2. CLASSIFICAÇÃO
1. Superficiais: englobam fungos sem poder queratolítico, que
vivem sobre a pele, penetrando nos interstícios da camada
córnea ou ao redor dos pelos. Incluídos as piedras (branca e
negra), a ptiríase versicolor e a tinea nigra
2. Cutâneas: as dermatomicoses, comprometem pelos, pele e
unhas, transmissíveis, incluem os dermatófitos e as
Candidas
3. Subcutâneas: comprometem pele e TCSC, saprófitas,
incluem a esporotricose, micetomas, doença de Jorge Lobo,
rinosporidiose, cromomicose, feohifomicose e zigomicose
4. Sistêmicas: Fungos de solo, por inalação, comprometem
órgãos internos, vísceras, outros tecidos, incluem a
Paracoccidioidomicose, histoplasmose, coccidioidomicose,
blastomicose
5. Oportunísticas: indivíduos imunocomprometidos, ambientais
ou da microbiota: Candidíase, criptococose, hialohifomicose,
zigomicose, aspergilose
3. INFECÇÕES FÚNGICAS SUPERFICIAIS
São as mais comuns entre todas as infecções muco-
cutâneas
Geralmente causadas pelo crescimento descontrolado
da flora transitória ou residente associado a alteração
do micro-ambiente da pele
Três grupos de fungos: dermatófitos, espécies de
Candida e Malassezia furfur
Dermatófitos infectam epitélio queratinizado, folículos
pilosos e aparelho ungueal
As espécies de Candida necessitam calor e umidade
A M. furfur necessita umidade e lipídios para o seu
crescimento
4. MICOSES SUPERFICIAIS
CONCEITO
• AFECÇÕES CAUSADAS POR
FUNGOS, LIMITADAS ÀS
CAMADAS SUPERFICIAIS DA
CLASSIFICAÇÃO PELE QUERATINIZADA OU
NÃO
• SUPERFICIAIS PROPRIAMENTE DITAS
• PITIRÍASE VERSICOLOR
• PIEDRA BRANCA
• PIEDRA NEGRA
• TINHA NEGRA
• CUTÂNEAS
• DERMATOFITOSES
• CANDIDÍASES
5. Dermatofitoses
- Grupo de fungos capazes de infectar epitélio
cutâneo queratinizado inviável, como estrato córneo,
unhas e pelos;
- Composto pelos gêneros Trichophyton,
Mycrosporum e Epidermophyton;
- Pode ser especificada pelo tecido acometido:
epidermomicose (dermatofitose epidérmica),
tricomicose (dos cabelos e folículos pilosos) ou
onicomicose (do aparelho ungueal);
- Denominadas tinhas e devem ser acrescidas do local
acometido (cruris, pé..)
6. 1. Epidemiologia
1. Idade de início: crianças desenvolvem lesões do couro
cabeludo (Trichophyton, Mycrosporum); adultos jovens
desenvolvem lesões intertriginosas. Onicomicoses intimamente
relacionadas com idade, nos EUA 50% dos > 75 anos tem
onicomicose
2. Sexo: Onicomicose mais comum em homens
3. Raça: adultos da raça negra tem incidência menor de
dermatofitose, tinha do couro cabeludo é mais frequente em
crianças negras
4. Etiologia: Mais de 40 espécies de dermatófitos e cerca de
10 são agentes etiológicos comuns de infecções humanas. T.
rubrum é o agente mais comum adquirido pelo contato com
pisos contaminados de logradouros públicos (clínicas de
estética, vestiários de academias de ginástica, quartos de hotel)
7. 5. Distribuição geográfica: algumas espécies tem
distribuição mundial, outras restritas a determinadas regiões.
