O documento discute a sexualidade na terceira idade, definindo sexualidade como uma parte vital da vida humana que não se restringe apenas à relação sexual. Apresenta mudanças fisiológicas comuns na velhice e fatores que podem influenciar positiva ou negativamente a sexualidade dos idosos, como saúde, autoestima e atitudes da sociedade. Também aborda a importância dos profissionais de saúde escutarem sem julgamentos sobre a sexualidade dos idosos.
1. O IDOSO E A SEXUALIDADE
Prof: Ana Carolina P. Soares
2. Afinal, o que é sexualidade?
• “A sexualidade abrange o self, a interação com os outros , e vários
níveis de expressão e afeto”
• A SEXUALIDADE É UMA ENERGIA QUE NOS MOTIVA A PROCURAR
AMOR, CONTATO, TERNURA, INTIMIDADE, QUE SE INTEGRA NO
MODO COMO NOS SENTIMOS, MOVEMOS, TOCAMOS E SOMOS
TOCADOS; É SER-SE SEXUAL.
• ELA INFLUENCIA PENSAMENTOS, SENTIMENTOS, AÇÕES INTERAÇÕES
E, POR ISSO INFLUENCIA TAMBÉM A NOSSA SAUDE FÍSICA E MENTAL.
3. SEXUALIDADE HUMANA
É um dos componentes vitais da vida humana e não se
restringe apenas a relação sexual com penetração. Ela
está presente e pode ser expressa em pensamentos,
fantasias, desejos, atitudes, comportamentos, práticas
e nas diversas formas de relacionamento. É
diretamente influenciada pela interação de fatores
biológicos, psicológicos, culturais, sociais, econômicos,
políticos, históricos, religiosos e espirituais
(Organização Mundial de Saúde, 2002)
4. MITO DA ETERNA JUVENTUDE
O novo mito de ideal social que está se
construindo é de que todos devem ter
aparência sexy, jovem, ágil, sem limites
para correr riscos.
5. Nesse processo, a sociedade passa a valorizar a juventude do mesmo modo
que desvaloriza a velhice.
Envelhecer em um mundo permeado pelo imperativo do novo tornou-se uma
nova forma de mal-estar na cultura.A pessoa idosa não atendendo as
expectativas e exigências da sociedade de consumo, sofre as conseqüências de
ser mercadoria que tem seu tempo de uso vencido e que, por isso, deve ser tirada
de circulação.
6. • A Sexualidade não deve, portanto, ser confundida com relação
sexual, que é apenas uma das componentes da sexualidade. Ao
contrário do que a maioria das pessoas pensa, “o amor, o calor, o
carinho e o compartilhar entre as pessoas” são exemplos claros da
complexidade da sexualidade.
• Enquanto o Homem viver, seja qual for a sua idade, é capaz de sentir
impulsos eróticos não existindo nenhuma idade em que a atividade
sexual, os pensamentos sobre o sexo ou o desejo acabem. Como em
qualquer outra idade, na velhice, o Homem também sente desejo de
amar, de se sentir amado, de continuar a ser objeto de atenção e de
afeto.
7. Sociedade, família e a sexualidade do idoso
• Cultura: Ênfase na juventude e na beleza
• Mito da Velhice Assexuada
• Nas políticas públicas Falta de campanhas sobre uso de
preservativo para esse público.
• Na família Inversão de Papéis: Os filhos passam a controlar a
afetividade dos seus idosos. (infantilização do idoso)
• Muitos idosos passam a morar com os filhos, perda da privacidade
• Muitos idosos passam a cuidar dos netos não há tempo para si ou
para seus projetos pessoais
8. •Muitas vezes, os tabus sociais são os principais
castradores da qualidade de vida dos idosos,
sobretudo quando se fala de sexualidade.
• Segundo os especialistas, o preconceito e a falta
de informação atrapalham o desenvolvimento
da sexualidade na terceira idade.
•As mudanças físicas não são as maiores
responsáveis pelo declínio da sexualidade do
idoso!
