Por que o papel não queima?
 
Teoria das colisões - Aula teórica criada pela Profa Geovana Leal Rahmeier
Teoria das colisões - Aula teórica criada pela Profa Geovana Leal RahmeierTeoria das colisões - Aula teórica criada pela Profa Geovana Leal Rahmeier
Teoria das colisões - Aula teórica criada pela Profa Geovana Leal Rahmeier
 
Sequência Didática Cinética Química - Profa Geovana Leal Rahmeier
Sequência Didática Cinética Química - Profa Geovana Leal RahmeierSequência Didática Cinética Química - Profa Geovana Leal Rahmeier
Sequência Didática Cinética Química - Profa Geovana Leal Rahmeier
 
Teoria Cinética dos Gases - Físico-Química III v1.0
Teoria Cinética dos Gases - Físico-Química III v1.0Teoria Cinética dos Gases - Físico-Química III v1.0
Teoria Cinética dos Gases - Físico-Química III v1.0
 
Aulas de Teoria Cinética dos Gases - Físico-Química III v1.0
Aulas de Teoria Cinética dos Gases - Físico-Química III v1.0Aulas de Teoria Cinética dos Gases - Físico-Química III v1.0
Aulas de Teoria Cinética dos Gases - Físico-Química III v1.0
 
Aulas de Fenômenos de Superfície - Físico-Química III v1.0
Aulas de Fenômenos de Superfície - Físico-Química III v1.0Aulas de Fenômenos de Superfície - Físico-Química III v1.0
Aulas de Fenômenos de Superfície - Físico-Química III v1.0
 
Fenômenos de superfície - e-book Físico-Química III v1.0
Fenômenos de superfície - e-book Físico-Química III v1.0Fenômenos de superfície - e-book Físico-Química III v1.0
Fenômenos de superfície - e-book Físico-Química III v1.0
 
Oficina Criação de vídeos didáticos com Inteligência Artificial XXV SNEF
Oficina Criação de vídeos didáticos com Inteligência Artificial XXV SNEFOficina Criação de vídeos didáticos com Inteligência Artificial XXV SNEF
Oficina Criação de vídeos didáticos com Inteligência Artificial XXV SNEF
 
Um ensino de química_ muitas abordagens (1).pdf
Um ensino de química_ muitas abordagens (1).pdfUm ensino de química_ muitas abordagens (1).pdf
Um ensino de química_ muitas abordagens (1).pdf
 
O universo de _O conto da aia_.pdf
O universo de _O conto da aia_.pdfO universo de _O conto da aia_.pdf
O universo de _O conto da aia_.pdf
 
Palestra fc cerro largo 29 10-2019
Palestra fc cerro largo 29 10-2019Palestra fc cerro largo 29 10-2019
Palestra fc cerro largo 29 10-2019
 
Notas parciais de fq3 2019-1
Notas parciais de fq3 2019-1Notas parciais de fq3 2019-1
Notas parciais de fq3 2019-1
 
Marcadores para o RApp Chemistry
Marcadores para o RApp ChemistryMarcadores para o RApp Chemistry
Marcadores para o RApp Chemistry
 
Diagrama de rich suter
Diagrama de rich suterDiagrama de rich suter
Diagrama de rich suter
 
Utilizando tecnologias digitais para o ensino
Utilizando tecnologias digitais para o ensinoUtilizando tecnologias digitais para o ensino
Utilizando tecnologias digitais para o ensino
 
Tutorial Quinz e Jumble no Kahoot!
Tutorial Quinz e Jumble no Kahoot!Tutorial Quinz e Jumble no Kahoot!
Tutorial Quinz e Jumble no Kahoot!
 