6. Transmissão: a apartir de 3 fontes: na maioria adquirida de
outra pessoa (contato com objetos contaminados ou pele-pele
menos frequentemente), animais domésticos (cães e gatos) e
menos comumente contato com a terra. Podem ser classificados
em:
- Antropofílicos: transmissão interpessoal por objetos
contaminados e pelo contato direto (T. rubrum, T. mentagrophytes
- interdigitale, T. schoenleinii, T. tonsurans, T. violaceum; M.
audouinii; E. floccosum)
- Zoofílicos: transmissão de animais para humanos por
contato direto ou objetos contaminados (T. equinum, T.
mentagrophytes var mentagrophytes, T. verrucosum e M. canis )
- Geofílicos: presentes no ambiente (M. gypseum, M. nanum)
7. Fatores Predisponentes: atopia, imunossupressão
tópica e sistêmica
8. 2. Classificação
1. Dermatófitos da epiderme queratinizada
(epidermomicose): tinha da face, tinha do corpo, tinha crural,
tinha das mãos, tinha dos pés
2. Dermatófitos do aparelho ungueal: Tinha das
unhas (dedos das mãos e pés). Onicomicose (inclui as
infecções por dermatófitos, leveduras e bolores)
3. Dermatófitos dos pelos e folículos pilosos:
foliculite dermatofítica, granuloma de Majocchi (trocofítico),
tinha do couro cabeludo, tinha da barba
9. DERMATOFITOSES
UTILIZAM A QUERATINA COMO FONTE ENERGÉTICA
GÊNEROS
• Microsporum: pêlo e pele
• Trichophyton: pêlo, pele e unha
• Epidermophyton: pele e unha
ECOLOGIA
• Geofílicos • M. gypseum
• Zoofílicos • M. canis
• T. mentragrophytes
• Antropofílicos • T. rubrum
• T. schoenleinii
• E. floccosum
• T. mentagrophytes
10. DERMATOFITOSES
3. Patogenia:
Mecanismos de defesa - Integridade da pele,
descamação normal da pele, presença de ácidos
graxos, transferrina insaturada, macroglobulina
alfa 2, imunidade celular e imunidade humoral.
11. DERMATOFITOSES
4.3 Tinea pedis e Tinea manuum
- T. rubrum
- T. mentagrophytes
- E. floccosum
Diagnóstoco diferencial - psoríase pustulosa, pustulose palmo-plantar,
psoríase, queratodermia palmo-plantar, pitiriase rubra pilar,
Síndrome de Reiter
12. Tinha dos Pés
- Infecção dermatofítica dos pés que se caracteriza por
eritema, descamação, maceração e/ou formação de bolhas, na
maioria começa nos pés e se espalha para outras regiões
(inguinal), tronco e mãos. Pela perda da integridade da epiderme
pode ser infectada secundariamente por S. aureus e
estreptococos do grupo A(celulite ou linfangite)
Epidemiologia
1. Idade de início: final infância e início idade adulta (20-50
anos),
2. Sexo: Masculino > Feminino
3. Fatores Predisponentes: umidade e calor, sapatos
fechados, transpiração excessiva
4. Transmissão: andar descalço e pisos contaminados,
astrosporos sobrevivem nas escamas da pele humana por 12
meses
13.
14.
15. Tinha das Mãos
1. Duração: meses a anos;
2. Sintomas cutâneos: geralmente assintomática, prurido, dor
quando houver infecção secundária ou fissuras. Episódios de
prurido no tipo disidrótico;
3. Exame Físico: Placas descamativas demarcadas, hiperceratose e
descamação confinadas às pregas palmares, fissuras na palma,
bordos bem demarcados com clareamento central, estendem-se ao
dorso das mãos com pápulas foliculares, nódulos, pústulas com
foliculite dermatofítica.
No tipo deisidrótico: pápulas, vesículas, bolhas (incomuns na
margem da lesão) nas palmas e superfícies laterais dos dedos.
