Jane Engel Correa, professora da rede municial de Novo Hamburgo e participante do projeto, apresentou este trabalho na IV SIMELP. O tema que gerou o debate foi "A violência no Bairro".
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
Debate Regrado: Possibilidade de trabalho com um gênero do domínio do argumentar em uma turma do 3º ano do Ensino Fundamental
1. Projeto Didático de Gênero PDG
DEBATE REGRADO- POSSIBILIDADE DE
TRABALHO COM UM GÊNERO DO DOMÍNIO
DO ARGUMENTAR EM UMA TURMA DO 3º ANO
DO ENSINO FUNDAMENTAL
Jane Engel Correa
2. Onde tudo começou...
Foi a partir da minha participação no Projeto
“Por uma formação continuada cooperativa: o
processo de construção de objetos de ensinos
relacionados à leitura e produção textual”, que
é desenvolvido junto a Universidade do Vale do
Rio do Sinos, no Programa de Pós Graduação
em Linguística Aplicada, com apoio do
Observatório de Educação da CAPES, que
surgiu a proposta que será apresentada.
3. O projeto tem base no trabalho
desenvolvido por Dolz e Schneuwly (2004),
desenvolve a noção de projetos didáticos
de gênero- PDG(Guimarães e Kersch,
2012) que aliam o ensino de gêneros do
discurso(Bakhtin,2003) a práticas sociais.
5. DEFININDO PDG(Projeto Didático de Gênero)
“Projeto Pedagógico que propõe atividades de
leitura que levarão à produção textual. O PDG
funciona como um guarda-chuva para, a partir
de uma escolha temática ou uma demanda da
turma, trabalhar-se um ou mais gêneros em um
dado espaço de tempo, sempre com a
preocupação de relacioná-lo a uma prática
social”(GUIMARÃES e KERSCH, 2012,p.23).
6. COMO E POR QUE TRABALHAR UM
GÊNERO DO DOMÍNIO DO
ARGUMENTAR EM UMA TURMA DO
3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
?
7. A escola é, e deve continuar sendo
um espaço democrático que visa a
formação de sujeitos reflexivos e
críticos para atuarem em sociedade.
8. De acordo com os professores Dolz e
Schneuwly(2004) que trouxeram o ensino
de gêneros a partir de uma proposta por
agrupamento, dizem que:
“(...) cada agrupamento seja trabalhado
em todos os níveis de
escolaridade...”(p.62)
12. Ensinar a oralidade na escola, não é
ensinar a fala cotidiana, porque esta
já pertence ao indivíduo.
13. “(...)há uma queixa entre os educadores
de que os alunos não conseguem tomar
a palavra em público, posicionar-
se, discutir problemas com os outros
...”(DOLZ ,SCHNEUWLY,2004, p.83).
14. “(...)ensinar a língua oral exige ação
pedagógica que venha a garantir a
reflexão sobre a língua”(BRASIL, 1º ao 5º
ano, 1997, p.38,39).
15. “(...)Saber falar, não importa em que língua,
é dominar os gêneros que nela
emergiram(DOLZ ,SCHNEUWLY,2004, p.138).
17. De acordo com o Dicionário de Gêneros
Textuais:
“o debate permite expor livremente
nossas ideias, mas também exige que
saibamos respeitar as opiniões dos outros
...desenvolve a linguagem oral e é um
exercício da cidadania.(COSTA, 2008,
p.94)
18. No debate regrado é preciso que se
estabeleça regras e objetivos, o
tempo limite para a participação de
quem está de posse da palavra.
19. O debate pode desenvolver as
capacidades argumentativas, além
de cultivar valores como respeito
pela opinião dos outros.
20. RELATO DE UM DESAFIO
TEMA DO DEBATE REGRADO “Violência no
Bairro”
21. DE ONDE SURGIU O TEMA?
Surgiu das FALAS que diariamente as
crianças traziam do que
presenciavam. Contavam porque
era uma forma de desabafo.
22. O QUE RELATAVAM ?
CENAS DE VIOLÊNCIA :
ROUBOS, TRÁFICO DE
DROGAS, DEPENDÊNCIA DE DROGAS
E ÁLCOOL, IMPUNIDADE
, ASSASSINATOS e MUITO MEDO ...
