SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 4
Baixar para ler offline
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS
Curso de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências
Componente Curricular: História das Ciências – 2015/2
Prof. Márcio Marques Martins
Mestranda: Ellen Rodrigues Corrêa
Resumo do Capítulo 29 – Tabulação dos elementos
Hoje sabemos que toda vez que misturamos ingredientes estamos realizando reações
químicas.
A química tornou-se moderna no século XIX, nessa época todos já concordavam que o
átomo era a menor unidade de matéria, já utilizavam o elemento químico unido a outro ou
mais para formação dos compostos e já sabiam da possibilidade de decompor os compostos
em elementos. Porém nessa época ainda não se sabia exatamente o que eram os átomos. E
assim os cientistas da época decidiram por descobrir sobre como os átomos agiam quando em
colocados em contato com outros átomos ou compostos. E perceberam que alguns elementos
não reagiam, já outros quando misturados podiam causar até explosões e muitas vezes uma
reação era obtida com o auxilio de algum agente externo. Dessa forma, os químicos estavam
cientes das mais variadas reações químicas e curiosos sobre o que as causava.
Os principais experimentos da época se concentravam em reações de síntese e análise.
A partir dessas reações eles tinham noções simples sobre o que consistiam vários compostos
deixando claras particularmente duas ideias:
A primeira de que como diz o velho ditado os opostos se atraem, então os elementos
pareciam ter tendências positivas ou negativas. Por exemplo, a formação do cloreto de sódio,
o nosso sal de cozinha, que é realizada pelo sódio um elemento naturalmente positivo,
combinando-se de forma fácil com o cloro, negativo.
Centenas de experimentos realizando síntese e analise de compostos assim como feitos
com o cloreto de sódio foram realizados e convenceram os cientistas que os elementos
realmente tinham características positivas e negativas, que eram uma função essencial para
determinar o que ocorria quando os elementos reagiam entre si.
A outra ideia era de que alguns elementos podiam unir-se durante os experimentos e
agir de uma forma única. Essas unidades foram chamadas de radicais e também são positivas
e negativas. Além de que adquiriram uma importância especial na química orgânica; a qual
ainda era inicial e os químicos começavam a entender sobre uma serie de compostos todos
envolvendo o elemento carbono (como alcoóis, éteres ou benzenos). Vários químicos queriam
entender o comportamento desses compostos e como eles reagiam sobretudo porque esses
compostos estavam sendo muito importantes para a industria. Sendo crescente na época a
demanda por fertilizantes, tintas, medicamentos, corantes em especial na década de 1850,
derivados do petróleo. A química, assim, constituiu-se uma carreira e não um
“passatempo” para ricos ou curiosos.
A medida que os elementos eram descobertos os químicos encontravam certos
padrões. Parecia que átomos individuais como cloro, sódio ou hidrogênio queriam combinar-
se apenas com outros átomos de maneira isolada. Por exemplo, a formação do ácido clorídrico
(apenas um átomo de hidrogênio e um átomo de cloro se combinando). Já oxigênio, bário, e
magnésio pareciam ter capacidade dupla de se combinar com outros átomos ou radicais e,
assim é preciso de dois átomos de hidrogênio para um átomo de Oxigênio para formar a água.
Haviam elementos ainda mais flexíveis e, sempre havia exceções que dificultavam o
estabelecimento de regras. Ainda havia a questão das reações químicas, pois o comportamento
dos elementos era diferente, o fósforo perigoso demais, por ser muito ativo, já o silício
indolente e bem menos perigoso.
Além disso, os elementos se diferenciavam quanto as propriedades físicas, em
temperaturas normais oxigênio, nitrogênio e cloro eram gases; mercúrio e sódio eram
líquido. A maior parte era sólida como cobre, chumbo, ouro, níquel. Percebiam que podiam
jogar os sólidos numa fornalha e torná-los líquidos e às vezes podiam até vaporizá-los.
Também era fácil, mesmo que perigoso vaporizar mercúrio e sódio líquidos.
No século XIX os químicos não conseguiam temperaturas baixas o suficiente para
liquefazer gases como oxigênio e nitrogênio, muito menos sólidos, mas já reconheciam que
o problema era técnico. E em principio podiam assumir que cada elemento podia existir nos
três estados físicos: sólido, líquido e gasoso.
Por volta de 1850, a química já estava atingindo certa maturidade e havia um grande