Distribuição: 50% tem lesões unilaterais, geralmente há lesões
ungueais dos dedos da mão
Evolução crônica sem regressão espontânea, recidivas
4. Diagnóstico Diferencial: dermatite atópica, líquen simples
crônico, dermatite de contato, psoríase vulgar, Ca in situ
16. DERMATOFITOSES
4.4 Tinea cruris
- Trichophyton rubrum
- E. floccosum
- T. mentagrophytes
Diagnóstico diferencial
- eczema seborréico
- eczema de contato
- eritrasma
- candidíase
18. Tinha da Face
1. Mais comum em crianças
2. Sintomas cutâneos: geralmente assintomática, prurido leve
com fotossensibilidade
3. Exame Físico: mácula ou pápula bem circunscrita com
dimensões variáveis, bordo elevado e regressão central, em geral
mínima descamação, pode ser acentuada, rosadas ou vermelhas,
geralmente não é simétrica
4. Diagnóstico Diferencial: dermatite seborréica, dermatite de
contato, eritema migratório, LES, farmacodermia
5. Etiologia: T. rubrum, T. tonsurans, T. mentagrophytes, M. canis
6. Fatores predisponentes: exposição a animais, corticóide
tópico
7. Transmissão: auto-inoculação, contato com animais ou solo
contaminados, mais comum nas regiões tropicais e subtropicais
19. Tinha da Barba
1. Idade de início: adultos homens
2. Sintomas cutâneos: prurido, hiperestesia, dor
3. Exame físico: foliculite pustulosa, pelos frouxos, ou quebram
rentes à raiz, pápulas podem coalescer e formar placas
inflamatórias cobertas por pústulas. Quérion: placas e nódulos
purulentos pastosos semelhantes aos do couro cabeludo. Áreas
da barba ou bigode, raramente cílios e sobrancelhas,
linfadenopatia regional se infecção bacteriana secundária
4. Diagnóstico Diferencial: foliculite por estafilo, furúnculo,
antraz, acne vulgar, rosácea, pseudofoliculite
5. Etiologia: T. verrucosum, T. mentagrophytes(mentagrophytes),
T. rubrum é raro, pode ser adquirida por contato com animais
6. Fatores predisponentes: exposição a animais, agricultores
20. Tinha do Couro Cabeludo
1. Idade de início: Mais comum em crianças de 6-10 anos
(criancinhas de 2-4anos e idade escolar), mais comum em negros
2. Sintomas cutâneos: pode haver dor, hiperestesia ou alopécia,
na inflamatória; descamação, prurido alopécia circunscrita ou
difusa ou linfadenopatia occipital ou retroauricular nas sem
inflamação, pode durar semanas a meses
3. Exame físico: éctotrix com esporos pequenos (placa cinzenta),
êndotrix (pontos negros, quérion, foliculite agregada, favo
4. Diagnóstico Diferencial: dermatite seborréica, dermatite de
contato, LECC, alopécia areata, celulite, furúnculo, antraz,
escabiose crostosa
5. Etiologia: T. tonsurans, T. mentagrophytes, rubrum e M. canis
