O documento descreve a feo-hifomicose, uma micose causada por fungos escuros que pode ser superficial, de implantação ou sistêmica. Os principais agentes são fungos dermatiáceos como Bipolaris e Exophiala. Apresenta-se clinicamente como lesões cutâneas ou subcutâneas e pode disseminar-se para pulmões e cérebro em pacientes imunossuprimidos. O tratamento envolve antifúngicos sistêmicos associados à cirurgia.
2. Agente etiológico
• Causada por fungos dermatiáceos (demácios) escuros;
• A melanina é um fator de virulência;
• O termo feo-hifomicose foi criado em 1974 para designar doenças
causadas por fungos dermatiáceos;
• Todos os fungos demácios são do filo Ascomycota.
• Ex.: Bipolaris spp., Cladosphialophora spp., Clasdoporium spp., Exophiala ssp.,
Fonsecaea spp., Phhialophora spp., Ochronosis spp., Rhinocladiella spp. e
Wangiella spp., etc.
• Mais de 150 espécies.
3. Epidemiologia e Ecologia
• Fungos demácios estão presentes em diversos habitat;
• Vida saprobiótica;
• Algumas espécies são restritas a seus micronichos ecológicos.
• Algumas espécies são extremófilas;
• Ocorre tanto em indivíduos hígidos quanto em imunocomprometidos;
• Hígios: apresentam majoritariamente a forma subcutânea da doença;
• Imunocomprometidos: apresentam tanto a forma subcutânea quanto as
formas superficiais e cutâneas.
4. Fatores de Risco
• Transplante renal;
• Neutropênicos;
• Uso de fármacos imunossupressores;
• Câncer;
• Imunossupressão;
• Profissões expostas a matérias de
origem vegetal;
5. Patogênese
• Invasão por inalação ou
implantação;
• A melanina, alguns lipideos
intracelulares e termotolerância
são fatores de virulência;
• A melanina tem alta resistência
aos mecanismos efetores da
resposta imune.
• A melanina confere resistência à
antifúngicos.
6. Diagnóstico
• Exame usando colaração de
Masson-Fontana;
• Mais geral;
• Observação direta;
• Cultura para identificação de
espécies causadoras;
• Específica;
• Observação das características do
meio de cultura;
9. Feo-hifomicose superficial | Cutânea
• Manifestações clínicas mais frequentes;
• Associadas a microtraumas ou exposição ambiental;
• Tinea nigra:
• Assintomática;
• Horteae werneckii, e Stenella araguata;
• Lesões maculares de margens definidas em palmas da mãos;
• Diferenciar de sífilis.
• Piedra negra:
• Assintomática
• Piedraia hortae;
• Pequenos nódulos duros e escuros, que envolvem a bainha de pelos de diversas partes do
corpo.
• Diferenciar de outras tricopatias nodulares.
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11. Feo-hifomicose superficial | Cutânea
• Ceratite micótica:
• Curvularia spp., Bipolaris spp., e
Lasiodiplodia spp.;
• Pode se tornar invasora da córnea e
de outras estruturas do globo ocular;
• Têm início com trauma local, podendo
ser causado por objetos variados;
• Pode ser acompanhada por reações
inflamatórias e necrose de diferentes
graus e intesidades.;
• Sensação de corpo estranho ocular até
perda de visão;
12. Feo-hifomicose de implantação | Subcutânea
• Muito relatada na literatura;
• Micose de implantação;
• Implante transcutâneo dos agentes por trauma;
• Exophiala, Alternaria, Phialophora e Bipolaris;
• Lesões isoladas ou múltiplas;
• Lesões iniciais eritematopapular ou nodular;
• Evolução lenta para lesões de aspecto polimórfico.
• Pode evoluir para lesão ulcerativa ou verruciforme;
• Pode se disseminar para o SNC;
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15. Feo-hifomicose sistêmica | Disseminada
• A feo-hifomicose também pode acometer órgãos internos como os
pulmões e o cérebro.
• Pode evoluir a parti de foco pulmonar ou de lesões subcutâneas
preexistentes;
• Neoplasias hematológicas, quimioterapia, transplante de órgãos
sólidos e de células tronco são fatores de risco;
• Clodophialophora bantiana, Rhinocladiella Mackenziei, Ochroconis
gallopava, Bipolaris spicifera, Exophiala dermatites e Chaetomium
strumarium.
16. Feo-hifomicose sistêmica | Disseminada
• Cérebro:
• Quadro clínico compatível com abscesso cerebrais;
• Cefaleia;
• Sinais neurológicos focais;
• Convulsões;
• Pulmões:
• Ocorre em maioria em pacientes imunossuprimidos;
• Pneumonia;
• Nódulos pulmonares;
• Hemoptise.
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18. Tratamento
• Sempre associar antifúngicos sistêmicos e tratamento cirúrgico.
• Lesões e cistos devem ser ressecados cirurgicamente;
• Lesões osteoarticulares s sinusite invasiva devem ser debridadas ou
curetadas;
• Abscessos cerebrais e pulmonares:
• Drenagem ou ressecagem;
19. Esquemas medicamentosos
• Itraconazol, 200 a 400 mg/dia;
• Pode ser associado a terbinafina, 250 mg 2x/dia, ou;
• 5-fluorcitosina, 100/mg/kg/dia;
• Anfotericina B pode ser usada na dose 1 mg/kg/dia;
• Para infecções refratárias:
• Posaconazol, 800 mg/dia;
• Pode variar de 6 semanas a 12 meses;
20. Referências Bibliográficas
• Reinaldo, S. Infectologia - Bases Clínicas e Tratamento. Grupo GEN,
2017. 9788527732628. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527732628/.
Acesso em: 25 Nov 2020
• https://crescendoemcultura.blogspot.com/2013/11/piedra-
negra.html
• https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/doen%C3%A7as-
infecciosas/fungos/feoifomicose
• UFPR -
micologia: http://www.prppg.ufpr.br/redefungos/feohifomicose.ht
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