Criando um cartão de visitas em Realidade Aumentada
Criando um cartão de visitas em Realidade AumentadaCriando um cartão de visitas em Realidade Aumentada
Criando um cartão de visitas em Realidade Aumentada
 
Slides oficina 38 edeq energy2 d
Slides oficina 38 edeq   energy2 dSlides oficina 38 edeq   energy2 d
Slides oficina 38 edeq energy2 d
 
Slides Oficina 38 EDEQ - Energy 2D
Slides Oficina 38 EDEQ - Energy 2DSlides Oficina 38 EDEQ - Energy 2D
Slides Oficina 38 EDEQ - Energy 2D
 
O Linux na minha trajetória acadêmica: percepções de um usuário
O Linux na minha trajetória acadêmica: percepções de um usuárioO Linux na minha trajetória acadêmica: percepções de um usuário
O Linux na minha trajetória acadêmica: percepções de um usuário
 

Último

Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfAlissonMiranda22
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfjanainadfsilva
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppthistoria Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.pptErnandesLinhares1
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila RibeiroMarcele Ravasio
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...licinioBorges
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxAULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxLaurindo6
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfMarianaMoraesMathias
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 

Último (20)

Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppthistoria Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxAULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 

Capítulo 10 - Química prática e a teoria na primeira metade do do século XVII

  • 1. CAPÍTULO X  QUÍMICA PRÁTICA E A TEORIA NA PRIMEIRA METADE DO                  SÉCULO XVII  A ênfase dos iatroquímicos no uso de remédios químicos continuou a                      inspirar homens a estudar reações químicas à medida que o Século                      XVII começava. O caminho racional de investigação apontado por                  Libavius foi cada vez mais sendo seguido. À medida que o número de                          reagentes disponíveis aumentava, assim também aconteceu com o                número de novos compostos e o número de reações estudadas. A                      ênfase recaía sobre operações práticas de laboratório, mas                especulações teóricas, tão pouco desenvolvidas no século anterior,                tornaram­se mais frequentes. Como será visto, os primeiros passos                  nessa direção falsearam e havia pouca unanimidade de pensamento,                  mas durante o Século XVII um padrão de pensamento químico emergiu,                      e, pelo fim do século, a filosofia química era um assunto florescente e                          popular.   Nessa época, também, a Química começou a assumir a posição de uma                        ciência independente. Aquele que a seguiram eram seguidores de uma                    nova profissão. Muitos eram ainda membros de outros grupos treinados,                    mas alguns podiam ser chamados de químicos hoje. Até essa época,                      muitos dos homens que tiveram um profundo interesse em Química                    tinham sido médicos, mas com frequência crescente, farmacêuticos                começaram a trabalhar em publicar no campo. Eles eram                  particularmente apropriados para perseguir o assunto desde que eles                  operavam laboratórios e realizavam a maioria das preparações dos                  remédios iatroquímicos. Poucos médicos realmente sujavam suas mãos                nos laboratórios, e assim seu interesse em Química tendeu a ser                      teórico.   
  • 2. Os farmacêuticos, com seu conhecimento prático, tornaram­se cada vez                  mais importantes no desenvolvimento da Química. Pelos próximos                duzentos anos um grande número de descobertas químicas                fundamentais foi feita pelos farmacêuticos ou homens com treinamento                  farmacêutico. Isso foi particularmente verdadeiro no continente Euroeu.                Na Inglaterra, avanços químicos foram feitos por um tipo diferente de                      investigador, o cientista amador.  A tradição de Libavius de Química Prática permaneceu bem no novo                      Século. Um dos que seguiram essa tradição foi o farmacêutico francês                      Jean Béguin (falecido por volta de 1620). Em 1604 ele começou a dar                          aulas de Química para o público geral e em 1610 ele publicou seu                          “Tyrocinium Chymicum” (O Químico Iniciante). O livro tornou­se muito                  popular e teve várias reedições. É interessante notar que nele Béguin                      distinguiu os pontos de vista do físico, do médico, e do Químico em                          relação aos fatos da Natureza. Essa é a evidência definitiva que o                        Químico agora era reconhecido como um cientista individual.    