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Você já leu algo a
respeito de enormes
castelos com pontes
movediças para protegê-
los de invasores?
Castelos habitados por
reis, princesas, condes,
marqueses, barões e
muitos outros nobres?
Nas leituras você
certamente ficou
sabendo como se
realizavam as batalhas,
geralmente para
defender a honra dos senhores, donos das terras (senhores feudais).
Isso tudo diz respeito a um período da história da Europa chamado
Medieval, ou Idade Média.
Os castelos existem até hoje em muitos países europeus, mas o modo
de vida das pessoas mudou completamente.
O Brasil não teve as características da época medieval, porque a
América passou por uma evolução sócio-econômico-cultural diferenciada da
Europa.
Ao compreender a história medieval, você entenderá melhor o processo
histórico desenvolvido entre o período do século V ao XV, na Europa.
Você aprendeu que no século XVI, o mundo conhecido dos europeus se
limitava à Europa, Oriente Médio e África.
Nessa época, a América ainda não era conhecida dos europeus, e a
Europa era por eles considerada o centro do mundo.
Mas, como era a vida na Europa medieval?
Se você morasse na Europa no período medieval, viveria
num mundo povoado por reis, nobres (senhores feudais) e
sacerdotes morando em castelos, e por servos morando em
pequenas aldeias e em propriedades coletivas situadas em volta
dos castelos.
O período medieval estendeu-se do século IV ao XV.
O PERÍODO MEDIEVAL
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CIP.COM3
Durante séculos, o Império Romano
dominou grande parte da Europa. Uma
poderosa estrutura administrativa, com
exércitos e estradas que interligavam todo o
território, possibilitou aos romanos impor às
populações dessa parte do continente seu
domínio, seu modo de vida e seus costumes.
A partir do século III, esse cenário
começaria a se alterar, quando diversos povos
de origem germânica, eslava e,
posteriormente, árabe, invadiram a parte
ocidental da Europa iniciando um novo modo
de vida com características e particularidades
próprias.
No início, essas invasões foram
realizadas pacificamente, mas com o tempo tomaram-se violentas, o que gerou
destruição e insegurança em várias áreas da Europa.
O que você faria se as cidades vizinhas a
Votorantim fossem invadidas e chegasse a nossa
cidade a notícia de que seríamos os próximos a
sofrer pilhagens, saques e todo tipo de violência e
não tivéssemos como nos defender?
Veja o que aconteceu na Europa na Idade
Média, durante a invasão dos bárbaros.
Algumas populações dominadas pelos
romanos receberam bem os povos invasores, porque
eles representavam a libertação da exploração
romana.
Entretanto, alguns resistiram e outros se
refugiaram nos campos procurando proteção nas
grandes propriedades rurais.
Os povos invasores após pilharem as cidades,
se dirigiram aos campos provocando destruição e
mudanças que foram estruturando um novo tipo de
vida na Europa. Esse novo tipo de vida contendo
características do mundo romano e do modo de viver
dos invasores, é chamado de feudalismo.
Feudalismo: sistema político, econômico, social e cultural que
vigorou na Europa Ocidental durante a Idade Média.
Os romanos
chamavam de
BÁRBAROS todos os
tinham cultura
queosromanos.
Os germanos foram o principal
e mais numeroso grupo a
invadir o Império Romano.
Dividiam-se em subgrupos:
anglos, saxões, lombardos,
francos, bretões entre outros.
Foram tão importantes paraa
formaçãoda Europa atual que
muitos lugares têm até hoje,
nomesorigináriosdosgrupos
queosocuparam:osbárbaros
francos, por exemplo,
formaram a atual França.
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CIP.COM 4
E quais são as características do feudalismo?
➢ A política no feudalismo
A Europa ficou dividida em reinos, mas os reis não tinham muito poder,
pois esses reinos eram divididos em grandes extensões de terras, chamados
feudos. O domínio no feudo era exercido pelo senhor feudal, que possuía
poder absoluto dentro dele.
Observe a representação a seguir. Ela mostra as partes de um feudo.
O feudo era o domínio do senhor feudal e era a unidade básica de
produção. Nele havia:
▪ o castelo: onde morava o senhor feudal.
▪ a vila ou aldeia: onde moravam os servos.
▪ as terras: onde os servos trabalhavam.
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CIP.COM5
Os vilões eram
camponeses livres,
geralmente
descendentes de
pequenos
proprietários
romanos que, não
podendo defender
suas terras,
entregavam-nas a
um senhor em troca
de proteção.
➢ A Sociedade no feudalismo
No feudalismo, a sociedade era dividida em estamentos, ou seja, as
pessoas permaneciam desde o nascimento até à morte, numa mesma posição
dentro da sociedade.
Observe a pirâmide da sociedade feudal:
A sociedade era dividida em: clero, nobres e servos e não permitia a
mobilidade social, isto é, não havia possibilidade da pessoa mudar sua
situação social; quem nascia servo, jamais poderia deixar de sê-lo.
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CIP.COM 6
Como era a vida nos feudos?
Os nobres viviam caçando, participavam
de torneios e guerreavam; o clero, além de
possuir 2/3 das terras da Europa feudal, cuidava
da vida religiosa e influenciava o poder político
nos feudos.
Nessa sociedade, o senhor feudal, em sua
propriedade (feudo), concentrava toda a
administração e a justiça. A maior parte da
sociedade era composta pelos servos.
E a vida do servo? Como era?
Os servos trabalhavam devendo obrigações aos seus senhores
(nobres). Viviam em condições precárias de subsistência. Embora pudessem
usar um pedaço de terra, bem pouco daquilo que produziam ficava para o
sustento da família, pois grande parte da produção era entregue a seus
senhores e à Igreja sob forma de tributos (impostos). (A Igreja também
aumentou seus domínios graças ao dízimo, taxa de 10% sobre a produção dos
fiéis).