menos comuns
6. Fatores predisponentes: exposição a animais, corticóide
tópico
21. TINHA DO COURO CABELUDO
TONSURANTE
FREQUENTE EM CRIANÇAS
RARA EM ADULTOS
ALOPÉCIA REVERSÍVEL
ectotrix endotrix
M. canis, T. tonsurans, T. mentagrophytes
22. DERMATOFITOSES
4. Manifestações Clínicas
4.1 Tinea capitis
a) Tinea tonsurante
- Microsporum canis
- Trichophyton tonsurans
27. DIAGNÓSTICO
CULTURA
LÂMPADA DE WOOD
- M. canis, M. audouini: verde-azulada
- T. schoenleini: verde-palha
- M. furfur: róseo-dourada
TESTES INTRADÉRMICOS: TRICOFITINA, CANDIDINA
28. TRATAMENTO
TÓPICOS
• IMIDAZÓLICOS: MICONAZOLE, CLOTRIMAZOL,
TIOCONAZOL, ECONAZOL, CETOCONAZOL
• TERBINAFINA , OUTROS
•EM UNHAS:
•ESMALTE DE AMOROLFINA, CICLOPIROX, TIOCONAZOL
•EM PTIRÍASE VERSICOLOR:
•SULFETO DE SELÊNIO, TERBINAFINA
29. DERMATOFITOSES
b) Sistêmicos
Griseofulvina: 10 a 20mg/Kg/d ou 500mg/d
Itraconazol: 5 a 10mg/Kg/d ou 100mg/d
Fluconazol: 5 a 10mg/Kg/d ou 150mg/sem
Terbinafina: 62,5mg/d (20Kg)
125mg/d (20-40Kg)
250mg/d (>40Kg)
Tinea corporis: 4 semanas
Tinea capitis: 8 semanas
Onicomicoses: 3 a 8 meses
Pulsoterapia
Itraconazol: 400mg/d por semana/3m
Fluconazol: 150mg/semana por 4 - 6 meses
30. CERATOFITOSES
Micoses superficiais
Não possuem poder queratolítico
Fontes de manutenção: restos epiteliais
ou produtos de excreções (comensais)
Discreta ou nenhuma resposta
inflamatória por parte do hospedeiro
Fungemia em imunocomprometidos
31. CERATOFITOSES
Pitiríase versicolor
Tinha negra
Piedra negra
Piedra branca
32. CERATOFITOSES
PITIRÍASE VERSICOLOR
1. Conceito
Infecção crônica da pele (camada córnea)
pelo fungo Malassezia furfur/globosa
2. Epidemiologia
Ocorrência universal
40% da população de clima tropical e
menor 1% em clima frio
H=M
Final da adolescência e adultos jovens
(levedura lipofílica)
Menos freqüente em crianças e idosos
34. CERATOFITOSES
PITIRÍASE VERSICOLOR
4. Etiopatogenia
Pityrosporum ovale/orbiculare → Malassezia furfur
Fatores precipitantes
Genéticos
Hiperidrose
Imunológicos
Aumento na oleosidade da pele
Clima quente e úmido
Síndrome de Cushing (endo ou exógena)
Imunossupressão
Desnutrição
Gravidez
Não é mais freqüente em pacientes com SIDA
35. CERATOFITOSES
PITIRÍASE VERSICOLOR
5. Quadro clínico
Máculas descamativas bem delimitadas, de formato
e cor variáveis, isoladas ou coalescentes
Acastanhadas, café-com-leite ou hipocrômicas (pele clara)
Hipocrômicas (pele escura)
Eritematosas
Lesões gotadas: folicular e perifolicular
36. CERATOFITOSES
PITIRÍASE VERSICOLOR
Topografia
− Tórax, pescoço, porções proximais dos MMSS
e abdome
− Couro cabeludo (despercebido)