debate acerca do peso dos átomos, sobre como ocorria à ligação, as moléculas e, as diferenças
entre compostos orgânicos e inorgânicos. Na década de 1850 iniciaram os encontros
internacionais, o que para a época era incomum, auxiliados pelos trens e navios a vapor,
assim havia como perceber que a ciência era objetiva e internacional, acima da religião e
política, que muitas vezes dividiam opiniões e nações causando as guerras.
Em 1860 um encontro internacional de química na Alemanha, durou três dias,
mas reuniu os principais jovens químicos da Europa, inclusive três que seriam muito
importantes para o restante do século: August Kekulé, Stanislao Cannizzaro e Dmitry
Ivanovich Mendeleev.
Kekulé queria que químicos de diferentes países chegassem a um acordo de palavras
para definirem as substâncias e sobre a natureza dos átomos e moléculas. Cannizzaro e
Mendeleev também manifestavam esses desejos, mas embora ambos tenham discutido o
assunto nos três dias, não se conseguiu um consenso, mas plantaram a ideia inicial.
Neste mesmo encontro, foram entregues cópias de um artigo publicado por
Cannizzaro, em 1858, que abordava acerca da historia da química e intimava que o trabalho
de Avogadro acerca da distinção entre átomo e molécula fosse levado a sério. Cannizzaro
também discutiu que seria fundamental determinar os pesos atômicos relativos dos elementos
e mostrou como fazer isso.
Mendeleev escreveu um livro embasado por seus próprios experimentos e no que
ensinava a seus alunos. Cannizzaro queria muito ordenar os elementos já identificados e já
havia padrões descobertos, como o que era a chamada de família dos halogênios, cloro, bromo
e iodo, que reagia de forma semelhante e, que também podiam ser trocados entre si em uma
reação química. Alguns metais como cobre e prata também compartilhavam semelhanças.
Dessa forma, Mendeleev passou a listar elementos de acordo com o peso atômico relativo
(ainda utilizado 1 para o hidrogênio) , criou uma tabela com linhas e colunas, a qual podia ser
lida na horizontal e vertical, suas ideias foram apresentadas em 1869. Nessa tabela podia se
observar as propriedades semelhantes entre os elementos químicos. A medida que sua tabela
periódica, como passou a chamá-la, percebeu que parecia haver elementos aleatórios ausentes
aqui e ali, substâncias que, conforme implicado por sua tabela, deveriam estar lá mas que não
haviam sido descobertas ainda, inclusive havia uma coluna inteira ausente na tabela prevista
por pesos atômicos relativos. Anos depois essa coluna foi preenchida pelos gases nobres,
cujos principais foram descobertos somente em 1890 e Mendeleev a principio não aceitou
essas recém descobertas. Mas, logo percebeu, que Helio, neônio e argônio, com os pesos
atômicos que se demonstrou possuírem foram previstos pela tabela.
No período entre 1870 e 1880, outros diferentes elementos que haviam sido previstos
na tabela de Mendeleev foram descobertos, as lacunas começaram a ser preenchidas e assim a
tabela periódica começou a ser reconhecida. Essa tabela orientava acerca de como é cada
elemento e como reage com outras substâncias.
Durante boa parte do século XIX, os químicos se preocupavam com a composição
química, mas Kekulé já tinha como meta compreender a estrutura química. A biologia
molecular e a química moderna dependiam de saber a disposição dos átomos na substância
(como se encaixam, quais as formas) e seria impossível buscar novas drogas sem essa
compreensão e, kekulé foi o pioneiro nesse aspecto. A partir de um sonho inspirou a estrutura
do benzeno. Kekulé também percebeu que radicais ou elementos podiam ser adicionados ao
longo do anel benzênico, constituindo um grande avanço para a química orgânica. Ele
decifou-a e ensinou o mundo da química a respeito dos compostos de carbono e a classificá-
los em suas famílias naturais, percebeu a flexibilidade do átomo de carbono em se combinar
com outras substancias químicas. E percebeu que as preferências atômicas não eram uma
verdade absoluta, pois havia o carbono combinado com o hidrogênio formando o metano, o
carbono combinado com o oxigênio para formar o CO2, mas que também podia formar o CO.
Os químicos inventaram a palavra Valência, deduzindo-a a partir das posições de cada
elemento na tabela periódica de Mendeleev, mas especulava-se o porquê disso, entendimento
este que veio só futuramente com a descoberta da estrutura interna dos átomos e do elétron
pelos físicos.
Referência:
BYNUM, William. Uma breve história da ciência. Editora LPM: Porto Alegre, 2015. p.200-
207.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Mais procurados (19)

