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Fenômenos de Superfície
Físico-Química III
Universidade Federal do Pampa
1Bel. e Lic. em Química/Dr em Química Teórica
Campus Bagé
Curso de Química Licenciatura
2022/1
Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa)
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Conteúdo
1 Tópico 1
O que caracteriza uma superfície?
Tensão Superficial
2 Tópico 2
Relação entre trabalho e energia livre
3 Tópico 3
Efeitos de Interface
Aplicação do conhecimento: o caso da gota esférica
4 Tópico 4
Efeitos de interface entre líquidos e sólidos
Capilaridade
5 Tópico 5
Adsorção e Catálise Heterogênea
A extensão da adsorção
Adsorção física e adsorção química
Isotermas de adsorção
(a) A isoterma de Langmuir
Exemplo 1 Aplicação da isoterma de Langmuir
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O que caracteriza uma superfície?
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2 Tópico 2
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3 Tópico 3
Efeitos de Interface
Aplicação do conhecimento: o caso da gota esférica
4 Tópico 4
Efeitos de interface entre líquidos e sólidos
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Adsorção e Catálise Heterogênea
A extensão da adsorção
Adsorção física e adsorção química
Isotermas de adsorção
(a) A isoterma de Langmuir
Exemplo 1 Aplicação da isoterma de Langmuir
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O que caracteriza uma superfície?
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A extensão da adsorção
Adsorção física e adsorção química
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A extensão da adsorção
Adsorção física e adsorção química
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(a) A isoterma de Langmuir
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O que caracteriza uma superfície?
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2 Tópico 2
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Aplicação do conhecimento: o caso da gota esférica
4 Tópico 4
Efeitos de interface entre líquidos e sólidos
Capilaridade
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A extensão da adsorção
Adsorção física e adsorção química
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(a) A isoterma de Langmuir
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Tópico 1 O que caracteriza uma superfície?
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Aplicação do conhecimento: o caso da gota esférica
4 Tópico 4
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A extensão da adsorção
Adsorção física e adsorção química
Isotermas de adsorção
(a) A isoterma de Langmuir
Exemplo 1 Aplicação da isoterma de Langmuir
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Tópico 1 O que caracteriza uma superfície?
Observando a representação abaixo de um líquido cujas partículas
estão dispostas em camadas. As camadas inferiores/internas são
chamadas de "bulk" (ou "massa").
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Tópico 1 O que caracteriza uma superfície?
Essas partículas estão sujeitas à forças de atração e repulsão
provenientes de todas as direções do espaço.
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Tópico 1 O que caracteriza uma superfície?
A soma das forças atuantes sobre uma partícula do bulk é
praticamente nula e há um equilíbrio de forças nessas partículas.
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Tópico 1 O que caracteriza uma superfície?
As partículas da camada superior não possuem moléculas "acima"
delas. Sendo assim, elas podem interagir apenas com partículas que
estejam no mesmo plano horizontal e com todas as partículas que
estão no plano vertical inferior.
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Tópico 1 O que caracteriza uma superfície?
No entanto, as partículas que chamaremos de "superficiais" não
possuirão particulas acima delas para interagir.
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Tópico 1 O que caracteriza uma superfície?
Ao somarmos os vetores de interação interpartículas, a resultante
apontará para o interior do líquido.
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Tópico 1 O que caracteriza uma superfície?
Assim sendo, as partículas da superfície diferirão das partículas do
bulk por terem uma somatória não-nula e apontando para o interior do
líquido e, assim, apresentando um desequilíbrio de forças de
interação.
Figure: As forças de interação na superfície são desequilibradas em relação
às forças no interior (bulk) do líquid e apontam para o interior do líquido
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Tópico 1 O que caracteriza uma superfície?
Podemos falar de diferentes tipos de superfície, as quais são
representadas na figura ??.
Figure: Diferentes tipos de interface
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Tópico 1 O que caracteriza uma superfície?
Superfícies formadas por uma monocamada de moléculas (A),
superfícies formadas pelo contato entre dois fluidos diferentes (2
líquidos, ou um líquido e um gás/vapor) (B), e superfícies formadas
por sólidos cristalinos/amorfos (C).
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Tópico 1 O que caracteriza uma superfície?
No caso de meteriais fluidos (líquidos e gases), não importando os
materiais que componham a superfície, alguns fenômenos em comum
surgem:
tensão superficial
fenômenos de interface
curvatura em superfícies líquidas
aumento de pressão de vapor em gotas
fenômeno da capilaridade
reatividade de suerfícies sólidas
atividade catalítica de metais
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Tópico 1 O que caracteriza uma superfície?
O fenômeno da tensão superficial é muito interessante. Ele é o
responsável, por exemplo, pela capacidade de insetos poderem
"caminhar" sobre a água.
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Tópico 1 O que caracteriza uma superfície?
Se você já assistiu a um vídeo em câmera lenta e com zoom, é
possível ver as patas dos insetos formando uma depressão sobre a
superfície do líquido mas sem furar a "película" da água sob seus pés.
Figure: Um inseto caminhando sobre a água
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Tópico 1 O que caracteriza uma superfície?
Essa "película" de água é formada por causa do que foi explicado logo
acima, o desequilíbrio de forças nas partículas da superfície.
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Tópico 1 O que caracteriza uma superfície?
As partículas da superfície não possuem uma força resultante nula e a
força resultante tem um veto que aponta para o interior do líguido,
fazendo com que as partículas da superfície busquem se direcionar
para o interior (bulk) sempre que possível.
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Tópico 1 O que caracteriza uma superfície?
Isso faz com que, na superfície, as partículas fiquem mais coesas e
exijam energia para se separar umas das outras.
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Tópico 1 O que caracteriza uma superfície?
Essa energia a ser adicionada para promover a separação das
partículas superficiais representa uma resistência ao aumento de área
superficial conhecida como tensão superficial.
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Tópico 1 O que caracteriza uma superfície?
Como é definida a tensão superficial?
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Tópico 1 O que caracteriza uma superfície?
Imagine as camadas do líquido (como na figura 4).
Figure: As camadas de um líquido podem ser redistribuídas com a aplicação
de uma força capaz de deslocar a camada superficial, o que aumenta a área
superficial do mesmo.
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Tópico 1 O que caracteriza uma superfície?
Agora imagine que uma força é aplicada colinearmente na camada
superficial de forma a separá-la das camadas inferiores.
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Tópico 1 O que caracteriza uma superfície?
A camada logo abaixo da superficial vai ficar exposta e passará ela
própria a fazer parte da superfície.
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Tópico 1 O que caracteriza uma superfície?
Na prática, o tanto de camada inferior que ficar exposta representará
um aumento de área superficial ∆A após um deslocamento ∆x.
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Tópico 1 O que caracteriza uma superfície?
Quanto mais área for exposta, maior o deslocamento ∆x e a força F a
ser aplicada ao filme liquido.
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Tópico 1 O que caracteriza uma superfície?
A ilustração 5 mostra um filme líquido sendo deformado por meio de
uma força F por um deslocamento dx a fim de ter um aumento de
área dA.
Figure: Vista superior e vista em perspectiva de um filme líquido sofrendo
incremento de área (dA) devido à aplicação de uma força (F) colinearmente
ao comprimento do filme.
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Tópico 1 O que caracteriza uma superfície?
Uma força exercida ao longo de uma distância é considerado como
trabalho:
dw = F · dx (1)
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Tópico 1 O que caracteriza uma superfície?
Essa força F será tanto maior quanto maior for a largura l do filme
líquido, pois com um filme mais largo existirão mais moléculas
resistindo ao aumento de área. então, faz sentido descrever:
γ =
F
l
→ F =
γ
l
(2)
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Tópico 1 O que caracteriza uma superfície?
Substituindo 16 em 17, temos:
dw = γ · l · dx (3)
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Tópico 1 O que caracteriza uma superfície?
E como l · dx representa o aumento de área dA
dA = l · dx (4)
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Tópico 1 O que caracteriza uma superfície?
Substituindo 4 em 3, temos:
dw = +γ · dA (5)
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Tópico 1 O que caracteriza uma superfície?
As unidades SI da tensão superficial γ são dadas por:
[γ] =
N
m
ou
J
m2
(6)
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Tópico 1 O que caracteriza uma superfície?
Convertendo para unidades do sistema cgs, temos:
[γ] =
dina
cm
ou
erg
cm2
(7)
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Tópico 1 O que caracteriza uma superfície?
A tensão superficial é uma função da temperatura absoluta γ = γ(T).
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Tópico 1 O que caracteriza uma superfície?
à medida que a temperatura absoluta se aproxima de zero, a tensão
superficial tende igualmente a zero:
lim
T→0
γ(T) = 0
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
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1 Tópico 1
O que caracteriza uma superfície?
Tensão Superficial
2 Tópico 2
Relação entre trabalho e energia livre
3 Tópico 3
Efeitos de Interface
Aplicação do conhecimento: o caso da gota esférica
4 Tópico 4
Efeitos de interface entre líquidos e sólidos
Capilaridade
5 Tópico 5
Adsorção e Catálise Heterogênea
A extensão da adsorção
Adsorção física e adsorção química
Isotermas de adsorção
(a) A isoterma de Langmuir
Exemplo 1 Aplicação da isoterma de Langmuir
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
Vimos na aula anterior que para alterar a área superficial de um filme
líquido é necessário realizar trabalho.
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
Mas como esse trabalho se relaciona com a Energia Livre de Gibbs, a
qual ajuda a estimar a espontaneidade de processos físico-químicos?
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
Existe um teorema na Físico-Química que diz que a quantidade
máxima de trabalho útil (trabalho que não seja o de expansão gasosa)
que um sistema pode realizar é dado pela expressão
∆G = (wútil)máximo
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
Que se levarmos em conta que são processos termodinâmicos
ocorrendo em equilíbrio (por etapas infinitesimalmente pequenas),
torna-se:
dG = dw
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
E após substituição da equação 5, obtemos a
dw = dG = γ · dA (8)
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
Integrando em ambos os lados a eq. 8, temos
w = ∆G = γ · ∆A
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
Á pressão p e temperatura T constantes, temos:
γ =
∆G
∆A
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
Que por derivação parcial, torna-se a equação 9.
γ =

∂G
∂A

p,T
(9)
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
Apenas com o intuito de atualizar a equação de variáveis naturais da
Energia Livre de Gibbs para a energia superficial, vamos reescrevê-la
como:
dG = −Sdt + Vdp + γdA (10)
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
EXEMPLO 1: Um filme de água a T = 20, 0o C possui tensão
superficial γH2O = 72, 75 erg/cm2. O filme é deformado de forma que
sua área inicial Ai = 200, 0cm2 passa para uma área final
Af = 300, 0cm2. Calcule o trabalho w envolvido no aumento de área
do filme e fale sobre a espontaneidade do processo usando o ∆G.
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
1º Passo: Calcular a variação de área ∆A
∆A = Af − Ai = 300, 0cm2
− 200, 0cm2
= 100, 0 cm2
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
2º Passo: Calcular o trabalho
w = γ · ∆A = 72, 75
erg



cm2
· 100 


cm2
= 7275 erg
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
3º Passo: Converter unidades do sistema cgs para o SI
O erg é a unidade de energia do sistema cgs. As letras c, g e s
correspondem a centímetro, grama e segundo.
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
Portanto, esse sistema é derivado do SI e a conversão fica mais
facilitada.
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
A energia, nesse caso, é considerada como sendo a FORÇA
exercida por uma DISTÂNCIA.
E = F × d = erg
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
A FORÇA é definida como a MASSA multiplicada pela aceleração
e a unidade cgs é dina.
F = m × a = dina
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
Assim sendo,
erg = dina × cm.
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
Decompondo ainda mais a unidade dina
F = m × a = dina = g ×
cm
s2
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
Inserindo a decomposição de dina na unidade erg.
erg = g ×
cm
s2
× cm
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
Agora, precisamos escrever g e cm em unidades SI, o que não á tão
difícil se conhecermos os múltiplos e sub-múltiplos de grandezas
físicas.
g = 10−3
kg / cm = 10−2
m
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
Substituindo...
erg = g ×
cm
s2
× cm = 10−3
kg ×
10−2 m
s2
× 10−2
m
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
Agrupando todos os expoentes, obtemos:
1, 0 erg = 10−3+(−2)+(−2)
·
N
z }| {
kg ·
m
s2
·m = 10−7
N · m = 10−7
J
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
4º Passo: Converter o trabalho para unidades SI
w = 7275 erg = 7275 × 10−7
J = 7, 275 × 10−4
J
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5º Passo: Análise da espontaneidade do processo
w = ∆G = +7, 275 × 10−4
J
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
Como o sinal do trabalho (e consequentemente da Energia Livre) é
pósitivo, trata-se de um processo não-espontâneo pois exige a
realização de trabalho sobre o filme líquido.
EXEMPLO 2: Uma gota de mercúrio cujo raio r = 1, 000 cm é dividida
em 10 gotículas. Calcule o trabalho necessário para realizar esse
processo.
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
1º Passo: Verificar o que é necessário para calcular o trabalho w
necessário para dividir uma gota em 10 gotículas idênticas entre si:
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
Vamos precisar calcular
A) Área da gota grande: Ai = Agg
Aesfera = 4 · π · r2
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Ai = 4 · π · (1, 000 cm)2
= 12, 57 cm2
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B) Volume da gota grande: Vgg = 4
3π · r3
Vgg =
4
3
π · (1, 000 cm)3
= 4, 19 cm3
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
C) Volume da gota pequena:
Vgp =
Vgg
10
=
4, 19 cm3
10
= 0, 419 cm3
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D) Raio da gota pequena:
rgp =
3
r
3 Vgp
4 π
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
rgp =
3
r
3 × 0, 419 cm3
4 π
=
3
p
0, 100029 cm3 = 0, 4642 cm
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
E) Área de uma gota pequena: Agp
Agp = 4 · π · r2
gp
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
Agp = 4 · π · (0, 4642 cm)2
= 2, 708 cm2
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
F) Área total das 10 gotículas:
Af = 10 × Agp = 10 × 2, 708 cm2
= 27, 08 cm2
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
G) Variação da área da gota:
∆A = Af − Ai
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
∆A = (27, 08 − 12, 57) cm2
= 14, 51 cm2
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
H) Cálculo do trabalho w:
w = γ · ∆A
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
w = 435, 5
erg