AS MULHERES NA IDADE MÉDIA
“A sociedade feudal era um mundo predominantemente masculino. Em
teoria, as mulheres eram consideradas inferiores aos homens; na prática,
estavam sujeitas à autoridade masculina. Os pais promoviam os
casamentos das filhas. As moças de famílias aristocráticas (ricas) eram
casadas geralmente aos 16 anos, ou ainda mais jovens, com homens
muito mais velhos; as jovens que não se casavam tinham de entrar para
um convento. A mulher do senhor estava à mercê do marido; se o
aborrecesse, podia ser espancada. Mas a senhora do castelo
desempenhava funções importantes. Distribuía tarefas aos criados,
preparava remédios, preservava alimentos, ensinava às jovens costurar,
tecer e fiar, e, apesar de sua posição subordinada, era responsável pelo
castelo na ausência do marido. Embora a Igreja ensinasse que homens e
mulheres eram preciosos aos olhos de Deus e que o casamento era um
rito sagrado, alguns religiosos viam as mulheres como agentes do
demônio, sedutoras malignas que, como a Eva da Bíblia, levavam os
homens ao pecado.”
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - APOSTILA 3
CIP.COM7
Para pagar tantos impostos, quase sempre as colheitas não
bastavam. Por outro lado, as comunicações e transportes eram
difíceis, obrigando os camponeses a longas jornadas de trabalho
para conseguirem produzir no próprio feudo tudo que precisavam,
desde o pão e as vestes até as próprias ferramentas. A terra,
cansada, também produzia pouco, exigindo maior dedicação.
Assim, da primavera ao outono, a vida do homem do campo era
um contínuo trabalhar de sol a sol. Nesses afazeres, participava
toda uma grande família, que ia dos pais e filhos até parentes
próximos e amigos, todos obedecendo ao mesmo senhor feudal.
As casas, construídas por eles mesmos, eram simples, de madeira,
barro e palha; eram pequenas e muitas vezes abrigavam também
os animais de pequeno porte junto com as pessoas. As únicas
paradas nessa luta cotidiana eram as festasreligiosas.
Além de explorados no trabalho, os camponeses eram pouco
considerados pelos nobres e pelo clero, que os viam como
grosseiros, de inteligência limitada, apropriados para os duros
trabalhos da terra.
Extraído de: “História Dinâmica” – Bruna R. Cantele - IBEP
Responda em seu caderno:
01. Com base no texto acima, você nota muita diferença entre o
camponês feudal e os bóias-frias de hoje? Explique.
Então o servo era como o escravo?
Como o servo necessitava da proteção oferecida pelo senhor feudal, ele
tinha a obrigação de permanecer e trabalhar na terra desse senhor, mas
apesar do servo estar ligado à terra, não podia ser vendido; o servo não era
propriedade do seu senhor, diferente do escravo que era vendido porque era
propriedade do dono.
Anote em seu caderno:
O feudalismo implicava em muitas injustiças e sofrimentos
para os que estavam na base da pirâmide social.
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CIP.COM 8
produção,
➢ A Economia feudal
No feudalismo, com a fuga da população da cidade para o campo, a
principal fonte de subsistência passou a ser a agricultura. Praticamente, não
havia comércio e sim troca de produtos dentro de cada feudo. Assim, os feudos
eram auto-suficientes, quer dizer, produzia-se e trocava-se dentro de cada um
deles tudo o que sua população precisava. Nesse período, por conseqüência, o
dinheiro praticamente desapareceu.
Durante a Idade Média, produzia-se na terra quase todas as
mercadorias de que se necessitava e, por isso, somente a terra era o indicativo
de poder de quem a possuía.
As características econômicas do feudalismo influenciaram fortemente a
política. A quase inexistência do comércio e o fato de as moedas não
circularem impediram que o rei, ou qualquer outro tipo de governante,
arrecadasse impostos. E se não há arrecadação de impostos, é impossível
construir um exército; se não existe exército, não há poder coercitivo (que
impõem limites; repressivo) que faça alguém se sentir obrigado a obedecer ao
rei.
➢ Cultura medieval
No período medieval, a insegurança,
o medo, o caos econômico provocou o
aparecimento de um forte espírito de
religiosidade. Vivendo num mundo de
incertezas, miséria e guerras, o homem
medieval buscava na Igreja uma esperança.
A Igreja Católica determinava o
modo de viver e de pensar das pessoas,
impondo regras tidas como verdades
absolutas, utilizava a ignorância da
população para garantir o seu poder e
dissolver a insegurança, mantendo a
ordem imposta pela classe dominante.
Catedral de Worms (Alemanha)
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CIP.COM9
Monge copista
Responda em seu caderno:
02. Explique o que você entendeu por mobilidadesocial.
03. Observe as semelhanças que existem entre os povos que viveram na
Idade Medieval e os povos da atualidade, através da afirmativa: O
feudalismo “implicava em muitas injustiças e sofrimentos para os
que estavam na base da pirâmide social.”
04. Descreva como era o sistema econômico da época medieval.
E por que a população dessa época era ignorante?
A vida era miserável, a exploração
era intensa e a falta de escolas impedia o
acesso ao saber que era restrito ao clero.
Portanto, a Igreja se apossava dos
novos conhecimentos científicos,
reprimindo a reformulação do que era
conhecido na Antigüidade; com isso
mantinha somente entre os seusmembros
o acesso aos conhecimentos que eram
produzidos.
Impondo normas religiosas e de
conduta (confissão obrigatória, dízimo,
penitências, batismo, lealdade aos
senhores, pagamento de impostos, etc...),
a Igreja vinculava o cumprimento dessas
normas como condição para o indivíduo
alcançar o “reino do céu”.
Mantendo o povo na ignorância, a
Igreja dominava não só espiritualmente, pois impunha também regras de moral
e conduta às pessoas, mas também materialmente já que a Igreja detinha
grande parte das terras da Europa Ocidental, o que lhe dava imenso poder de
dominação.
EM RESUMO:
▪ O Império Romano do Ocidente sofreu
contínuas invasões dos chamados
povos bárbaros.
▪ Guerras contínuas provocaram a
destruição de cidades e a população
buscou refúgio nos campos.
▪ Gradativamente, costumes romanos e germânicos foram se mesclando
dando origem ao feudalismo.
▪ O feudalismo implicou numa descentralização do poder político nas
mãos da nobreza, numa economia agrícola de subsistência, numa
sociedade fechada, sem mobilidade social, inteiramente dominada pela
Igreja Católica, que legitimava o sistema feudal.