Capítulo 12 - teorias do século XVIII - flogisto e afinidade
Capítulo 12 - teorias do século XVIII - flogisto e afinidadeCapítulo 12 - teorias do século XVIII - flogisto e afinidade
Capítulo 12 - teorias do século XVIII - flogisto e afinidade
 
Manual de quínica 2ª parte
Manual de quínica 2ª parteManual de quínica 2ª parte
Manual de quínica 2ª parte
 
Diamantino
DiamantinoDiamantino
Diamantino
 
"Somos Físicos" Tabela Periódica
"Somos Físicos" Tabela Periódica"Somos Físicos" Tabela Periódica
"Somos Físicos" Tabela Periódica
 
Tabela periodica
Tabela periodicaTabela periodica
Tabela periodica
 
Trabalho tabela periodica
Trabalho   tabela periodicaTrabalho   tabela periodica
Trabalho tabela periodica
 
Evolução histórica da Tabela Periódica
Evolução histórica da Tabela PeriódicaEvolução histórica da Tabela Periódica
Evolução histórica da Tabela Periódica
 
Quimica vol2
Quimica vol2Quimica vol2
Quimica vol2
 
Tabela periodica
Tabela periodicaTabela periodica
Tabela periodica
 
Aula 1 a história da química orgânica
Aula 1   a história da química orgânicaAula 1   a história da química orgânica
Aula 1 a história da química orgânica
 
Química
QuímicaQuímica
Química
 
Tabela periódica dos elementos
Tabela periódica dos elementosTabela periódica dos elementos
Tabela periódica dos elementos
 
Teoria atômica de dalton
Teoria atômica de daltonTeoria atômica de dalton
Teoria atômica de dalton
 
Importância da tabela periódica
Importância da tabela periódicaImportância da tabela periódica
Importância da tabela periódica
 
A construção de uma história periódica
A construção de uma história periódicaA construção de uma história periódica
A construção de uma história periódica
 
Manual de química 3ª parte
Manual de química 3ª parteManual de química 3ª parte
Manual de química 3ª parte
 
A evolução da tabela periódica
A evolução da tabela periódicaA evolução da tabela periódica
A evolução da tabela periódica
 
Evolução da tabela periódica
Evolução da tabela periódicaEvolução da tabela periódica
Evolução da tabela periódica
 
Classificação periódica
Classificação periódicaClassificação periódica
Classificação periódica
 

Semelhante a Capítulo 29 tabulação dos elementos

Capitulo 02tabela periódica
Capitulo 02tabela periódicaCapitulo 02tabela periódica
Capitulo 02tabela periódicaMira Raya
 
Capítulo XVIII - O desenvolvimento da química orgânica: as teorias radicalar...
Capítulo XVIII - O desenvolvimento da  química orgânica: as teorias radicalar...Capítulo XVIII - O desenvolvimento da  química orgânica: as teorias radicalar...
Capítulo XVIII - O desenvolvimento da química orgânica: as teorias radicalar...Márcio Martins
 
Capítulo XX - A sistematização da química inorgânica
Capítulo XX - A sistematização da química inorgânicaCapítulo XX - A sistematização da química inorgânica
Capítulo XX - A sistematização da química inorgânicaMárcio Martins
 
Evolução Histórica da Tabela Periódica
Evolução Histórica da Tabela PeriódicaEvolução Histórica da Tabela Periódica
Evolução Histórica da Tabela PeriódicaFrancisco Palaio
 