cm2
× 15, 51 

cm2
= 6319, 0 erg
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
1, 0 erg = 10−7
J
w = 6319, 0 · 10−7
J = 6, 319 · 10−4
J
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
I) Usar a igualdade w = ∆G e discutir sobre a espontaneidade do
processo.
∆G = w = +6, 319 · 10−4
J → processo não-espontâneo
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
J) Conclusão:
Dividir uma gota em gotículas menores, processo também conhecido
como atomização, é um processo que exige que trabalho seja
realizado sobre o sistema e é não-espontâneo.
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
Já o processo inverso, a coalescência, é um processo que ocorrerá
com a liberação de energia −6, 319 · 10−4 J.
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
A formação de orvalho, por exemplo, é um processo em que gotículas
de água suspensas no ar atmosférico coalescem espontaneamente
sobre as superfícies sólidas (como folhas, vidros, paredes e latarias
de carros), liberando energia.
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
Processos em que a diminuição de área (∆A  0) acarretam em
w  0 e, portanto, em ∆G  0 e espontâneos.
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Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre
A forma preferencialmente assumida pelos líquidos ao coalescer é a
esférica porque é a forma que possui a menor área superficial
possível e o maior volume, o que faz com que o máximo de partículas
de líquido permaneçam no bulk e a menor quantidade possível
fiquem expostas à superfície onde há desequilíbrio de forças.
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Tópico 3 Efeitos de Interface
Conteúdo
1 Tópico 1
O que caracteriza uma superfície?
Tensão Superficial
2 Tópico 2
Relação entre trabalho e energia livre
3 Tópico 3
Efeitos de Interface
Aplicação do conhecimento: o caso da gota esférica
4 Tópico 4
Efeitos de interface entre líquidos e sólidos
Capilaridade
5 Tópico 5
Adsorção e Catálise Heterogênea
A extensão da adsorção
Adsorção física e adsorção química
Isotermas de adsorção
(a) A isoterma de Langmuir
Exemplo 1 Aplicação da isoterma de Langmuir
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Tópico 3 Efeitos de Interface
São fenômenos que ocorrem quando duas ou mais fases do mesmo
ou de diferentes materiais interagem entre si através de suas
superfícies.
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Tópico 3 Efeitos de Interface
Considere a figura 6 que representa duas fases interagindo entre si
atráves de suas interfaces.
Figure: Interfaces líquido-líquido, líquido-vapor, líquido-vácuo.
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Tópico 3 Efeitos de Interface
Podem ser duas fases diferentes do mesmo material (identificadas
como I e II), ou uma fase liquida (I) e outra gasosa/vaporosa (II), ou
até mesmo uma fase líquida (I) e o vácuo (II).
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Tópico 3 Efeitos de Interface
Consideremos que ambas fases estão isolados e em equilíbrio
termodinâmico.
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Tópico 3 Efeitos de Interface
Pela 1a Lei da Termodinâmica: dUsist = 0
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Tópico 3 Efeitos de Interface
A Energia Interna do sistema é dada por:
dUsist = dUI + dUII + (dUσ)S,V
| {z }
γ·dA
(11)
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Tópico 3 Efeitos de Interface
Relembrando a equação de variáveis naturais da energia interna
dU = TdS − pdV e substituindo na 11.
dUsist = (TIdSI − pIdVI) + (TIIdSII − pIIdVII) + γ · dA (12)
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Tópico 3 Efeitos de Interface
Mas como o sistema está em equilíbrio térmico: TI = TII
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Tópico 3 Efeitos de Interface
E como qualquer variação de energia em um dos sistemas se reflete
no outro, pois a variação de energia global é nula (dUsist = 0):
dSI = −dSII
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Tópico 3 Efeitos de Interface
E também, a variação de volume em um sistema é espelhada no
sistema vizinho: dVI = −dVII
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Tópico 3 Efeitos de Interface
dUsist = (TIdSI − pIdVI) + (TI(−)dSI − pII(−)dVI) + γ · dA
Que rearranjando, fornece a expressão:
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Tópico 3 Efeitos de Interface
0
z }| {
dUsist = (
TIdSI − pIdVI) + (

−TIdSI − (−)pIIdVI) + γ · dA
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Tópico 3 Efeitos de Interface
0 = dVI(pII − pI) + γ · dA
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Tópico 3 Efeitos de Interface
dVI(pII − pI) = −γ · dA
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Tópico 3 Efeitos de Interface
dVI(pI − pII) = +γ · dA
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Tópico 3 Efeitos de Interface
(pI − pII) = γ ·
dA
dVI
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Tópico 3 Efeitos de Interface
Trocando os índices I e II por int = interno e ext = externo
(pint − pext ) = ∆p = γ ·
dA
dVint
(13)
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Tópico 3 Efeitos de Interface
A equação ?? é a famosa equação de Laplace-Young, a qual
evidencia que sempre que houver uma interface haverá uma diferença
de pressão entre o interior e o exterior da mesma.
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Tópico 3 Efeitos de Interface
Se essa interface for a de uma superfície líquida em contato com seu
vapor, a parte interna da interface é a superfície líquida e ela
apresentará um ∆p em relação à fase vapor acima dela.
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Tópico 3 Efeitos de Interface
Resta agora analisar a equação para saber qual o sinal dessa
variação de pressão.
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Tópico 3 Efeitos de Interface
γ é sempre uma quantidade positiva (+)
Se dV  0(+) → dA  0(+)e dA
dV  0(+)
Se dV  0(−) → dA  0(−)e dA
dV  0(+)
Independente do sinal dV, a razão dA
dV  0(+) SEMPRE
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Tópico 3 Efeitos de Interface
Figure: Na gota líquida a pressão no interior da interface é sempre maior que
a do exterior.
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Tópico 3 Efeitos de Interface
Em suma, a existência de uma interface líquido-vapor implica
automaticamente em um aumento na pressão de vapor do líquido.
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Tópico 3 Efeitos de Interface
Vamos considerar duas coisas sobre a gota esférica: (A) Área
Superficial e (B) Volume
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Tópico 3 Efeitos de Interface
A = 4π · r2 V = 4
3 π · r3
dA
dr = 2 × 4πr2 dV
dr = 

3 × 4

3
πr3
dA = 8πr2dr dV = 4πr3dr
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Tópico 3 Efeitos de Interface
Substituir dA e dV na equação de Laplace-Young.
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Tópico 3 Efeitos de Interface
∆p = γ

dA
dV

= γ


82

πr2


dr

4
πr
31


dr
!
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Tópico 3 Efeitos de Interface
Que, resumidamente, produz
∆p =
2γ
r
(14)
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Tópico 3 Efeitos de Interface
A equação 14 mostra que a diferença de pressão de vapor em uma
gota esférica varia de forma imversamente proporcional ao raio da
mesma. Quanto menor o raio da gota, maior a pressão de vampor da
mesma. Duplicar o raio dobra a pressão de vapor.
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Tópico 3 Efeitos de Interface
Isso mostra que gotículas evaporam com muito mais facilidade do que
gotas grandes. Isso se deve ao fato de que quanto menor o volume,
maior a variação da área superficial da gotícula. E se a área
superficial total aumenta, mais partículas estão sujeitas aos
desequilíbrios de forças de interação ali atuantes.
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Tópico 3 Efeitos de Interface
Podemos ainda argumentar que bolhas são gotas esféricas com duas
superfícies, uma interna e outra externa.
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Tópico 3 Efeitos de Interface
A equação 14 é multiplicada por um fator 2.
∆p =
4γ
r
(15)
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Tópico 3 Efeitos de Interface
EXEMPLO 4: Calcule a pressão de vapor em uma gotícula de raio
r = 0, 1000 mm cuja tensão superficial γ = 72, 75erg/cm2.
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Tópico 3 Efeitos de Interface
Existem duas formas de resolver esse problema: (1) em unidades SI e
(2) em unidades cgs.
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Tópico 3 Efeitos de Interface
(1) Usando unidades SI
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Tópico 3 Efeitos de Interface
(1.a) O raio r está em mm e precisamos convertê-lo para m para
poder calcular a pressão.
10−1
z }| {
0, 1000
10−3 m
z}|{
mm → 1, 0 × 10−4 m
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Tópico 3 Efeitos de Interface
(1.b) As unidades de tensão superficial precisa mser convertidas para
unidades SI.
[γ] =
erg
cm2
=
10−7J
(10−2 m)2
=
10−7J
10−4 m2
=
10−7−(−4)J
m2
= 10−3 J
m2
= 10−3 N ·
m
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Tópico 3 Efeitos de Interface
γ = 72, 75
erg
cm2
= 72, 75

10−3 N
m

= 7, 275 × 10−2 N
m
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Tópico 3 Efeitos de Interface
∆p =
2γ
r
=
2 · 7, 275 × 10−2 N · m−1
10−4 m
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Tópico 3 Efeitos de Interface
∆p = 14, 55 × 102 N
m2
= 1, 455 × 103
Pa
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Tópico 3 Efeitos de Interface
(2) Usando unidades cgs
(2.a) Convertendo o raio de mm para cm.
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Tópico 3 Efeitos de Interface
Primeiro usamos nosso conhecimento sobre múltiplos e sub-múltiplos
do m.
1, 0 m = 100 cm = 1000 mm
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Tópico 3 Efeitos de Interface
Realizando uma simples regra de três.
1000 mm → 100 cm
0, 100 mm → r
r = 0, 01 cm
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Tópico 3 Efeitos de Interface
(2.b) Calculando a pressão
∆p =
2 × 72, 75 erg · cm−2
0, 01 cm
= 14550
erg
cm3
= 1, 455×104 dina ·

cm
cm
3
= 1, 45
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Tópico 3 Efeitos de Interface
E, finalmente, usamos o fator de conversão dina
cm2 = 10−6 bar.
∆p = 1, 455104
10−6 bar
z }| {
dina
cm2
= 1, 455 × 104
· 10−6
bar
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Tópico 3 Efeitos de Interface
∆p = 1, 455 × 104+(−6)
bar = 1, 455 × 10−2
bar
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Tópico 3 Efeitos de Interface
Alternativamente, podemos converter de bar para Pa com o fator
1, 0 bar = 105 Pa.
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Tópico 3 Efeitos de Interface
∆p = 1, 455 × 10−2
105 Pa
z}|{
bar = 1, 455 × 103
Pa
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Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos
Conteúdo
1 Tópico 1
O que caracteriza uma superfície?
Tensão Superficial
2 Tópico 2
Relação entre trabalho e energia livre
3 Tópico 3
Efeitos de Interface
Aplicação do conhecimento: o caso da gota esférica
4 Tópico 4
Efeitos de interface entre líquidos e sólidos
Capilaridade
5 Tópico 5
Adsorção e Catálise Heterogênea
A extensão da adsorção
Adsorção física e adsorção química
Isotermas de adsorção
(a) A isoterma de Langmuir
Exemplo 1 Aplicação da isoterma de Langmuir
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Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos
Segundo a ilustração8, quando um líquido é depositado sobre uma
superfície sólida, 3 tipos diferentes de interface (e suas respectivas
tensões superficiais) podem ser observadas:
Figure: Um líquido depositado sobre uma superfície sólida se espalha sobre
ele formando um ângulo de contato θ. Três componentes de tensão
superficial podem ser observadas: γlv , γls, γsv .
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Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos
interface líquido-sólido (γls)
interface líquido-vapor (γlv )
interface vapor-sólido (γvs)
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Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos
O líquido sobre a superfície pode se depositar e assumir duas formas
extremas, uma em que ele molha (se espalha totalmente) e outra em
que ele não molha (mal toca a superfície).
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Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos
Na forma molhado, o líquido se espalha completamente sobre a
superfície e o ângulo de contato θ ≃ 0◦.
Figure: Ângulo de contato de um líquido que molha a superfície sólida é
aproximadamente θ ≃ 0◦
.
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Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos
Na forma não-molhada, o líquido mal toca a superfície e o ângulo de
contato é θ ≃ 180◦.
Figure: Ângulo de contato de um líquido que não molha a superfície sólida é
aproximadamente θ ≃ 180◦
.
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Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos
Há uma relação entre o ângulo de contato θ e as 3 tensões
superficiais anteriormente descritas, a saber:
θ = 0o
→ γls ≃ γlv ≃ γvs
θ = 180o
→ γlv  γvse  γls
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Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos
A equação de Young-Dupré nos permite compreender melhor essas
relações entre as tensões superficiais:
γsv = γls + γlv · cos θ (16)
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Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos
Esse cos θ deve-se ao fato de que a tensão superficial diz respeito a
uma força colinear aplcada ao filme líquido. Esse colinear significa
que em uma massa líquida depositada sobre uma superfície sólica ela
será aplicada na horizontal e o cosseno garante que estejamos
computando apenas a componente γlv,x = γlv · cos θ.
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Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos
Rearranjando 16
cos θ =
γsv − γls
γlv
(17)
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Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos
Segundo essa equação 17, o cosseno do ângulo de contato depende
de dois fatores:
da magnitude da diferença γsv − γls
da magnitude de γlv
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Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos
Vamos analisar o que acontece em dois casos extremos:
CASO 1: γsv − γls ≃ γlv
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Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos
No caso em que esses dois termos da fração forem de magnitudes
semelhantes, a equação se reduz a
cos θ ≃ 1
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FQIII/TCG Short Occasion 144 / 293
Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos
Com um cosseno igual ou próximo à unidade, temos que o ângulo de
contato θ é
θ = arccos 1 = 0◦
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Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos
E o que isso significa?
Um ângulo de contato igual ou próximo a zero indica um líquido que
se espalha pela superfície molhando-a bem.
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FQIII/TCG Short Occasion 146 / 293
Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos
O caso extremo é quando o ângulo é igual a zero, aí teríamos um
filme monomolecular sobre a superfície sólida.
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Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos
Resumindo, para um líquido que molha a superfície devemos ter
γsv − γls ≃ γlv .
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Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos
A tensão superficial γlv representa o espalhamento do líquido em
relação ao seu vapor (ou atmosfera), e essa tensão deve ser da
mesma magnitude que a diferença γsv − γls.
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Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos
γsv deve possuir um valor tal que γsv  γls e que a diferença tenha
valor próximo a γlv de tal forma que a fração tenha valor próximo a 1.
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Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos
Traduzindo: a facilidade do vapor (v) do líquido se espalhar com
relação à superfície (s) (expressado por γsv deve ser maior que a
facilidade do líquido (l) se espalhar com relação ao sólido (s)
(expressado por γls.
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Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos
CASO 2: γsv  γls
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Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos
Nesse caso, quando a resistência ao espalhamento do vapor(v) em
relação ao sólido (s) (γsv ) é menor que a resistência ao espalhamento
do líquido(l) em relação ao sólido (s) (γls), a diferença entre ambas
resulta em um número negativo e de valor em módulo similar à γls.
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Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos
A consequência disso é que
cos θ = 0
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Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos
Para que cos θ assuma tal valor, é necessário que θ = arccos 0 = 180◦.
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Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos
Um ângulo de 180◦ significa que o líquido mal toca a superfície e
forma uma esfera perfeita sobre o sólido.
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Tópico 4 Capilaridade
Conteúdo
1 Tópico 1
O que caracteriza uma superfície?
Tensão Superficial
2 Tópico 2
Relação entre trabalho e energia livre
3 Tópico 3
Efeitos de Interface
Aplicação do conhecimento: o caso da gota esférica
4 Tópico 4
Efeitos de interface entre líquidos e sólidos
Capilaridade
5 Tópico 5
Adsorção e Catálise Heterogênea
A extensão da adsorção
Adsorção física e adsorção química
Isotermas de adsorção
(a) A isoterma de Langmuir
Exemplo 1 Aplicação da isoterma de Langmuir
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Tópico 4 Capilaridade
O trecho a seguir foi retirado do livro de Físico-Química de Peter
Atkins:
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Tópico 4 Capilaridade
A tendência de líquidos ascenderem nos tubos capilares (tubos de
pequeno diâmetro), que é chamada de capilaridade ou ação capilar, é
uma conseqüência da tensão superficial.
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Tópico 4 Capilaridade
Analisemos o que acontece quando um tubo capilar de vidro é imerso
em água ou em qualquer líquido que tenha a tendência de aderir ao
vidro.
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Tópico 4 Capilaridade
A energia é a mais baixa possível quando uma película fina do líquido
cobre o máximo possível do vidro.
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Tópico 4 Capilaridade
Quando a película de líquido se espalha pela parede interna do
capilar, a superfície do líquido fica curva no interior do tubo. Essa
curvatura faz com que a pressão junto ao menisco seja menor do que
a pressão atmosférica de, aproximadamente, 2γ/t, onde r é o raio do
tubo.
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Tópico 4 Capilaridade
Admite-se que a superficie seja hemisférica.
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Tópico 4 Capilaridade
A pressão imediatamente sob a superfície plana do líquido fora do
tubo é p, a pressão atmosférica, mas no interior do tubo, sob a
superficie curva, é somente p = 2γ/r.
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Tópico 4 Capilaridade
A pressão externa em excesso impulsiona o líquido para cima do tubo
até que o equilíbrio hidrostático (pressões iguais a profundidades
iguais) seja atingido. (figura 11)
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Tópico 4 Capilaridade
Para calcular a altura atingida pelo liquido em ascensāo, notamos que
a pressão de uma coluna vertical de líquido com a densidade ρ e a
altura h é p = ρgh
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Tópico 4 Capilaridade
Esta pressão hidrostática anula a diferença de pressões 2γ/r, quando
o equilibrio é atingido. Portanto, a altura da coluna em equilíbrio é
obtida igualando 2γ/r e ρgh, o que nos dá:
h =
2γ
ρg · r
(18)
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Tópico 4 Capilaridade
Esta expressão simples proporciona uma maneira razoavelmente
exata para a medição da tensão superficial de líquidos. A tensāo
superficial diminui com a elevação da temperatura (Fig. 12).
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Tópico 4 Capilaridade
llustração 12 Cálculo da tensão superficial de um liquido pela sua
ascensão capilar
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Tópico 4 Capilaridade
Se a água, a 25◦C, ascende a uma altura de 7, 36cm em um capilar
de 0, 20mm de raio interno, a tensão superficial da água, nesta
temperatura, é dada por
γ =
1
2
ρghr
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Tópico 4 Capilaridade
γ =
1
2
ρgr
=
1
2
×