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - APOSTILA 3
CIP.COM 10
AS CRUZADAS
Durante a Idade Média, amaior
parte da população da Europa
ocidental vivia no campo. Como
vimos, isso acabou gerando a
diminuição da atividade comercial e
das cidades. Apenas com as
Cruzadas, a partir do século XI, é
que essa realidade começou a se
transformar.
Mas o que foram essas
Cruzadas?
Os lugares sagrados do
cristianismo, como a região doSanto
Sepulcro, em Jerusalém, e outras
regiões da Palestina, estavam em
poder dos muçulmanos. A vontade
de reconquistar esses lugares levou
o papa Urbano II, em 1095, a fazer
um grande apelo à cristandade
ocidental, para que movesse uma
guerra santa contra os povos
muçulmanos.
Atendendo aos apelos do papa, os cristãos organizaram expedições
militares que receberam o nome de Cruzadas.
Além da motivação religiosa, a organização das cruzadas teve outras
causas, como o espírito guerreiro dos nobres feudais e a necessidade
econômica de retomar importantes cidades comerciais que estavam em poder
dos muçulmanos.
De 1096 a 1270, os cristãos europeus organizaram oitocruzadas. Cada
uma teve suas próprias características, deixando conseqüências marcantes
na política e na economia da Idade Média.
Entre as principais conseqüências do movimento das cruzadas,
podemos destacar:
⇒ Empobrecimento dos senhores feudais, que tiveram suas economias
arrasadas pelos elevados custos da guerra santa.
⇒ Fortalecimento do poder real, que cresceu à medida que os senhores
feudais perdiam sua tradicional força.
⇒ Reabertura do Mediterrâneo, que se encontrava sobre o poder dos
muçulmanos, possibilitando a retomada do intercâmbio comercial entre
Europa e Oriente. Com isso, houve crescente rompimento na economia
fechada do feudalismo.
⇒ Desenvolvimento intelectual e cultural promovido pelo contato com os
povos do Oriente.
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - APOSTILA 3
CIP.COM11
A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL, MESMO
Há 900 anos, no dia 18 de novembro de 1095, o papa Urbano II e o monge
Pedro, o Eremita, botaram fogo no mundo. Atendendo aos apelos dos
cristãos do Oriente, o papa reuniu nobres feudais em Clermont, na França,
e pediu que libertassem Jerusalém dos árabes. Foi um discurso fulminante.
Começaram, aí, as Cruzadas, a verdadeira primeira guerra mundial. Para
os árabes, foram 200 anos de invasões bárbaras que deixaram cicatrizes
que doem até hoje.
As Cruzadas na Terra Santa começaram em 1095 e terminaram em 1291,
com a derrota dos cristãos. Mas, fora da Palestina, continuaram até o século
XVI. Houve cruzadas na Espanha e no Báltico, contra os pagãos da Letônia
e da Finlândia, contra cristãos heréticos, e até contra camponeses
sublevados na Alemanha. Todas foram convocadas pelos papas em nome de
Cristo e em defesa da cristandade
As cruzadas expulsaram os muçulmanos da Europa, expandiram a
influência européia e criaram países latinos na Palestina que duraram 200
anos, mas falharam no essencial: não conquistaram a Terra Santa. Pior:
embora fossem convocadas para defender os peregrinos cristãos,
perseguidos pelos árabes em Jerusalém, e os cristãos do Oriente contra a
expansão muçulmana, iniciada no século VIII, uma das cruzadas (a Quarta)
invadiu Constantinopla, a Roma grega do Oriente (também conhecida como
Bizâncio, hoje, Istambul), saqueou-a e repartiu o Império Bizantino entre
barões europeus. Os cristãos gregos nunca mais perdoaram os ocidentais e
consumou-se o cisma entre a Igreja Cristã Ortodoxa Grega e a Igreja
Católica Apostólica Romana, que perdura até hoje.
Para os muçulmanos, a tragédia foi maior. Durante 200 anos, centenas de
milhares de peregrinos armados, aventureiros, guerreiros, cavaleiros
medievais e exércitos regulares liderados pelos reis da Europa desabaram
sobre o Oriente Médio. Embora a guerra fosse contra os árabes, no caminho
até Jerusalém, os cruzados também atacaram os judeus.
Na Palestina, conviviam cristãos de várias seitas, gregos, armênios, judeus,
muçulmanos sírios, egípcios e turcos. A cultura árabe era mais próxima da
grega, mais cosmopolita e mais humanista do que a cultura medieval. Mas
os árabes eram desunidos e guerreavam entre si, sem parar. Os cruzados
encontraram povos independentes e souberam aliar-se com alguns. As
marcas das cruzadas duram até hoje. O turco Mehmet Ali Agca, que atirou
no papa, e 1981, declarou: “Decidi matar João Paulo II, comandante
supremo dos cruzados”. A maior divisão do exército da Organização para a
Libertação da Palestina (OLP) chama-se Hattin, o nome da batalha em que o
sultão Saladino venceu os cruzados. Para muitos árabes, o Estado de Israel
parece um Estado cruzado.
(Revista Superinteressante, ano 9, n ° 10, pp.46-47)
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - APOSTILA 3
CIP.COM 12
O RENASCIMENTO COMERCIAL E URBANO
Com as Cruzadas os
europeus passaram a
conhecer e fazer uso de
novos produtos trazidos
do Oriente, como
gengibre, pimenta,
canela, cravo-da-índia,
óleo de arroz, açúcar,
amêndoas, etc. Tapetes
vieram substituir a palha e
o junco usados paraforrar
o chão dos castelos. As
sedas e os brocados
modificaram as
vestimentas, e espelhos
de vidro substituíram os
discos de metal polido
usados até então.
Como você já estudou,
com as Cruzadas, os
europeus recuperaram o
controle do mar
Mediterrâneo, o que
facilitou muito o transporte de mercadorias por essa região.
Os mercadores europeus, principalmente os italianos, passaram a ir
mais vezes ao Oriente e a levar maior quantidade de mercadorias da Ásia
para a Europa. Essas mercadorias eram vendidas em feiras realizadas no
interior da Europa, onde o comércio foi reativado.