Capítulo 21 pedacinhos de matéria
Capítulo 21   pedacinhos de matériaCapítulo 21   pedacinhos de matéria
Capítulo 21 pedacinhos de matériaellen1990
 
História da Química Orgânica
História da Química OrgânicaHistória da Química Orgânica
História da Química OrgânicaAlcione Torres
 
Capítulo XXI - Físico-Química no Século XIX
Capítulo XXI - Físico-Química no Século XIXCapítulo XXI - Físico-Química no Século XIX
Capítulo XXI - Físico-Química no Século XIXMárcio Martins
 
A ciência e os avanços em química (artigo corrigido)
A ciência e os avanços em química (artigo corrigido)A ciência e os avanços em química (artigo corrigido)
A ciência e os avanços em química (artigo corrigido)Fernando Alcoforado
 
A ciência e os avanços em química
A ciência e os avanços em químicaA ciência e os avanços em química
A ciência e os avanços em químicaFernando Alcoforado
 
Capítulo XVI - Leis de combinação atômica
Capítulo XVI - Leis de combinação atômicaCapítulo XVI - Leis de combinação atômica
Capítulo XVI - Leis de combinação atômicaMárcio Martins
 
Capítulo XIX - Química orgânica- da teoria dos tipos à teoria estrutural
Capítulo XIX - Química orgânica- da teoria dos tipos à teoria estrutural Capítulo XIX - Química orgânica- da teoria dos tipos à teoria estrutural
Capítulo XIX - Química orgânica- da teoria dos tipos à teoria estrutural Márcio Martins
 
Biomoleculas e iniciação a lipidios
Biomoleculas e iniciação a lipidiosBiomoleculas e iniciação a lipidios
Biomoleculas e iniciação a lipidiosKaires Braga
 

Semelhante a Capítulo 29 tabulação dos elementos (20)

Capitulo 02tabela periódica
Capitulo 02tabela periódicaCapitulo 02tabela periódica
Capitulo 02tabela periódica
 
Capítulo XVIII - O desenvolvimento da química orgânica: as teorias radicalar...
Capítulo XVIII - O desenvolvimento da  química orgânica: as teorias radicalar...Capítulo XVIII - O desenvolvimento da  química orgânica: as teorias radicalar...
Capítulo XVIII - O desenvolvimento da química orgânica: as teorias radicalar...
 
Capítulo XX - A sistematização da química inorgânica
Capítulo XX - A sistematização da química inorgânicaCapítulo XX - A sistematização da química inorgânica
Capítulo XX - A sistematização da química inorgânica
 
Evolução Histórica da Tabela Periódica
Evolução Histórica da Tabela PeriódicaEvolução Histórica da Tabela Periódica
Evolução Histórica da Tabela Periódica
 
Capítulo 21 pedacinhos de matéria
Capítulo 21   pedacinhos de matériaCapítulo 21   pedacinhos de matéria
Capítulo 21 pedacinhos de matéria
 
Tabela periódica dos elementos químicos
Tabela periódica dos elementos químicosTabela periódica dos elementos químicos
Tabela periódica dos elementos químicos
 
História da Química Orgânica
História da Química OrgânicaHistória da Química Orgânica
História da Química Orgânica
 
Capítulo XXI - Físico-Química no Século XIX
Capítulo XXI - Físico-Química no Século XIXCapítulo XXI - Físico-Química no Século XIX
Capítulo XXI - Físico-Química no Século XIX
 
O passado secreto da química!
O passado secreto da química!O passado secreto da química!
O passado secreto da química!
 
