Este documento analisa os casos de leishmaniose visceral na cidade de Caetité no período de 2009 a 2011. Os bairros de Alto do Cristo e Observatório apresentaram os maiores índices de cães infectados. Estes bairros também registraram duas mortes humanas por leishmaniose. A proximidade destes bairros a áreas de matas pode ter contribuído para os altos números. O número total de casos humanos tem aumentado nesta cidade, segundo a secretaria municipal de saúde.
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Geosaude
1. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
DEPARTAMENTO CIÊNCIAS HUMANAS – CAMPUS VI
COLEGIADO DE GEOGRAFIA
GEOGRAFIA DA SAÚDE
LEISHMANIOSE VISCERAL
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS CASOS NA CIDADE DE CAETITÉ NO
PERÍODO DE 2009 A 2011
JEANE TEIXEIRA; JULIANA ANASTÁCIA DOS SANTOS; NÁJYLA BETRINE BATISTA CHAGAS; PABLO KEHOMA COSTA 1
2. IDEIAS INTRODUTÓRIAS
• Deuses;
• Hipócrates: Ares, águas e lugares
- Conceito ecológico;
- Doenças silvestres
• Analisar os casos Caetité no período de 2009 a 2011;
• Identificar e mapear os bairros;
• Secretaria Municipal de Saúde de Caetité;
• Milton Santos e outros intelectuais;
• Programas de vigilância e controle da leishmaniose visceral;
• Pesquisas acadêmicas;
• Qualidade de vida da população.
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3. HISTÓRICO DA DOENÇA
• A primeira descrição da Leishmaniose Visceral (LV) foi na Grécia, em 1835
onde anteriormente era conhecida como “ponos” (Deus da dor, na mitologia
grega). Em 1869 foi denominada na Índia de “Kala-jwar” (febre negra) ou
“Kala-azar” (Calazar) em virtude do escurecimento da pele ocorrido durante
a doença (MARZOCHI, 1981).
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4. William Boog Leishman no ano de 1900, em Bengal na Índia, identificou a
presença de um protozoário no baço de um soldado que foi a óbito em
decorrência da febre “Dum Dum”. Em 1903, o agente etiológico foi descrito
por Donovan que demonstrou a presença dos parasitos em aspirados
esplênicos de uma criança que apresentava febre irregular. Rogers, em 1904,
foi o primeiro a cultivar o parasita em sangue citratado a 22ºC e observou que
nas culturas o parasita se apresentava na forma flagelada. Nicolle e
colaboradores encontraram parasitos em cães no ano de 1908, na Tunísia,
sugerindo o papel destes animais como reservatórios. Apenas no ano de 1931
é que os flebotomíneos foram incriminados como vetores , onde a
transmissão da doença ficou conhecida através de xenodiagnóstico em
hamsters (MICHALICK e GENARO, 2005).
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5. No Brasil em 1934, Henrique Penna relatou os primeiros caso da infecção no
país a partir de lâminas histológicas de fígado examinadas post mortem para
diagnóstico de febre amarela (LAINSON et al., 1986; GENARO, 2000; RANGEL
e LAINSON, 2003). Evandro Chagas estudando a epidemiologia da doença
suspeitou que o mosquito responsável pela transmissão aos humanos fosse o
flebotomíneo L. longipalpis devido sua constante presença ao redor e no
interior das residências de pacientes doentes (CHAGAS, 1936; RANGEL e
LAINSON, 2003).
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6. As várias formas da doença são
transmitidas de animais
silvestres ou domésticos para o
homem por intermédio da picada
de mosquitos hematófagos do
gênero Lutzomyia (CAMARGO e
BARCINSKI, 2003).
