2. SOFÍSTICA
Em meados do século V a.C., irrompeu na Grécia um movimento
cultural sui generis, que teve consequências decisivas para o mundo
ocidental.
Nascia a Sofística, promovida pelos Sofistas.
Identificados como educadores profissionais que davam instruções
a jovens, e exercícios públicos de eloquência, por pagamento.
3. OS SOFISTAS
A palavra sofista (em grego sophistes) deriva de sophia
«sabedoria», e designa todo o homem que possui conhecimentos
consideráveis em qualquer ramo do saber, nomeadamente
gramática, astronomia, geometria, música, entre outras.
4. Os sofistas ensinavam qualquer um que desejasse aprender, não
importando a origem social do mesmo.
Eles realmente cobravam por seus ensinamentos, mas não exigiam
do aluno qualquer conhecimento prévio.
Assim seus cursos partiam desde os níveis mais elementares.
Recebendo sempre alunos em diferentes níveis de aprendizagem.
5. Numa sociedade que desprezava os trabalhos técnicos, os sofistas
não se intimidavam em aprender e ensinar estas artes.
Protágoras, um dos mais importantes sofistas dava primazia ao
ensino da técnica.
Eram herdeiros tanto dos filósofos pré-socráticos (estudiosos da
física), como dos poetas.
6. EM OUTRAS PALAVRAS ...
O sofista era alguém a que hoje
chamaríamos de sábio.
Ensinavam tudo o que se podia
ensinar, "tinham a pretensão de formar
homens completos, habituados a todas as
subtilezas do pensamento refletido, hábeis em
manejar a palavra, corajosos e fortes na
ação, dignos de todos os triunfos, de todas as
felicidades".
Landormy (1985:13).
7. A QUEM DIGA, NO ENTANTO:
Que os sofistas praticavam um ensino desligado de preocupações
de ordem ética.
Como diz Landormy (1985:15), fingiam "adoptar as opiniões comuns, a
moral das pessoas honestas, os preconceitos ou as superstições do povo" de modo
a agradarem ao maior número de pessoas.
8. O seu objetivo principal era agradar de forma a obterem os seus
proveitos próprios, sem atenção aos valores essenciais.
Daí o uso artificioso da oratória e da retórica como forma
precisamente de, através da palavra, conseguir persuadir os cidadãos.
9. SÓCRATES
Pelo contrário, como diz
Bonnard (1980: 442) "Sócrates quer
educar o seu povo, conduzi-lo à
consciência do seu verdadeiro bem, ao
perigo e à nobreza da escolha. Quer
libertá-lo da servil obediência à opinião
estabelecida, para o comprometer no livre
serviço da verdade severamente verificada.
10. ....Quer tirá-lo da infância, que pensa e age por imitação e
constrangimento, para fazer dele um povo adulto, capaz de agir por razão, de
praticar a virtude não por temor das leis e do poder (ou de deuses ao seu
dispor), mas porque sabe de ciência certa que a felicidade é idêntica à virtude" .
11. Sócrates acreditava que se, através do seu método, conseguisse
levar as pessoas a descobrirem o que é a aretê(VERDADE), então
esta descoberta obrigaria os seus interlocutores a agir de forma
virtuosa.
12. DIÁLOGO COM PROTÁGORAS
O ponto curioso deste diálogo é que, na primeira fase da
discussão, Sócrates dúvida que a virtude possa ser ensinada, enquanto
Protágoras, como sofista, entende que sim.
Mas, no decorrer da argumentação, Sócrates vai analisar as várias
virtudes e conclui que todas elas são uma única, que todas se identificam
com o conhecimento do Bem.
Nesse momento, acaba por concluir que a virtude pode ser ensinada e
é Protágoras quem passa a considerar duvidosa essa possibilidade.
13. Uma outra diferença fundamental separa Sócrates dos Sofistas.
É que, enquanto aqueles se consideravam sábios, profundamente
conhecedores de várias matérias, e, justamente por essa razão, se
faziam pagar pelos seus ensinamentos, Sócrates defendia aquela
fórmula tão célebre quanto enigmática pela qual ficou para sempre
conhecido:
"Só sei que nada sei"
14. Sócrates combateu os sofistas, julgou com severidade o uso que
faziam da arte da palavra, que segundo ele não visava estabelecer o
verdadeiro mas produzir a aparência.
Sócrates defendia energicamente a necessidade e a possibilidade de
conhecer a verdade.
15. Sócrates está à procura do logos, o sentido do ser em si mesmo.
O logos filosoficamente falando é a razão que se dá de algo, ou o
que hoje chamaríamos de conceito.