À medida que o comércio foi se expandindo, foram surgindo cidades
exatamente nos locais das feiras. Por razões de segurança, os mercadores
procuravam realizar as feiras em lugares próximos a uma zona fortificada,
cercada de muralhas, chamada burgo, onde se erguia a catedral, o palácio do
bispo e, por vezes, o castelo do senhor das terras. Os burgos garantiam a
defesa do lugar.
Com o tempo, prósperos mercadores passaram a se estabelecer nesses
povoados. Ali também se instalaram diversas oficinas de artesãos: sapateiros,
ourives, ferreiros, oleiros, carpinteiros, etc. Assim, em volta da primeira zona
fortificada surgiu um novo núcleo, também cercado de muralhas, que foi se
tornando mais importante que o primeiro. Os moradores desta segunda zona
fortificada (artesãos e comerciantes) chamavam-se burgueses e passaram a
constituir uma nova classe social: a burguesia. Os burgueses eram homens
livres, desvinculados do sistema feudal.
As cidades enfim, tornaram-se locais onde havia segurança e liberdade
para aqueles que desejavam romper com a rigidez da sociedade feudal.
Detalhe de miniatura francesa do século XV
que retrata o comércio medieval.
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - APOSTILA 3
CIP.COM13
Quanto mais o comércio crescia, mais as cidades se desenvolviam e
maiores passavam a ser as necessidades de mercadorias para abastecer os
consumidores europeus.
Diante disso, os comerciantes europeus
perceberam que necessitavam controlar não
somente a venda final dos produtos, mas também
as rotas comerciais pelas quais os produtos
chegavam à Europa. Mais ainda, precisavam de
novas fontes produtoras e novos produtos que
pudessem proporcionar lucros no processo de
compra e venda.
Em uma situação assim, o que você faria?
Ficaria sentado esperando um milagre ou buscaria
encontrar meios para obter mais mercadorias?
Os comerciantes europeus incentivaram a segunda possibilidade.
Abriam-se as portas para a expansão marítima européia. Mas este é assunto
para a nossa próxima apostila.
CRISE DO FEUDALISMO
Com a diminuição das
invasões, a partir do século XI,
um novo modo de vida
estabilizou-se. A produção de
alimentos aumentou desdeentão,
graças à ampliação das terras
cultivadas e à melhoria dos
instrumentos de trabalho.
Milhares de hectares de
florestas foram derrubados para
aumentar a área de terrasaráveis
e de pastagens, e para extrair a
madeira, principal combustível de uso doméstico e matéria-prima para
construção de pontes, casas, armazéns e fortalezas.
Como já vimos, essa estabilidade trouxe um certo progresso:
crescimento das vilas e cidades, aumento da população e fortalecimento das
atividades comerciais graças à produção de alguns excedentes. Entretanto, as
riquezas produzidas por este progresso continuaram sendo apropriadas pelos
senhores.
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - APOSTILA 3
CIP.COM 14
Como todo modo de vida baseado na exploração do homem pelo
homem, o sistema feudal não foi capaz de melhorar a qualidade de vida
dos trabalhadores.
A expansão demográfica (crescimento da população) foi maior que a
expansão da agricultura. As técnicas agrícolas precárias levaram ao
esgotamento das terras, e a falta de terras férteis provocou o fim da expansão
das áreas plantadas.
Com isso, a partir dos séculos XIV e XV, guerras, fome e epidemias,
como a peste negra, espalharam-se com rapidez, atingindo, principalmente, a
população trabalhadora.
Para manter seu nível de vida durante essa crise, os senhores feudais
aumentaram as exigências sobre os camponeses, cobrando cada vez mais
tributos e aumentando sua jornada de trabalho. Por isso, em vários locais da
Europa, os camponeses se revoltaram contra a exploração a que estavam
sendo submetidos. A estabilidade feudal foi destruída por guerras, fomes,
doenças e revoltas camponesas.
O poder dos senhores feudais foi profundamente abalado, facilitando a
centralização do poder político nas mãos de reis absolutistas e a ocorrência
das crises que provocaram o fim do feudalismo.
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CIP.COM15
BIBLIOGRAFIA
RODRIGUES, Joelza Éster. História
documento:imagem e texto – São Paulo. FTD, 2002.
PEDRO, Antonio. História por eixos temáticos. São Paulo:
FTD, 2002.
CARNEIRO, Maria Luiza Tucci. O racismo na História do
Brasil – Mito e Realidade. São Paulo: Editora Ática, 2001.
BORGES, Edson. Racismo, preconceito e intolerância.
São Paulo: Atual, 2002.
CARMO, Paulo Sérgio do. História e ética do trabalho no
Brasil. São Paulo: Moderna,1998.
PILETTI, Nelson. História e vida integrada. São Paulo:
Ática, 2002.
MORAES, Robson Alexandre de. História:
Fundamental. São Paulo: Frase Editora, 2001.
SARONI, Fernando. Registrando a História: Idade
Moderna e Idade Contemporânea. São Paulo: FTD,
1997.
BENTO, Maria Aparecida. Cidadania em Preto e Branco:
Discutindo as relações raciais. São Paulo: Editora Ática,
2001.
STAMPACCHIO, Léo. Projeto Escola e Cidadania: História-
São Paulo – Editora do Brasil, 2000.
MUNANGA, Kabengele. A mestiçagem no pensamento
brasileiro. Texto extraído do livro: Rediscutindo a
mestiçagem no Brasil – Identidade Nacional versus
identidade negra- Minas Gerais. Ed. Autêntica, 2004.
APOSTILAS DO CEES DE SOROCABA
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS – Ensino
Fundamental
DIRETRIZES CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO DAS
RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E PARA O ENSINO DE
HISTÓRIA E CULTURA AFRO- BRASILEIRA E AFRICANA.
