Capítulo 10 - Química prática e a teoria na primeira metade do do século XVII
A história da química
1. A história da química.
A Alquimia é uma prática ancestral, a antiga química exercitada na Era Medieval. Ela
une em seu amplo espectro cognitivo noções de química, física, astrologia, arte,
metalurgia, medicina, misticismo e religião. A crença mais difundida é a de que os
alquimistas buscam encontrar na Pedra Filosofal, mítica substância, o poder de
transformar tudo em ouro e, mais ainda, de proporcionar a quem a encontrar, a vida
eterna e a cura de todos os males.
Nicolas Flamel:
Parece que após a morte de seus pais Flamel foi trabalhar em Paris como escrivão. Em
1364 casou-se com Dame Perrenelle, que era viúva. Conseguiu algum dinheiro e
passou a dedicar-se ao estudo da alquimia. Segundo a lenda, em torno de 1370, Flamel
encontrou um antigo livro que continha textos intercalados com desenhos enigmáticos,
a história de sua vida poderia ser resumida na guarda deste livro, mesmo após muito
estudá-lo, Flamel não conseguiria entender do que se tratava. Segundo a lenda, ele
teria encontrado um sábio judeu em uma estrada em Santiago, na Espanha, que fez a
tradução do livro, que se tratava de cabala e alquimia, possuindo a fórmula para a
pedra filosofal. Flamel, a partir de 1380, começou a se dedicar à alquimia prática.
Segundo conta-se, conseguiu produzir ouro em torno de 1382 e depois finalmente a
transmutação em ouro. Cerca de dez anos mais tarde do início dos experimentos,
começou a realizar um grande número de obras de caridade como a construção de
hospitais, igrejas, abrigos e cemitérios e os decora com pinturas e esculturas contendo
símbolos alquímicos e muito ouro. Escreveu "O Livro das Figuras Hieroglíficas" em
1399, "O Sumário Filosófico" em 1409 e "Saltério Químico" em 1414. Segundo parece
tanto Flamel como sua esposa gozavam de uma saúde invejável e não aparentavam a
idade que tinham, segundo alguns devido aos conhecimentos alquímicos dele. Flamel
faleceu em 22 de março de 1418, com mais de 80 anos, e sua casa foi saqueada por
caçadores de tesouros e gente ávida por encontrar a pedra filosofal ou receitas
concretas para sua preparação. A lenda conta que, na realidade, ambos, Flamel e
Perrenelle, não morreram, e que em suas tumbas foram encontradas apenas suas
roupas em lugar de seus corpos, eles teriam vivido graças ao elixir da longa vida, ao
qual, Flamel também teria fabricado. Flamel deixou um testamento escrito a seu
sobrinho, em que revelava os segredos que descobrira sobre a alquimia. O
"Testamento de Nicholas Flamel" foi compilado na França no final dos anos 1750 e
publicado em Londres em 1806. O documento original foi escrito de próprio punho
por Nicholas Flamel em um alfabeto codificado e criptografado que consistia em 96
letras. Um escrivão Parisiense chamado Father Pernetti o copiou e um Senhor de Saint
Marc pôde finalmente quebrar o código em 1758.
2. Lavoisier:
Nasceu em Paris em 26 de agosto de 1743 e faleceu em Paris em 8 de maio de 1794.
De origem abastada, foi incentivado a fazer Direito mas seu interesse pela ciência for
maior, dedicando-se à química até o final de seus dias. É considerado o Pai da Química
Moderna ou o Newton da Química. Caracterizava-se pela importância que dava às
medidas acuradas nos seus experimentos. Em 1760 contribuiu para melhorar a
iluminação das cidades e em 1770 definiu novos métodos para a produção de salitre,
substância necessária à fabricação da pólvora. Segundo Asimov, ele cometeu 2 erros na
sua vida. O primeiro foi investir 1 milhão de francos na Ferme Generale, firma
particular de coleta de impostos para o governo e que o povo odiava. O dinheiro que
ganhava investia na pesquisa química. Em 1768, com apenas 23 anos foi admitido na
Academia Francesa de Ciências e em 1771 casou-se com a bela e rica Marie Anne que
se tornou sua importante assistente. Em 1780, Jean-Paul Marat, um medíocre
“cientista” candidatou-se a uma vaga na Academia e Lavoisier foi contra sua
admissão. Este foi seu segundo grande erro.
Lavoisier quebrou uma a uma as antigas noções químicas que prevaleciam no século
18. Enterrou a teoria do flogisto demonstrando não há perda nem ganho de massa nas
reações químicas (Lei da Conservação da Massa). Deu grande contribuição na
descoberta do oxigênio feita por Priestley e Scheele. Publicou um livro fundamental
com Berthollet e Fourcroy, em 1787: Nomenclatura Química e mais tarde Tratado
Elementar de Química. Foi guilhotinado pela Revolução Francesa por ser coletor de
impostos tendo como principal acusador Jean-Paul Marat.
A Lei da Conservação de Massas, ou Lei de Lavoisier é uma lei da química que
muitos conhecem por uma célebre frase dita pelo cientista conhecido como o pai da
química, Antoine Lavoisier:
“Na natureza nada se cria, nada se perde tudo se transforma”.
Mas, antes de Lavoisier dizer essas palavras já existia uma antiga filosofia grega que
postulava “nada vem do nada”. Essas duas frases por mais poéticas que sejam querem
dizer a mesma coisa: a matéria não se cria espontaneamente.
Essa informação não foi facilmente aceita porque alguns conceitos ainda não eram bem
compreendidos, como por exemplo o fato e que gases possuíam peso. Ao queimar
uma madeira, sua massa era reduzida mas não se considerava que a fumaça liberada
(que era considerada apenas um gás) pudesse ter alguma massa.