A leishmaniose é uma doença zoonótica causada por protozoários do gênero Leishmania e transmitida por flebotomíneos. Pode se manifestar na forma cutânea, mucocutânea ou visceral, sendo esta última a mais grave e potencialmente fatal se não tratada. Os principais sintomas da forma visceral incluem febre, emagrecimento e hepatoesplenomegalia.
3. • Doença de caráter zoonótico
• Distribuição geográfica (África, países
mediterrâneos, Américas central e do sul e
algumas áreas EUA)
• Parasita primariamente marsupiais, roedores,
carnívoros, edentados e insetívoros
• Parasita secundariamente cães e humanos
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4. • Doença se desenvolve nos cães e humanos
(tegumentar e visceral)
• Cão (reservatório América do Sul e mediterrâneo)
• Transmissão flebotomíneos hematófagos (Gênero
Lutzomyia , Esp. L. longipalpis)
• Doença causada por várias espécies de
protozoários do gênero Leishmania
• Forma visceral ( L. chagasi),principal agente no
Brasil
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6. ETIOLOGIA
• As Leishmanioses são um grupo de doenças causadas por
protozoários do gênero Leishmania, manifestando-se sob
várias formas clínicas
• Na natureza todas as espécies de Leishmania existentes
são transmitidas ao homem e a outros mamíferos por meio
da picada de fêmeas de insetos hospedeiros infectados
• Os hospedeiros invertebrados estão restritos a espécies
de flebotomíneos hematófagos (Ordem Díptera, Família
Psychodidae, Sub-família Phlebotominae), especialmente à
subspécie Lutzomya longipalpis no Novo Mundo e ao gênero
Phlebotomus, no Velho Mundo ( visceral)
7. ETIOLOGIA
• Nas Américas, a leishmaniose no homem pode ser dividida
em duas amplas categorias: a leishmaniose tegumentar
americana e a leishmaniose visceral
• A leishmaniose tegumentar americana possui grande
variedade de formas:
- Leishmaniose cutânea (caracterizada por lesões
localizadas na pele que podem curar espontaneamente ou
evoluir para lesões crônicas com cicatrizes desfigurantes);
- Leishmaniose mucocutânea (caracterizada por
lesões ulcerativas e destrutivas das mucosas);
- Leishmaniose cutânea difusa (caracterizada por
lesões nodulares não ulcerativas e disseminadas).
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8. • A forma visceral da doença é crônica e progressiva e
afeta vários órgãos, incluindo o baço, o fígado, a medula
óssea, os linfonodos e a pele.
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9. BIOLOGIA
• O ciclo da Leishmania envolve o hospedeiro vertebrado e o
vetor flebotomíneo
• Nos hospedeiros mamíferos, a Leishmania é obrigatoriamente
um parasito intracelular e existe na forma amastigota no
interior de células do sistema mononuclear-fagocitário.
• As formas amastigotas caracterizam-se por serem circulares,
com diâmetro de 5 mm, possuindo núcleo, cinetoplasto e
rudimento de flagelo. Sua multiplicação se dá por divisão
binária, ocorrendo repetidamente até a destruição das células
hospedeiras
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10. • No trato alimentar dos flebotomíneos, as forma amastigotas
se transformam em paramastigotas e promastigotas, formas
flageladas e móveis, alongadas, que apresentam núcleo central
e cinetoplasto terminal
• A transmissão da doença para os hospedeiros vertebrados é
feita predominantemente por meio da inoculação das formas
promastigotas infectantes durante a picada do inseto vetor
• Entretanto outras possibilidades já foram descritas tais como
a via cutânea, placentária, venérea e a transfusão de sangue
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11. BIOLOGIA
• Após a inoculação nos hospedeiros mamíferos, as promastigotas
infectantes ligam-se aos macrófagos por meio de diversos
receptores celulares, sendo subseqüentemente fagaocitadas e se
localizam em um vacúolo que se funde com lisossomas,
denominado vacúolo parasitóforo
• Os parasitos sobrevivem à fagocitose e sofrem diversas
transformações metabólicas, sendo convertidos em formas
amastigotas, que se multiplicam e rompem as células hospedeiras
para então infectarem outras células mononucleares e órgãos,
através das vias hematogênica e linfática.
13. BIOLOGIA
• A Leishmaniose visceral humana também é conhecida por
calazar, palavra de origem indiana "KALA-AZAR", que em
indiano significa doença mortífera.
• No Velho Mundo os agentes etiológicos são as espécies
Leishmania donovani e Leishmania infantum e no Novo Mundo,
Leishmania chagasi.