16. Ele tomou como ocupação exclusiva da sua vida, ajudar a descobrir em
cada homem a verdade que nele existia.
Mesmo sem salário e quase sem esperança, exerceu até à morte este
serviço de educador do seu povo, o mais insubmisso de todos os povos.
É esta a sua maneira de ser cidadão.
17.
18. PLATÃO E ARISTÓTELES
Apesar de não cobrarem por seus ensinamentos como os
sofistas, Platão e Aristóteles recebiam presentes de seus
alunos, entre eles Alexandre (O Grande), e boa parte da
aristocracia grega.
19. Na verdade para ser membro da Academia (escola de Platão), ou
do Liceu (escola de Aristóteles), eram exigidos conhecimentos prévios
que só filhos da aristocracia poderiam ter.
E, ao que consta, os tais presentes eram bastante generosos, para
sustentar tanto a Academia quanto o Liceu, e seus respectivos
mestres.
20. PLATÃO
Platão, o mais famoso dos discípulos de Sócrates, nasceu no seio de
uma das mais tradicionais famílias da aristocracia política de Atenas.
Ao completar 20 anos, conheceu seu mentor, que mudaria para sempre
o rumo da sua vida.
Leia mais: http://jus.com.br/revista/texto/20758/etica-direito-e-justica-socrates-e-platao-contra-os-
sofistas#ixzz2CChCsLvG
21. "Platão era de família aristocrática, o que torna notável o fato de ele acreditar
que os governantes não deveriam ser escolhidos por sua origem, e sim pela
inteligência e força de caráter.
Acima de tudo, o oportunismo dos políticos atenienses, que acabou culminando
no julgamento e na sentença de morte de Sócrates, convencera Platão a considerar
com muita seriedade as qualidades necessárias a um bom líder", explica
Drosdek (p. 26).
22. Em 387 a.C. Platão criou a
Academia, o primeiro centro de
ensino superior do
Ocidente, afirma Leite (p. 27):
"Até então, a educação superior
nunca havia assumido essa forma
corporativa, organizada, sedentária, com
distribuição de cursos e matérias, que
imprimiu Platão à Academia
23. Com relação à sua doutrina, é interessante recorrer ao "mito
da caverna", incluído no livro VII de "A República", recomendam
Aranha e Martins (p. 121):
Leia mais: http://jus.com.br/revista/texto/20758/etica-direito-e-justica-socrates-e-platao-contra-os-
sofistas#ixzz2CCiBzPnD
24. O MITO DA CAVERNA
"Platão imagina uma caverna onde pessoas estão acorrentadas desde a
infância, de tal forma que, não podendo ver a entrada dela, apenas enxergam o
seu fundo, no qual são projetadas as sombras das coisas que passam às suas
costas, onde há uma fogueira.
Se um desses indivíduos conseguisse se soltar das correntes para contemplar à
luz do dia os verdadeiros objetos, ao regressar, relatando o que viu aos seus antigos
companheiros, esse o tomariam por louco e não acreditariam em suas palavras."
25. Aqui, em termos relacionados ao conhecimento
(epistemologia), faz uma separação entre mundo sensível (dos
fenômenos) e mundo inteligível (das idéias gerais).
O mundo sensível é percebido pelos sentidos, sendo
ilusório, múltiplo, com réplicas imperfeitas do verdadeiro.
26. Para Platão, o mundo das idéias gerais refletia a doutrina de
Parmênides, nos quais o ser é imóvel, enquanto o mundo sensível se
espelhava em Heráclito, que afirmava a mutabilidade essencial do ser. Na
vida terrena, se experimenta a mutabilidade; no Hades (além-vida), a
permanência.
28. EM SUMA
Para Platão, a verdade é absoluta e a Filosofia é a busca da
verdade pela intelectualidade.
Chamada de Idealismo, a Filosofia Platônica considera a idéia
como o princípio da realidade.
29. A IDÉIA
A sociedade atual é materialista no sentido que o princípio do
materialismo não é a idéia, mas a matéria.
Para Platão, a idéia de uma coisa é a realidade dessa coisa.
A idéia é uma abstração. É a essência e é invisível.
30. A IDEIA
Quando entendemos alguma coisa é porque idealizamos essa coisa.
A idéia é universal, conceitual e abstrata.
É única e imutável.
É eterna, pois reside na alma.
31. As coisas têm aparência e essência.
A essência de alguma coisa é o que esta coisa é e não a aparência.
A aparência é a sombra e é ilusória sempre.