997, 1 kgm−3

×

9, 81 ms−2

×

7, 36 × 10−2
m

×

2, 0 × 1
= 72 mN · m−1
em que considerou-se que 1kg · m · s−2 = 1 N.
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Tópico 4 Capilaridade
Quando as forcas adesivas entre o líquido e o material das paredes do
capilar forem mais fracas do que as forças coesivas do próprio líquido
(como é o caso do mercúrio no vidro), o líquido no capilar foge das
paredes.
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Tópico 4 Capilaridade
Essa retração faz com que a curvatura da superficie seja côncava,
com o lado da pressão alta ficando para baixo. Para se igualarem as
pressõesà mesma profundidade no líquido, a superfície no capilar
desce a fim de compensar o excesso de pressão provocado pela
curvatura do menisco do líquido. Essa compensação traduz-se na
depressão capilar.
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Tópico 4 Capilaridade
Em muitos casos há um ângulo não-nulo entre a superfície do
menisco e a parede do sólido. Se esse ângulo de contato for θc, o
segundo membro da eq. 18 deve ser modificado pela multiplicação
por cos θc. A origem do ângulo de contato pode ser localizada no
equilibrio de forças que atuam na linha de contato entre o líquido e o
sólido (Fig. 13).
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Tópico 4 Capilaridade
Figure: O equilíbrio de forças que provoca o ângulo de contato θc
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Tópico 4 Capilaridade
Se as tensões nas interfaces sólido-gás, sólido-líquido e líquido-gás
(essencialmente as energias necessárias para formar uma superfície
de área unitária em cada interface) forem simbolizadas,
respectivamente, por γsg, γsl e γlg, entāo as componentes verticais das
forças estarão em equilíbrio se
γsg = γsl + γlg cos θc (19)
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Tópico 4 Capilaridade
Esta expressão se resolve em
cos θc =
γsg − γs1
γlg
(20)
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Tópico 4 Capilaridade
Se notarmos que o trabalho superficial de adesão do líquido ao sólido
(por unidade de área de contato) é
wad = γsg + γ1g − γs1 (21)
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Tópico 4 Capilaridade
a eq. 20 pode ser escrita como
cos θc =
wad
γ1g
− 1 (22)
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Tópico 4 Capilaridade
Vemos então que o líquido molha completamente a superficie do
sólido, o que corresponde a 0  θc  90◦, quando 1  wad /γlg  2
(Fig. 18.25).
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Tópico 4 Capilaridade
Se o líquido não molhar a superfície do sólido, o que corresponde a
90◦  θc  180◦, teremos 0  wad /γlg  1. No caso do mercúrio em
contato com o vidro, θc = 140◦, o que corresponde a wad /γlg = 0, 23,
mostrando um trabalho de adesāo relativamente pequeno entre o
mercúrio e o vidro.
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Tópico 4 Capilaridade
O que pode ser explicado pelas intensas forças coesivas no seio do
mercúrio.
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FQIII/TCG Short Occasion 182 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Conteúdo
1 Tópico 1
O que caracteriza uma superfície?
Tensão Superficial
2 Tópico 2
Relação entre trabalho e energia livre
3 Tópico 3
Efeitos de Interface
Aplicação do conhecimento: o caso da gota esférica
4 Tópico 4
Efeitos de interface entre líquidos e sólidos
Capilaridade
5 Tópico 5
Adsorção e Catálise Heterogênea
A extensão da adsorção
Adsorção física e adsorção química
Isotermas de adsorção
(a) A isoterma de Langmuir
Exemplo 1 Aplicação da isoterma de Langmuir
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Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
A extensão do recobrimento de uma superfície é expressa,
comumente, pelo grau (ou fração) de recobrimento, θ :
θ =
número de sítios de adsorcão ocupados
número de sítios de adsorcāo disponiveis
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Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
grau de recobrimento é também expresso em termos do volume de
adsorvato adsorvido por θ = V/V∞, em que V∞ é o volume de
adsorvato que corresponde ao recobrimento completo da amostra por
uma camada monomolecular.
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Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
A velocidade de adsorção, dθ/dt, é a velocidade de variação da
cobertura superficial c pode ser determinada pela observaçāo das
mudanças do grau de recobrimento com o tempo.
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Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Entre as técnicas principais de medição de
dθ/dt
figuram os métodos de escoamento, nos quais a própria amostra atua
como uma bomba, pois a adsorçăo remove as particulas do gás. Uma
das técnicas comuns é a da medida das vazōes de afluência e de
efluência do gás no sistema.
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FQIII/TCG Short Occasion 187 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
A diferença entre as duas é a retenção do gás pela amostra. A
integração da taxa de retenção leva ao grau de recobrimento em
qualquer instante.
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FQIII/TCG Short Occasion 188 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Na dessorção instantânea, a amostra é subitamente aquecida (por um
pulso elétrico) e se acompanha a elevação de pressão, que é
interpretada em termos da quantidade de adsorvato originalmente
retido pela amostra. E possível que ocorram complicações pela
dessorção de um composto (por exemplo, de WO3 se o oxigênio
estiver adsorvido sobre tungstênio).
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FQIII/TCG Short Occasion 189 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
A gravimetria, na qual a amostra é pesada numa microbalança
durante a experiéncia, também pode ser usada. Um instrumento
comumente usado em medidas gravimétricas é a microbalança de
quartzo (sigla em inglés QCM), na qual a massa depositada sobre a
superficie de um cristal de quartzo é proporcional a variaçóes nas
propriedades mecinnicas do cristal.
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FQIII/TCG Short Occasion 190 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
O princípio básico de operaçao da QCM é a capacidade de um cristal
de quartzo vibrar numa frequência característica quando um campo
elétrico oscilante é aplicado.
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Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
A freqüência de vibração diminui quando um material é espalhado
sobre a superficie do cristal, e a variaçāo na freqüéncia é proporcional
à massa do material.
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FQIII/TCG Short Occasion 192 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Massas da ordem de nanogramas ( 1 ng = 10−9g ) podem ser
confiavelmente medidas dessa maneira.
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FQIII/TCG Short Occasion 193 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
As moléculas e átomos podem se ligar de duas maneiras a uma
superfície sólida.
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Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Na adsorção física (também chamada fisissorçāo) há uma interaçăo
de van der Waals (interação de dispersāo, ou interação dipolo-dipolo,
por exemplo) entre o adsorvato e 0 adsorvente. As interaçōes de van
der Waals são de longo alcance, mas fracas, e a energia liberada
quando uma partícula é adsorvida fisicamente é da mesma ordem de
grandeza que a entalpia de condensação.
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Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Essa energia pode ser absorvida como vibraçōes da rede do
adsorvente e dissipada como movimento térmico.
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FQIII/TCG Short Occasion 196 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Uma molécula que se desloque sobre a superficie perde
gradualmente energia e termina por ser adsorvida; esse processo é
denominado acomodação.
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FQIII/TCG Short Occasion 197 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
A entalpia da adsorçāo física pode ser medida acompanhando-se a
elevação da temperatura de uma amostra cuja capacidade calorífica
seja conhecida.
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FQIII/TCG Short Occasion 198 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Valores típicos estão na faixa de 20kJmol−1 (Figura 14).
Figure: Entalipas máximas de adsorção física
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FQIII/TCG Short Occasion 199 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Essa pequena variação de entalpia é insuficiente para romper as
ligações químicas, e por isso uma molécula fisicamente adsorvida
retém a sua identidade, embora possa ser deformada pela presença
dos campos de força da superfície.
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FQIII/TCG Short Occasion 200 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Na adsorção química (também chamada quimissorção), as moléculas
(ou átomos) unem-se à superfície do adsorvente por ligações
químicas (usualmente covalentes) e tendem a se acomodar em sítios
que propiciem o número de coordenação máximo com o substrato.
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FQIII/TCG Short Occasion 201 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
A entalpia da adsorção química é muito maior do que a da adsorção
fisica, e os valores representativos estão na faixa de 200kJ · mol−1
(Figura 15).
Figure: Entalpias de adsorção química ∆adsH◦
(kJ · mol−1
)
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FQIII/TCG Short Occasion 202 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
A distância entre a superficie do adsorvente e o átomo mais próximo
do adsorvato é menor na adsorção química do que na adsorção física.
Uma molécula quimicamente adsorvida pode ser decomposta em
virtude de forças de valência dos átomos da superfície, e é a
existência de fragmentos moleculares adsorvidos que responde, em
parte, pelo efeito catalítico das superficies sólidas.
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FQIII/TCG Short Occasion 203 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Exceto em casos especiais, a adsorção química deve ser um
processo exotérmico.
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FQIII/TCG Short Occasion 204 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Um processo espontàneo, a temperatura e pressāo constantes, tem
∆G  0.
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FQIII/TCG Short Occasion 205 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Uma vez que a liberdade de translação do adsorvato é redúzida na
adsorção, a variação de entropia ∆S é negativa.
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FQIII/TCG Short Occasion 206 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Assim, para que ∆G = ∆H − T∆S seja negativa, é necessário que
∆H seja negativa (isto é, o processo espontâneo é exotérmico).
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FQIII/TCG Short Occasion 207 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Podem ocorrer exceções, quando o adsorvato se dissocia e tem
elevada mobilidade de translação na superficie.
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FQIII/TCG Short Occasion 208 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Por exemplo, a adsorção do H2 em vidro é endotérmica, pois as
moléculas se dissociam em átomos que se movem com muita
liberdade sobre a superficie e contribuem para grande aumento da
entropia de translaçāo.
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FQIII/TCG Short Occasion 209 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Nesse caso, a variaçăo de entropia no processo H2(g) → 2H (vidro) é
suficientemente positiva para superar a pequena variaçăo positiva de
entalpia.
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FQIII/TCG Short Occasion 210 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
A entalpia da adsorção depende do grau de cobertura da superficie do
adsorvente, principalmente pela interação das partículas adsorvidas.
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FQIII/TCG Short Occasion 211 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Se as partículas se repelem (como as do CO no paládio) a adsorção
fica menos exotérmica (a entalpia de adsorção é menos negativa) à
medida que o recobrimento aumenta.
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FQIII/TCG Short Occasion 212 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Além disso, a investigaçāo das superficies pelas técnicas de difração
de elétrons de baixa energia (LEED) mostra que a ocupacāo da
superficie é desordenada até que a ordem seja imposta pelas
exigências do empacotamento das particulas.
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FQIII/TCG Short Occasion 213 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Se as partículas adsorvidas se atraem mutuamente (como as de O2
sobre tungstênio), tendem a se aglomerar em ilhas, e o crescimento
ocorre nas bordas dessas ilhas.
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FQIII/TCG Short Occasion 214 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Os adsorvatos exibem transições ordem-desordem quando têm
energia térmica suficiente para superar as interaçōes entre as
partículas mas não suficiente para que sejam dessorvidas.
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FQIII/TCG Short Occasion 215 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
O gás livre e o gás adsorvido estão em equilíbrio dinâmico, e o grau de
recobrimento da superfície depende da pressão do gás em equilíbrio.
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FQIII/TCG Short Occasion 216 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
A variação de θ com a pressão, a uma temperatura constante, é uma
isoterma de adsorção.
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FQIII/TCG Short Occasion 217 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
A isoterma mais simples está baseada teoricamente em três
hipóteses:
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FQIII/TCG Short Occasion 218 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
1 A adsorção não pode ir além do recobrimento com uma
monocamada.
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FQIII/TCG Short Occasion 219 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
2 Todos os sítios de adsorçāo são equivalentes uns aos outros e a
superficie é uniforme (isto é, a superficie é perfeitamente plana em
escala microscópica).
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FQIII/TCG Short Occasion 220 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
3 A capacidade de uma molécula ser adsorvida num certo sítio é
independente da ocupação dos sítios vizinhos (ou scja, não há
interações entre as moléculas adsorvidas). equilíbrio dinâmico é
A(g) + M (superficie) ⇌ AM (superficie) com as constantes de
velocidade k1 para a adsorção e kd para a dessorção.
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FQIII/TCG Short Occasion 221 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
A velocidade de modificação do grau de recobrimento provocado pela
adsorção é proporcional à pressão parcial p de A e do número de
sítios vacantes N(1 − θ), em que N é o número total de sítios:
dθ
dt
= kapN(1 − θ) (23)
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Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
A velocidade de variaçāo de θ, em virtude da dessorção, é
proporcional ao número de sítios ocupados, NO:
dθ
dt
= −kd Nθ (24)
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FQIII/TCG Short Occasion 223 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
No equilíbrio não há alteração líquida do recobrimento (isto é, a soma
das duas velocidades é nula), e resolvendo a equação para θ vem a
isoterma de Langmuir:
θ =
Kp
1 + Kp
K =
ka
kd
(25)
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Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Os dados da tabela seguinte são os da adsorção do CO sobre carvāo
a 273K.
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FQIII/TCG Short Occasion 225 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Verificar se é válida a isoterma de Langmuir e calcular a constante K e
o volume de gás correspondente ao recobrimento completo.
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Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Em cada caso, o volume V foi corrigido para a pressāo de 1,00 atm
(101, 235kPa).
p/kPa 13, 3 26, 7 40, 0 53, 3 66, 7 80, 0 93, 3
V/cm3 10, 2 18, 6 25, 5 31, 5 36, 9 41, 6 46, 1
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FQIII/TCG Short Occasion 227 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Método: Pela eq. 25
Kpθ + θ = Kp
com θ = V/V∞, em que V∞ é o volume que corresponde ao
recobrimento completo.
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Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Essa expressāo reorganiza-se em
p
V
=
p
V∞
+
1
KV∞
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Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Entāo, o gráfico de p/V contra p deve ser linear, e o coeficiente
angular da reta é 1/V∞; a ordenada à origem é 1/KV∞.
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Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Resposta: Os dados do gráfico são os seguintes:
p/kPa 13, 3 26, 7 40, 0 53, 3 66, 7 80, 0 93, 3
(p/kPa)/ V/cm3