VETOR DE TRANSMISSÃO
Figura 2. O vetor (Lutzomyia longipalpis) responsável pela transmissão da Leishmaniose
Visceral na América Latina. Fonte:
CICLO BIOLÓGICO
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Lutzomyia_longipalpis-sandfly.jpg
Figura 1 Ciclo biológico da Leishmaniose Visceral. Fonte: adaptado de:
http://commons.wikimedia.org/wiki/Template:Other_versions/Leishmaniasis_life_cycle_diagram
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7. Figura 3. Eco-epidemiologia da leishmaniose visceral americana no Estado do Pará: 1. o
parasita se mantém no ciclo enzoótico silvestre em raposas e possivelmente em outros
animais por uma população silvestre do flebótomo Lutzomyia longipalpis; 2,3. A invasão pelo
vetor das moradias localizadas na proximidade da floresta estabelece a infecção no cão e no
homem. Linhas contínuas indicam a rota de transmissão definida e as linhas descontínuas
representam uma possível transmissão entre outros animais silvestres, e provavelmente o
homem também serve de fonte de infecção para o flebótomo.
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8. ÁREA DE ESTUDO
Localizada na Microrregião da Serra Geral, também chamada Chapada
Diamantina e das Almas, a cidade de Caetité situa-se na zona de transição
entre o planalto e a depressão do São Francisco a 827 metros de altitude e a
800 quilômetros de Salvador.
FIGURA 5- LOCALIZAÇÃO ESPACIAL DO MUNICÍPIO DE CAETITÉ.
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9. MATERIAIS E MÉTODOS
Para estabelecer possíveis relações entre a saúde da população da área de
estudo, foram coletadas informações junto à Secretaria Municipal de Saúde de
Caetité, com a solicitação de informações sobre Leishmaniose Viral, no período
de 2009 a 2011, no Município de Caetité-Ba. Posteriormente, foram mapeados e
identificados os casos de leishmaniose por bairro.
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11. • Para analisar os casos de leishmaniose na cidade de Caetité a prefeitura conta
com o serviço específico que divide a cidade por setores.
• Se forem detectados que os cães estão infectados os mesmo tem que ser
levados ao canil municipal para que sejam sacrificados.
• Após analisar os dados que a pesquisa de campo junto a secretária de saúde,
foi possível criar um mapa com os setores, e perceber em qual setor da cidade
de Caetité, tinham mais cães com suspeita de contaminação, constatou-se
então que os Bairros do Alto do Cristo e o Observatório tem os maiores índices
de cães com suspeitas de leishmaniose.
• Este bairro também é o que tem em seus registros duas mortes de humanos
por contraírem a doença, pode-se pensar que a proximidade dos mesmo a área
de matas possa ser uma das causas dos números expressivos que
encontramos durante a pesquisa.
• Segundo a secretaria de vigilância epidemiológica de Caetité, o número de
casos de pessoas infectadas pela leishmaniose visceral na cidade tem
aumentado, enfatiza.
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12. 2.5
Número de casos de Leishmaniose viceral
2
1.5
Leishmaniose viceral
1
0.5
0
2009 2010 2011
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13. [...] apesar de casos isolados, existem casos e, o que mais tememos é devido ao aumento
do número de cães infectados, mesmo com os mecanismos de controle eficientes, existem
situações que fogem do nosso controle... temos exemplo de pessoas que não levam o
animal para ser vacinado, não tem um acompanhamento com um veterinário e, muitas
outras situações que podem deixar a população vulnerável.
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14. PARA CONCLUIR...
A apropriação social do espaço produz territórios e territorialidades propícias à
disseminação de doenças, Milton Santos é conciso. Entretanto, cabe aos órgãos
competentes à tomada de decisões de tal modo a considerar o processo saúde-doença
e, intervir nesse processo de modo que a melhoria na qualidade de vida da população seja o
objetivo primordial de suas ações.
A partir das informações apresentadas, deve ser considerado que a ocorrência da LV
está intimamente ligada a natureza tendo em vista que, a proliferação dos vetores
causadores da doença estão relacionados a residências localizadas próximas a matas ou em
condições precárias de infraestrutura como a falta de esgotamento sanitário por exemplo.
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15. REFERÊNCIAS CONSULTADAS
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histórico, epidemiologia e perspectivas de controle. Rev. Bras. Epidemiol, São Paulo, v.
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SCLIAR, Moacyr. Um olhar sobre a saúde pública. 1.ed. São Paulo: Scipione, 2003.
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Leishmania spp. e análise da atividade leishmanicida de chalconas. Dissertação
(Mestrado em Biotecnologia) - Universidade de Santa Catarina, 2008.
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