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AS PRINCIPAIS DIFICULDADES DO
FUTEBOL BRASILEIRO QUE IMPACTAM
NO FAIR-PLAY FINANCEIRO
João Paulo de Jesus Lopes – Maio de 2016
Situação Financeira Atual dos
Clubes de Futebol do Brasil
Os balanços dos 20 maiores clubes de futebol do Brasil nos
últimos anos, vêm apresentando a seguinte situação:
1- Receitas excessivamente dependentes de negociações de
atletas (17% em 2015) e direitos de TV (38% em 2015) e com
pouca representatividade de receitas comerciais (14% em 2015)
e de bilheteria (10% em 2015);
2- Elevados custos dos departamentos de futebol (73% das
receitas em 2015);
3- Déficits anuais crônicos;
4- Elevados endividamentos;
5- Elevada dívida fiscal.
Fonte dos dados: Análises de Amir Somoggi
Quais as possíveis causas
dessas dificuldades?
1- Gestão
A falta de profissionalização (incompetência) leva a
decisões erradas no âmbito financeiro. Clubes em
má situação financeira negociam mal suas
propriedades junto ao mercado, aceitando propostas
desvantajosas e perdendo receitas a longo prazo.
Por outro lado, a paixão e emoção inerentes ao
futebol levam a posturas e decisões equivocadas,
com grande impacto negativo nas finanças dos
clubes (contratações, premiações, salários, etc.)
2- Calendário
Ocupando grande espaço nas discussões sobre os
problemas do futebol brasileiro, o Calendário Nacional
contraria totalmente os interesses do futebol e destoa
completamente de outros calendários de importantes
centros mundiais.
O número excessivo de jogos, longas e mal planejadas
competições, atrativas somente em suas fases finais e
inchadas por competidores em excesso, impactam
indireta, porém significativamente, nas finanças dos
clubes.
3- Organização Societária
A maioria dos grandes clubes brasileiros de futebol segue
o mesmo modelo das associações criadas no fim do
século XIX e início do século XX.
Com a profissionalização dos atletas, o futebol ingressou
no chamado “ambiente econômico”, necessitando se
estruturar e auferir receitas para pagar os salários, custos
e despesas correlatos.
Entretanto, a organização interna da maioria dos clubes
ainda remonta, em grande parte, a época das suas
formações.
4- Formação
A formação de atletas deveria se revestir de atividade
fundamental para as entidades esportivas, pelo
provisionamento técnico de suas equipes principais e a
fonte de receita que representa, além da função social que
os clubes devem exercer.
Com a salutar extinção do vínculo entre atleta e clube, a
transferência de atletas formados internamente tomou
caminho errado.
Em vez de beneficiar os clubes formadores, foram
favorecidos novos protagonistas, os “empresários”.
5- Bilheteria
Diferentemente do mero espectador de um
espetáculo, no futebol o torcedor participa tão
ativamente do jogo, que se caracteriza como a
própria razão de ser do evento.
Enquanto na Europa as receitas de bilheteria são
parcela importante das receitas totais dos clubes, no
Brasil, em 2015, representaram apenas 10% da
receitas totais dos 20 principais clubes brasileiros,
segundo estudo de Amir Somoggi.
Por que tanta diferença?
6- Marketing
Percebe-se que há no Brasil consumidores ávidos por
produtos relacionados com o futebol e que o mercado do
futebol ainda não é capaz de atender essa demanda.
A relação entre o futebol e o marketing no Brasil, apesar
de visível evolução, inclusive em recursos humanos,
ainda se ressente de atuação mais efetiva, criativa e
qualificada.
Há ainda, frequentemente, a tendência de se confundir
MARKETING, que traz receitas, com PROMOÇÃO, que traz
despesas.
7- Direitos de TV
A Televisão tem importância fundamental para o produto
futebol. Determinadas partidas, têm público estimado em
muitos milhões de telespectadores.
O futebol precisa da Televisão para se divulgar, e aos seus
parceiros nas ações de marketing que revertem em
receitas para os clubes. Por seu lado, a Televisão tem no
futebol conteúdo muito atraente para sua audiência e seus
anunciantes.
É fundamental que as duas partes encontrem um equilíbrio
na relação e eliminem os conflitos de interesses.
