3. A NOVA ÉPOCA
• Aparecimento de fomes e epidemias;
• Diminuição da população;
• Retrocesso das cidades;
• Ruralização da economia;
• Esmorecimento da vida cultural;
• Ascensão do poder da Igreja, o único reduto de segurança das populações.
• Chega ao fim a era clássica e inicia-se a Idade Média.
4.
5. O FEUDALISMO
• As invasões dos séc. VIII a X (muçulmanas, normandas e húngaras) ajudam à fragmentação política.
• Na ausência de um rei forte e com presença organizadora, ocorreu a passagem de poder para os senhores
locais, a quem o rei concedia grandes domínios territoriais e privilégios.
• Com a instabilidade política, aumenta a insegurança e a recessão económica.
• A esta época da história da Europa, marcada por laços de dependência entre os homens e por uma
economia marcadamente rural, os historiadores chamam FEUDALISMO.
8. A RENOVAÇÃO ECONÓMICA
• A partir do século XI e até ao século XIV, a Europa viveu, novamente, um período de alguma
paz e de prosperidade económica. Para isso contribuíram fatores como:
O fim das invasões dos Muçulmanos, dos Vikings e dos Húngaros;
O crescimento demográfico, que conduziu ao arroteamento e drenagem
de terras para cultivo;
Os progressos técnicos na agricultura e nos transportes.
Os progressos técnicos ocorridos na agricultura e nos transportes.
9. O CRESCIMENTO DAS CIDADES
• A reanimação dos antigos burgos
favoreceu o aparecimento de novas cidades
e a reanimação de antigos centros urbanos.
Favoreceu ainda o surgir de um novo grupo
social, ligado ao comércio – a Burguesia.
• As cidades encontravam-se definidas e
delimitadas por uma cinta protetora: a
muralha.
10. A RECONQUISTA CRISTÃ
• A luta pela Reconquista Cristã, ou seja, para recuperar as terras que os mouros tinham conquistado
aos cristãos que viviam na Península Ibérica, iniciou-se logo no séc. VIII, após a invasão.
• Dessa luta surgem vários reinos cristãos localizados a norte da Península, sendo o mais importante
o de Leão, de D. Afonso VI.
• Em 1017 Afonso VI depois de se
sobrepor aos irmãos assumiu o título
de Imperador de toda a Espanha.
11. O CONDADO PORTUCALENSE
• A ameaça Almorávida fez enfraquecer novamente o poder de Afonso VI e é como ajuda militar que
surgem Raimundo e Henrique de Borgonha na Península.
• Os dois nobres que se destacaram mais na guerra com os mouros e que foram recompensados pelo
rei: em 1096, D. Afonso VI dá à sua filha ilegítima - D. Teresa - como dote de casamento com D.
Henrique de Borgonha, o Condado Portucalense que se irá transformar, mais tarde, no reino de
Portugal.
12. O REINO PORTUGUÊS
• Após a morte de D. Henrique surgem dois lados diferentes: o lado de D. Teresa, ligada ao reino de Leão
e Castela e o lado defendido pelo seu filho D. Afonso Henriques, que pretendia a reconquista para Sul.
• A situação irá ser resolvida em 1128 na Batalha de São Mamede entre D. Teresa e D. Afonso Henriques
que, apoiado na nova nobreza portuguesa (os infanções), vence a Batalha.
13. O REINO PORTUGUÊS
• Entre 1127 e 1137 Afonso Henriques manteve-se em constante rebelião contra o primo, pois queria a
independência de Portugal.
• Mas D. Afonso VII só a reconhece na Conferência de Zamora em 1143.
• No entanto, o Papa só irá conceder o título de rei a D. Afonso Henriques em
1179 com a Bula Manifestis Probatum.
14. A EVOLUÇÃO DAS FRONTEIRAS
D . Afonso III
D . Afonso Henriques
D . Dinis
15. A RECUPERAÇÃO DO PODER REAL
• Na monarquia feudal portuguesa o rei era o dominus rex (rei senhor). Isto é, o rei assumia-se como um
senhor feudal na sua corte de vassalos. Os reis fundamentavam o seu poder no direito divino: o rei era o
representante de deus na Terra. Apesar disso, existiam muitos abusos por parte dos senhores.
• A partir de Afonso II, os reis procuraram evitar ou punir os abusos do clero e da nobreza. Assim,
ordenaram a realização de Confirmações e Inquirições e publicaram Leis de Desamortização.
Visavam conhecer as terras
e os direitos que
pertenciam ao rei e que
poderiam ter sido
usurpados indevidamente.
Proibição de as ordens
religiosas e os mosteiros
comprarem propriedades
ou herdarem-nas.
Tinham por objetivo
confirmar a legalidade da
posse de propriedades,
por parte do clero e da
nobreza.
ConfirmaçõesInquirições Leis de Desamortização
16. D. DINIS
• O auge da centralização do poder real foi atingido no governo de D. Dinis: a administração central
mostrou-se forte e rigorosa, os poderes dos senhores foram energeticamente combatidos e as
fronteiras definitivamente fixadas.