Manual de quínica 2ª parte
Manual de quínica 2ª parteManual de quínica 2ª parte
Manual de quínica 2ª parte
 
A ciência e os avanços em química (artigo corrigido)
A ciência e os avanços em química (artigo corrigido)A ciência e os avanços em química (artigo corrigido)
A ciência e os avanços em química (artigo corrigido)
 
A ciência e os avanços em química
A ciência e os avanços em químicaA ciência e os avanços em química
A ciência e os avanços em química
 
Capítulo XVI - Leis de combinação atômica
Capítulo XVI - Leis de combinação atômicaCapítulo XVI - Leis de combinação atômica
Capítulo XVI - Leis de combinação atômica
 
1° ano aula 01 - história e tabela periodica moderna
1° ano   aula 01 - história e tabela periodica moderna1° ano   aula 01 - história e tabela periodica moderna
1° ano aula 01 - história e tabela periodica moderna
 
Capítulo XIX - Química orgânica- da teoria dos tipos à teoria estrutural
Capítulo XIX - Química orgânica- da teoria dos tipos à teoria estrutural Capítulo XIX - Química orgânica- da teoria dos tipos à teoria estrutural
Capítulo XIX - Química orgânica- da teoria dos tipos à teoria estrutural
 
Tabela periodica
Tabela periodicaTabela periodica
Tabela periodica
 
História da química
História da químicaHistória da química
História da química
 
História da química
História da químicaHistória da química
História da química
 
Tabela periodica
Tabela periodicaTabela periodica
Tabela periodica
 
Biomoleculas e iniciação a lipidios
Biomoleculas e iniciação a lipidiosBiomoleculas e iniciação a lipidios
Biomoleculas e iniciação a lipidios
 

Último

GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.docGUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.docPauloHenriqueGarciaM
 
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)Centro Jacques Delors
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...PatriciaCaetano18
 
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfMESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
apostila filosofia 1 ano 1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...
apostila filosofia 1 ano  1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...apostila filosofia 1 ano  1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...
apostila filosofia 1 ano 1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...SileideDaSilvaNascim
 
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º anoCamadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º anoRachel Facundo
 
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptxMarlene Cunhada
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*Viviane Moreiras
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfTutor de matemática Ícaro
 
AULÃO de Língua Portuguesa para o Saepe 2022
AULÃO de Língua Portuguesa para o Saepe 2022AULÃO de Língua Portuguesa para o Saepe 2022
AULÃO de Língua Portuguesa para o Saepe 2022LeandroSilva126216
 
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmicoPesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmicolourivalcaburite
 
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...azulassessoria9
 
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.denisecompasso2
 
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptxM0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptxJustinoTeixeira1
 
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 2)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 2)Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 2)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 2)Centro Jacques Delors
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdfmarlene54545
 
Quiz | Dia da Europa 2024 (comemoração)
Quiz | Dia da Europa 2024  (comemoração)Quiz | Dia da Europa 2024  (comemoração)
Quiz | Dia da Europa 2024 (comemoração)Centro Jacques Delors
 
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...marcelafinkler
 
Apresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
Apresentação | Símbolos e Valores da União EuropeiaApresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
Apresentação | Símbolos e Valores da União EuropeiaCentro Jacques Delors
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptssuser2b53fe
 

Último (20)

GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.docGUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
 
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
 
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfMESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
apostila filosofia 1 ano 1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...
apostila filosofia 1 ano  1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...apostila filosofia 1 ano  1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...
apostila filosofia 1 ano 1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...
 
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º anoCamadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
 
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
AULÃO de Língua Portuguesa para o Saepe 2022
AULÃO de Língua Portuguesa para o Saepe 2022AULÃO de Língua Portuguesa para o Saepe 2022
AULÃO de Língua Portuguesa para o Saepe 2022
 
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmicoPesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
 
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
 
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
 
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptxM0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
 
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 2)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 2)Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 2)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 2)
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
 
Quiz | Dia da Europa 2024 (comemoração)
Quiz | Dia da Europa 2024  (comemoração)Quiz | Dia da Europa 2024  (comemoração)
Quiz | Dia da Europa 2024 (comemoração)
 
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
 
Apresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
Apresentação | Símbolos e Valores da União EuropeiaApresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
Apresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 