O livro de Béguin quase não contém teoria. Ele é uma coleção                        heterogênea de receitas para a preparação de remédios químicos.                  Entretanto, ele mostra de muitas formas quão longe os “cozinheiros”                    tinham progredido. Um exemplo interessante é a descrição da digestão                    do minium (óxido de chumbo) com vinagre, e a destilação dos cristais                        resultantes para produzir uma substância volátil que nós conhecemos                  como acetona. Béguin adicinou que se o receptor “não estiver muito                      bem e exatamente cimentado à retorta, então uma grande fragrância                    (que preencheria todo o laboratório) será perdida (como eu não duvido                      que se os odores de todos os vegetais odoríferos fossem reunidos e                        misturados, esse odor poderia excedê­los em muito).   
  • 3. Outro químico prático, dessa vez um médico, foi Angelo Sala                    (1576­1637). Em 1617 ele descreveu a preparação do vitriol de cobre                      (CuSO​4​.5H​2​O) a partir de quantidades bem pesadas de cobre, espírito                    de enxofre (ácido sulfúrico) e água. Ele então decompôs o composto e                        encontrou os mesmos ingredientes e nas mesmas proporções que ele                    tinha usado na síntese original. Isso demonstrou a existência contínua                    dos constituintes no sal, que ia contra as velhas ideias Aristotélicas, e                        também mostrou, como ele afirmou, que os vitriois natural e artificial                      eram iguais.    Um químico ainda mais grandioso que Béguin e Sala foi Johann                      Rudolph Glauber (1604­1670). Ele era auto­didata em Química, e ele                    perambulou pela Europa aprendendo os métodos em uso em vários                    países.    
  • 4.   Em uma certa época ele se estabeleceu em Amsterdam, onde ele                      construiu um excelente laboratório. Muito da sua vida foi dispendida em                      experimentações químicas. Ele foi um dos primeiros químicos industriais                  e engenheiros químicos. Em seu “Furni Novi Philosophici” (Novos                  Fornos Filosóficos – Amsterdam, 1648­1650), ele descreveu vários                aparatos químicos e muitas operações químicas. No “Pharmacopoeia                Spagyrica” (Niimberg, 1654) ele dá receitas para muitos medicamentos                  iatroquímicos. Em “Teutschlands Wohlfahrt” (A Prosperidade da              Alemanha – Amsterdam, 1656) ele aplicou princípios químicos em suas                    elaboradas recomendações para tornar a Alemanha um país                economicamente auto­sustentável. Sua doença fatal e morte              provavelmente resultaram de suas investigações sobre a Química do                  mercúrio e do arsênio em laboratórios pobremente ventilados. 
  • 5. Glauber era muito interessado em metalurgia e na manufatura de                    ácidos, bases, e sais. Entre outros procedimentos, ele preparou ácido                    sulfúrico forte e melhorou em muito o método de Libavius para a                        preparação de ácido clorídrico. Sua receita mais famosa era uma para o                        tratamento de sal ordinário com ácido sulfúrico, um sal ao qual Glauber                        atribuiu poderes maravilhosos. Ele próprio chamou­o de sal mirabile, e                    desde então é conhecido como Sal de Glauber. Contrário a esse                      costume usual, ele fez algumas tentativas de manter o método de                      preparação desse sal em segredo, e seu entusiasmo em exaltar suas                      virtudes levou­o a ser considerado algo como um charlatão por aqueles                      que não conheciam seus outros trabalhos.  Mais importante para a história da química foi seu grande interesse nos                        sais em geral. Desde que ele tinha disponíveis os ácidos minerais                      comuns, ele podia tratar um grande número de metais e óxidos                      metálicos com eles para preparar sais neutros. Ele frequentemente                  obtinha esses sais em forma pura e em grandes quantidades. Ele assim                        estava apto a reconhecer que sais eram compostos de duas partes,                      uma proveniente de um ácido, a outra de um metal ou de sua terra                            (óxido). Seus estudos posteriores mostraram que sais neutros podiam                  reagir com outro para produzir novos sais: dupla composição. Na                    preparação de salitre (nitrato de potássio) a partir de ácido nítrico e sal                          tártaro (carbonato de potássio), ele usou a evolução (liberação de gás)                      de dióxido de carbono como um indicador para o ponto neutro. Por tais                          reações ele aprendeu que diferentes sais tinham diferentes forças. Ele                    expressou esse fato em termos que mostraram que ele estava tateando                      em direção à ideia de afinidade química. 