8- Legislação
Além das suas dificuldades internas, o futebol brasileiro
necessita de regulamentações “de cima para baixo”, mas
negociadas com as entidades esportivas, para superar
impasses decorrentes da falta de consenso (e bom-
senso) entre os clubes, geralmente motivadas pela
paixão e emoção em suas relações.
Os progressos conquistados com legislações federais
vigentes, como a Lei Pelé, Estatuto de Defesa do
Torcedor e o PROFUT, precisam ser expandidos com
novas regulamentações.
9- Organização Federativa
Os mesmos impasses decorrentes da falta de consenso
e bom-senso entre os clubes vêm alimentando a
existência de uma organização federativa do futebol,
além de anacrônica, profundamente lesiva aos
interesses dos clubes.
Exemplo disso é que, enquanto no período 2007-2015,
segundo o mesmo Amir Somoggi, os 20 principais
clubes brasileiros apresentaram déficits acumulados
totalizando mais de R$ 3,3 bilhões, a CBF, nesse mesmo
período, apresentou superávit de R$ 506 milhões.
“O desafio do futebol brasileiro
é ajustar as finanças para
tornar a operação sustentável,
sem frustrar os torcedores.”
Relatório do Itaú BBA
O que fazer?
Algumas sugestões para as
principais dificuldades apontadas
1- Gestão
Profissionalização e especialização dos gestores;
Utilização de métodos corporativos modernos;
Adoção de planejamento financeiro responsável.
Maior consenso entre dirigentes dos principais clubes
brasileiros, evitando decisões dentro de um clima de
rivalidade, paixão e emoção, de forma a valorizar o
futebol como importante negócio dentro da indústria de
entretenimento e que, pela grande sensibilização
nacional, tem todas as condições para ser altamente
rentável.
2- Calendário
Racionalização do Calendário Nacional, colocando os
interesses dos clubes em primeiro lugar;
Redução do número de jogos disputados pelos clubes
em uma temporada;
Inclusão de períodos dedicados a pré-temporadas e
excursões dos clubes ao exterior;
Melhor planejamento das competições, tornando-as
mais curtas e atrativas durante toda sua disputa;
O calendário da Seleção Nacional deve estar
harmonizado com o calendário dos clubes.
3- Organização Societária
Modernização da estrutura societária dos clubes, de
forma a ingressar como empresas no chamado “ambiente
econômico”, auferindo receitas compatíveis com o
pagamento de seus salários, custos, despesas e
investimentos correlatos.
Profissionalização dos gestores e adoção dos modernos
métodos de administração, não só no futebol, mas
também nas áreas de marketing, jurídico, saúde, etc.
Adoção de maior transparência e de dispositivos legais
responsabilizando os responsáveis pela gestão.
4- Formação
Criação pelos clubes de regras de relacionamento internas
e externas, de forma a limitar a atuação da atividade dos
empresários e impedindo-os de atuar desregradamente no
mercado em geral.
Gestões conjuntas dos clubes com o Governo Federal e
autoridades esportivas, objetivando regulamentar a
transferência de atletas para o exterior, de forma a proteger
os clubes formadores e permitir aos atletas agregar seus
talentos a eles, deixando de proporcionar elevados
rendimentos a quem nada investiu nas suas formações.
5- Bilheteria
Elevação da participação da bilheteria nas receitas totais dos
clubes com a melhoria dos serviços, conforto e segurança
internos nos estádios;
Responsabilização severa dos maus torcedores e torcidas
organizadas;
Melhoria nas deficientes condições de transporte e
estacionamento nos estádios;
Fidelização do torcedor, com aperfeiçoamento dos programas
de sócios-torcedores, agregando receitas marginais a esses
programas através de parceiros comerciais;
Planejar mais mercadologicamente o chamado “match-day”.
6- Marketing
Profissionalização especializada e experiente, bem como
revisão dos conceitos aplicados, objetivando maior
criatividade e resultados;
Quantificação da força das marcas dos clubes, objetivando
melhores valores nas negociações de seus produtos;
Adaptação, em conjunto com os patrocinadores, da oferta
de produtos mais compatíveis com a conjuntura econômica
nacional e mundial;
Ações conjuntas dos clubes com autoridades e demais
protagonistas, coibindo a proliferação de produtos piratas.