1, 30 1, 44 1, 57 1, 69 1, 81 1, 92 2, 02
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Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Os pontos estão no gráfico da Fig. 16.
Figure: Grafico dos dados de adsorção do exemplo 1
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Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
O ajustamento pelos mínimos quadrados dá 0,00900 para o
coeficiente angular e, entăo, V∞ = 111cm3. A ordenada à origem,
p = 0, é 1,20 , e então
K =
1
(111cm3)(1, 20kPa−1)
= 7, 51
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Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Exercício proposto 25.1: Repetir o cálculo com os seguintes dados:
RkPa 13, 3 20, 7 40, 0 53, 3 60, 7 80, 0
Vem 10, 3 10, 3 27, 3 3, 1 10, 0 45, 5

128cm3, 0, 69 × 10 − 1kPa−
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Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Na adsorção com dissociação, a velocidade de adsorção é
proporcional à pressão e a probabilidade de os dois atomos
encontrarem sítios, que é proporcional ao quadrado do múmero de
sítios vacantes,
dθ
dt
k1p(N(1 − θ)}2
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Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
A velocidade de dessorção é proporcional à frequencia de encontros
de átomos sobre a superficie e é também de segunda ordem no
número de átomos presentes:
dθ
dr
− kd (Nθ)2
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Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
A condição de inexistência de alteração líquida leva à isoterma
θ =
(Kp)1/2
1 + (Kp)1/2
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FQIII/TCG Short Occasion 237 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
O recobrimento da superficie depende mais fracamente da pressāo do
que no caso da adsorção não-dissociativa.
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FQIII/TCG Short Occasion 238 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
As formas das isotermas de Langmuir com e sem dissociação
aparecem nas Figs, 17 e 18.
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FQIII/TCG Short Occasion 239 / 293
Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Figure: Isoterma de Langmuir de adsorção não-dissociativa para diferentes
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Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
O grau de recobrimento aumenta com o aumento da pressăo e tende
a 1 em pressões muito elevadas, quando o gás é forçado a ocupar
todos os sítios disponíveis sobre a superfície.
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Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Em temperaturas diferentes, as curvas são diferentes (e, portanto, são
diferentes os valores de K ).
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Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
A dependência entre K e a temperatura pode ser utilizada para se
determinar a entalpia de adsorção isostérica, ∆adsH◦, que é a entalpia
de adsorção padrão a um grau de recobrimento constante.
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É fácil ver que K é, em essência, uma constante de equilibrio, e assim
a equaçao de van’t Hoff nos dá

∂ ln K
∂T

v
=
∆1d H◦
RT2
(26)
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Exemplo 2: Medida da entalpia isostérica de adsorção
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Os dados seguintes mostram as pressões de CO necessárias para
que sejam adsorvid 10, 0cm3 do gás (corrigidos para 1,00 atm e 273K
) pela amostra mencionada no Exemplo 1.
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Calcular a entalpia de adsorção nesse recobrimento superficial.
T/K 200 210 220 230 240 250
p/ KPa 4, 00 4, 95 6, 03 7, 20 8, 47 9, 85
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Método: Podemos escrever a isoterma de Langmuir na forma
Kp =
θ
1 − θ
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Assim, se θ for constante
ln K + ln p = constante
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Vem entāo, da eq. 26, que

∂ ln p
∂T

θ
= −

∂ ln K
∂T

θ
= −
∆ad H◦
RT2
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Com d(1/T)dT = −1/T2, a expressāo anterior fica

∂ ln ρ
∂(1/T)

θ
=
∆ad H0
R
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Portanto, o gráfico de ln p contra 1/T deve ser retilíneo com o
coeficiente angular ∆ad H◦/R.
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Resposta Montamos a seguinte tabela:
T/K 200 210 220 230 240 250
103/(T/K) 5, 00 4, 76 4, 55 4, 35 4, 17 4, 00
ln(p/kPa) 1, 39 1, 60 1, 80 1, 97 2, 14 2, 29
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Na Fig. 19 estão lançados os pontos respectivos.
Figure: Grafico dos dados de adsorção do exemplo 2
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O coeficiente angular da reta ajustada pelos minimos quadrados é de
−0, 904, e, então,
∆ad H◦
= −

0, 904 × 103
K

× R = −7, 52kJmol−1
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O valor de K leva ao valor de ∆ad G◦, e com essa grandeza combinada
com o valor de ∆ad H◦ pode-se estimar a entropia de adsorção.
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A expressāo para (∂ ln p/∂T)0, neste exemplo, é independente do
modelo da isoterma.
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Exercício proposto 25.2: Repetir o cálculo com os seguintes dados:
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Se a camada adsorvida inicialmente puder operar como substrato para
adsorçāo de outras camadas (por exemplo, adsorção física), é de se
esperar que, em lugar de a isoterma exibir saturação a uma pressão
elevada, a quantidade de adsorvente aumenta indefinidamente.
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A isoterma mais comumente adotada para descrever a adsorção em
multicamadas foi deduzida por Stephen Brunauer, Paul Emmett e
Edward Teller, e é conhecida como a isoterma BET:
V
Vmon
=
cz
(1 − z){1 − (1 − c)z}
(27)
com z = p
p∗ .
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Nessa expressão, p∗ é a pressão de vapor sobre a camada de
adsorvato que tem espessura correspondente a várias moléculas e
que, na realidade, se assemelha a uma película líquida, Vmon é o
volume correspondente à cobertura do adsorvente pela monocamada
do adsorvato, e é uma constante que é grande quando a entalpia de
dessorçāo da monocamada é grande diante da entalpia de
vaporização do adsorvato líquido:
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c = e(∆desH◦−ΛuapHθ
)/RT
(28)
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As formas das isotermas BET estāo ilustradas na Fig. 20.
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As curvas elevam-se indefinidamente com o aumento de pressão, pois
não há limite para a quantidade de material que pode ser condensado
na adsorção em multicamadas.
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A isoterma BET não é exata em todas as pressões, mas bastante
adotada na indústria para a estimativa da área superficial de sólidos.
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Exemplo 3: Aplicação da isoterma BET
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Os dados a seguir são os da adsorção do N2 sobre o rutilo (TioO2) a
75K.
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Confirmar que se ajustam à isoterma BET no intervalo de pressão das
medidas e determinar os parâmetros Vmon e c.
p/kPa 0, 160 1, 87 6, 11 11, 67 17, 02 21, 92 27, 29
V/mm3 601 720 822 935 1046 1146 1254
A 75K, tem-se p∗ = 76, 0kPa. Os volumes foram corrigidos para 1,00
atm e 273K e referem-se a 1, 00g de adsorvente.
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Método: A eq. 27 pode ser escrita na forma
z
(1 − z)V
=
1
cVmon
+
(c − 1)z
cVmon
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Vem entāo que (c − 1)/cVmon pode ser estimado pelo coeficiente
angular da reta, que se obtém lançando o primeiro membro da
expressão contra z.
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O produto cVmon é dado pela ordenada a origem da reta mencionada.
Os dois resultados combinam-se para darce Vmon.
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Resposta Construímos a seguinte tabela:
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Os pontos dessa tabela estão no gráfico da Fig. 21.
Figure: A isoterma BET é verificada no gráfico z/(1 − z)V versus z = p/p∗
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Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
O ajustamento pelos mínimos quadrados leva à ordenada à origem
0,0389, e então
1
cVmon
= 3, 98 × 10−6
mm−3
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Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
coeficiente angular da reta é 1, 23 × 10−2, portanto,
c − 1
cVmon
=

1, 23 × 10−2

× 103
× 10−4
mm−3
= 1, 23 × 10−3
mm−3
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Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
As soluçoes dessas equações são c = 310 e Vmon = 811mm3.A1, 00
atm e 273K, 0 volume de 811mm3 corresponde a 3, 6 × 10−5mol ou
2, 2 × 1019 átomos.
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Como cada átomo ocupa uma área da ordem de 0, 16nm2, a área
superficial da amostra é aproximadamente igual a 3, 5m2.
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Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Exercício proposto 25.3 Repetir o cálculo anterior com os seguintes
dados:
p/kPa 0, 160 1, 87 6, 11 11, 67 17, 02 21, 92 27, 29
V/cm3 235 559 649 719 790 860 950

370, 615cm3 ]
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Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Quando c ≫ 1, a isoterma BET assume a forma mais simples
V
Vmon
=
1
1 − z
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Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea
Essa expressão vale para gases inertes sobre superficies polares,
para os quais se tem c ≈ 102, pois ∆desH◦ é bastante maior do que
∆vapH◦ (eq. 28).
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A isoterma BET ajusta-se bem aos dados experimentais sobre
intervalos restritos de pressão, mas erra subestimando a adsorçāo em
pressões baixas e superestimando a adsorção em pressões elevadas.
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(c) Outras isotermas
Uma hipótese da isoterma de Langmuir é a da independência e
equivalência dos sítios de adsorção.
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Os afastamentos que se observam em relação à isoterma podem ser
atribuídos, muitas vezes, à inexatidão dessa hipótese.
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Por exemplo, a entalpia de adsorção quase sempre fica cada vez
menos negativa à medida que θ aumenta, o que sugere que os sítios
energeticamente mais favoráveis à adsorção são ocupados em
primeiro lugar.
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Muitas tentativas se fizeram para levar em conta essas variaçôes.
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A isoterma de Temkin (eq. 29,
θ = c1 ln (c2p) (29)
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em que c1 e c2 são constantes, corresponde à hipótese de uma
variação linear da entalpia de adsorção com a pressão.
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A isoterma de Freundlich(eq. 30,
θ = c1p1/c2
(30)
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corresponde a uma variação logarítmica.
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Essa isoterma procura levar em conta a influência das interações
substrato-substrato existentes na superficie (ver Problema 25.24).
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Outras isotermas coincidem mais ou menos bem com os dados
experimentais sobre intervalos limitados de pressão e são, em grande
parte, empíricas.
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Isso não significa que sejam inúteis, pois, se os parâmetros de uma
isoterma razoavelmente confiável forem conhecidos, é possivel
estimar com boa aproximação o recobrimento de uma superfície em
diversas circunstâncias.
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Esse tipo de estimativa é essencial na discussão da catálise
heterogênea.
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Aulas de Fenômenos de Superfície - Físico-Química III v1.0