− Palma das mãos, plantas dos pés e
mucosas não são afetadas
− Pitiríase versicolor inversa – predomínio de
lesões em flexuras
Assintomáticas ou discreto prurido
37. CERATOFITOSES
PITIRÍASE VERSICOLOR
6. Outras condições associadas à Malassezia fufur
6.1 Foliculite pitirospórica
Colonização do folículo pilossebáceo
Pápulas eritematosas ou pústulas perifoliculares de 2-3 mm
Tronco e em menor freqüência nas extremidades
Prurido mais comum que na pitiríase versicolor
Diabetes mellitus, antibiótico terapia e glicocorticóide prévios
6.2 Infecções sistêmicas
Recém-nascidos prematuros e imunocomprometidos
recebendo suplementação de lipídeos IV
38. CERATOFITOSES
PITIRÍASE VERSICOLOR
7. Outras condições relacionadas à Malassezia fufur
7.1 Dacriocistite obstrutiva
7.2 Dermatite seborréica x Malassezia fufur
- Ação efetivas dos antimicóticos
- Grande quantidade de Malassezia fufur nas escama
- Recolonização nas recidivas
7.3 Psoríase x Malassezia fufur?
- Lesões do couro cabeludo, face e pavilhão auricular
(eventual eficácia dos antimicóticos)
7.4 Dermatite atópica x Malassezia fufur
- Antígenos da Malassezia fufur
- Lesões do couro cabeludo, face e pescoço
- Melhora com cetoconazol (estudos duplo-cegos)
40. CERATOFITOSES
PITIRÍASE VERSICOLOR
9. Diagnóstico
Luz de Wood: fluorescências amarelo-ouro ou rosa-dourada
características
Exame micológico do raspado da lesão: hifas curtas e largas,
elementos leveduriforme arredondados, isolados ou agrupados
em cachos de uva (método de Jarbas Porto ou - KOH 10%-20%)
Só Pityrosporum orbiculare tem pouco valor diagnóstico
41. CERATOFITOSES
PITIRÍASE VERSICOLOR
9. Diagnóstico
Culturas (não necessárias): colônias branco-amareladas
Exame histopatológico
Abundantes esporos e pseudo-hifas na camada córnea,
basófilas pela HE e PAS positivas
Leve infiltrado inflamatório na derme superior
Hiperceratose - paraceratose
42. CERATOFITOSES
PITIRÍASE VERSICOLOR
10. Tratamento
Uso tópico :
Sulfeto de selênio (xampu a 2,5%) diariamente por 3
semanas deixando por 15 min. antes do banho
Hipossulfito de sódio a 20% - 40% em solução aquosa
Piritionato de zinco
Ácido salicílico
Propilenoglicol em solução aquosa a 50%
Cetoconazol xampu
Derivados azólicos: tioconazol loção a 1%,
isoconazol solução a 1%, clotrimazol a 1%, miconazol,
outros – 1vez ao dia após o banho por 4 semanas
43. CERATOFITOSES
PITIRÍASE VERSICOLOR
to
mico
o extenso da pele ou recorrente (cura em 90% - 95%)
azol 200mg/dia por 10 dias
zol 150mg/semana, por 3 semanas/400mg (d. única)
ol
zol 200mg/dia por 5 dias, após o café
de recorrências
o quinzenal ou mensal de agente tópico
ração mensal de itraconazol
entação residual por meses até a recuperação dos
os lesados
44. CERATOFITOSES
PIEDRA BRANCA
1. Conceito
Infecção da haste do pêlo causado por um fungo
leveduriforme denominado Trichosporum beigelli
2. Epidemiologia
Regiões tropicais e temperada
Encontrado em pêlo de animais (cavalo e macaco),
parte da microbiota cutânea humana (região
anogenital, boca, garganta e reto)
Pode haver transmissão sexual
45. CERATOFITOSES
PIEDRA BRANCA
3. Quadro clínico
Nódulos brancos ou castanhos-claros, amolecidos e
facilmente destacados do pêlo
Variam de microscópicos a 1mm
Pêlos da barba, bigode, região genital e axilas.
Menos frequente no couro cabeludo
Crescimento dentro e fora do pêlo pode levar à fratura
Tricosporonose (piedra branca genital)
- lesões eritemato-escamosas de
aspecto lustroso
Infecção sistêmica
- pacientes neutropênicos
46. CERATOFITOSES
PIEDRA BRANCA
4. Diagnóstico diferencial
Pediculose
Tricomicose axilar (nódulos menores e
podem ser fluorescentes à luz de Wood)
47. CERATOFITOSES
PIEDRA BRANCA
5. Diagnóstico
Exame direto (com KOH)
• Hifas perpendiculares, desorganizadas, presença
de blastoconídios delicados e artroconídios em
torno das hastes pilosas
Cultura
Colônias leveduriformes brancas lisas cerebriformes
Microscopia: pseudomicélios, micélios verdadeiros,
artroconídios e blastoconídios
