O documento descreve a descoberta da doença de Chagas por Carlos Chagas em 1909. Ele observou um novo parasita, o Trypanosoma cruzi, em um inseto chamado barbeiro na cidade de Lassance, Minas Gerais. Ao examinar os habitantes locais, Chagas encontrou o parasita no sangue de uma menina de Lassance, estabelecendo o primeiro caso documentado da doença.
2. Em 22 de abril de 1909, Oswaldo Cruz anunciou
formalmente à Academia Nacional de Medicina a descoberta,
por Carlos Chagas, de uma nova doença: a tripanossomíase
americana ou moléstia de Chagas.
O processo da descoberta se iniciou em 1907, quando Chagas,
pesquisador de Manguinhos, chegou a Lassance, no norte de Minas
Gerais, com a missão de combater a malária entre os trabalhadores
da Estrada de Ferro Central do Brasil. Lá, teve sua atenção
despertada por um inseto que proliferava nas frestas das paredes
de pau-a-pique das casas, alimentando-se à noite do sangue de
seus moradores. Por atacar preferencialmente o rosto, era chamado
de barbeiro pela população local.
Ao examinar estes insetos, Chagas encontrou neles um novo
parasito, que chamou de Trypanosoma cruzi, em homenagem a
Oswaldo Cruz. Verificou que este era patogênico para animais de
laboratório e descobriu sua presença em animais domésticos.
Paralelamente, já havia detectado nos habitantes da região
alterações patológicas inexplicáveis. Começou então a pesquisar as
ligações entre o novo parasito e a condição mórbida daquela
população. A 23 de abril de 1909, Chagas descobriu pela primeira
vez o protozoário no sangue de um ser humano: uma menina de
3. Berenice, uma criança em 1909, foi o primeiro caso descrito da doença de Chagas.
Ela morreu aos 82 anos, de insuficiência cardíaca, em junho de 1981.
Carlos Ribeiro Justiniano Chagas Nasceu no dia 9 de julho de 1878. No dia 14
de abril de 1909 , o cientista Carlos Chagas encontrou o protozoário
Trypanossoma cruzi no sangue de uma menina febril de 2 anos de idade,
chamada Berenice, moradora da cidade de Lassance (MG). Carlos Chagas
faleceu em 8 de novembro de 1934 , vítima de morte súbita.
Jornal da Tarde, 7 de maio de 1979.
4. Estima-se que existam no país entre 2 e 3 milhões de indivíduos infectados. Porém,
nos últimos anos, a ocorrência de Doença de Chagas aguda tem sido observada em
diferentes estados, em especial na região da Amazônia Legal, principalmente por
causa da transmissão oral.
A doença de Chagas é limitada primariamente ao continente americano, devido à
distribuição do vetor estar restrito a este continente. Mas, são registrados casos em
países não endêmicos por outros mecanismos de transmissão.
5. Por meio de um inseto que suga o sangue enquanto
defeca na pele. Em suas fezes se encontram as formas
infectantes do parasita Trypanosoma cruzi.
Pela transmissão mãe-filho, se a mulher tiver a
doença.
Transfusão de sangue ou transplante de órgãos
infectados.
Ingestão de alimentos infectados com as fezes
do inseto.
6. • Transmissão vetorial – de 4 a
15 dias.
• Transmissão transfusional – de
30 a 40 dias ou mais.
• Transmissão vertical – pode ser
transmitida em qualquer período
da gestação ou durante o parto.
• Transmissão oral – de 3 a 22
dias.
• Transmissão acidental – até,
aproximadamente, 20 dias.
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10. Os sintomas do paciente da Doença de Chagas vão
depender de qual fase ele se encontra: aguda ou
crônica. No local da picada pelo barbeiro, a área ficará
vermelha e endurecida, dando origem ao “Chagoma”,
nome dado à lesão causada pela entrada
do Trypanosoma. E quando esta lesão ocorre próxima
aos olhos, recebe o nome de “Romaña”.
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12. A forma aguda da doença ocorre geralmente em crianças; as
manifestações crônicas aparecem comumente mais tarde, na vida
adulta. A fase aguda é caracterizada por febre de intensidade
variável, mal-estar, linfadenopatia e hepatoesplenomegalia. Podendo
ocorrer e persistir durante até 8 semanas uma reação inflamatória
no local da penetração do parasito (inchação), conhecida como
chagoma. O edema inflamatório unilateral das pálpebras (sinal de
Romaña), ocorre em 10 a 20 % dos casos agudos. As manifestações
fatais, ou que podem constituir uma ameaça à vida, incluem
miocardite e meningoencefalite. A fase crônica sintomática decorre
com maior frequência de lesões cardíacas, com cardiomegalia e
arritmias, e comprometimento do trato digestivo com megaesôfago e
megacolon.