•A Leishmania braziliensis é responsável pela Leishmaniose
cutânea em cães transmitidas por várias espécies de
flebotomíneos ( cão e cavalo - reservatórios urbanos)
18. EPIDEMIOLOGIA
• A Leishmaniose visceral é considerada atualmente uma doença
emergente e reemergente, tanto em áreas rurais como urbanas
• Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1990
existiam 12 milhões de casos, sendo que surgem 400 mil novos
casos por ano
• O Brasil está entre os países da América Latina que
apresentam aproximadamente 90% de novos casos anuais
21. EPIDEMIOLOGIA
• No homem a leishmaniose visceral acomete principalmente
crianças e indivíduos imunossuprimidos, sendo caracterizada
clinicamente por febre oscilante de longa duração, debilidade
geral, emagrecimento, pancitopenia, hepato-esplenomegalia,
hipergamaglobulinemia e hipoalbuminemia, podendo progredir
para um quadro crônico ou para a morte, caso não haja
tratamento adequado
• Numerosas espécies de canídeos (cães, raposas e chacais), de
marsupiais (gambás) e roedores foram incriminadas como
reservatórios em regiões endêmicas.
22. EPIDEMIOLOGIA
• Os cães possuem um papel fundamental para a manutenção da
doença nas áreas endêmicas, atuando como principal reservatório
doméstico e fonte de infecção para os flebotomíneos, com
posterior transmissão para o homem
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23. SINAIS CLÍNICOS
• Leishmaniose clínica pode ter manifestações variáveis,
sendo que a reação imunológica do hospedeiro determina o
tipo de síndrome resultante da infecção
• Os sinais clínicos são de uma doença de progressão lenta
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24. SINAIS CLÍNICOS
• As síndromes variam desde lesões cutâneas autolimitantes até
doença sistêmica fatal
• A leishmaniose visceral se inicia como uma lesão cutânea e,
posteriormente, a infecção dissemina-se sistemicamente
• Os órgãos mais afetados são o baço, o fígado e a medula
óssea
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25. SINAIS CLÍNICOS
• Os principais sinais dermatológicos da leishmaniose visceral
consistem de descamação, seborréia, onicogrifose, ulceração e
alopecia, que geralmente é simétrica
• Alguns cães com alta carga parasitária não apresentam sinais
clínicos. Freqüentemente também ocorre discrepância entre a
intensidade da infecção e a condição clínica do animal
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27. SINAIS CLÍNICOS
• Na forma visceral, a doença pode ser severa, causando sinais
clínicos que envolvem vários órgãos
• Ocorrem: fraqueza extrema, emaciação, diarréia, epistaxe,
claudicação, anemia, insuficiência renal, edema das patas,
ulceração cutânea, inflamação ocular que pode levar a cegueira,
linfadenopatia e hepato-esplenomegalia
• A temperatura corporal pode oscilar, mas geralmente é normal
ou sub-normal
• Imunossupressão pode favorecer a ocorrência de infecções
concomitantes, de forma que o quadro clínico pode ser complicado
com demodicose, piodermite ou pneumonia
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29. DIAGNÓSTICO
• PARASITOLÓGICO
• É o método de diagnóstico mais simples e mais comumente
utilizado
• É baseado na observação das formas amastigotas pela
histopatologia ou citologia utilizando-se esfregaços de medula
óssea ou aspirados de linfonodos corados pelo Giemsa
• Este método é altamente específico e de baixo custo, mas
possui pouca sensibilidade
• A utilização da técnica de imunoperoxidase possibilita detecção
mais eficiente das formas amastigotas nos tecidos infectados
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30. DIAGNÓSTICO
Citologia de medula óssea canina - formas amastigotas de
Leishmania localizadas no citoplasma de macrófagos
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31. DIAGNÓSTICO
• IMUNOLÓGICO
• É baseado na detecção de anticorpos (principalmente IgG e
especialmente IgG1) anti-Leishmania ou respostas celulares
específicas
• Os quatro principais testes sorológicos aplicados são IFAT,
ELISA, DAT e Western Blot
• O IFAT é considerado o melhor dos testes, devido à alta
especificidade e sensibilidade e apresenta maior repetibilidade e
resultados mais confiáveis em relação àqueles que usam antígenos
solúveis, como a fixação de complemento
• O ELISA é mais sensível, porém menos preciso que o IFAT,
pois apresenta reação cruzada com Trypanosoma cruzi e Babesia.
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32. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
• Apresentação clínica da leishmaniose pode apresentar
grande variação desde casos assintomáticos até casos de
doença crônica caquetizante
• O diagnóstico diferencial deve ser formulado para cada caso
individualmente
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34. A DOENÇA NO HOMEM
• A leishmaniose é uma doença complexa, amplamente distribuída,
que afeta o homem e que tem sido historicamente reconhecida há
muito tempo
• Possui alta prevalência com 12 milhões de casos em todo o mundo
e 1,5 a 2 milhões de novos casos surgindo a cada ano.