9. • FUNCIONAMENTO SEXUAL
Manutenção da vida sexual na terceira idade atividade regular ao
longo dos anos anteriores. Homens que foram ativos sexualmente têm
a possibilidade de continuar suas atividades sexuais até os 70 / 80 anos
– levam mais tempo para a ereção e ejaculação e precisam de mais
estimulação manual e precisam de um intervalo maior entre uma
ereção e outra. As mulheres são capazes fisiologicamente de uma vida
sexual satisfatória – falta um parceiro – os sinais de excitação são
menos visíveis e a lubrificação da vagina é menor
10. Quais são as barreiras ?
• Mudanças fisiológicas;
• Falta de privacidade;
• Doença e Impotência;
• Uso de alguns medicamentos;
• Problemas emocionais (depressão);
• Falta de parceiros (“que nem andar de bicicleta”);
• Atitudes negativas dos outros;
• Não sentir-se atraente (auto-estima);
• Culpa (“Síndrome da viúva”);
• Discriminação quando manifestam interesse sexual;
• Percepção de que a atividade sexual só serve para fins procriativos – “sexo é sujo,
pecado” (fatores religiosos)
11. PROBLEMAS EMOCIONAIS QUE PODEM AFETAR A SEXUALIDADE
• Tédio sexual = relações rotineiras, ausência de fantasias sexuais etc;
• Antigos problemas mal resolvidos;
• Mudanças de atitudes e interesses;
• Enfermidade que incapacite um dos parceiros (acarretando irritação, exaustão ou
ressentimento em perder coisas divertidas);
• Dificuldades (ou até aversão) em lidar com a aparência física do outro;
• Baixa estima (sente-se pouco atraente).
• Viuvez e Luto:gera incapacidade de retornar novamente a vida; “parte de mim morreu
com ele (a)”.
• Culpa Sexual e Vergonha: cresceram em uma época de puritanismo, ausência de
informações sobre sexualidade, gerando culpa.
• Vida Sexual nas Instituições: pode ser negada a oportunidade de vida sexual; visitas
observadas (companheiros de quarto, funcionários etc.) – ausência de privacidade;
masturbação = risco de serem descobertas
12. A vivência da sexualidade nessa
fase ocorrerá conforme a
estrutura da personalidade
construída ao longo da vida do
indivíduo.
13. Fatores que podem influenciar de forma
positiva
•Sensação de estar livre do risco da gravidez
com a menopausa
•Boa saúde física e mental
•Atitude positiva a respeito das relações
sexuais
•História de vida sexual ativa na juventude
14. O processo de envelhecimento
• Biológico – Alterações fisiológicas especialmente quanto à resistência
física;
• Social – Alterações dos papeis que o idoso tem na sociedade,
impostos pela mesma;
• Psicológico – A forma como cada um se percebe – com base em suas
próprias crenças e vivências anteriores – a sua identidade.
15. Sexualidade da Mulher...
• Perda da feminilidade;
• Perda da capacidade de seduzir;
• Medo do ridículo;
• Medo de não lubrificar;
• Dificuldade em expor seus sentimentos;
• Vergonha do corpo envelhecido;
• Incontinência Urinária;
Disfunções Sexuais :
• Dispareunia – dor na relação sexual
• Diminuição da lubrificação vaginal
• Falta de Desejo Sexual
• Anorgasmia – inibição do orgasmo
16. Sexualidade do Homem...
• Temor de Desempenho
• Acha que ele é responsável pelo orgasmo da mulher
• Não sabe viver a sexualidade sem os genitais.
• Falta de Comunicação sobre as mudanças ocorridas
• Incontinência Urinária
Disfunção Sexual
• Disfunção Erétil (orgânica, psicológica/ situacional ou geral)
• Ejaculação Retardada – medo de cansar a parceira.