48. CERATOFITOSES
PIEDRA BRANCA
Tratamento
Remoção dos pêlos
Antifúngico tópico
Recidiva é alta (associar à tratamento oral)
49. CERATOFITOSES
PIEDRA NEGRA
1. Conceito
Infecção da haste do pêlo causada por um fungo
filamentoso demáceo, denominado Piedraia hortae
2. Epidemiologia
América do Sul (Brasil- Amazônia) e Sudeste Asiático
Encontrado em pêlos de animais (macaco), solo e
água estagnada
H=M
50. CERATOFITOSES
PIEDRA NEGRA
3. Quadro clínico
Nódulos pretos de consistência endurecida, aderidos
firmemente ao pêlo, podendo o envolver totalmente
Ovais ou alongados
Variam de microscópicos a 1mm
Geralmente múltiplos
Ásperos ao toque
Som metálico ao pentear
Localização: pêlos do couro
cabeludo, barba e bigode
Enfraquece do pêlo podendo
levar à fratura
51. CERATOFITOSES
PIEDRA NEGRA
4. Diagnóstico
Exame micológico(KOH): nódulos no interior da haste do pêlo
Periferia: hifas pigmentadas compactas,alinhadas
Centro: céls de parede espessada (ascos), contendo os ascosporos
Cultura:
Crescimento lento, enegrecida
Microscopia: filamentos de paredes espessadas com qrande
quantidade de ascos contendo ascosporos
52. CERATOFITOSES
PIEDRA NEGRA
5. Tratamento
Remoção dos pêlos
Antifúngicos tópicos
Alta taxa de recidiva
53. CERATOFITOSES
TINHA NEGRA
1. Conceito
Infecção fúngica superficial rara causada por um
fungo demáceo denominado Exophiala werneckii
2
54. CERATOFITOSES
TINHA NEGRA
3. Quadro clínico
Mácula acastanhada ou preta, bem delimitada,
sem descamação, geralmente única em palma das
mãos e bordas do dedos ou planta dos pés
Excepcionalmente múltiplas ou localizadas em
outras áreas
55. CERATOFITOSES
TINHA NEGRA
4. Diagnóstico diferencial
Doença de Addison
Sífilis
Pinta
Nevo melanocítico
Melanoma
Pigmentação exógena
56. CERATOFITOSES
TINHA NEGRA
4. Diagnóstico
Exame direto (escamas clarificadas pelo
KOH ou fita gomada): hifas septadas
demáceas
Cultura desnecessária: inicialmente
leveduriformes de cor esverdeada e
depois enegrecida
57. CERATOFITOSES
TINHA NEGRA
5. Tratamento
Antifúngicos tópicos
- Tiabendazol a 10%
- Tintura de iodo
- Miconazol
Ceratolíticos
59. CANDIDÍASE
1. Introdução
2. Etiologia
- C. albicans: 85% - 90%
- Grau de patogenicidade
C. albicans > C. stellatoidea
> C. tropicalis > C. parapsilosis > C. kefyr
> C. guilliermondii > C. krusei
60. CANDIDÍASE
3. Patogênese
Saprófita – coloniza orofaringe em 50% indivíduos;
comensal da mucosa vaginal em 20%-25%;
raro na pele, solo, vegetação e ar
Patogenicidade inata da levedura:
- Virulência, aderência às células epiteliais,
enzimas queratolíticas
- Produção de substância similar a endotoxina
→ ativação da via do complemento → quimiotaxia
de neutrófilos
62. CANDIDÍASE
GÊNERO Cândida (principalmente C. albicans)
SAPRÓFITA, EVENTUALMENTE PATOGÊNICA
CUTÂNEA OU CUTÂNEO-MUCOSA
OCORRÊNCIA UNIVERSAL
PREDISPONENTES:
⇒ CRIANÇAS E IDOSOS
⇒ GRAVIDEZ
⇒ DIABETES
⇒ USO DE ACO, ANTIBIÓTICOS, CORTICÓIDES, CITOSTÁTICOS
⇒ LINFOMA, TU MALIGNOS, AIDS
⇒ UMIDADE, MACERAÇÃO
⇒ OUTROS
63. CANDIDÍASE
3.2 Mecanismos de defesa
Fatores não – imunes
- Flora microbiana
- Integridade funcional do estrato córneo
- Processo de descamação
- Outros fatores séricos
Fatores imunes
- Imunidade celular e humoral
69. CANDIDÍASE
4.2 Queilite angular (Perlèche)
Ângulo da boca
- eritema, fissuras, maceração
-saliva, dentição precária,
prótese mal adaptada,
deficiência de riboflavina
70. CANDIDÍASE
4.3 Candidíase oral X AIDS
Infecção fúngica mais comum
HIV + (50%) e AIDS (90%)
Pseudomembranosa, eritematosa, queilite angular,
lesão hiperplásica papilar palatal
Imunidade celular comprometida
Marcador de maior taxa de progressão para AIDS
HIV + com candidíase oral têm menor sobrevida
81. CANDIDÍASE
4.10 Síndrome da candidíase congênita
Fatores predisponentes para disseminação fatal
- pré- termo
- baixo peso
Primeiras 24h de vida
Erupção rósea máculo-papular, vesículas
e pústulas com descamação (½ superior
do tórax, palmas e solas)
Distúrbio respiratório, clínica de sepsis (20%)
82.