• A produção aumentou, incrementaram-se as feiras e o comércio externo.
• Dignificaram-se as artes e as letras (D. Dinis, o trovador) e o português tornou-se a língua oficial, em
detrimento do latim.
• Institui-se a primeira universidade portuguesa e o rei é respeitado no exterior.
18. AS ESCOLAS MONÁSTICAS
• É nos mosteiros espalhados pela Europa, longe do rebuliço das novas cidades emergentes na Europa, que
surgem as Escolas Monásticas, em regime de internato e, inicialmente, para a formação de futuros
monges.
• Mais tarde abrem-se as escolas externas com o propósito da formação de leigos cultos.
• O programa de ensino, de início, muito elementar: aprender a ler, escrever, conhecer a bíblia (se possível
de cor), canto e um pouco de aritmética.
• Com o tempo, vai-se enriquecendo de forma a incluir o ensino do
latim, gramática, retórica e dialéctica.
19. • Nas cidades, começam a surgir escolas que funcionam numa
dependência da habitação do bispo.
• Estas visavam, em especial, a formação do clero secular e também
de leigos instruídos que eram preparados para defender a
doutrina da Igreja na vida civil.
• As Escolas Catedrais (escolas urbanas), saídas das antigas escolas episcopais, tornaram-se mais
prestigiadas que as escolas dos mosteiros.
AS ESCOLAS URBANAS
20. • Antes de 1250, formou-se no Ocidente a primeira geração de universidades medievais.
• Originalmente, estas instituições eram chamadas de studium generale, (Estudos gerais) juntando mestres
e discípulos dedicados ao ensino superior. Porém, com a agitação cultural e urbana da Baixa Idade Média,
logo se passou a fazer referência ao estudo universal do saber, ao conjunto das ciências, sendo o nome
studium generale substituído por universitas.
OS ESTUDOS GERAIS / UNIVERSIDADES
21. • Provavelmente, a primeira universidade europeia terá surgido na cidade
italiana de Salerno, cujo centro de estudos remonta ao século XI.
As universidades eram estabelecimentos do ensino superior que
agregavam várias faculdades e que se organizavam numa estrutura mais
rígida e complexa.
Ao longo dos séculos XIII e XIV, as universidades expandiram-se pela Europa
Ocidental, especializando-se em diferentes saberes: Teologia, Direito,
Medicina.
As universidades de Bolonha e de Paris estão entre as mais antigas. Outros
exemplos são a Universidade de Oxford e a de Montpellier.
UNIVERSIDADES
22. • Enquanto nas cidades SE multiplicavam as escolas catedrais e as universidades e nos conventos nasciam
as livrarias (bibliotecas), nas cortes do rei e dos grandes senhores a cultura erudita (acessível apenas aos
estratos dominantes da sociedade) desenvolveu-se sob o espírito cavalheiresco, segundo o qual o
cavaleiro, sempre de estirpe nobre, queria tornar-se perfeito.
• O cavaleiro ideal devia ter as seguintes qualidades:
-a honra;
-a coragem;
-a lealdade;
-a virtude;
-a piedade;
-o ideal de cuzada.
A CULTURA CORTESÃ
23. • Tal como existia um ideal de cavalaria, também as relações entre
nobres e damas, nas cortes, obedeciam a um ideal de amor,
pautado pelo refinamento e pela espiritualidade.
• Era um código de comportamento amoroso em que os cavaleiros
demonstravam que o valor pessoal não se fundamentava apenas no
sangue ou nas proezas militares, mas podia ser identificado no
comportamento social: a cortesia.
• Para conquistar a sua amada, o cavaleiro nobre deveria ser virtuoso,
paciente, elegante no vestir, bem-humorado, respeitoso perante as
mulheres, enquanto a dama, bela e púdica, deveria alimentar o seu
amor com gestos comedidos.
24. • Na literatura, o ideal de cavalaria eram os Romances e o ideal do amor cortês: a poesia trovadoresca.
• Os senhores feudais contratavam recitadores, cantores e músicos para divertir a corte.
• As cantigas eram compostas, quase sempre, por nobres que se denominavam
trovadores, porque praticavam a arte de trovar.
• O trovador deveria dizer os seus elogios a uma mulher da nobreza, demonstrando
subordinação às damas da corte, que deveriam ser tratadas com cortesia.
• As primeiras cantigas portuguesas datam do séc. XII e são ainda escritas em galego-
-português.
• Diz-se que a primeira foi a Cantiga da Guarvaia, de Paio Soares de Taveirós.
LITERATURA
25. Cantiga de amor
• As cantigas de amor desenvolviam o tema do sofrimento
pelo amor não correspondido e eram divulgados de forma
oral.
• Neste tipo de cantiga, o trovador destaca todas as
qualidades da mulher amada, colocando-se numa posição
inferior (de vassalo) a ela.
• As cantigas de amor reproduzem o sistema hierárquico na
época do feudalismo, pois o trovador espera receber um
benefício em troca de seus “serviços” (as trovas, o amor
dispensado, sofrimento pelo amor não correspondido).