• Ejaculação Precoce
Alterações biofisiológicas • Diminuição da produção de esperma;• Diminuição da produção de testosterona;•
Lentificação da ereção, que necessita de uma maior estimulação;• Ejaculação mais retardada e menos
vigorosa;• Elevação menor e mais lenta dos testículos;• Redução da tensão muscular durante a relação;•
Alargamento do período refractário;• É necessário mais tempo para alcançar o orgasmo, que é de menor
duração• Diminui o número de ereções noturnas involuntárias.
17. Ciclo de Resposta Sexual
• Desejo – Fase do ciclo sexual na qual ocorre a atração sexual; pode
resultar em uma troca afetivo-sexual.
• Excitação – A capacidade de troca afetivo-sexual encontra-se
elevado; apresenta-se a ereção nos homens e a lubrificação nas
mulheres.
• Orgasmo – Os indivíduos atingem o mais elevado grau de excitação,
chegando ao clímax da relação sexual.
• Resolução – Os indivíduos ao atingirem o orgasmo entram em
relaxamento.
18. O que pode acontecer com o ciclo da
resposta sexual de uma pessoa idosa?
• Desejo – Continua presente e pode até mesmo apresentar um aumento devido à
diminuição das preocupações familiares e sociais.
• Excitação – No homem, a ereção pode demorar, tornando o tempo de troca amorosa
maior. Na mulher, teoricamente a fase da excitação pode ser mais rápida devido à
maturidade sexual (conhecimento do próprio corpo) que facilita a sua excitação.
• Orgasmo – No homem manifesta-se normalmente, porém a possibilidade de mais de um
orgasmo numa única relação torna-se remota. A mulher mantém a capacidade de ter
vários orgasmos em uma única relação.
• Resolução – Tanto no homem quanto na mulher mantém-se um clima de relaxamento.
Período REFRATÁRIO: período em que o corpo não reage à estimulação, que pode durar
minutos ou horas, em função da idade, do estado físico, dos estímulos e de vários outros
fatores.
19. Algumas conclusões
• A manifestação da sexualidade não termina com a idade. Sendo assim, o
ser humano não deve continuar acreditando que o desejo e a necessidade
da manifestação sexual na Terceira Idade sejam atribuídos a questões
diabólicas ou que seja um comportamento negativo em suas vidas, como
era visto na Idade Média.
• Para algumas pessoas “o desejo pode ser um presente de grego.” ?
• A falta de informação sobre o processo de envelhecimento, assim como
das mudanças na sexualidade, em diferentes faixas etárias e especialmente
na velhice, tem auxiliado a manutenção de preconceitos e,
conseqüentemente, trouxeram muitas estagnações das atividades sexuais
das pessoas com mais idade. Muitas pessoas, pela formação reprimida que
tiveram, possuem uma dificuldade em falar sobre sexo, dificultando muitas
vezes, o esclarecimento de suas dificuldades nesta área.
20. Crenças e Tabus sobre a sexualidade do idoso
• Classificação do período como assexuado;
• Infantilização do idoso;
• Tem que assumir papel de avô/avó e cuidadores dos netos;
• Realizar atividades como tricô e assistir TV.
Ponto positivo: Nesse período existe o aumento da qualidade das
relações afetivas.
21. Olhar do Profissional de Saúde
Para escutar a sexualidade do outro sem espelhar na
própria sexualidade
Quais os meus preconceitos em relação a sexualidade
do idoso?
Como foi a sua história sexual e como ela repercute
hoje.
E se eu perguntar? O que vou fazer com as respostas e
possíveis perguntas?
22. É necessário que os profissionais de saúde
tenham presente a possível existência de
alterações sexuais e interroguem efetivamente
seus pacientes em todos os atendimentos.
Perguntar e encaminhar se necessário para
atendimento individual ou casal em Psicoterapia
Sexual.A sexualidade é uma parte importante da
existência humana, em qualquer etapa da vida.
23. Recursos Terapêuticos
• Atendimento individual e ou casal em psicoterapia
sexual
• Trabalhar o relacionamento do casal
• Trabalho Corporal – diminuir a ansiedade
• Encaminhar para a fisioterapia
• Encaminhar para ginecologia e andrologia