Sites da Internet
HISTÓRIA - Ensino Fundamental - APOSTILA 3
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A vida dos camponeses na Europa feudal

  • 2. Para facilitar seus estudos: ▪ Leia atentamente os módulos e se achar necessário responda NO CADERNO as atividades propostas. Elas não são obrigatórias. ▪ Consulte o dicionário sempre que não souber o significado das palavras. Se necessário, utilize o volume da biblioteca. ▪ Se você tiver dúvidas com a matéria, consulte uma das professoras na sala de História. IMPORTANTE: NÃO ESCREVA NA APOSTILA, POIS ELA SERÁ TROCADA POR OUTRA. A TROCA SÓ SERÁ FEITA SE A APOSTILA ESTIVER EM PERFEITO ESTADO.
  • 3.
  • 4. HISTÓRIA - Ensino Fundamental - APOSTILA 3 CIP.COM1
  • 5. HISTÓRIA - Ensino Fundamental - APOSTILA 3 CIP.COM 2 Você já leu algo a respeito de enormes castelos com pontes movediças para protegê- los de invasores? Castelos habitados por reis, princesas, condes, marqueses, barões e muitos outros nobres? Nas leituras você certamente ficou sabendo como se realizavam as batalhas, geralmente para defender a honra dos senhores, donos das terras (senhores feudais). Isso tudo diz respeito a um período da história da Europa chamado Medieval, ou Idade Média. Os castelos existem até hoje em muitos países europeus, mas o modo de vida das pessoas mudou completamente. O Brasil não teve as características da época medieval, porque a América passou por uma evolução sócio-econômico-cultural diferenciada da Europa. Ao compreender a história medieval, você entenderá melhor o processo histórico desenvolvido entre o período do século V ao XV, na Europa. Você aprendeu que no século XVI, o mundo conhecido dos europeus se limitava à Europa, Oriente Médio e África. Nessa época, a América ainda não era conhecida dos europeus, e a Europa era por eles considerada o centro do mundo. Mas, como era a vida na Europa medieval? Se você morasse na Europa no período medieval, viveria num mundo povoado por reis, nobres (senhores feudais) e sacerdotes morando em castelos, e por servos morando em pequenas aldeias e em propriedades coletivas situadas em volta dos castelos. O período medieval estendeu-se do século IV ao XV. O PERÍODO MEDIEVAL
  • 6. HISTÓRIA - Ensino Fundamental - APOSTILA 3 CIP.COM3 Durante séculos, o Império Romano dominou grande parte da Europa. Uma poderosa estrutura administrativa, com exércitos e estradas que interligavam todo o território, possibilitou aos romanos impor às populações dessa parte do continente seu domínio, seu modo de vida e seus costumes. A partir do século III, esse cenário começaria a se alterar, quando diversos povos de origem germânica, eslava e, posteriormente, árabe, invadiram a parte ocidental da Europa iniciando um novo modo de vida com características e particularidades próprias. No início, essas invasões foram realizadas pacificamente, mas com o tempo tomaram-se violentas, o que gerou destruição e insegurança em várias áreas da Europa. O que você faria se as cidades vizinhas a Votorantim fossem invadidas e chegasse a nossa cidade a notícia de que seríamos os próximos a sofrer pilhagens, saques e todo tipo de violência e não tivéssemos como nos defender? Veja o que aconteceu na Europa na Idade Média, durante a invasão dos bárbaros. Algumas populações dominadas pelos romanos receberam bem os povos invasores, porque eles representavam a libertação da exploração romana. Entretanto, alguns resistiram e outros se refugiaram nos campos procurando proteção nas grandes propriedades rurais. Os povos invasores após pilharem as cidades, se dirigiram aos campos provocando destruição e mudanças que foram estruturando um novo tipo de vida na Europa. Esse novo tipo de vida contendo características do mundo romano e do modo de viver dos invasores, é chamado de feudalismo. Feudalismo: sistema político, econômico, social e cultural que vigorou na Europa Ocidental durante a Idade Média. Os romanos chamavam de BÁRBAROS todos os tinham cultura queosromanos. Os germanos foram o principal e mais numeroso grupo a invadir o Império Romano. Dividiam-se em subgrupos: anglos, saxões, lombardos, francos, bretões entre outros. Foram tão importantes paraa formaçãoda Europa atual que muitos lugares têm até hoje, nomesorigináriosdosgrupos queosocuparam:osbárbaros francos, por exemplo, formaram a atual França.
  • 7. HISTÓRIA - Ensino Fundamental - APOSTILA 3 CIP.COM 4 E quais são as características do feudalismo? ➢ A política no feudalismo A Europa ficou dividida em reinos, mas os reis não tinham muito poder, pois esses reinos eram divididos em grandes extensões de terras, chamados feudos. O domínio no feudo era exercido pelo senhor feudal, que possuía poder absoluto dentro dele. Observe a representação a seguir. Ela mostra as partes de um feudo. O feudo era o domínio do senhor feudal e era a unidade básica de produção. Nele havia: ▪ o castelo: onde morava o senhor feudal. ▪ a vila ou aldeia: onde moravam os servos. ▪ as terras: onde os servos trabalhavam.
  • 8. HISTÓRIA - Ensino Fundamental - APOSTILA 3 CIP.COM5 Os vilões eram camponeses livres, geralmente descendentes de pequenos proprietários romanos que, não podendo defender suas terras, entregavam-nas a um senhor em troca de proteção. ➢ A Sociedade no feudalismo No feudalismo, a sociedade era dividida em estamentos, ou seja, as pessoas permaneciam desde o nascimento até à morte, numa mesma posição dentro da sociedade. Observe a pirâmide da sociedade feudal: A sociedade era dividida em: clero, nobres e servos e não permitia a mobilidade social, isto é, não havia possibilidade da pessoa mudar sua situação social; quem nascia servo, jamais poderia deixar de sê-lo.