  • 1. Fenômenos de Superfície Físico-Química III Universidade Federal do Pampa 1Bel. e Lic. em Química/Dr em Química Teórica Campus Bagé Curso de Química Licenciatura 2022/1 Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 1 / 293
  • 2. Conteúdo 1 Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? Tensão Superficial 2 Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre 3 Tópico 3 Efeitos de Interface Aplicação do conhecimento: o caso da gota esférica 4 Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos Capilaridade 5 Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea A extensão da adsorção Adsorção física e adsorção química Isotermas de adsorção (a) A isoterma de Langmuir Exemplo 1 Aplicação da isoterma de Langmuir Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 2 / 293
  • 3. Conteúdo 1 Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? Tensão Superficial 2 Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre 3 Tópico 3 Efeitos de Interface Aplicação do conhecimento: o caso da gota esférica 4 Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos Capilaridade 5 Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea A extensão da adsorção Adsorção física e adsorção química Isotermas de adsorção (a) A isoterma de Langmuir Exemplo 1 Aplicação da isoterma de Langmuir Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 2 / 293
  • 4. Conteúdo 1 Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? Tensão Superficial 2 Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre 3 Tópico 3 Efeitos de Interface Aplicação do conhecimento: o caso da gota esférica 4 Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos Capilaridade 5 Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea A extensão da adsorção Adsorção física e adsorção química Isotermas de adsorção (a) A isoterma de Langmuir Exemplo 1 Aplicação da isoterma de Langmuir Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 2 / 293
  • 5. Conteúdo 1 Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? Tensão Superficial 2 Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre 3 Tópico 3 Efeitos de Interface Aplicação do conhecimento: o caso da gota esférica 4 Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos Capilaridade 5 Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea A extensão da adsorção Adsorção física e adsorção química Isotermas de adsorção (a) A isoterma de Langmuir Exemplo 1 Aplicação da isoterma de Langmuir Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 2 / 293
  • 6. Conteúdo 1 Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? Tensão Superficial 2 Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre 3 Tópico 3 Efeitos de Interface Aplicação do conhecimento: o caso da gota esférica 4 Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos Capilaridade 5 Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea A extensão da adsorção Adsorção física e adsorção química Isotermas de adsorção (a) A isoterma de Langmuir Exemplo 1 Aplicação da isoterma de Langmuir Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 2 / 293
  • 7. Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? Conteúdo 1 Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? Tensão Superficial 2 Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre 3 Tópico 3 Efeitos de Interface Aplicação do conhecimento: o caso da gota esférica 4 Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos Capilaridade 5 Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea A extensão da adsorção Adsorção física e adsorção química Isotermas de adsorção (a) A isoterma de Langmuir Exemplo 1 Aplicação da isoterma de Langmuir Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 3 / 293
  • 8. Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? Observando a representação abaixo de um líquido cujas partículas estão dispostas em camadas. As camadas inferiores/internas são chamadas de "bulk" (ou "massa"). Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 4 / 293
  • 9. Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? Essas partículas estão sujeitas à forças de atração e repulsão provenientes de todas as direções do espaço. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 5 / 293
  • 10. Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? A soma das forças atuantes sobre uma partícula do bulk é praticamente nula e há um equilíbrio de forças nessas partículas. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 6 / 293
  • 11. Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? As partículas da camada superior não possuem moléculas "acima" delas. Sendo assim, elas podem interagir apenas com partículas que estejam no mesmo plano horizontal e com todas as partículas que estão no plano vertical inferior. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 7 / 293
  • 12. Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? No entanto, as partículas que chamaremos de "superficiais" não possuirão particulas acima delas para interagir. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 8 / 293
  • 13. Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? Ao somarmos os vetores de interação interpartículas, a resultante apontará para o interior do líquido. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 9 / 293
  • 14. Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? Assim sendo, as partículas da superfície diferirão das partículas do bulk por terem uma somatória não-nula e apontando para o interior do líquido e, assim, apresentando um desequilíbrio de forças de interação. Figure: As forças de interação na superfície são desequilibradas em relação às forças no interior (bulk) do líquid e apontam para o interior do líquido Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 10 / 293
  • 15. Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? Podemos falar de diferentes tipos de superfície, as quais são representadas na figura ??. Figure: Diferentes tipos de interface Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 11 / 293
  • 16. Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? Superfícies formadas por uma monocamada de moléculas (A), superfícies formadas pelo contato entre dois fluidos diferentes (2 líquidos, ou um líquido e um gás/vapor) (B), e superfícies formadas por sólidos cristalinos/amorfos (C). Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 12 / 293
  • 17. Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? No caso de meteriais fluidos (líquidos e gases), não importando os materiais que componham a superfície, alguns fenômenos em comum surgem: tensão superficial fenômenos de interface curvatura em superfícies líquidas aumento de pressão de vapor em gotas fenômeno da capilaridade reatividade de suerfícies sólidas atividade catalítica de metais Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 13 / 293
  • 18. Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? O fenômeno da tensão superficial é muito interessante. Ele é o responsável, por exemplo, pela capacidade de insetos poderem "caminhar" sobre a água. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 14 / 293
  • 19. Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? Se você já assistiu a um vídeo em câmera lenta e com zoom, é possível ver as patas dos insetos formando uma depressão sobre a superfície do líquido mas sem furar a "película" da água sob seus pés. Figure: Um inseto caminhando sobre a água Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 15 / 293
  • 20. Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? Essa "película" de água é formada por causa do que foi explicado logo acima, o desequilíbrio de forças nas partículas da superfície. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 16 / 293
  • 21. Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? As partículas da superfície não possuem uma força resultante nula e a força resultante tem um veto que aponta para o interior do líguido, fazendo com que as partículas da superfície busquem se direcionar para o interior (bulk) sempre que possível. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 17 / 293
  • 22. Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? Isso faz com que, na superfície, as partículas fiquem mais coesas e exijam energia para se separar umas das outras. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 18 / 293
  • 23. Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? Essa energia a ser adicionada para promover a separação das partículas superficiais representa uma resistência ao aumento de área superficial conhecida como tensão superficial. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 19 / 293
  • 24. Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? Como é definida a tensão superficial? Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 20 / 293
  • 25. Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? Imagine as camadas do líquido (como na figura 4). Figure: As camadas de um líquido podem ser redistribuídas com a aplicação de uma força capaz de deslocar a camada superficial, o que aumenta a área superficial do mesmo. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 21 / 293
  • 26. Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? Agora imagine que uma força é aplicada colinearmente na camada superficial de forma a separá-la das camadas inferiores. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 22 / 293
  • 27. Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? A camada logo abaixo da superficial vai ficar exposta e passará ela própria a fazer parte da superfície. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 23 / 293
  • 28. Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? Na prática, o tanto de camada inferior que ficar exposta representará um aumento de área superficial ∆A após um deslocamento ∆x. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 24 / 293
  • 29. Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? Quanto mais área for exposta, maior o deslocamento ∆x e a força F a ser aplicada ao filme liquido. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 25 / 293
  • 30. Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? A ilustração 5 mostra um filme líquido sendo deformado por meio de uma força F por um deslocamento dx a fim de ter um aumento de área dA. Figure: Vista superior e vista em perspectiva de um filme líquido sofrendo incremento de área (dA) devido à aplicação de uma força (F) colinearmente ao comprimento do filme. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 26 / 293
  • 31. Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? Uma força exercida ao longo de uma distância é considerado como trabalho: dw = F · dx (1) Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 27 / 293
  • 32. Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? Essa força F será tanto maior quanto maior for a largura l do filme líquido, pois com um filme mais largo existirão mais moléculas resistindo ao aumento de área. então, faz sentido descrever: γ = F l → F = γ l (2) Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 28 / 293
  • 33. Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? Substituindo 16 em 17, temos: dw = γ · l · dx (3) Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 29 / 293
  • 34. Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? E como l · dx representa o aumento de área dA dA = l · dx (4) Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 30 / 293
  • 35. Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? Substituindo 4 em 3, temos: dw = +γ · dA (5) Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 31 / 293
  • 36. Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? As unidades SI da tensão superficial γ são dadas por: [γ] = N m ou J m2 (6) Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 32 / 293
  • 37. Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? Convertendo para unidades do sistema cgs, temos: [γ] = dina cm ou erg cm2 (7) Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 33 / 293
  • 38. Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? A tensão superficial é uma função da temperatura absoluta γ = γ(T). Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 34 / 293
  • 39. Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? à medida que a temperatura absoluta se aproxima de zero, a tensão superficial tende igualmente a zero: lim T→0 γ(T) = 0 Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 35 / 293
  • 40. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre Conteúdo 1 Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? Tensão Superficial 2 Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre 3 Tópico 3 Efeitos de Interface Aplicação do conhecimento: o caso da gota esférica 4 Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos Capilaridade 5 Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea A extensão da adsorção Adsorção física e adsorção química Isotermas de adsorção (a) A isoterma de Langmuir Exemplo 1 Aplicação da isoterma de Langmuir Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 36 / 293
  • 41. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre Vimos na aula anterior que para alterar a área superficial de um filme líquido é necessário realizar trabalho. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 37 / 293
  • 42. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre Mas como esse trabalho se relaciona com a Energia Livre de Gibbs, a qual ajuda a estimar a espontaneidade de processos físico-químicos? Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 38 / 293
  • 43. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre Existe um teorema na Físico-Química que diz que a quantidade máxima de trabalho útil (trabalho que não seja o de expansão gasosa) que um sistema pode realizar é dado pela expressão ∆G = (wútil)máximo Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 39 / 293
  • 44. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre Que se levarmos em conta que são processos termodinâmicos ocorrendo em equilíbrio (por etapas infinitesimalmente pequenas), torna-se: dG = dw Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 40 / 293
  • 45. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre E após substituição da equação 5, obtemos a dw = dG = γ · dA (8) Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 41 / 293
  • 46. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre Integrando em ambos os lados a eq. 8, temos w = ∆G = γ · ∆A Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 42 / 293
  • 47. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre Á pressão p e temperatura T constantes, temos: γ = ∆G ∆A Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 43 / 293
  • 48. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre Que por derivação parcial, torna-se a equação 9. γ = ∂G ∂A p,T (9) Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 44 / 293
  • 49. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre Apenas com o intuito de atualizar a equação de variáveis naturais da Energia Livre de Gibbs para a energia superficial, vamos reescrevê-la como: dG = −Sdt + Vdp + γdA (10) Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 45 / 293
  • 50. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre EXEMPLO 1: Um filme de água a T = 20, 0o C possui tensão superficial γH2O = 72, 75 erg/cm2. O filme é deformado de forma que sua área inicial Ai = 200, 0cm2 passa para uma área final Af = 300, 0cm2. Calcule o trabalho w envolvido no aumento de área do filme e fale sobre a espontaneidade do processo usando o ∆G. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 46 / 293
  • 51. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre 1º Passo: Calcular a variação de área ∆A ∆A = Af − Ai = 300, 0cm2 − 200, 0cm2 = 100, 0 cm2 Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 47 / 293
  • 52. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre 2º Passo: Calcular o trabalho w = γ · ∆A = 72, 75 erg cm2 · 100 cm2 = 7275 erg Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 48 / 293
  • 53. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre 3º Passo: Converter unidades do sistema cgs para o SI O erg é a unidade de energia do sistema cgs. As letras c, g e s correspondem a centímetro, grama e segundo. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 49 / 293
  • 54. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre Portanto, esse sistema é derivado do SI e a conversão fica mais facilitada. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 50 / 293
  • 55. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre A energia, nesse caso, é considerada como sendo a FORÇA exercida por uma DISTÂNCIA. E = F × d = erg Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 51 / 293
  • 56. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre A FORÇA é definida como a MASSA multiplicada pela aceleração e a unidade cgs é dina. F = m × a = dina Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 52 / 293
  • 57. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre Assim sendo, erg = dina × cm. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 53 / 293
  • 58. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre Decompondo ainda mais a unidade dina F = m × a = dina = g × cm s2 Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 54 / 293
  • 59. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre Inserindo a decomposição de dina na unidade erg. erg = g × cm s2 × cm Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 55 / 293
  • 60. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre Agora, precisamos escrever g e cm em unidades SI, o que não á tão difícil se conhecermos os múltiplos e sub-múltiplos de grandezas físicas. g = 10−3 kg / cm = 10−2 m Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 56 / 293
  • 61. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre Substituindo... erg = g × cm s2 × cm = 10−3 kg × 10−2 m s2 × 10−2 m Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 57 / 293
  • 62. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre Agrupando todos os expoentes, obtemos: 1, 0 erg = 10−3+(−2)+(−2) · N z }| { kg · m s2 ·m = 10−7 N · m = 10−7 J Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 58 / 293
  • 63. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre 4º Passo: Converter o trabalho para unidades SI w = 7275 erg = 7275 × 10−7 J = 7, 275 × 10−4 J Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 59 / 293
  • 64. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre 5º Passo: Análise da espontaneidade do processo w = ∆G = +7, 275 × 10−4 J Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 60 / 293
  • 65. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre Como o sinal do trabalho (e consequentemente da Energia Livre) é pósitivo, trata-se de um processo não-espontâneo pois exige a realização de trabalho sobre o filme líquido. EXEMPLO 2: Uma gota de mercúrio cujo raio r = 1, 000 cm é dividida em 10 gotículas. Calcule o trabalho necessário para realizar esse processo. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 61 / 293
  • 66. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre 1º Passo: Verificar o que é necessário para calcular o trabalho w necessário para dividir uma gota em 10 gotículas idênticas entre si: Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 62 / 293
  • 67. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre Vamos precisar calcular A) Área da gota grande: Ai = Agg Aesfera = 4 · π · r2 Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 63 / 293