Capítulo 29 tabulação dos elementos

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS Curso de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências Componente Curricular: História das Ciências – 2015/2 Prof. Márcio Marques Martins Mestranda: Ellen Rodrigues Corrêa Resumo do Capítulo 29 – Tabulação dos elementos Hoje sabemos que toda vez que misturamos ingredientes estamos realizando reações químicas. A química tornou-se moderna no século XIX, nessa época todos já concordavam que o átomo era a menor unidade de matéria, já utilizavam o elemento químico unido a outro ou mais para formação dos compostos e já sabiam da possibilidade de decompor os compostos em elementos. Porém nessa época ainda não se sabia exatamente o que eram os átomos. E assim os cientistas da época decidiram por descobrir sobre como os átomos agiam quando em colocados em contato com outros átomos ou compostos. E perceberam que alguns elementos não reagiam, já outros quando misturados podiam causar até explosões e muitas vezes uma reação era obtida com o auxilio de algum agente externo. Dessa forma, os químicos estavam cientes das mais variadas reações químicas e curiosos sobre o que as causava. Os principais experimentos da época se concentravam em reações de síntese e análise. A partir dessas reações eles tinham noções simples sobre o que consistiam vários compostos deixando claras particularmente duas ideias: A primeira de que como diz o velho ditado os opostos se atraem, então os elementos pareciam ter tendências positivas ou negativas. Por exemplo, a formação do cloreto de sódio, o nosso sal de cozinha, que é realizada pelo sódio um elemento naturalmente positivo, combinando-se de forma fácil com o cloro, negativo. Centenas de experimentos realizando síntese e analise de compostos assim como feitos com o cloreto de sódio foram realizados e convenceram os cientistas que os elementos realmente tinham características positivas e negativas, que eram uma função essencial para determinar o que ocorria quando os elementos reagiam entre si. A outra ideia era de que alguns elementos podiam unir-se durante os experimentos e agir de uma forma única. Essas unidades foram chamadas de radicais e também são positivas e negativas. Além de que adquiriram uma importância especial na química orgânica; a qual ainda era inicial e os químicos começavam a entender sobre uma serie de compostos todos
  • 2. envolvendo o elemento carbono (como alcoóis, éteres ou benzenos). Vários químicos queriam entender o comportamento desses compostos e como eles reagiam sobretudo porque esses compostos estavam sendo muito importantes para a industria. Sendo crescente na época a demanda por fertilizantes, tintas, medicamentos, corantes em especial na década de 1850, derivados do petróleo. A química, assim, constituiu-se uma carreira e não um “passatempo” para ricos ou curiosos. A medida que os elementos eram descobertos os químicos encontravam certos padrões. Parecia que átomos individuais como cloro, sódio ou hidrogênio queriam combinar- se apenas com outros átomos de maneira isolada. Por exemplo, a formação do ácido clorídrico (apenas um átomo de hidrogênio e um átomo de cloro se combinando). Já oxigênio, bário, e magnésio pareciam ter capacidade dupla de se combinar com outros átomos ou radicais e, assim é preciso de dois átomos de hidrogênio para um átomo de Oxigênio para formar a água. Haviam elementos ainda mais flexíveis e, sempre havia exceções que dificultavam o estabelecimento de regras. Ainda havia a questão das reações químicas, pois o comportamento dos elementos era diferente, o fósforo perigoso demais, por ser muito ativo, já o silício indolente e bem menos perigoso. Além disso, os elementos se diferenciavam quanto as propriedades físicas, em temperaturas normais oxigênio, nitrogênio e cloro eram gases; mercúrio e sódio eram líquido. A maior parte era sólida como cobre, chumbo, ouro, níquel. Percebiam que podiam jogar os sólidos numa fornalha e torná-los líquidos e às vezes podiam até vaporizá-los. Também era fácil, mesmo que perigoso vaporizar mercúrio e sódio líquidos. No século XIX os químicos não conseguiam temperaturas baixas o suficiente para liquefazer gases como oxigênio e nitrogênio, muito menos sólidos, mas já reconheciam que o problema era técnico. E em principio podiam assumir que cada elemento podia existir nos três estados físicos: sólido, líquido e gasoso. Por volta de 1850, a química já estava atingindo certa maturidade e havia um grande debate acerca do peso dos átomos, sobre como ocorria à ligação, as moléculas e, as diferenças entre compostos orgânicos e inorgânicos. Na década de 1850 iniciaram os encontros internacionais, o que para a época era incomum, auxiliados pelos trens e navios a vapor, assim havia como perceber que a ciência era objetiva e internacional, acima da religião e política, que muitas vezes dividiam opiniões e nações causando as guerras. Em 1860 um encontro internacional de química na Alemanha, durou três dias, mas reuniu os principais jovens químicos da Europa, inclusive três que seriam muito