  • 9. HISTÓRIA - Ensino Fundamental - APOSTILA 3 CIP.COM 6 Como era a vida nos feudos? Os nobres viviam caçando, participavam de torneios e guerreavam; o clero, além de possuir 2/3 das terras da Europa feudal, cuidava da vida religiosa e influenciava o poder político nos feudos. Nessa sociedade, o senhor feudal, em sua propriedade (feudo), concentrava toda a administração e a justiça. A maior parte da sociedade era composta pelos servos. E a vida do servo? Como era? Os servos trabalhavam devendo obrigações aos seus senhores (nobres). Viviam em condições precárias de subsistência. Embora pudessem usar um pedaço de terra, bem pouco daquilo que produziam ficava para o sustento da família, pois grande parte da produção era entregue a seus senhores e à Igreja sob forma de tributos (impostos). (A Igreja também aumentou seus domínios graças ao dízimo, taxa de 10% sobre a produção dos fiéis). AS MULHERES NA IDADE MÉDIA “A sociedade feudal era um mundo predominantemente masculino. Em teoria, as mulheres eram consideradas inferiores aos homens; na prática, estavam sujeitas à autoridade masculina. Os pais promoviam os casamentos das filhas. As moças de famílias aristocráticas (ricas) eram casadas geralmente aos 16 anos, ou ainda mais jovens, com homens muito mais velhos; as jovens que não se casavam tinham de entrar para um convento. A mulher do senhor estava à mercê do marido; se o aborrecesse, podia ser espancada. Mas a senhora do castelo desempenhava funções importantes. Distribuía tarefas aos criados, preparava remédios, preservava alimentos, ensinava às jovens costurar, tecer e fiar, e, apesar de sua posição subordinada, era responsável pelo castelo na ausência do marido. Embora a Igreja ensinasse que homens e mulheres eram preciosos aos olhos de Deus e que o casamento era um rito sagrado, alguns religiosos viam as mulheres como agentes do demônio, sedutoras malignas que, como a Eva da Bíblia, levavam os homens ao pecado.”
  • 10. HISTÓRIA - Ensino Fundamental - APOSTILA 3 CIP.COM7 Para pagar tantos impostos, quase sempre as colheitas não bastavam. Por outro lado, as comunicações e transportes eram difíceis, obrigando os camponeses a longas jornadas de trabalho para conseguirem produzir no próprio feudo tudo que precisavam, desde o pão e as vestes até as próprias ferramentas. A terra, cansada, também produzia pouco, exigindo maior dedicação. Assim, da primavera ao outono, a vida do homem do campo era um contínuo trabalhar de sol a sol. Nesses afazeres, participava toda uma grande família, que ia dos pais e filhos até parentes próximos e amigos, todos obedecendo ao mesmo senhor feudal. As casas, construídas por eles mesmos, eram simples, de madeira, barro e palha; eram pequenas e muitas vezes abrigavam também os animais de pequeno porte junto com as pessoas. As únicas paradas nessa luta cotidiana eram as festasreligiosas. Além de explorados no trabalho, os camponeses eram pouco considerados pelos nobres e pelo clero, que os viam como grosseiros, de inteligência limitada, apropriados para os duros trabalhos da terra. Extraído de: “História Dinâmica” – Bruna R. Cantele - IBEP Responda em seu caderno: 01. Com base no texto acima, você nota muita diferença entre o camponês feudal e os bóias-frias de hoje? Explique. Então o servo era como o escravo? Como o servo necessitava da proteção oferecida pelo senhor feudal, ele tinha a obrigação de permanecer e trabalhar na terra desse senhor, mas apesar do servo estar ligado à terra, não podia ser vendido; o servo não era propriedade do seu senhor, diferente do escravo que era vendido porque era propriedade do dono. Anote em seu caderno: O feudalismo implicava em muitas injustiças e sofrimentos para os que estavam na base da pirâmide social.
  • 11. HISTÓRIA - Ensino Fundamental - APOSTILA 3 CIP.COM 8 produção, ➢ A Economia feudal No feudalismo, com a fuga da população da cidade para o campo, a principal fonte de subsistência passou a ser a agricultura. Praticamente, não havia comércio e sim troca de produtos dentro de cada feudo. Assim, os feudos eram auto-suficientes, quer dizer, produzia-se e trocava-se dentro de cada um deles tudo o que sua população precisava. Nesse período, por conseqüência, o dinheiro praticamente desapareceu. Durante a Idade Média, produzia-se na terra quase todas as mercadorias de que se necessitava e, por isso, somente a terra era o indicativo de poder de quem a possuía. As características econômicas do feudalismo influenciaram fortemente a política. A quase inexistência do comércio e o fato de as moedas não circularem impediram que o rei, ou qualquer outro tipo de governante, arrecadasse impostos. E se não há arrecadação de impostos, é impossível construir um exército; se não existe exército, não há poder coercitivo (que impõem limites; repressivo) que faça alguém se sentir obrigado a obedecer ao rei. ➢ Cultura medieval No período medieval, a insegurança, o medo, o caos econômico provocou o aparecimento de um forte espírito de religiosidade. Vivendo num mundo de incertezas, miséria e guerras, o homem medieval buscava na Igreja uma esperança. A Igreja Católica determinava o modo de viver e de pensar das pessoas, impondo regras tidas como verdades absolutas, utilizava a ignorância da população para garantir o seu poder e dissolver a insegurança, mantendo a ordem imposta pela classe dominante. Catedral de Worms (Alemanha)
  • 12. HISTÓRIA - Ensino Fundamental - APOSTILA 3 CIP.COM9 Monge copista Responda em seu caderno: 02. Explique o que você entendeu por mobilidadesocial. 03. Observe as semelhanças que existem entre os povos que viveram na Idade Medieval e os povos da atualidade, através da afirmativa: O feudalismo “implicava em muitas injustiças e sofrimentos para os que estavam na base da pirâmide social.” 04. Descreva como era o sistema econômico da época medieval. E por que a população dessa época era ignorante? A vida era miserável, a exploração era intensa e a falta de escolas impedia o acesso ao saber que era restrito ao clero. Portanto, a Igreja se apossava dos novos conhecimentos científicos, reprimindo a reformulação do que era conhecido na Antigüidade; com isso mantinha somente entre os seusmembros o acesso aos conhecimentos que eram produzidos. Impondo normas religiosas e de conduta (confissão obrigatória, dízimo, penitências, batismo, lealdade aos senhores, pagamento de impostos, etc...), a Igreja vinculava o cumprimento dessas normas como condição para o indivíduo alcançar o “reino do céu”. Mantendo o povo na ignorância, a Igreja dominava não só espiritualmente, pois impunha também regras de moral e conduta às pessoas, mas também materialmente já que a Igreja detinha grande parte das terras da Europa Ocidental, o que lhe dava imenso poder de dominação. EM RESUMO: ▪ O Império Romano do Ocidente sofreu contínuas invasões dos chamados povos bárbaros. ▪ Guerras contínuas provocaram a destruição de cidades e a população buscou refúgio nos campos. ▪ Gradativamente, costumes romanos e germânicos foram se mesclando dando origem ao feudalismo. ▪ O feudalismo implicou numa descentralização do poder político nas mãos da nobreza, numa economia agrícola de subsistência, numa sociedade fechada, sem mobilidade social, inteiramente dominada pela Igreja Católica, que legitimava o sistema feudal.