  • 68. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre Ai = 4 · π · (1, 000 cm)2 = 12, 57 cm2 Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 64 / 293
  • 69. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre B) Volume da gota grande: Vgg = 4 3π · r3 Vgg = 4 3 π · (1, 000 cm)3 = 4, 19 cm3 Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 65 / 293
  • 70. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre C) Volume da gota pequena: Vgp = Vgg 10 = 4, 19 cm3 10 = 0, 419 cm3 Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 66 / 293
  • 71. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre D) Raio da gota pequena: rgp = 3 r 3 Vgp 4 π Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 67 / 293
  • 72. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre rgp = 3 r 3 × 0, 419 cm3 4 π = 3 p 0, 100029 cm3 = 0, 4642 cm Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 68 / 293
  • 73. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre E) Área de uma gota pequena: Agp Agp = 4 · π · r2 gp Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 69 / 293
  • 74. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre Agp = 4 · π · (0, 4642 cm)2 = 2, 708 cm2 Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 70 / 293
  • 75. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre F) Área total das 10 gotículas: Af = 10 × Agp = 10 × 2, 708 cm2 = 27, 08 cm2 Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 71 / 293
  • 76. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre G) Variação da área da gota: ∆A = Af − Ai Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 72 / 293
  • 77. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre ∆A = (27, 08 − 12, 57) cm2 = 14, 51 cm2 Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 73 / 293
  • 78. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre H) Cálculo do trabalho w: w = γ · ∆A Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 74 / 293
  • 79. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre w = 435, 5 erg cm2 × 15, 51 cm2 = 6319, 0 erg Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 75 / 293
  • 80. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre 1, 0 erg = 10−7 J w = 6319, 0 · 10−7 J = 6, 319 · 10−4 J Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 76 / 293
  • 81. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre I) Usar a igualdade w = ∆G e discutir sobre a espontaneidade do processo. ∆G = w = +6, 319 · 10−4 J → processo não-espontâneo Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 77 / 293
  • 82. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre J) Conclusão: Dividir uma gota em gotículas menores, processo também conhecido como atomização, é um processo que exige que trabalho seja realizado sobre o sistema e é não-espontâneo. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 78 / 293
  • 83. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre Já o processo inverso, a coalescência, é um processo que ocorrerá com a liberação de energia −6, 319 · 10−4 J. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 79 / 293
  • 84. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre A formação de orvalho, por exemplo, é um processo em que gotículas de água suspensas no ar atmosférico coalescem espontaneamente sobre as superfícies sólidas (como folhas, vidros, paredes e latarias de carros), liberando energia. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 80 / 293
  • 85. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre Processos em que a diminuição de área (∆A 0) acarretam em w 0 e, portanto, em ∆G 0 e espontâneos. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 81 / 293
  • 86. Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre A forma preferencialmente assumida pelos líquidos ao coalescer é a esférica porque é a forma que possui a menor área superficial possível e o maior volume, o que faz com que o máximo de partículas de líquido permaneçam no bulk e a menor quantidade possível fiquem expostas à superfície onde há desequilíbrio de forças. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 82 / 293
  • 87. Tópico 3 Efeitos de Interface Conteúdo 1 Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? Tensão Superficial 2 Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre 3 Tópico 3 Efeitos de Interface Aplicação do conhecimento: o caso da gota esférica 4 Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos Capilaridade 5 Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea A extensão da adsorção Adsorção física e adsorção química Isotermas de adsorção (a) A isoterma de Langmuir Exemplo 1 Aplicação da isoterma de Langmuir Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 83 / 293
  • 88. Tópico 3 Efeitos de Interface São fenômenos que ocorrem quando duas ou mais fases do mesmo ou de diferentes materiais interagem entre si através de suas superfícies. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 84 / 293
  • 89. Tópico 3 Efeitos de Interface Considere a figura 6 que representa duas fases interagindo entre si atráves de suas interfaces. Figure: Interfaces líquido-líquido, líquido-vapor, líquido-vácuo. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 85 / 293
  • 90. Tópico 3 Efeitos de Interface Podem ser duas fases diferentes do mesmo material (identificadas como I e II), ou uma fase liquida (I) e outra gasosa/vaporosa (II), ou até mesmo uma fase líquida (I) e o vácuo (II). Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 86 / 293
  • 91. Tópico 3 Efeitos de Interface Consideremos que ambas fases estão isolados e em equilíbrio termodinâmico. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 87 / 293
  • 92. Tópico 3 Efeitos de Interface Pela 1a Lei da Termodinâmica: dUsist = 0 Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 88 / 293
  • 93. Tópico 3 Efeitos de Interface A Energia Interna do sistema é dada por: dUsist = dUI + dUII + (dUσ)S,V | {z } γ·dA (11) Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 89 / 293
  • 94. Tópico 3 Efeitos de Interface Relembrando a equação de variáveis naturais da energia interna dU = TdS − pdV e substituindo na 11. dUsist = (TIdSI − pIdVI) + (TIIdSII − pIIdVII) + γ · dA (12) Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 90 / 293
  • 95. Tópico 3 Efeitos de Interface Mas como o sistema está em equilíbrio térmico: TI = TII Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 91 / 293
  • 96. Tópico 3 Efeitos de Interface E como qualquer variação de energia em um dos sistemas se reflete no outro, pois a variação de energia global é nula (dUsist = 0): dSI = −dSII Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 92 / 293
  • 97. Tópico 3 Efeitos de Interface E também, a variação de volume em um sistema é espelhada no sistema vizinho: dVI = −dVII Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 93 / 293
  • 98. Tópico 3 Efeitos de Interface dUsist = (TIdSI − pIdVI) + (TI(−)dSI − pII(−)dVI) + γ · dA Que rearranjando, fornece a expressão: Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 94 / 293
  • 99. Tópico 3 Efeitos de Interface 0 z }| { dUsist = ( TIdSI − pIdVI) + ( −TIdSI − (−)pIIdVI) + γ · dA Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 95 / 293
  • 100. Tópico 3 Efeitos de Interface 0 = dVI(pII − pI) + γ · dA Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 96 / 293
  • 101. Tópico 3 Efeitos de Interface dVI(pII − pI) = −γ · dA Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 97 / 293
  • 102. Tópico 3 Efeitos de Interface dVI(pI − pII) = +γ · dA Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 98 / 293
  • 103. Tópico 3 Efeitos de Interface (pI − pII) = γ · dA dVI Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 99 / 293
  • 104. Tópico 3 Efeitos de Interface Trocando os índices I e II por int = interno e ext = externo (pint − pext ) = ∆p = γ · dA dVint (13) Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 100 / 293
  • 105. Tópico 3 Efeitos de Interface A equação ?? é a famosa equação de Laplace-Young, a qual evidencia que sempre que houver uma interface haverá uma diferença de pressão entre o interior e o exterior da mesma. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 101 / 293
  • 106. Tópico 3 Efeitos de Interface Se essa interface for a de uma superfície líquida em contato com seu vapor, a parte interna da interface é a superfície líquida e ela apresentará um ∆p em relação à fase vapor acima dela. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 102 / 293
  • 107. Tópico 3 Efeitos de Interface Resta agora analisar a equação para saber qual o sinal dessa variação de pressão. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 103 / 293
  • 108. Tópico 3 Efeitos de Interface γ é sempre uma quantidade positiva (+) Se dV 0(+) → dA 0(+)e dA dV 0(+) Se dV 0(−) → dA 0(−)e dA dV 0(+) Independente do sinal dV, a razão dA dV 0(+) SEMPRE Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 104 / 293
  • 109. Tópico 3 Efeitos de Interface Figure: Na gota líquida a pressão no interior da interface é sempre maior que a do exterior. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 105 / 293
  • 110. Tópico 3 Efeitos de Interface Em suma, a existência de uma interface líquido-vapor implica automaticamente em um aumento na pressão de vapor do líquido. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 106 / 293
  • 111. Tópico 3 Efeitos de Interface Vamos considerar duas coisas sobre a gota esférica: (A) Área Superficial e (B) Volume Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 107 / 293
  • 112. Tópico 3 Efeitos de Interface A = 4π · r2 V = 4 3 π · r3 dA dr = 2 × 4πr2 dV dr = 3 × 4 3 πr3 dA = 8πr2dr dV = 4πr3dr Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 108 / 293
  • 113. Tópico 3 Efeitos de Interface Substituir dA e dV na equação de Laplace-Young. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 109 / 293
  • 114. Tópico 3 Efeitos de Interface ∆p = γ dA dV = γ 82 πr2 dr 4 πr 31 dr ! Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 110 / 293
  • 115. Tópico 3 Efeitos de Interface Que, resumidamente, produz ∆p = 2γ r (14) Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 111 / 293
  • 116. Tópico 3 Efeitos de Interface A equação 14 mostra que a diferença de pressão de vapor em uma gota esférica varia de forma imversamente proporcional ao raio da mesma. Quanto menor o raio da gota, maior a pressão de vampor da mesma. Duplicar o raio dobra a pressão de vapor. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 112 / 293
  • 117. Tópico 3 Efeitos de Interface Isso mostra que gotículas evaporam com muito mais facilidade do que gotas grandes. Isso se deve ao fato de que quanto menor o volume, maior a variação da área superficial da gotícula. E se a área superficial total aumenta, mais partículas estão sujeitas aos desequilíbrios de forças de interação ali atuantes. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 113 / 293
  • 118. Tópico 3 Efeitos de Interface Podemos ainda argumentar que bolhas são gotas esféricas com duas superfícies, uma interna e outra externa. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 114 / 293
  • 119. Tópico 3 Efeitos de Interface A equação 14 é multiplicada por um fator 2. ∆p = 4γ r (15) Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 115 / 293
  • 120. Tópico 3 Efeitos de Interface EXEMPLO 4: Calcule a pressão de vapor em uma gotícula de raio r = 0, 1000 mm cuja tensão superficial γ = 72, 75erg/cm2. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 116 / 293
  • 121. Tópico 3 Efeitos de Interface Existem duas formas de resolver esse problema: (1) em unidades SI e (2) em unidades cgs. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 117 / 293
  • 122. Tópico 3 Efeitos de Interface (1) Usando unidades SI Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 118 / 293
  • 123. Tópico 3 Efeitos de Interface (1.a) O raio r está em mm e precisamos convertê-lo para m para poder calcular a pressão. 10−1 z }| { 0, 1000 10−3 m z}|{ mm → 1, 0 × 10−4 m Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 119 / 293
  • 124. Tópico 3 Efeitos de Interface (1.b) As unidades de tensão superficial precisa mser convertidas para unidades SI. [γ] = erg cm2 = 10−7J (10−2 m)2 = 10−7J 10−4 m2 = 10−7−(−4)J m2 = 10−3 J m2 = 10−3 N · m Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 120 / 293
  • 125. Tópico 3 Efeitos de Interface γ = 72, 75 erg cm2 = 72, 75 10−3 N m = 7, 275 × 10−2 N m Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 121 / 293
  • 126. Tópico 3 Efeitos de Interface ∆p = 2γ r = 2 · 7, 275 × 10−2 N · m−1 10−4 m Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 122 / 293
  • 127. Tópico 3 Efeitos de Interface ∆p = 14, 55 × 102 N m2 = 1, 455 × 103 Pa Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 123 / 293
  • 128. Tópico 3 Efeitos de Interface (2) Usando unidades cgs (2.a) Convertendo o raio de mm para cm. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 124 / 293
  • 129. Tópico 3 Efeitos de Interface Primeiro usamos nosso conhecimento sobre múltiplos e sub-múltiplos do m. 1, 0 m = 100 cm = 1000 mm Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 125 / 293
  • 130. Tópico 3 Efeitos de Interface Realizando uma simples regra de três. 1000 mm → 100 cm 0, 100 mm → r r = 0, 01 cm Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 126 / 293
  • 131. Tópico 3 Efeitos de Interface (2.b) Calculando a pressão ∆p = 2 × 72, 75 erg · cm−2 0, 01 cm = 14550 erg cm3 = 1, 455×104 dina · cm cm 3 = 1, 45 Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 127 / 293
  • 132. Tópico 3 Efeitos de Interface E, finalmente, usamos o fator de conversão dina cm2 = 10−6 bar. ∆p = 1, 455104 10−6 bar z }| { dina cm2 = 1, 455 × 104 · 10−6 bar Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 128 / 293
  • 133. Tópico 3 Efeitos de Interface ∆p = 1, 455 × 104+(−6) bar = 1, 455 × 10−2 bar Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 129 / 293
  • 134. Tópico 3 Efeitos de Interface Alternativamente, podemos converter de bar para Pa com o fator 1, 0 bar = 105 Pa. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 130 / 293
  • 135. Tópico 3 Efeitos de Interface ∆p = 1, 455 × 10−2 105 Pa z}|{ bar = 1, 455 × 103 Pa Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 131 / 293
  • 136. Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos Conteúdo 1 Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? Tensão Superficial 2 Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre 3 Tópico 3 Efeitos de Interface Aplicação do conhecimento: o caso da gota esférica 4 Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos Capilaridade 5 Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea A extensão da adsorção Adsorção física e adsorção química Isotermas de adsorção (a) A isoterma de Langmuir Exemplo 1 Aplicação da isoterma de Langmuir Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 132 / 293
  • 137. Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos Segundo a ilustração8, quando um líquido é depositado sobre uma superfície sólida, 3 tipos diferentes de interface (e suas respectivas tensões superficiais) podem ser observadas: Figure: Um líquido depositado sobre uma superfície sólida se espalha sobre ele formando um ângulo de contato θ. Três componentes de tensão superficial podem ser observadas: γlv , γls, γsv . Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 133 / 293
  • 138. Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos interface líquido-sólido (γls) interface líquido-vapor (γlv ) interface vapor-sólido (γvs) Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 134 / 293
  • 139. Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos O líquido sobre a superfície pode se depositar e assumir duas formas extremas, uma em que ele molha (se espalha totalmente) e outra em que ele não molha (mal toca a superfície). Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 135 / 293
  • 140. Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos Na forma molhado, o líquido se espalha completamente sobre a superfície e o ângulo de contato θ ≃ 0◦. Figure: Ângulo de contato de um líquido que molha a superfície sólida é aproximadamente θ ≃ 0◦ . Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 136 / 293
  • 141. Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos Na forma não-molhada, o líquido mal toca a superfície e o ângulo de contato é θ ≃ 180◦. Figure: Ângulo de contato de um líquido que não molha a superfície sólida é aproximadamente θ ≃ 180◦ . Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 137 / 293
  • 142. Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos Há uma relação entre o ângulo de contato θ e as 3 tensões superficiais anteriormente descritas, a saber: θ = 0o → γls ≃ γlv ≃ γvs θ = 180o → γlv γvse γls Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 138 / 293
  • 143. Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos A equação de Young-Dupré nos permite compreender melhor essas relações entre as tensões superficiais: γsv = γls + γlv · cos θ (16) Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 139 / 293
  • 144. Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos Esse cos θ deve-se ao fato de que a tensão superficial diz respeito a uma força colinear aplcada ao filme líquido. Esse colinear significa que em uma massa líquida depositada sobre uma superfície sólica ela será aplicada na horizontal e o cosseno garante que estejamos computando apenas a componente γlv,x = γlv · cos θ. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 140 / 293
  • 145. Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos Rearranjando 16 cos θ = γsv − γls γlv (17) Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 141 / 293
  • 146. Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos Segundo essa equação 17, o cosseno do ângulo de contato depende de dois fatores: da magnitude da diferença γsv − γls da magnitude de γlv Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 142 / 293
  • 147. Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos Vamos analisar o que acontece em dois casos extremos: CASO 1: γsv − γls ≃ γlv Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 143 / 293
  • 148. Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos No caso em que esses dois termos da fração forem de magnitudes semelhantes, a equação se reduz a cos θ ≃ 1 Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 144 / 293
  • 149. Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos Com um cosseno igual ou próximo à unidade, temos que o ângulo de contato θ é θ = arccos 1 = 0◦ Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 145 / 293
  • 150. Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos E o que isso significa? Um ângulo de contato igual ou próximo a zero indica um líquido que se espalha pela superfície molhando-a bem. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 146 / 293
  • 151. Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos O caso extremo é quando o ângulo é igual a zero, aí teríamos um filme monomolecular sobre a superfície sólida. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 147 / 293
  • 152. Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos Resumindo, para um líquido que molha a superfície devemos ter γsv − γls ≃ γlv . Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 148 / 293
  • 153. Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos A tensão superficial γlv representa o espalhamento do líquido em relação ao seu vapor (ou atmosfera), e essa tensão deve ser da mesma magnitude que a diferença γsv − γls. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 149 / 293