24. O começo
Explicação da proposta- Motivação para a
aprendizagem de algo novo . Expliquei que
eles estariam participando de um projeto
que os ajudaria a aprender uma nova forma
de produção de textos.
SITUAÇÃO INICIAL - A primeira produção–O
1º DEBATE- Os alunos falaram sobre a
violência no bairro, e “eu” servi como
mediadora- Houve a filmagem desta
produção.
25. Após a PRODUÇÃO INICIAL ,
SURGE, A 1ª OFICINA
Assistiram o vídeo de um
debate. Este vídeo era de um
debate realizado na televisão,
com o tema “Bullying e
violência nas escolas”.
26. A segunda oficina
Um texto explicativo sobre o que
é, e como se faz um debate
regrado.
Nesta oficina, lemos o texto e
houve a explicação do gênero.
27. A terceira oficina
Leitura de uma notícia veiculada em
um jornal local que que se referia ao
grande número de homicídios em
uma determinada rua do bairro onde
está localizada a escola.
28. A quarta oficina
Preparação para a produção final –
Escolha dos debatedores, do
mediador, das perguntas e que
papel fariam os demais alunos da
turma.
29. A quinta oficina
Reflexão sobre a língua padrão e a
língua não padrão – Exemplos da
fala cotidiana dos alunos e presente
no primeiro DEBATE foram trazidas e
juntos discutimos a forma mais
apropriada para o momento do
DEBATE.
30. A PRODUÇÃO FINAL
Preparação do ambiente da sala de
aula para que todos pudessem
participar:
debatedores, mediador, plateia
– Filmagem do momento do debate .
31. Avaliação das produções
Assistimos as duas produções e
através de uma grade avaliativa
feita em conjunto com os alunos,
conseguimos avaliar a PRODUÇÃO
FINAL.
32. GRADE DE AVALIAÇÃO
Sempre Às vezes Nunca
O mediador conseguiu manter
a ordem entre os debatedores.
Os debatedores conseguiram
ouvir os demais sem
interromper.
Houve clareza na fala dos
debatedores, falaram
corretamente as palavras e
conseguiram explicar suas
opiniões.
Os debatedores defenderam
sua opinião com clareza.
Os debatedores mantiveram o
assunto.
Os debatedores não repetiram
o que o outro falou.
As perguntas da plateia foram
feitas de acordo com o
assunto.
As perguntas do mediador
foram respondidas pelos
debatedores.
O mediador soube passar a
palavra para os debatedores e
controlar o tempo.
O mediador encerrou o debate
com uma conclusão sobre o
assunto.
33. CONSIDERAÇÕES FINAIS
É necessário e POSSÍVEL diversificar as aulas
de Língua Materna;
Já no início da vida escolar, os alunos
precisam conhecer e aprender a
diversidade de gêneros de textos;
É preciso que a oralidade seja ensinada na
escola de forma sistematizada;
O ensino de um gênero textual deve fazer
sentido para o aluno e estar ligado a uma
PRÁTICA SOCIAL.
34. “A MENTE QUE SE ABRE A UMA NOVA IDEIA JAMAIS
VOLTARÁ AO SEU TAMANHO ORIGINAL” Albert
Einstein
35. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAKTIN, Michael. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins
Fontes,2000.
BAZERMAM, Charles. Gêneros Textuais – Tipificação e Interação. São
Paulo: Cortez, 2006.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares
Nacionais: Língua Portuguesa, área de linguagens, códigos e suas
tecnologias. 1º ao 5º ano Brasília: MEC/SEF. 1997.
COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de Gêneros Textuais,.Belo Horizonte:
Autêntica,2012.
DOLZ, J. et SCHNEUWLY, B. Gêneros Orais e Escritos na Escola
(Tradução provisória de Roxane Rojo).São Paulo:Mercado da
Letras,2004.
GUIMARÃES,A. M. DE M.; CAMPANI-CASTILHOS,D. e DREY,R. Gêneros de
texto no dia-a-dia do Ensino Fundamental.Campinas: Mercado de
Letras, 2008.
GUIMARÃES, Ana M.de M., KERSCH, Dorotea F.Projetos didáticos de
gênero na sala aula de Língua Portuguesa, São Paulo:Mercado das
Letras, 2012.
MARCHUSCHI, Luis Antônio. A produção Textual Análise de Gêneros e
Compreensão. Parábola Editorial, 2008.