  • 6. Como um metal é de uma natureza diferente do outro, mas são                        semelhantes, amam um ao outro, e como devem “abominar” e                    “esquivar­se” um ao outro; e quando existirem diversos metais em uma                      massa, e você pudesse separá­los, é necessário que você o faça pela                        adição de uma coisa que tenha afinidade pela parte mais imperfeita, e                        esteja em inimizade com a parte perfeita. Como por exemplo, Enxofre é                        um amigo de todos os metais, exceto Ouro, que ele odeia; mas ele                          ainda ama (mesmo em metais imperfeitos) um mais que o outro.  A terminologia de amor e ódio é aqui essencialmente aquela de                      Empédocles de 2100 anos atrás; mas, enquanto o filósofo Grego                    pensava em Amor e Discórdia como corpos físicos, está claro que                      Glauber considerou­os como forças.     Assim Glauber foi além de Libavius em sua compreensão da natureza                      das reações inorgânicas que ele realizou. Ele também fez observações                    sobre Química Orgânica, preparando tais substâncias como Cloreto de                  Etila, acetona, acroleína, e benzeno, mas a natureza desses compostos                    era muito complexa para ser compreendida por um cientista do século                      XVII.  Mesmo que Glauber fosse primeiro um químico prático, ele tinha uma                      compreensão teórica maior que seus predecessores do Século XVI.                  Assim não é surpreendente que seus contemporâneos que estavam                  mais interessados em teoria devessem fazer mudanças notáveis nas                  ideias amplamente aceitas de natureza da matéria. O químico que mais                      combinou teoria com prática em seu trabalho nessa época foi Jan                      Baptist van Helmont (1577­1644). Apesar de muitas das suas teorias                    serem errôneas, suas contribuições para o avanço da Química foram                    grandes. 
  • 7. Van Helmont era um próspero médico que viveu próximo a Bruxelas.                      Ele gastou muito da sua vida de aposentado, realizando experimentos                    químicos. Ele considerava a si mesmo um philosophus per ignem, um                      filósofo do fogo, que aproximadamente significa um químico profissional.   Van Helmont rejeitava a ideia Aristotélica de quatro elementos, desde                    que ele sentia que nem o fogo e nem a terra eram constituintes                          fundamentais das substâncias. Ar era um elemento, mas ele não podia                      se mudado para qualquer outra forma, e onde ele exercia qualquer                      influência, como em auxiliar na queima de um fogo, só o estava fazendo                          por uma ação mecânica. Isso deixava a água como base de todas as                          substâncias químicas, e muito do trabalho experimental de Van Helmont                    foi devotado a provar a importância da água na natureza. Van Helmont                        era um seguidor de Paracelsus e aceitava muito do seu misticismo, mas                        ele não se precocupava muito com a importância dos três princípios,                      mercúrio, enxofre e sal.  A mais famosa tentativa de Van Helmont de provar que a água podia                          ser convertida em outras substâncias era seu experimento do                  salgueiro­chorão. Esse era uma performance real do experimento                sugerido por Nicholas de Cusa duzentos anos antes. Van Helmont                    plantou uma árvore em uma quantidade de terra pesada, regou­a por                      cinco anos, e então mostrou que, enquanto a árvore ganhou 164 libras,                        o peso da terra permaneceu o mesmo. Para ele, isso provou que todas                          as partes da árvore tinham sido formadas a partir da água. De ainda                          maior interesse químico foi seu experimento com uma quantidade                  conhecida (pesada) de areia. Ela foi fundida com excesso de álcalis                      para formar vidro­água (vidro­líquido ou provavelmente polissilicato de                sódio), que liquefazia quando exposto ao ar, obviamente uma conversão                    de terra para água. A água podeia ser reconvertida para terra por                        tratamento com ácido, e a quantidade de terra (sílica) recuperada era a                        mesma que tinha sido usada originalmente. 