  • 154. Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos γsv deve possuir um valor tal que γsv γls e que a diferença tenha valor próximo a γlv de tal forma que a fração tenha valor próximo a 1. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 150 / 293
  • 155. Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos Traduzindo: a facilidade do vapor (v) do líquido se espalhar com relação à superfície (s) (expressado por γsv deve ser maior que a facilidade do líquido (l) se espalhar com relação ao sólido (s) (expressado por γls. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 151 / 293
  • 156. Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos CASO 2: γsv γls Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 152 / 293
  • 157. Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos Nesse caso, quando a resistência ao espalhamento do vapor(v) em relação ao sólido (s) (γsv ) é menor que a resistência ao espalhamento do líquido(l) em relação ao sólido (s) (γls), a diferença entre ambas resulta em um número negativo e de valor em módulo similar à γls. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 153 / 293
  • 158. Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos A consequência disso é que cos θ = 0 Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 154 / 293
  • 159. Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos Para que cos θ assuma tal valor, é necessário que θ = arccos 0 = 180◦. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 155 / 293
  • 160. Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos Um ângulo de 180◦ significa que o líquido mal toca a superfície e forma uma esfera perfeita sobre o sólido. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 156 / 293
  • 161. Tópico 4 Capilaridade Conteúdo 1 Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? Tensão Superficial 2 Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre 3 Tópico 3 Efeitos de Interface Aplicação do conhecimento: o caso da gota esférica 4 Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos Capilaridade 5 Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea A extensão da adsorção Adsorção física e adsorção química Isotermas de adsorção (a) A isoterma de Langmuir Exemplo 1 Aplicação da isoterma de Langmuir Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 157 / 293
  • 162. Tópico 4 Capilaridade O trecho a seguir foi retirado do livro de Físico-Química de Peter Atkins: Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 158 / 293
  • 163. Tópico 4 Capilaridade A tendência de líquidos ascenderem nos tubos capilares (tubos de pequeno diâmetro), que é chamada de capilaridade ou ação capilar, é uma conseqüência da tensão superficial. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 159 / 293
  • 164. Tópico 4 Capilaridade Analisemos o que acontece quando um tubo capilar de vidro é imerso em água ou em qualquer líquido que tenha a tendência de aderir ao vidro. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 160 / 293
  • 165. Tópico 4 Capilaridade A energia é a mais baixa possível quando uma película fina do líquido cobre o máximo possível do vidro. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 161 / 293
  • 166. Tópico 4 Capilaridade Quando a película de líquido se espalha pela parede interna do capilar, a superfície do líquido fica curva no interior do tubo. Essa curvatura faz com que a pressão junto ao menisco seja menor do que a pressão atmosférica de, aproximadamente, 2γ/t, onde r é o raio do tubo. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 162 / 293
  • 167. Tópico 4 Capilaridade Admite-se que a superficie seja hemisférica. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 163 / 293
  • 168. Tópico 4 Capilaridade A pressão imediatamente sob a superfície plana do líquido fora do tubo é p, a pressão atmosférica, mas no interior do tubo, sob a superficie curva, é somente p = 2γ/r. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 164 / 293
  • 169. Tópico 4 Capilaridade A pressão externa em excesso impulsiona o líquido para cima do tubo até que o equilíbrio hidrostático (pressões iguais a profundidades iguais) seja atingido. (figura 11) Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 165 / 293
  • 170. Tópico 4 Capilaridade Para calcular a altura atingida pelo liquido em ascensāo, notamos que a pressão de uma coluna vertical de líquido com a densidade ρ e a altura h é p = ρgh Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 166 / 293
  • 171. Tópico 4 Capilaridade Esta pressão hidrostática anula a diferença de pressões 2γ/r, quando o equilibrio é atingido. Portanto, a altura da coluna em equilíbrio é obtida igualando 2γ/r e ρgh, o que nos dá: h = 2γ ρg · r (18) Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 167 / 293
  • 172. Tópico 4 Capilaridade Esta expressão simples proporciona uma maneira razoavelmente exata para a medição da tensão superficial de líquidos. A tensāo superficial diminui com a elevação da temperatura (Fig. 12). Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 168 / 293
  • 173. Tópico 4 Capilaridade llustração 12 Cálculo da tensão superficial de um liquido pela sua ascensão capilar Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 169 / 293
  • 174. Tópico 4 Capilaridade Se a água, a 25◦C, ascende a uma altura de 7, 36cm em um capilar de 0, 20mm de raio interno, a tensão superficial da água, nesta temperatura, é dada por γ = 1 2 ρghr Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 170 / 293
  • 175. Tópico 4 Capilaridade γ = 1 2 ρgr = 1 2 × 997, 1 kgm−3 × 9, 81 ms−2 × 7, 36 × 10−2 m × 2, 0 × 1 = 72 mN · m−1 em que considerou-se que 1kg · m · s−2 = 1 N. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 171 / 293
  • 176. Tópico 4 Capilaridade Quando as forcas adesivas entre o líquido e o material das paredes do capilar forem mais fracas do que as forças coesivas do próprio líquido (como é o caso do mercúrio no vidro), o líquido no capilar foge das paredes. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 172 / 293
  • 177. Tópico 4 Capilaridade Essa retração faz com que a curvatura da superficie seja côncava, com o lado da pressão alta ficando para baixo. Para se igualarem as pressõesà mesma profundidade no líquido, a superfície no capilar desce a fim de compensar o excesso de pressão provocado pela curvatura do menisco do líquido. Essa compensação traduz-se na depressão capilar. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 173 / 293
  • 178. Tópico 4 Capilaridade Em muitos casos há um ângulo não-nulo entre a superfície do menisco e a parede do sólido. Se esse ângulo de contato for θc, o segundo membro da eq. 18 deve ser modificado pela multiplicação por cos θc. A origem do ângulo de contato pode ser localizada no equilibrio de forças que atuam na linha de contato entre o líquido e o sólido (Fig. 13). Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 174 / 293
  • 179. Tópico 4 Capilaridade Figure: O equilíbrio de forças que provoca o ângulo de contato θc Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 175 / 293
  • 180. Tópico 4 Capilaridade Se as tensões nas interfaces sólido-gás, sólido-líquido e líquido-gás (essencialmente as energias necessárias para formar uma superfície de área unitária em cada interface) forem simbolizadas, respectivamente, por γsg, γsl e γlg, entāo as componentes verticais das forças estarão em equilíbrio se γsg = γsl + γlg cos θc (19) Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 176 / 293
  • 181. Tópico 4 Capilaridade Esta expressão se resolve em cos θc = γsg − γs1 γlg (20) Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 177 / 293
  • 182. Tópico 4 Capilaridade Se notarmos que o trabalho superficial de adesão do líquido ao sólido (por unidade de área de contato) é wad = γsg + γ1g − γs1 (21) Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 178 / 293
  • 183. Tópico 4 Capilaridade a eq. 20 pode ser escrita como cos θc = wad γ1g − 1 (22) Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 179 / 293
  • 184. Tópico 4 Capilaridade Vemos então que o líquido molha completamente a superficie do sólido, o que corresponde a 0 θc 90◦, quando 1 wad /γlg 2 (Fig. 18.25). Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 180 / 293
  • 185. Tópico 4 Capilaridade Se o líquido não molhar a superfície do sólido, o que corresponde a 90◦ θc 180◦, teremos 0 wad /γlg 1. No caso do mercúrio em contato com o vidro, θc = 140◦, o que corresponde a wad /γlg = 0, 23, mostrando um trabalho de adesāo relativamente pequeno entre o mercúrio e o vidro. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 181 / 293
  • 186. Tópico 4 Capilaridade O que pode ser explicado pelas intensas forças coesivas no seio do mercúrio. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 182 / 293
  • 187. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Conteúdo 1 Tópico 1 O que caracteriza uma superfície? Tensão Superficial 2 Tópico 2 Relação entre trabalho e energia livre 3 Tópico 3 Efeitos de Interface Aplicação do conhecimento: o caso da gota esférica 4 Tópico 4 Efeitos de interface entre líquidos e sólidos Capilaridade 5 Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea A extensão da adsorção Adsorção física e adsorção química Isotermas de adsorção (a) A isoterma de Langmuir Exemplo 1 Aplicação da isoterma de Langmuir Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 183 / 293
  • 188. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea A extensão do recobrimento de uma superfície é expressa, comumente, pelo grau (ou fração) de recobrimento, θ : θ = número de sítios de adsorcão ocupados número de sítios de adsorcāo disponiveis Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 184 / 293
  • 189. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea grau de recobrimento é também expresso em termos do volume de adsorvato adsorvido por θ = V/V∞, em que V∞ é o volume de adsorvato que corresponde ao recobrimento completo da amostra por uma camada monomolecular. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 185 / 293
  • 190. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea A velocidade de adsorção, dθ/dt, é a velocidade de variação da cobertura superficial c pode ser determinada pela observaçāo das mudanças do grau de recobrimento com o tempo. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 186 / 293
  • 191. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Entre as técnicas principais de medição de dθ/dt figuram os métodos de escoamento, nos quais a própria amostra atua como uma bomba, pois a adsorçăo remove as particulas do gás. Uma das técnicas comuns é a da medida das vazōes de afluência e de efluência do gás no sistema. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 187 / 293
  • 192. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea A diferença entre as duas é a retenção do gás pela amostra. A integração da taxa de retenção leva ao grau de recobrimento em qualquer instante. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 188 / 293
  • 193. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Na dessorção instantânea, a amostra é subitamente aquecida (por um pulso elétrico) e se acompanha a elevação de pressão, que é interpretada em termos da quantidade de adsorvato originalmente retido pela amostra. E possível que ocorram complicações pela dessorção de um composto (por exemplo, de WO3 se o oxigênio estiver adsorvido sobre tungstênio). Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 189 / 293
  • 194. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea A gravimetria, na qual a amostra é pesada numa microbalança durante a experiéncia, também pode ser usada. Um instrumento comumente usado em medidas gravimétricas é a microbalança de quartzo (sigla em inglés QCM), na qual a massa depositada sobre a superficie de um cristal de quartzo é proporcional a variaçóes nas propriedades mecinnicas do cristal. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 190 / 293
  • 195. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea O princípio básico de operaçao da QCM é a capacidade de um cristal de quartzo vibrar numa frequência característica quando um campo elétrico oscilante é aplicado. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 191 / 293
  • 196. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea A freqüência de vibração diminui quando um material é espalhado sobre a superficie do cristal, e a variaçāo na freqüéncia é proporcional à massa do material. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 192 / 293
  • 197. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Massas da ordem de nanogramas ( 1 ng = 10−9g ) podem ser confiavelmente medidas dessa maneira. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 193 / 293
  • 198. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea As moléculas e átomos podem se ligar de duas maneiras a uma superfície sólida. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 194 / 293
  • 199. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Na adsorção física (também chamada fisissorçāo) há uma interaçăo de van der Waals (interação de dispersāo, ou interação dipolo-dipolo, por exemplo) entre o adsorvato e 0 adsorvente. As interaçōes de van der Waals são de longo alcance, mas fracas, e a energia liberada quando uma partícula é adsorvida fisicamente é da mesma ordem de grandeza que a entalpia de condensação. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 195 / 293
  • 200. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Essa energia pode ser absorvida como vibraçōes da rede do adsorvente e dissipada como movimento térmico. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 196 / 293
  • 201. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Uma molécula que se desloque sobre a superficie perde gradualmente energia e termina por ser adsorvida; esse processo é denominado acomodação. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 197 / 293
  • 202. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea A entalpia da adsorçāo física pode ser medida acompanhando-se a elevação da temperatura de uma amostra cuja capacidade calorífica seja conhecida. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 198 / 293
  • 203. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Valores típicos estão na faixa de 20kJmol−1 (Figura 14). Figure: Entalipas máximas de adsorção física Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 199 / 293
  • 204. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Essa pequena variação de entalpia é insuficiente para romper as ligações químicas, e por isso uma molécula fisicamente adsorvida retém a sua identidade, embora possa ser deformada pela presença dos campos de força da superfície. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 200 / 293
  • 205. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Na adsorção química (também chamada quimissorção), as moléculas (ou átomos) unem-se à superfície do adsorvente por ligações químicas (usualmente covalentes) e tendem a se acomodar em sítios que propiciem o número de coordenação máximo com o substrato. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 201 / 293
  • 206. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea A entalpia da adsorção química é muito maior do que a da adsorção fisica, e os valores representativos estão na faixa de 200kJ · mol−1 (Figura 15). Figure: Entalpias de adsorção química ∆adsH◦ (kJ · mol−1 ) Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 202 / 293
  • 207. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea A distância entre a superficie do adsorvente e o átomo mais próximo do adsorvato é menor na adsorção química do que na adsorção física. Uma molécula quimicamente adsorvida pode ser decomposta em virtude de forças de valência dos átomos da superfície, e é a existência de fragmentos moleculares adsorvidos que responde, em parte, pelo efeito catalítico das superficies sólidas. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 203 / 293
  • 208. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Exceto em casos especiais, a adsorção química deve ser um processo exotérmico. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 204 / 293
  • 209. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Um processo espontàneo, a temperatura e pressāo constantes, tem ∆G 0. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 205 / 293
  • 210. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Uma vez que a liberdade de translação do adsorvato é redúzida na adsorção, a variação de entropia ∆S é negativa. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 206 / 293
  • 211. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Assim, para que ∆G = ∆H − T∆S seja negativa, é necessário que ∆H seja negativa (isto é, o processo espontâneo é exotérmico). Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 207 / 293
  • 212. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Podem ocorrer exceções, quando o adsorvato se dissocia e tem elevada mobilidade de translação na superficie. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 208 / 293
  • 213. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Por exemplo, a adsorção do H2 em vidro é endotérmica, pois as moléculas se dissociam em átomos que se movem com muita liberdade sobre a superficie e contribuem para grande aumento da entropia de translaçāo. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 209 / 293
  • 214. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Nesse caso, a variaçăo de entropia no processo H2(g) → 2H (vidro) é suficientemente positiva para superar a pequena variaçăo positiva de entalpia. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 210 / 293
  • 215. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea A entalpia da adsorção depende do grau de cobertura da superficie do adsorvente, principalmente pela interação das partículas adsorvidas. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 211 / 293
  • 216. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Se as partículas se repelem (como as do CO no paládio) a adsorção fica menos exotérmica (a entalpia de adsorção é menos negativa) à medida que o recobrimento aumenta. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 212 / 293
  • 217. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Além disso, a investigaçāo das superficies pelas técnicas de difração de elétrons de baixa energia (LEED) mostra que a ocupacāo da superficie é desordenada até que a ordem seja imposta pelas exigências do empacotamento das particulas. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 213 / 293
  • 218. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Se as partículas adsorvidas se atraem mutuamente (como as de O2 sobre tungstênio), tendem a se aglomerar em ilhas, e o crescimento ocorre nas bordas dessas ilhas. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 214 / 293
  • 219. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Os adsorvatos exibem transições ordem-desordem quando têm energia térmica suficiente para superar as interaçōes entre as partículas mas não suficiente para que sejam dessorvidas. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 215 / 293
  • 220. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea O gás livre e o gás adsorvido estão em equilíbrio dinâmico, e o grau de recobrimento da superfície depende da pressão do gás em equilíbrio. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 216 / 293