7- Direitos de TV
Reequilíbrio das negociações entre clubes e TV, com independência e em
igualdade de condições, permitindo direta e individualmente aos clubes a
negociação de seus direitos televisivos, apurando valores mais justos nas
transmissões de seus jogos e definindo datas e horários mais adequados
aos interesses comuns.
Sugere-se como a fórmula, a que define como propriedade do clube
mandante em uma partida de futebol todos os direitos de transmissão para a
própria praça. Fica reservado ao clube visitante os direitos de transmissão
para fora da praça do evento. Ou seja, as transmissões locais, geralmente
feitas via pay-per-view, ficariam com o mandante e as “de” e “para” outras
praças, geralmente transmitidas pela TV aberta, ficariam com o visitante.
Seriam, ainda, reservadas parcelas para distribuição homogênea a todos
participantes da competição e para ser distribuída ponderadamente,
conforme os índices técnicos de cada clube na competição do ano anterior.
8- Legislação
Novas regulamentações e aperfeiçoamento da legislação
existente, consensados entre clubes e oferecidos aos
governos para sua oficialização, entre elas:
1- Organização das sociedades esportivas;
2- Legislação trabalhista diferenciada para atletas;
3- Direitos de TV;
4- Tratamento tributário diferenciado aos clubes;
5- Formação e transferência de jovens atletas;
6- Definição das mínimas condições de saúde financeira para
que uma equipe dispute uma competição;
7- Regulações municipais em que os espetáculos esportivos
devem se enquadrar.
9- Organização Federativa
Criação pelos clubes de uma Liga Nacional, para
regulamentação e disputa das competições, reservando à CBF e
às federações apenas a administração da Seleção Nacional e
dos registros dos atletas, exigindo dela o repasse aos clubes
dos salários dos atletas convocados durante o período que
servem a Seleção Nacional, conforme a legislação vigente;
Dar andamento, também no âmbito do futebol sulamericano, à
presente mobilização para a criação de uma Liga Continental,
eliminando de seu contexto a desmoralizada Conmebol.
Com isso, deixa-se de esperar que as soluções venham apenas
das ações desenvolvidas pelas CPI, Justiça, Polícia Federal e até
pelos FBI e Interpol.

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As principais dificuldades do futebol brasileiro e soluções para o Fair Play Financeiro

  • 1. AS PRINCIPAIS DIFICULDADES DO FUTEBOL BRASILEIRO QUE IMPACTAM NO FAIR-PLAY FINANCEIRO João Paulo de Jesus Lopes – Maio de 2016
  • 2. Situação Financeira Atual dos Clubes de Futebol do Brasil Os balanços dos 20 maiores clubes de futebol do Brasil nos últimos anos, vêm apresentando a seguinte situação: 1- Receitas excessivamente dependentes de negociações de atletas (17% em 2015) e direitos de TV (38% em 2015) e com pouca representatividade de receitas comerciais (14% em 2015) e de bilheteria (10% em 2015); 2- Elevados custos dos departamentos de futebol (73% das receitas em 2015); 3- Déficits anuais crônicos; 4- Elevados endividamentos; 5- Elevada dívida fiscal. Fonte dos dados: Análises de Amir Somoggi
  • 3. Quais as possíveis causas dessas dificuldades?
  • 4. 1- Gestão A falta de profissionalização (incompetência) leva a decisões erradas no âmbito financeiro. Clubes em má situação financeira negociam mal suas propriedades junto ao mercado, aceitando propostas desvantajosas e perdendo receitas a longo prazo. Por outro lado, a paixão e emoção inerentes ao futebol levam a posturas e decisões equivocadas, com grande impacto negativo nas finanças dos clubes (contratações, premiações, salários, etc.)
  • 5. 2- Calendário Ocupando grande espaço nas discussões sobre os problemas do futebol brasileiro, o Calendário Nacional contraria totalmente os interesses do futebol e destoa completamente de outros calendários de importantes centros mundiais. O número excessivo de jogos, longas e mal planejadas competições, atrativas somente em suas fases finais e inchadas por competidores em excesso, impactam indireta, porém significativamente, nas finanças dos clubes.