  • 8. Esses experimentos não parecem a nós muito boas demonstrações da                    natureza elementar da água, mas eles ilustram dois aspectos do                    trabalho de Van Helmont que mostram a nós que seu pensamento                      estava muito mais próximo daquele dos químicos modernos do que da                      forma de pensar dos seus predecessores. O primeiro aspecto era a                      natureza quantitativa dos seus experimentos. Ele usava a balança                  quase que rotineiramente. Decorre disso, e ainda mais importante, é a                      suposição implícita de sua parte que a matéria não é criada e nem                          destruída nas mudanças que ela sofre. A lei de conservação de massa                        não foi estabelecida até muito mais tarde, mas Van Helmont e aquele                        que o seguiram usaram o princípio continuamente. O uso da balança                      sem dúvida causou uma aceitação generalizada desse princípio, pois de                    outra forma não haveria necessidade de pesagem se isso fosse falso. O                        instrumento introduzido pelos ensaístas para propósitos puramente              práticos estava levando a importantes avanços teóricos na Química.  Outro avanço significativo resultou da teoria de Van Helmont dos                    elementos. Ar não podia ser convertido em água, como muitos filósofos                      anteriores pensavam, ainda, quando água era evaporada, ela dava                  origem a uma substância parecida com ar. Muitas reações químicas                    também liberam substâncias similares. Elas podiam não ser ar, e assim                      precisavam representar uma nova classe de materiais. O produto da                    evaporação da água facilmente retornava a água, e assim Van Helmont                      considerou­a como um vapor. As outras substâncias eram mais                  permanentes, e para elas ele encontrou um novo nome.  Eu chamo a isso de Espírito, até então desconhecido, pelo novo nome                        de Gás, que não pode ser contido por vasos, nem reduzido a um corpo                            visível, a menos que a semente tenha sido extinta. Mas Corpos contém                        esse espírito, e algumas vezes partem totalmente em um tal Espírito,                      não porque de fato ele está verdadeiramente em seus corpos (porque                      ele não pode ser verdadeiramente contido, mas sim todo o corpo                      composto poderia voar para longe de uma vez só) mas ele é um Espírito                            que cresceu junto, coagulado na forma de um corpo.  
  • 9. A palavra “gás” provavelmente derivou de “chaos”, que Paracelsus usou                    como um termo generalizado para o ar. O uso dessa nova palavra                        nunca morreu completamente no continente Europeu, mas na Inglaterra                  Robert Boyle substitui­o pelo termos “ar” e não foi até o Século XIX que                            ele foi reestabelecido na Inglaterra.  Para Van Helmon, um gás era mais sutil que um vapor, mas mais denso                            que o ar elementar. A diferença em propriedades entre gases e vapores                        está no arranjo diferente de enxofre, mercúrio e sal nas partes íntimas.                        Experimentalmente, Van Helmont preparou gás por meio de várias                  diferentes rações, e frequentemente usou o termo ​gas sylvestre (espírito                    selvagem) para designá­lo. Muitos dos espécimes que ele preparou                  eram na realidade dióxido de carbono obtido de fontes como a queima                        do carvão, fermentação de uvas, ou ácidos e sais de tártaro (carbonato                        de potássio), mas ele também obteve amostras impuras de óxidos de                      nitrogênio, dióxido de enxofre, e hidrogênio. Ele sabia que seus gases                      nem sempre tinham as mesmas propriedades, embora ele não                  atribuísse muita importância a esse fato. Ele foi chamado o pai da                        química pneumática.  Como um iatroquímico, Van Helmont aplicou muitas das suas ideias a                      organismos vivos. Seguindo Paracelsus, ele assumiu a existência de um                    Archaeu que dirigia corporalmente as reações, mas ele generalizou o                    conceito ao declarar que todas as reações em vida eram controladas                      por “fermentos”, os quais eram um tipo de energia formativa individual.                      Essa terminologia continuou em uso até o final do Século XIX. Não pode                          ser dito que a concepção de Van Helmont sobre os fermentos tinha                        muito em comum com a ideia moderna de enzimas, embora essa                      comparação algumas vezes tenha sido feita. A despeito do caráter                    preferencialmente místico de muitas das suas teorias bioquímicas, Van                  Helmont realizou muito trabalho prático em bioquímica de fluidos                  corporais, a assim ajudou a lançar as bases para uma bioquímica                      cientítica.    