  • 221. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea A variação de θ com a pressão, a uma temperatura constante, é uma isoterma de adsorção. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 217 / 293
  • 222. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea A isoterma mais simples está baseada teoricamente em três hipóteses: Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 218 / 293
  • 223. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea 1 A adsorção não pode ir além do recobrimento com uma monocamada. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 219 / 293
  • 224. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea 2 Todos os sítios de adsorçāo são equivalentes uns aos outros e a superficie é uniforme (isto é, a superficie é perfeitamente plana em escala microscópica). Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 220 / 293
  • 225. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea 3 A capacidade de uma molécula ser adsorvida num certo sítio é independente da ocupação dos sítios vizinhos (ou scja, não há interações entre as moléculas adsorvidas). equilíbrio dinâmico é A(g) + M (superficie) ⇌ AM (superficie) com as constantes de velocidade k1 para a adsorção e kd para a dessorção. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 221 / 293
  • 226. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea A velocidade de modificação do grau de recobrimento provocado pela adsorção é proporcional à pressão parcial p de A e do número de sítios vacantes N(1 − θ), em que N é o número total de sítios: dθ dt = kapN(1 − θ) (23) Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 222 / 293
  • 227. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea A velocidade de variaçāo de θ, em virtude da dessorção, é proporcional ao número de sítios ocupados, NO: dθ dt = −kd Nθ (24) Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 223 / 293
  • 228. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea No equilíbrio não há alteração líquida do recobrimento (isto é, a soma das duas velocidades é nula), e resolvendo a equação para θ vem a isoterma de Langmuir: θ = Kp 1 + Kp K = ka kd (25) Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 224 / 293
  • 229. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Os dados da tabela seguinte são os da adsorção do CO sobre carvāo a 273K. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 225 / 293
  • 230. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Verificar se é válida a isoterma de Langmuir e calcular a constante K e o volume de gás correspondente ao recobrimento completo. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 226 / 293
  • 231. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Em cada caso, o volume V foi corrigido para a pressāo de 1,00 atm (101, 235kPa). p/kPa 13, 3 26, 7 40, 0 53, 3 66, 7 80, 0 93, 3 V/cm3 10, 2 18, 6 25, 5 31, 5 36, 9 41, 6 46, 1 Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 227 / 293
  • 232. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Método: Pela eq. 25 Kpθ + θ = Kp com θ = V/V∞, em que V∞ é o volume que corresponde ao recobrimento completo. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 228 / 293
  • 233. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Essa expressāo reorganiza-se em p V = p V∞ + 1 KV∞ Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 229 / 293
  • 234. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Entāo, o gráfico de p/V contra p deve ser linear, e o coeficiente angular da reta é 1/V∞; a ordenada à origem é 1/KV∞. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 230 / 293
  • 235. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Resposta: Os dados do gráfico são os seguintes: p/kPa 13, 3 26, 7 40, 0 53, 3 66, 7 80, 0 93, 3 (p/kPa)/ V/cm3 1, 30 1, 44 1, 57 1, 69 1, 81 1, 92 2, 02 Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 231 / 293
  • 236. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Os pontos estão no gráfico da Fig. 16. Figure: Grafico dos dados de adsorção do exemplo 1 Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 232 / 293
  • 237. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea O ajustamento pelos mínimos quadrados dá 0,00900 para o coeficiente angular e, entăo, V∞ = 111cm3. A ordenada à origem, p = 0, é 1,20 , e então K = 1 (111cm3)(1, 20kPa−1) = 7, 51 Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 233 / 293
  • 238. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Exercício proposto 25.1: Repetir o cálculo com os seguintes dados: RkPa 13, 3 20, 7 40, 0 53, 3 60, 7 80, 0 Vem 10, 3 10, 3 27, 3 3, 1 10, 0 45, 5 128cm3, 0, 69 × 10 − 1kPa− Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 234 / 293
  • 239. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Na adsorção com dissociação, a velocidade de adsorção é proporcional à pressão e a probabilidade de os dois atomos encontrarem sítios, que é proporcional ao quadrado do múmero de sítios vacantes, dθ dt k1p(N(1 − θ)}2 Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 235 / 293
  • 240. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea A velocidade de dessorção é proporcional à frequencia de encontros de átomos sobre a superficie e é também de segunda ordem no número de átomos presentes: dθ dr − kd (Nθ)2 Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 236 / 293
  • 241. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea A condição de inexistência de alteração líquida leva à isoterma θ = (Kp)1/2 1 + (Kp)1/2 Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 237 / 293
  • 242. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea O recobrimento da superficie depende mais fracamente da pressāo do que no caso da adsorção não-dissociativa. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 238 / 293
  • 243. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea As formas das isotermas de Langmuir com e sem dissociação aparecem nas Figs, 17 e 18. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 239 / 293
  • 244. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Figure: Isoterma de Langmuir de adsorção não-dissociativa para diferentes Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 240 / 293
  • 245. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea O grau de recobrimento aumenta com o aumento da pressăo e tende a 1 em pressões muito elevadas, quando o gás é forçado a ocupar todos os sítios disponíveis sobre a superfície. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 241 / 293
  • 246. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Em temperaturas diferentes, as curvas são diferentes (e, portanto, são diferentes os valores de K ). Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 242 / 293
  • 247. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea A dependência entre K e a temperatura pode ser utilizada para se determinar a entalpia de adsorção isostérica, ∆adsH◦, que é a entalpia de adsorção padrão a um grau de recobrimento constante. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 243 / 293
  • 248. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea É fácil ver que K é, em essência, uma constante de equilibrio, e assim a equaçao de van’t Hoff nos dá ∂ ln K ∂T v = ∆1d H◦ RT2 (26) Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 244 / 293
  • 249. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Exemplo 2: Medida da entalpia isostérica de adsorção Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 245 / 293
  • 250. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Os dados seguintes mostram as pressões de CO necessárias para que sejam adsorvid 10, 0cm3 do gás (corrigidos para 1,00 atm e 273K ) pela amostra mencionada no Exemplo 1. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 246 / 293
  • 251. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Calcular a entalpia de adsorção nesse recobrimento superficial. T/K 200 210 220 230 240 250 p/ KPa 4, 00 4, 95 6, 03 7, 20 8, 47 9, 85 Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 247 / 293
  • 252. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Método: Podemos escrever a isoterma de Langmuir na forma Kp = θ 1 − θ Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 248 / 293
  • 253. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Assim, se θ for constante ln K + ln p = constante Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 249 / 293
  • 254. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Vem entāo, da eq. 26, que ∂ ln p ∂T θ = − ∂ ln K ∂T θ = − ∆ad H◦ RT2 Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 250 / 293
  • 255. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Com d(1/T)dT = −1/T2, a expressāo anterior fica ∂ ln ρ ∂(1/T) θ = ∆ad H0 R Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 251 / 293
  • 256. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Portanto, o gráfico de ln p contra 1/T deve ser retilíneo com o coeficiente angular ∆ad H◦/R. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 252 / 293
  • 257. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Resposta Montamos a seguinte tabela: T/K 200 210 220 230 240 250 103/(T/K) 5, 00 4, 76 4, 55 4, 35 4, 17 4, 00 ln(p/kPa) 1, 39 1, 60 1, 80 1, 97 2, 14 2, 29 Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 253 / 293
  • 258. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Na Fig. 19 estão lançados os pontos respectivos. Figure: Grafico dos dados de adsorção do exemplo 2 Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 254 / 293
  • 259. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea O coeficiente angular da reta ajustada pelos minimos quadrados é de −0, 904, e, então, ∆ad H◦ = − 0, 904 × 103 K × R = −7, 52kJmol−1 Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 255 / 293
  • 260. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea O valor de K leva ao valor de ∆ad G◦, e com essa grandeza combinada com o valor de ∆ad H◦ pode-se estimar a entropia de adsorção. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 256 / 293
  • 261. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea A expressāo para (∂ ln p/∂T)0, neste exemplo, é independente do modelo da isoterma. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 257 / 293
  • 262. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Exercício proposto 25.2: Repetir o cálculo com os seguintes dados: Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 258 / 293
  • 263. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Se a camada adsorvida inicialmente puder operar como substrato para adsorçāo de outras camadas (por exemplo, adsorção física), é de se esperar que, em lugar de a isoterma exibir saturação a uma pressão elevada, a quantidade de adsorvente aumenta indefinidamente. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 259 / 293
  • 264. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea A isoterma mais comumente adotada para descrever a adsorção em multicamadas foi deduzida por Stephen Brunauer, Paul Emmett e Edward Teller, e é conhecida como a isoterma BET: V Vmon = cz (1 − z){1 − (1 − c)z} (27) com z = p p∗ . Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 260 / 293
  • 265. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Nessa expressão, p∗ é a pressão de vapor sobre a camada de adsorvato que tem espessura correspondente a várias moléculas e que, na realidade, se assemelha a uma película líquida, Vmon é o volume correspondente à cobertura do adsorvente pela monocamada do adsorvato, e é uma constante que é grande quando a entalpia de dessorçāo da monocamada é grande diante da entalpia de vaporização do adsorvato líquido: Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 261 / 293
  • 266. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea c = e(∆desH◦−ΛuapHθ )/RT (28) Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 262 / 293
  • 267. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea As formas das isotermas BET estāo ilustradas na Fig. 20. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 263 / 293
  • 268. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea As curvas elevam-se indefinidamente com o aumento de pressão, pois não há limite para a quantidade de material que pode ser condensado na adsorção em multicamadas. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 264 / 293
  • 269. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea A isoterma BET não é exata em todas as pressões, mas bastante adotada na indústria para a estimativa da área superficial de sólidos. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 265 / 293
  • 270. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Exemplo 3: Aplicação da isoterma BET Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 266 / 293
  • 271. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Os dados a seguir são os da adsorção do N2 sobre o rutilo (TioO2) a 75K. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 267 / 293
  • 272. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Confirmar que se ajustam à isoterma BET no intervalo de pressão das medidas e determinar os parâmetros Vmon e c. p/kPa 0, 160 1, 87 6, 11 11, 67 17, 02 21, 92 27, 29 V/mm3 601 720 822 935 1046 1146 1254 A 75K, tem-se p∗ = 76, 0kPa. Os volumes foram corrigidos para 1,00 atm e 273K e referem-se a 1, 00g de adsorvente. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 268 / 293
  • 273. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Método: A eq. 27 pode ser escrita na forma z (1 − z)V = 1 cVmon + (c − 1)z cVmon Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 269 / 293
  • 274. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Vem entāo que (c − 1)/cVmon pode ser estimado pelo coeficiente angular da reta, que se obtém lançando o primeiro membro da expressão contra z. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 270 / 293
  • 275. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea O produto cVmon é dado pela ordenada a origem da reta mencionada. Os dois resultados combinam-se para darce Vmon. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 271 / 293
  • 276. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Resposta Construímos a seguinte tabela: Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 272 / 293
  • 277. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Os pontos dessa tabela estão no gráfico da Fig. 21. Figure: A isoterma BET é verificada no gráfico z/(1 − z)V versus z = p/p∗ Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 273 / 293
  • 278. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea O ajustamento pelos mínimos quadrados leva à ordenada à origem 0,0389, e então 1 cVmon = 3, 98 × 10−6 mm−3 Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 274 / 293
  • 279. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea coeficiente angular da reta é 1, 23 × 10−2, portanto, c − 1 cVmon = 1, 23 × 10−2 × 103 × 10−4 mm−3 = 1, 23 × 10−3 mm−3 Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 275 / 293
  • 280. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea As soluçoes dessas equações são c = 310 e Vmon = 811mm3.A1, 00 atm e 273K, 0 volume de 811mm3 corresponde a 3, 6 × 10−5mol ou 2, 2 × 1019 átomos. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 276 / 293
  • 281. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Como cada átomo ocupa uma área da ordem de 0, 16nm2, a área superficial da amostra é aproximadamente igual a 3, 5m2. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 277 / 293
  • 282. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Exercício proposto 25.3 Repetir o cálculo anterior com os seguintes dados: p/kPa 0, 160 1, 87 6, 11 11, 67 17, 02 21, 92 27, 29 V/cm3 235 559 649 719 790 860 950 370, 615cm3 ] Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 278 / 293
  • 283. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Quando c ≫ 1, a isoterma BET assume a forma mais simples V Vmon = 1 1 − z Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 279 / 293
  • 284. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Essa expressão vale para gases inertes sobre superficies polares, para os quais se tem c ≈ 102, pois ∆desH◦ é bastante maior do que ∆vapH◦ (eq. 28). Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 280 / 293
  • 285. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea A isoterma BET ajusta-se bem aos dados experimentais sobre intervalos restritos de pressão, mas erra subestimando a adsorçāo em pressões baixas e superestimando a adsorção em pressões elevadas. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 281 / 293
  • 286. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea (c) Outras isotermas Uma hipótese da isoterma de Langmuir é a da independência e equivalência dos sítios de adsorção. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 282 / 293
  • 287. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Os afastamentos que se observam em relação à isoterma podem ser atribuídos, muitas vezes, à inexatidão dessa hipótese. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 283 / 293
  • 288. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Por exemplo, a entalpia de adsorção quase sempre fica cada vez menos negativa à medida que θ aumenta, o que sugere que os sítios energeticamente mais favoráveis à adsorção são ocupados em primeiro lugar. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 284 / 293
  • 289. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Muitas tentativas se fizeram para levar em conta essas variaçôes. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 285 / 293
  • 290. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea A isoterma de Temkin (eq. 29, θ = c1 ln (c2p) (29) Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 286 / 293
  • 291. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea em que c1 e c2 são constantes, corresponde à hipótese de uma variação linear da entalpia de adsorção com a pressão. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 287 / 293
  • 292. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea A isoterma de Freundlich(eq. 30, θ = c1p1/c2 (30) Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 288 / 293
  • 293. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea corresponde a uma variação logarítmica. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 289 / 293
  • 294. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Essa isoterma procura levar em conta a influência das interações substrato-substrato existentes na superficie (ver Problema 25.24). Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 290 / 293
  • 295. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Outras isotermas coincidem mais ou menos bem com os dados experimentais sobre intervalos limitados de pressão e são, em grande parte, empíricas. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 291 / 293
  • 296. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Isso não significa que sejam inúteis, pois, se os parâmetros de uma isoterma razoavelmente confiável forem conhecidos, é possivel estimar com boa aproximação o recobrimento de uma superfície em diversas circunstâncias. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 292 / 293
  • 297. Tópico 5 Adsorção e Catálise Heterogênea Esse tipo de estimativa é essencial na discussão da catálise heterogênea. Prof Dr Márcio Marques Martins (Universidade Federal do Pampa) FQIII/TCG Short Occasion 293 / 293