  • 6. 3- Organização Societária A maioria dos grandes clubes brasileiros de futebol segue o mesmo modelo das associações criadas no fim do século XIX e início do século XX. Com a profissionalização dos atletas, o futebol ingressou no chamado “ambiente econômico”, necessitando se estruturar e auferir receitas para pagar os salários, custos e despesas correlatos. Entretanto, a organização interna da maioria dos clubes ainda remonta, em grande parte, a época das suas formações.
  • 7. 4- Formação A formação de atletas deveria se revestir de atividade fundamental para as entidades esportivas, pelo provisionamento técnico de suas equipes principais e a fonte de receita que representa, além da função social que os clubes devem exercer. Com a salutar extinção do vínculo entre atleta e clube, a transferência de atletas formados internamente tomou caminho errado. Em vez de beneficiar os clubes formadores, foram favorecidos novos protagonistas, os “empresários”.
  • 8. 5- Bilheteria Diferentemente do mero espectador de um espetáculo, no futebol o torcedor participa tão ativamente do jogo, que se caracteriza como a própria razão de ser do evento. Enquanto na Europa as receitas de bilheteria são parcela importante das receitas totais dos clubes, no Brasil, em 2015, representaram apenas 10% da receitas totais dos 20 principais clubes brasileiros, segundo estudo de Amir Somoggi. Por que tanta diferença?
  • 9. 6- Marketing Percebe-se que há no Brasil consumidores ávidos por produtos relacionados com o futebol e que o mercado do futebol ainda não é capaz de atender essa demanda. A relação entre o futebol e o marketing no Brasil, apesar de visível evolução, inclusive em recursos humanos, ainda se ressente de atuação mais efetiva, criativa e qualificada. Há ainda, frequentemente, a tendência de se confundir MARKETING, que traz receitas, com PROMOÇÃO, que traz despesas.
  • 10. 7- Direitos de TV A Televisão tem importância fundamental para o produto futebol. Determinadas partidas, têm público estimado em muitos milhões de telespectadores. O futebol precisa da Televisão para se divulgar, e aos seus parceiros nas ações de marketing que revertem em receitas para os clubes. Por seu lado, a Televisão tem no futebol conteúdo muito atraente para sua audiência e seus anunciantes. É fundamental que as duas partes encontrem um equilíbrio na relação e eliminem os conflitos de interesses.
  • 11. 8- Legislação Além das suas dificuldades internas, o futebol brasileiro necessita de regulamentações “de cima para baixo”, mas negociadas com as entidades esportivas, para superar impasses decorrentes da falta de consenso (e bom- senso) entre os clubes, geralmente motivadas pela paixão e emoção em suas relações. Os progressos conquistados com legislações federais vigentes, como a Lei Pelé, Estatuto de Defesa do Torcedor e o PROFUT, precisam ser expandidos com novas regulamentações.
  • 12. 9- Organização Federativa Os mesmos impasses decorrentes da falta de consenso e bom-senso entre os clubes vêm alimentando a existência de uma organização federativa do futebol, além de anacrônica, profundamente lesiva aos interesses dos clubes. Exemplo disso é que, enquanto no período 2007-2015, segundo o mesmo Amir Somoggi, os 20 principais clubes brasileiros apresentaram déficits acumulados totalizando mais de R$ 3,3 bilhões, a CBF, nesse mesmo período, apresentou superávit de R$ 506 milhões.
  • 13. “O desafio do futebol brasileiro é ajustar as finanças para tornar a operação sustentável, sem frustrar os torcedores.” Relatório do Itaú BBA
  • 15. Algumas sugestões para as principais dificuldades apontadas
  • 16. 1- Gestão Profissionalização e especialização dos gestores; Utilização de métodos corporativos modernos; Adoção de planejamento financeiro responsável. Maior consenso entre dirigentes dos principais clubes brasileiros, evitando decisões dentro de um clima de rivalidade, paixão e emoção, de forma a valorizar o futebol como importante negócio dentro da indústria de entretenimento e que, pela grande sensibilização nacional, tem todas as condições para ser altamente rentável.
  • 17. 2- Calendário Racionalização do Calendário Nacional, colocando os interesses dos clubes em primeiro lugar; Redução do número de jogos disputados pelos clubes em uma temporada; Inclusão de períodos dedicados a pré-temporadas e excursões dos clubes ao exterior; Melhor planejamento das competições, tornando-as mais curtas e atrativas durante toda sua disputa; O calendário da Seleção Nacional deve estar harmonizado com o calendário dos clubes.