  • 13. HISTÓRIA - Ensino Fundamental - APOSTILA 3 CIP.COM 10 AS CRUZADAS Durante a Idade Média, amaior parte da população da Europa ocidental vivia no campo. Como vimos, isso acabou gerando a diminuição da atividade comercial e das cidades. Apenas com as Cruzadas, a partir do século XI, é que essa realidade começou a se transformar. Mas o que foram essas Cruzadas? Os lugares sagrados do cristianismo, como a região doSanto Sepulcro, em Jerusalém, e outras regiões da Palestina, estavam em poder dos muçulmanos. A vontade de reconquistar esses lugares levou o papa Urbano II, em 1095, a fazer um grande apelo à cristandade ocidental, para que movesse uma guerra santa contra os povos muçulmanos. Atendendo aos apelos do papa, os cristãos organizaram expedições militares que receberam o nome de Cruzadas. Além da motivação religiosa, a organização das cruzadas teve outras causas, como o espírito guerreiro dos nobres feudais e a necessidade econômica de retomar importantes cidades comerciais que estavam em poder dos muçulmanos. De 1096 a 1270, os cristãos europeus organizaram oitocruzadas. Cada uma teve suas próprias características, deixando conseqüências marcantes na política e na economia da Idade Média. Entre as principais conseqüências do movimento das cruzadas, podemos destacar: ⇒ Empobrecimento dos senhores feudais, que tiveram suas economias arrasadas pelos elevados custos da guerra santa. ⇒ Fortalecimento do poder real, que cresceu à medida que os senhores feudais perdiam sua tradicional força. ⇒ Reabertura do Mediterrâneo, que se encontrava sobre o poder dos muçulmanos, possibilitando a retomada do intercâmbio comercial entre Europa e Oriente. Com isso, houve crescente rompimento na economia fechada do feudalismo. ⇒ Desenvolvimento intelectual e cultural promovido pelo contato com os povos do Oriente.
  • 14. HISTÓRIA - Ensino Fundamental - APOSTILA 3 CIP.COM11 A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL, MESMO Há 900 anos, no dia 18 de novembro de 1095, o papa Urbano II e o monge Pedro, o Eremita, botaram fogo no mundo. Atendendo aos apelos dos cristãos do Oriente, o papa reuniu nobres feudais em Clermont, na França, e pediu que libertassem Jerusalém dos árabes. Foi um discurso fulminante. Começaram, aí, as Cruzadas, a verdadeira primeira guerra mundial. Para os árabes, foram 200 anos de invasões bárbaras que deixaram cicatrizes que doem até hoje. As Cruzadas na Terra Santa começaram em 1095 e terminaram em 1291, com a derrota dos cristãos. Mas, fora da Palestina, continuaram até o século XVI. Houve cruzadas na Espanha e no Báltico, contra os pagãos da Letônia e da Finlândia, contra cristãos heréticos, e até contra camponeses sublevados na Alemanha. Todas foram convocadas pelos papas em nome de Cristo e em defesa da cristandade As cruzadas expulsaram os muçulmanos da Europa, expandiram a influência européia e criaram países latinos na Palestina que duraram 200 anos, mas falharam no essencial: não conquistaram a Terra Santa. Pior: embora fossem convocadas para defender os peregrinos cristãos, perseguidos pelos árabes em Jerusalém, e os cristãos do Oriente contra a expansão muçulmana, iniciada no século VIII, uma das cruzadas (a Quarta) invadiu Constantinopla, a Roma grega do Oriente (também conhecida como Bizâncio, hoje, Istambul), saqueou-a e repartiu o Império Bizantino entre barões europeus. Os cristãos gregos nunca mais perdoaram os ocidentais e consumou-se o cisma entre a Igreja Cristã Ortodoxa Grega e a Igreja Católica Apostólica Romana, que perdura até hoje. Para os muçulmanos, a tragédia foi maior. Durante 200 anos, centenas de milhares de peregrinos armados, aventureiros, guerreiros, cavaleiros medievais e exércitos regulares liderados pelos reis da Europa desabaram sobre o Oriente Médio. Embora a guerra fosse contra os árabes, no caminho até Jerusalém, os cruzados também atacaram os judeus. Na Palestina, conviviam cristãos de várias seitas, gregos, armênios, judeus, muçulmanos sírios, egípcios e turcos. A cultura árabe era mais próxima da grega, mais cosmopolita e mais humanista do que a cultura medieval. Mas os árabes eram desunidos e guerreavam entre si, sem parar. Os cruzados encontraram povos independentes e souberam aliar-se com alguns. As marcas das cruzadas duram até hoje. O turco Mehmet Ali Agca, que atirou no papa, e 1981, declarou: “Decidi matar João Paulo II, comandante supremo dos cruzados”. A maior divisão do exército da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) chama-se Hattin, o nome da batalha em que o sultão Saladino venceu os cruzados. Para muitos árabes, o Estado de Israel parece um Estado cruzado. (Revista Superinteressante, ano 9, n ° 10, pp.46-47)
  • 15. HISTÓRIA - Ensino Fundamental - APOSTILA 3 CIP.COM 12 O RENASCIMENTO COMERCIAL E URBANO Com as Cruzadas os europeus passaram a conhecer e fazer uso de novos produtos trazidos do Oriente, como gengibre, pimenta, canela, cravo-da-índia, óleo de arroz, açúcar, amêndoas, etc. Tapetes vieram substituir a palha e o junco usados paraforrar o chão dos castelos. As sedas e os brocados modificaram as vestimentas, e espelhos de vidro substituíram os discos de metal polido usados até então. Como você já estudou, com as Cruzadas, os europeus recuperaram o controle do mar Mediterrâneo, o que facilitou muito o transporte de mercadorias por essa região. Os mercadores europeus, principalmente os italianos, passaram a ir mais vezes ao Oriente e a levar maior quantidade de mercadorias da Ásia para a Europa. Essas mercadorias eram vendidas em feiras realizadas no interior da Europa, onde o comércio foi reativado. À medida que o comércio foi se expandindo, foram surgindo cidades exatamente nos locais das feiras. Por razões de segurança, os mercadores procuravam realizar as feiras em lugares próximos a uma zona fortificada, cercada de muralhas, chamada burgo, onde se erguia a catedral, o palácio do bispo e, por vezes, o castelo do senhor das terras. Os burgos garantiam a defesa do lugar. Com o tempo, prósperos mercadores passaram a se estabelecer nesses povoados. Ali também se instalaram diversas oficinas de artesãos: sapateiros, ourives, ferreiros, oleiros, carpinteiros, etc. Assim, em volta da primeira zona fortificada surgiu um novo núcleo, também cercado de muralhas, que foi se tornando mais importante que o primeiro. Os moradores desta segunda zona fortificada (artesãos e comerciantes) chamavam-se burgueses e passaram a constituir uma nova classe social: a burguesia. Os burgueses eram homens livres, desvinculados do sistema feudal. As cidades enfim, tornaram-se locais onde havia segurança e liberdade para aqueles que desejavam romper com a rigidez da sociedade feudal. Detalhe de miniatura francesa do século XV que retrata o comércio medieval.