• Embora o homem seja freqüentemente portador assintomático, a
doença pode assumir duas formas clinicas: cutânea, que pode
ocorrer na forma mucocutânea, e a forma visceral.
Distribuição mundial da
leishmaniose humana
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35. A DOENÇA NO HOMEM
• A leishmaniose cutânea é a forma mais comum, sendo
responsável por 50 a 75% dos casos novos a cada ano
• Geralmente causada por L. major e L. tropica no Velho Mundo e
por L. mexicana e L. braziliensis no Novo Mundo
• A forma cutânea se apresenta como lesões nodulares não-
ulcerativas, localizadas ou disseminadas, encontradas
principalmente na face, braços e pernas
• As lesões podem resultar em deficiência física e cicatrizes
permanentes
• 90% dos casos ocorrem na África e América do Sul
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36. A DOENÇA NO HOMEM
• Somente os casos mais severos da doença cutânea requerem
tratamento
• A forma mucocutânea ocorre freqüentemente como uma
doença metastática em meses ou anos após a ocorrência da
forma cutânea e resulta em cicatrizes desfigurantes na face,
afetando as membranas mucosas do nariz, boca e garganta
• A forma mucocutânea ocorre predominantemente
na América do Sul e requer tratamento
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37. A DOENÇA NO HOMEM
• A Leishmaniose visceral, também conhecida como "Febre
Negra" ou Kala-Azar, é a forma mais grave e pode ser fatal se
não tratada
• Os agentes etiológicos mais comuns são a L. donovani,
primariamente encontrada na Índia, Bangladesh e Sudão; L.
chagasi e L. infantum, encontradas no Brasil e países
mediterrâneos
• A leishmaniose visceral ocorre predominantemente em crianças
e também como infecção oportunista em pacientes
imunossuprimidos como aqueles infectados por HIV
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38. A DOENÇA NO HOMEM
• Os sinais clínicos são inespecíficos e incluem anorexia, febre,
emagrecimento, hepatoesplenomegalia, epistaxe, diarréia e
tosse
• Os achados laboratoriais incluem anemia, hiperglobulinemia,
hipoalbuminemia, leucopenia e trombocitopenia
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39.
40.
41. A DOENÇA NO HOMEM
• Um diagnóstico preciso é essencial para a determinação do
tratamento
• Para isso são necessárias análises parasitológicas e
imunológicas
• Historicamente os antimoniais pentavalentes têm sido
utilizados como primeira opção de tratamento
• A anfotericina B e pentamidina também são reconhecidos como
agentes terapêuticos eficazes
• Devido à natureza complexa da doença cada caso deve ser
avaliado e tratado levando-se em consideração características
individuais.
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42. TRATAMENTO, CONTROLE E PREVENÇÃO
• A maioria dos casos de leishmaniose cutânea não requerem
tratamento uma vez que são auto-limitantes
• A leishmaniose visceral canina (Kala-azar) tem sido tratada já
há muitos anos por veterinários europeus
• No Brasil, protocolos terapêuticos para cães têm sido
avaliados durante os últimos 4 anos, mas o tratamento de cães
infectados não é recomendado devido ao risco potencial para a
saúde pública
• Política de controle adotada pelo Ministério da Saúde inclui o
tratamento precoce das infecções humanas, uso estratégico de
inseticidas e eliminação de cães soropositivos
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43. TRATAMENTO, CONTROLE E PREVENÇÃO
•
• Todas estas drogas requerem um regime de dosagens
múltiplas, o que depende da condição clínica do cão e
cooperação do proprietário
• Sugere-se que o tratamento de manutenção deve ser mantido
com alopurinol, porque é impossível assegurar que os cão não
sofrerão recorrência da infecção caso o tratamento seja
interrompido
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44. TRATAMENTO, CONTROLE E PREVENÇÃO
• O uso de colares contendo inseticidas, shampoos ou inseticidas
aerosóis que são efetivos para proteger o cão contra a picada
do mosquito, têm que ser utilizados continuamente em todos os
pacientes sob tratamento
• O controle do vetor é um dos aspectos mais importantes para
o controle da doença
• O mosquito é susceptível aos mesmos inseticidas que o
mosquito da malária
• A pulverização de casas e abrigos dos animais com inseticidas
só terá impacto na transmissão se o vetor for restrito às áreas
intra- ou peri-domiciliar
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45. CONTROLE
• Manter higiene da área de 150 m
• Proteção das casas
• Usar repelentes
• “Vacinas”
• Evitar sair nos horários do mosquito : de 5
às 8h e de 16 às 29h
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