83.
84.
85.
86. CANDIDÍASE
4.11 Candidíase disseminada
Doença hematológica maligna, imunossuprimidos,
transplantados
C. albicans, C. tropicalis, C. Kefyr, C. krusei,
C. parapsilosis.
Pulmão, baço, rins, fígado, coração,
cérebro (por via hematogênica)
Lesão de pele ou trato gastrointestinal
Papulo-nódulos eritematosos de 0,5-1,0cm
(tronco e extremidades)
87.
88.
89.
90. CANDIDÍASE
4.12 Candidíase Mucocutânea Crônica (CMC)
Grupo heterogêneo de síndromes clínicas
Alteração imunológica em 70%
· complemento anormal
· alterações macrófagos
· linfócitos T supressores
· deficiência seletiva IgA
· alterações monócitos (fagocitose/quimiotaxia)
· produção deficiente de linfócitos T helper
Infecção superficial da pele, unhas e orofaringe
e resistência crônica ao tratamento
91. CANDIDÍASE
4.12 Candidíase Mucocutânea Crônica (CMC )
CMC localizada - hiperceratose, tipo
corno cutâneo, lesões granulomatosas
(face, pálpebra, couro cabeludo, lábios,
área acral)
CMC difusa - borda eritematosa,
serpiginosa ou áreas de descamação
acastanhadas com base eritematosa
92.
93.
94.
95.
96. CANDIDÍASE
5. Exames laboratoriais
5.1 Pesquisa micológica
Exame direto (KOH)
(hifas e pseudohifas)
Cultura micológica
97. CANDIDÍASE
5.2 Histopatológico
Candidíase superficial - pústulas subcórneas,
estrato córneo (PAS +)
Granuloma - papilomatose, hiperceratose,
infiltrado dérmico denso (linfócitos, granulócitos,
plasmócitos, células gigantes multinucleadas)
Forma sistêmica com lesões de pele - áreas focais
na derme ou vasos sangüíneos com leveduras
(PAS ou metanamina de prata). Infiltrado
mononuclear, vasculite leucocitoclástica ou
formação de microabscesso
101. CANDIDÍASE
7.3 Intertrigo
Antifúngicos tópicos
Adição de esteróides
7.4 Paroníquias
Resistentes à terapia
Imidazólicos tópicos em solução
Casos resistentes: cetoconazol oral
marsupialização cirúrgica
102. CANDIDÍASE
7.5 Candidíase cutânea congênita
- Previnir disseminação (tópica/oral)
- Nistatina
7.6 Candidíase disseminada
- Anfotericina B
- 5-flucitosina
7.7 CMC
- Combinação de drogas antifúngicas
- Correção de imunodeficiências
- transplante de timo
- linfócitos T
103.
104. Infecções Fúngicas Invasivas
1. Micetoma:
Infecção localizada, crônica e lentamente
progressiva da pele, tecidos subcutâneos, fáscia,
ossos e músculos, na maioria acomete mão ou pé e
se caracteriza por edema, tumefação, fístulas com
drenagem e grânulos, exsudato contém grãos, que
podem ser amarelos, brancos, vermelhos, marrons,
pretos, dependendo do agente
105.
106.
107.
108.
109.
110.
111.
112.
113.
114. 2. Cromomicose:
Infecção fúngica crônica, invasiva e localizada
na pele e tecidos subcutâneos, que se caracteriza
por placas verrucosas na perna ou pé, causadas
por fungos dermatiáceos (de cor escura).
115.
116.
117.
118.
119.
120.
121.
122.
123.
124.
125.
126. 3. Esporotricose:
Geralmente ocorre após a inoculação
acidental na pele e se caracteriza pela formação
de um nódulo ulcerado no local inoculado,
linfangite nodular crônica e linfadenite regional