  • 16. HISTÓRIA - Ensino Fundamental - APOSTILA 3 CIP.COM13 Quanto mais o comércio crescia, mais as cidades se desenvolviam e maiores passavam a ser as necessidades de mercadorias para abastecer os consumidores europeus. Diante disso, os comerciantes europeus perceberam que necessitavam controlar não somente a venda final dos produtos, mas também as rotas comerciais pelas quais os produtos chegavam à Europa. Mais ainda, precisavam de novas fontes produtoras e novos produtos que pudessem proporcionar lucros no processo de compra e venda. Em uma situação assim, o que você faria? Ficaria sentado esperando um milagre ou buscaria encontrar meios para obter mais mercadorias? Os comerciantes europeus incentivaram a segunda possibilidade. Abriam-se as portas para a expansão marítima européia. Mas este é assunto para a nossa próxima apostila. CRISE DO FEUDALISMO Com a diminuição das invasões, a partir do século XI, um novo modo de vida estabilizou-se. A produção de alimentos aumentou desdeentão, graças à ampliação das terras cultivadas e à melhoria dos instrumentos de trabalho. Milhares de hectares de florestas foram derrubados para aumentar a área de terrasaráveis e de pastagens, e para extrair a madeira, principal combustível de uso doméstico e matéria-prima para construção de pontes, casas, armazéns e fortalezas. Como já vimos, essa estabilidade trouxe um certo progresso: crescimento das vilas e cidades, aumento da população e fortalecimento das atividades comerciais graças à produção de alguns excedentes. Entretanto, as riquezas produzidas por este progresso continuaram sendo apropriadas pelos senhores.
  • 17. HISTÓRIA - Ensino Fundamental - APOSTILA 3 CIP.COM 14 Como todo modo de vida baseado na exploração do homem pelo homem, o sistema feudal não foi capaz de melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores. A expansão demográfica (crescimento da população) foi maior que a expansão da agricultura. As técnicas agrícolas precárias levaram ao esgotamento das terras, e a falta de terras férteis provocou o fim da expansão das áreas plantadas. Com isso, a partir dos séculos XIV e XV, guerras, fome e epidemias, como a peste negra, espalharam-se com rapidez, atingindo, principalmente, a população trabalhadora. Para manter seu nível de vida durante essa crise, os senhores feudais aumentaram as exigências sobre os camponeses, cobrando cada vez mais tributos e aumentando sua jornada de trabalho. Por isso, em vários locais da Europa, os camponeses se revoltaram contra a exploração a que estavam sendo submetidos. A estabilidade feudal foi destruída por guerras, fomes, doenças e revoltas camponesas. O poder dos senhores feudais foi profundamente abalado, facilitando a centralização do poder político nas mãos de reis absolutistas e a ocorrência das crises que provocaram o fim do feudalismo.
  • 18. HISTÓRIA - Ensino Fundamental - APOSTILA 3 CIP.COM15 BIBLIOGRAFIA RODRIGUES, Joelza Éster. História documento:imagem e texto – São Paulo. FTD, 2002. PEDRO, Antonio. História por eixos temáticos. São Paulo: FTD, 2002. CARNEIRO, Maria Luiza Tucci. O racismo na História do Brasil – Mito e Realidade. São Paulo: Editora Ática, 2001. BORGES, Edson. Racismo, preconceito e intolerância. São Paulo: Atual, 2002. CARMO, Paulo Sérgio do. História e ética do trabalho no Brasil. São Paulo: Moderna,1998. PILETTI, Nelson. História e vida integrada. São Paulo: Ática, 2002. MORAES, Robson Alexandre de. História: Fundamental. São Paulo: Frase Editora, 2001. SARONI, Fernando. Registrando a História: Idade Moderna e Idade Contemporânea. São Paulo: FTD, 1997. BENTO, Maria Aparecida. Cidadania em Preto e Branco: Discutindo as relações raciais. São Paulo: Editora Ática, 2001. STAMPACCHIO, Léo. Projeto Escola e Cidadania: História- São Paulo – Editora do Brasil, 2000. MUNANGA, Kabengele. A mestiçagem no pensamento brasileiro. Texto extraído do livro: Rediscutindo a mestiçagem no Brasil – Identidade Nacional versus identidade negra- Minas Gerais. Ed. Autêntica, 2004. APOSTILAS DO CEES DE SOROCABA PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS – Ensino Fundamental DIRETRIZES CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E PARA O ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO- BRASILEIRA E AFRICANA. Sites da Internet
  • 19. HISTÓRIA - Ensino Fundamental - APOSTILA 3 CIP.COM 16