  • 18. 3- Organização Societária Modernização da estrutura societária dos clubes, de forma a ingressar como empresas no chamado “ambiente econômico”, auferindo receitas compatíveis com o pagamento de seus salários, custos, despesas e investimentos correlatos. Profissionalização dos gestores e adoção dos modernos métodos de administração, não só no futebol, mas também nas áreas de marketing, jurídico, saúde, etc. Adoção de maior transparência e de dispositivos legais responsabilizando os responsáveis pela gestão.
  • 19. 4- Formação Criação pelos clubes de regras de relacionamento internas e externas, de forma a limitar a atuação da atividade dos empresários e impedindo-os de atuar desregradamente no mercado em geral. Gestões conjuntas dos clubes com o Governo Federal e autoridades esportivas, objetivando regulamentar a transferência de atletas para o exterior, de forma a proteger os clubes formadores e permitir aos atletas agregar seus talentos a eles, deixando de proporcionar elevados rendimentos a quem nada investiu nas suas formações.
  • 20. 5- Bilheteria Elevação da participação da bilheteria nas receitas totais dos clubes com a melhoria dos serviços, conforto e segurança internos nos estádios; Responsabilização severa dos maus torcedores e torcidas organizadas; Melhoria nas deficientes condições de transporte e estacionamento nos estádios; Fidelização do torcedor, com aperfeiçoamento dos programas de sócios-torcedores, agregando receitas marginais a esses programas através de parceiros comerciais; Planejar mais mercadologicamente o chamado “match-day”.
  • 21. 6- Marketing Profissionalização especializada e experiente, bem como revisão dos conceitos aplicados, objetivando maior criatividade e resultados; Quantificação da força das marcas dos clubes, objetivando melhores valores nas negociações de seus produtos; Adaptação, em conjunto com os patrocinadores, da oferta de produtos mais compatíveis com a conjuntura econômica nacional e mundial; Ações conjuntas dos clubes com autoridades e demais protagonistas, coibindo a proliferação de produtos piratas.
  • 22. 7- Direitos de TV Reequilíbrio das negociações entre clubes e TV, com independência e em igualdade de condições, permitindo direta e individualmente aos clubes a negociação de seus direitos televisivos, apurando valores mais justos nas transmissões de seus jogos e definindo datas e horários mais adequados aos interesses comuns. Sugere-se como a fórmula, a que define como propriedade do clube mandante em uma partida de futebol todos os direitos de transmissão para a própria praça. Fica reservado ao clube visitante os direitos de transmissão para fora da praça do evento. Ou seja, as transmissões locais, geralmente feitas via pay-per-view, ficariam com o mandante e as “de” e “para” outras praças, geralmente transmitidas pela TV aberta, ficariam com o visitante. Seriam, ainda, reservadas parcelas para distribuição homogênea a todos participantes da competição e para ser distribuída ponderadamente, conforme os índices técnicos de cada clube na competição do ano anterior.
  • 23. 8- Legislação Novas regulamentações e aperfeiçoamento da legislação existente, consensados entre clubes e oferecidos aos governos para sua oficialização, entre elas: 1- Organização das sociedades esportivas; 2- Legislação trabalhista diferenciada para atletas; 3- Direitos de TV; 4- Tratamento tributário diferenciado aos clubes; 5- Formação e transferência de jovens atletas; 6- Definição das mínimas condições de saúde financeira para que uma equipe dispute uma competição; 7- Regulações municipais em que os espetáculos esportivos devem se enquadrar.
  • 24. 9- Organização Federativa Criação pelos clubes de uma Liga Nacional, para regulamentação e disputa das competições, reservando à CBF e às federações apenas a administração da Seleção Nacional e dos registros dos atletas, exigindo dela o repasse aos clubes dos salários dos atletas convocados durante o período que servem a Seleção Nacional, conforme a legislação vigente; Dar andamento, também no âmbito do futebol sulamericano, à presente mobilização para a criação de uma Liga Continental, eliminando de seu contexto a desmoralizada Conmebol. Com isso, deixa-se de esperar que as soluções venham apenas das ações desenvolvidas pelas CPI, Justiça, Polícia Federal e até pelos FBI e Interpol.