  • 3. importantes para o restante do século: August Kekulé, Stanislao Cannizzaro e Dmitry Ivanovich Mendeleev. Kekulé queria que químicos de diferentes países chegassem a um acordo de palavras para definirem as substâncias e sobre a natureza dos átomos e moléculas. Cannizzaro e Mendeleev também manifestavam esses desejos, mas embora ambos tenham discutido o assunto nos três dias, não se conseguiu um consenso, mas plantaram a ideia inicial. Neste mesmo encontro, foram entregues cópias de um artigo publicado por Cannizzaro, em 1858, que abordava acerca da historia da química e intimava que o trabalho de Avogadro acerca da distinção entre átomo e molécula fosse levado a sério. Cannizzaro também discutiu que seria fundamental determinar os pesos atômicos relativos dos elementos e mostrou como fazer isso. Mendeleev escreveu um livro embasado por seus próprios experimentos e no que ensinava a seus alunos. Cannizzaro queria muito ordenar os elementos já identificados e já havia padrões descobertos, como o que era a chamada de família dos halogênios, cloro, bromo e iodo, que reagia de forma semelhante e, que também podiam ser trocados entre si em uma reação química. Alguns metais como cobre e prata também compartilhavam semelhanças. Dessa forma, Mendeleev passou a listar elementos de acordo com o peso atômico relativo (ainda utilizado 1 para o hidrogênio) , criou uma tabela com linhas e colunas, a qual podia ser lida na horizontal e vertical, suas ideias foram apresentadas em 1869. Nessa tabela podia se observar as propriedades semelhantes entre os elementos químicos. A medida que sua tabela periódica, como passou a chamá-la, percebeu que parecia haver elementos aleatórios ausentes aqui e ali, substâncias que, conforme implicado por sua tabela, deveriam estar lá mas que não haviam sido descobertas ainda, inclusive havia uma coluna inteira ausente na tabela prevista por pesos atômicos relativos. Anos depois essa coluna foi preenchida pelos gases nobres, cujos principais foram descobertos somente em 1890 e Mendeleev a principio não aceitou essas recém descobertas. Mas, logo percebeu, que Helio, neônio e argônio, com os pesos atômicos que se demonstrou possuírem foram previstos pela tabela. No período entre 1870 e 1880, outros diferentes elementos que haviam sido previstos na tabela de Mendeleev foram descobertos, as lacunas começaram a ser preenchidas e assim a tabela periódica começou a ser reconhecida. Essa tabela orientava acerca de como é cada elemento e como reage com outras substâncias. Durante boa parte do século XIX, os químicos se preocupavam com a composição química, mas Kekulé já tinha como meta compreender a estrutura química. A biologia molecular e a química moderna dependiam de saber a disposição dos átomos na substância
  • 4. (como se encaixam, quais as formas) e seria impossível buscar novas drogas sem essa compreensão e, kekulé foi o pioneiro nesse aspecto. A partir de um sonho inspirou a estrutura do benzeno. Kekulé também percebeu que radicais ou elementos podiam ser adicionados ao longo do anel benzênico, constituindo um grande avanço para a química orgânica. Ele decifou-a e ensinou o mundo da química a respeito dos compostos de carbono e a classificá- los em suas famílias naturais, percebeu a flexibilidade do átomo de carbono em se combinar com outras substancias químicas. E percebeu que as preferências atômicas não eram uma verdade absoluta, pois havia o carbono combinado com o hidrogênio formando o metano, o carbono combinado com o oxigênio para formar o CO2, mas que também podia formar o CO. Os químicos inventaram a palavra Valência, deduzindo-a a partir das posições de cada elemento na tabela periódica de Mendeleev, mas especulava-se o porquê disso, entendimento este que veio só futuramente com a descoberta da estrutura interna dos átomos e do elétron pelos físicos. Referência: BYNUM, William. Uma breve história da ciência. Editora LPM: Porto Alegre, 2015. p.200- 207.