  • 10. Dois dos preeminentes sucessores de Van Helmont levaram suas ideias                    de um mecanismo bioquímico de vida mais adiante que ele próprio o                        fez. François de la Boe, cujo nome latinizado era Sylvius (1614­1672), e                        Otto Taechnius (cerca de 1620­1690) fora indubitavelmente              influenciados pelas teorias mecânicas de Química que desenvolveram                pela metade do século, os quais tentaram simplificar todas a ideias                      químicas. Eles também estavam preocupados com as descobertas                práticas de Glauber. Como iatroquímicos, eles sentiram a necessidade                  de explicar todos os processos vitais nessa terminologia moderna, e                    assim eles deduziram todas as reações nos corpos vivos à interações                      de ácidos com álcalis. A impressionante efervescência de carbonatos                  com ácidos parecia suficiente para descrever as forças da vida. Foi o                        violento conflito de substâncias antagônicas que produziu a vida. Essa                    era realmente uma ressurreição da antiga doutrina dos contrários, mas                    ela estava expressa na mais moderna linguagem.  Os farmacêuticos que preparavam drogas iatroquímicas estavam mais                próximos dos laboratórios que os iatroquímicos médicos, e assim                  estavam mais preocupados com a natureza dos materiais com os quais                      trabalhavam do que com a concepção de todas as teorias abrangentes                      sobre a vida. Eles devotaram muito do seu tempo às destilações,                      especialmente de produtos de plantas e de animais. Eles acreditavam                    que por esse processo eles estavam analisando a substância em seus                      constituintes. Desde que eles obtivessem um licor volátil, uma                  substância inflamável, e um resíduo solúvel em água em muitos casos,                      eles estavam preparados para aceitar os três princípios de Paracelsus:                    mercúrio, enxofre e sal. Eles também encontraram em muitas das suas                      destilações um líquido mais pesado e um sólido insolúvel, e assim eles                        adicionaram aos elementos Parecelsianos dois mais: a fleuma                (phleugma) e a terra. Os primeiros três eram princípios ativos; os dois                        últimos princípios passivos; e assim surgiu um conceito de cinco                    elementos. Uma série completa de farmacêuticos que davam leituras                  públicas sobre química  
  • 11. No Jardin du Roi em Paris, Davidson de Clave, Le Févre, Glaser, e                          Lémery, consideravam a crença básica nos cinco princípios, apesar de                    eles diferirem grandemente entre eles próprios nas suas aplicações                  destes princípios à teoria química.     Pode ser visto que a primeira metade do Século XVII foi um período de                            crescente precisão na Química Prática. A importância dos experimentos                  quantitativos foi apreciada; a ideia de indestrutibilidade da matéria foi                    intuitivamente elaborada; e a natureza dos ácidos, bases, e sais e de                        muitas das suas reações começaram a ser compreendidas. Ao mesmo                    tempo o desenvolvimento teórico da Química estava em um estado                    caótico. Praticamente cada químico desenvolveu sua própria explicação                sobre a estrutura fundamenta da matéria. Muitas das suas teorias que                      vieram a público nessa época não sobreviveram até o fim do Século                        XVII, mas elas desenvolveram um papel importante na história da                    Química. Elas surgiram porque os homens dessa época não podiam                    aceitar as teorias que tinham sido aceitas por duzentos anos, e por sua                          variedade eles varreram as velhas teorias de cena. Novas descobertas                    que saíram dos laboratórios demandaram melhores explicações que                podiam ser oferecidas pelas forças místicas e ocultas dos Paracelsianos                    por um lado, ou pelas explicações extremamente simplistas dos                  iatroquímicos mais racionalmente inclinados por outro lado, claramente                as variadas e individualistas teorias desse período abriram o caminho                    para a teoria corpuscular que segui­se e que, no seu desenvolvimento                      gradual, levou às ideias modernas de Química.     QUESTIONÁRIO  1) Qual foi a contribuição de Jean Béguin para o desenvolvimento da  Química?  2) Qual foi a contribuição de Glauber para o desenvolvimento da  Química?