26. • Este tipo de cantiga teve as suas origens na Península Ibérica.
• Nela, o eu-lírico é uma mulher, mas o autor era masculino,
devido à sociedade feudal e o restrito acesso ao conhecimento
da época.
• A mulher canta o seu amor pelo amigo (amigo = namorado),
muitas vezes em ambiente natural, e muitas vezes, também em
diálogo com a sua mãe ou as suas amigas.
• O sujeito poético é, não apenas mulher, mas a donzela, isto é,
uma rapariga solteira, pertencente aos estratos médios do
povo.
• O poeta serve-se assim deste artifício para exprimir os seus
sentimentos pela boca da rapariga.
Cantiga de amigo
27. • Trovadores: os poetas cultos que compunham
quer as letras, quer as músicas das canções.
• Menestréis: músicos-poetas que viviam na casa
de um fidalgo, para quem trabalhavam.
• Jograis: cantores ambulantes, geralmente de
origem popular.
• Segréis: trovadores profissionais, muitas vezes
nobres caídos em desgraça e que iam de corte
em corte na companhia de um jogral animar as
festas.
OS ARTISTAS DA ÉPOCA MEDIEVAL
28. • Tipo de poesia satírica. Nas cantigas de escárnio a crítica é
feita de forma encoberta, sem que o objeto de crítica seja
claramente identificado. Nas cantigas de maldizer a vítima da
crítica é claramente identificada.
• Estes poemas satíricos têm um grande valor documental,
visto que nos revelam qual a reação das pessoas face a
determinados acontecimentos e situações.
• Estas cantigas permitem perceber melhor a sociedade da
época e aceder a informações que outros documentos, mais
impessoais, não revelam.
Cantiga de escárnio e maldizer
29. Na cantiga de escárnio, o eu-lírico faz uma sátira a alguma pessoa.
Essa sátira era indireta, cheia de duplos sentidos. As cantigas de escárnio (ou "de escarnho", na grafia da
época) definem-se como feitas pelos trovadores para dizer mal de alguém, por meio de ambiguidades,
trocadilhos e jogos semânticos, num processo que os trovadores chamavam "equívoco", por vezes,
bastante mordaz.
Ao contrário da cantiga de escárnio, a cantiga de maldizer traz uma sátira direta e sem duplos sentidos. É
comum a agressão verbal à pessoa satirizada, e muitas vezes, são utilizados até palavrões. O nome da
pessoa satirizada pode ou não ser revelado.
30. A CULTURA POPULAR
• As manifestações populares da cultura passavam pelos conhecimentos transmitidos oralmente nos
locais de convívio como as feiras. Era, no fundo, a tradição oral.
• Para estes, as cantigas (principalmente de escárnio e mal dizer) foram fundamentais na transmissão
do seu dia-a-dia e na comparação com a vida fácil dos senhores. Destaca-se aqui o papel dos Jograis.
• Estas manifestações culturais acabaram por ser fortemente influenciadas pela Igreja e pelas novas
Ordens Mendicantes, tais como os Franciscanos e os Dominicanos (que acabaram mesmo por
controlar a Inquisição).
31. Clero Povo
Cultura religiosa e erudita
Nobreza
Cultura
monástica
Cultura cortesã Cultura popular
Cultura de transmissão
oral
Difundida de pais para filhosDifundida nas escolas
monásticas e catedralícias
para futuros clérigos
Difundida por jograis e
trovadores
Cultura palaciana e de
corte
Saber ligado à Bíblia e a obras
de autores gregos, latinos,
árabes e judeus
Saber ligado à poesia
trovadoresca, romances de
cavalaria, crónicas e livros de
linhagem
Saber ligado à tradição e
costumes: provérbios, contos,
cantigas, festividades
religiosas
EM RESUMO:
32. A DECADÊNCIA CULTURAL
• Ao longo do séc. XIV, ocorre uma convergência de factos que explicam a designação de trilogia de morte:
–A crise agrícola que provoca fomes como a de 1315-1317, a oscilação dos preços, o despovoamento dos
campos e o agudizar dos conflitos sociais.
–A Peste Negra (1348) e as várias epidemias que assolam o mundo. A população subalimentada não
resiste.
33. • As consequências da Peste Negra sobre a mentalidade e a criação artística (e da crise do séc. XIV em
geral) foram muitas:
• incremento das manifestações de piedade coletiva, de que são exemplo os flagelantes e as
peregrinações;
• massacre de grupos marginais, tornados «bodes-expiatórios» e acusados de serem responsáveis pelo
surto epidémico (os judeus e os leprosos);
34. • reforço das doações à Igreja para efeitos assistenciais, para criação de hospitais e de albergarias;
• representação da figura da morte, em esculturas e pinturas, como aviso da sua constante ameaça
sobre os vivos;
• representação dos defuntos sob a imagem da decomposição do corpo, como advertência para a
fragilidade da vida.
Notas do Editor
NOTE:
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