DIAGNÓSTICO : diagnóstico na fase aguda é estabelecido pela
demonstração do parasito através de pesquisa no sangue, por
13. O chagoma apresenta, em geral, também uma
íngua próxima à região. Após o período de
incubação (período assintomático) variável,
geralmente depois de 1 semana, o paciente
poderá apresentar:
Febre.
Ínguas por todo o corpo.
Inchaço do fígado e do baço.
Vermelhidão no corpo: semelhante a uma alergia
e que dura pouco tempo.
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15. Uma pessoa infectada e diagnosticada nesta fase, deve
receber o tratamento adequado com:
Benznidazol ou Nifurtimox: que são os únicos
medicamentos disponíveis para o tratamento da doença
no mundo atual, eles indicam 100% de chance de cura.
A Doença de Chagas passa a uma fase crônica,
geralmente silenciosa, se não for tratada na fase aguda.
16. A fase crônica sintomática
decorre com maior frequência
de lesões cardíacas, com
cardiomegalia e arritmias, e
comprometimento do trato
digestivo com megaesôfago e
megacolon.
DIAGNÓSTICO : na fase
crônica, o xenodiagnóstico e
principalmente o
imunodiagnóstico são os
procedimentos mais adotados
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20. Desmaios.
Palpitações.
Dores no peito.
Inchaço dos membros inferiores.
Constipação.
Dores abdominais.
Dificuldades para engolir.
Batimentos cardíacos descompassados (arritmias, podendo
ser fatais).
Perda da capacidade de “bombeamento” do coração (isto
Nesta fase, detectar o parasita no sangue é um processo bem
mais difícil, mesmo que a presença de anticorpos contra o
parasita continue elevada, apresentando infecção em
atividade. Os demais sintomas desta fase são:
21. Na fase crônica, o tratamento é dirigido às
manifestações e aos pacientes que não apresentam
sintomas; a diminuição da capacidade de trabalho
do coração é tratada como na insuficiência dele por
outras causas. Sendo que, em alguns casos, pode
haver a necessidade de transplante.
22. O estado do Pará concentra 80% dos casos de doença e chagas em
todo o Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Das 841 notificações
feitas em 2012, 29 casos foram confirmados. Em 2011 foram 141
ocorrências. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, a forma de
transmissão mais comum da doença no estado ainda é o consumo de
alimentos contaminados.
23. Das milhões (6 a 7 milhões no mundo) de pessoas infectadas, mais
de 90% delas desconhecem a infecção por falta de oportunidade de
diagnóstico da doença. Ocorrem no mundo mais de 12 mil mortes
associadas à doença por ano, por causa da globalização, passando
também a ser importante na Europa e na Ásia.
No Brasil, estima-se que existam mais de 1 milhão de pessoas
infectadas. Dentro deste número, 60% vive em áreas urbanas, o que
provoca grandes impactos sociais, previdenciários e assistenciais. Ou
seja, são pacientes vivendo com a doença sem saber que a tem, por
não ter sido sequer diagnosticada. Com isso, o paciente acaba
ficando alheio às possibilidades de tratamentos existentes.
24. Os principais fatores de risco para a doença
de Chagas são:
•Habitar em uma cabana onde insetos transmissores vivam nas
paredes
•Morar na América do Sul, América Central ou no México
•Viver sob condições extremas de pobreza
•Receber transfusão de sangue ou um transplante de órgão de
uma pessoa portadora do parasita, mas que não tenha
manifestado a Doença de Chagas.
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26. Há 20 anos cientistas vêm desenvolvendo a vacina com o financiamento de
diversas universidades brasileiras, sob a supervisão do professor Maurício
Rodrigues, da Unifesp. “Mais de 10 milhões de indivíduos na América Latina
convivem com a Doença de Chagas já na fase crônica e o tratamento convencional
muitas vezes não funciona. A vacinação terapêutica levaria à redução dos
sintomas, queda da mortalidade e melhora da qualidade de vida dos doentes”,
explica Rodrigues ao Planeta Universitário.
A vacina, testada em camundongos infectados com o parasita, foi capaz de
reduzir em cinco vezes a carga parasitária. Foram divididos dois grupos de
animais, o primeiro composto por indivíduos infectados imunizados e o segundo
com animais infectados sem a vacina. Todos animais do segundo grupo
morreram, enquanto apenas 20% do primeiro não sobreviveram. Apesar de ter
apresentado bons resultados em camundongos, o teste ainda não foi feito com
humanos.
27. Os cuidados iniciais são de caráter educativo, passando
para o paciente cuidados com a;
higiene principalmente oral,
reeducação alimentar,
incentivo ao tratamento,
apoio psicológico.
Na fase crônica o enfermeiro deve observar a;
aceitação de alimentos,
queixas de dores abdominais,
náuseas e vômitos,
verificar sinais vitais,