1. Saúde do Idoso
Pacto pela Vida
O Pacto pela Vida é o compromisso entre os gestores do SUS
em torno de prioridades que apresentam impacto sobre a
situação de saúde da população brasileira (MS, 2006) . O pacto
foi renovado em 2011.
Os estados/regiões/municípios devem pactuar as ações
necessárias para o alcance das metas e dos objetivos
propostos.
2. Saúde do Idoso
São seis as prioridades pactuadas:
Saúde do Idoso;
Controle do câncer do colo do útero e da
mama;
Redução da mortalidade infantil e materna;
Fortalecimento da capacidade de resposta às
doenças emergentes e endemias, com ênfase
na dengue, hanseníase, tuberculose, malária e
influenza;
Promoção a Saúde
Fortalecimento da Atenção Básica.
3. Saúde do Idoso
Ações estratégicas:
Caderneta de saúde da Pessoa Idosa - instrumento de
cidadania com informações relevantes sobre a saúde
da pessoa idosa, possibilitando um melhor
acompanhamento por parte dos profissionais de
saúde.
Manual de Atenção Básica à Saúde da Pessoa Idosa –
para indução de ações de saúde, tendo por preferência
as diretrizes contidas na Política Nacional de Saúde da
Pessoa Idosa.
4. Saúde do Idoso
Em 25 anos seremos a 6ª maior população de idosos do
mundo.
Até 2050 anos – 63 milhões de idosos.
Hoje aproximadamente 17,6 milhões.
Mortalidade hoje (DataSUS 2008)
Doenças cardiovasculares 37%
Neoplasias 16,7%
Doenças respiratórias 13%
Doenças metabólicas 7,5%
Causa externa / acidentes 3% (fraturas)
5. Saúde do Idoso
Objetivos Principais
Promover o envelhecimento ativo e saudável – bem-
sucedido.
Estruturar a atenção integral e integrada à saúde da pessoa
idosa.
Fortalecer a participação social.
Monitorar o processo de envelhecimento.
Identificar os fatores de risco de doenças e agravos.
Envolver a família e a comunidade no processo do cuidado.
Promover a formação e a educação permanente para os
profissionais de saúde que trabalham com idosos no SUS.
Identificar e promover os fatores de proteção e recuperação
da saúde.
6. Saúde do Idoso
Avaliação de Saúde do Idoso
O conceito de saúde nessa faixa populacional é abrangente e não se
restringe à presença ou ausência de doença ou agravo e é estimada
pelo nível de independência e autonomia. A avaliação deve ser
multidimensional, levando-se em conta o bem-estar
biopsicossocial e a necessidade de ações integradas da equipe
multidisciplinar.
Senescência X Senilidade
É de suma importância para os profissionais de saúde que lidam
com pacientes idosos conhecer e distinguir as alterações
fisiológicas do envelhecimento, denominadas senescência,
daquelas do envelhecimento patológico ou senilidade.
7. Saúde do Idoso
Mobilidade
Capacidade de um indivíduo se mover em um dado ambiente, função
básica para a execução de tarefas, realizar atividades de vida diária – AVDs e
manter sua independência.
Independência
Capacidade de autocuidar e realizar as atividades da vida diária – AVDs sem
auxílio de outra pessoa.
Dependência
Incapacidade de realizar uma ou mais atividade da vida diária – AVDs, sem
auxílio. É definida em graus, moderada e avançada.
8. Saúde do Idoso
Autonomia
Capacidade e direito do indivíduo de poder eleger, por si próprio, as regras
de conduta, a orientação de seus atos e os riscos que está disposto a correr
durante sua vida. Conceito amplo: inclui poder decisório (integridade
cognitiva).
Capacidade Funcional
Define-se como a manutenção plena das habilidades físicas e mentais
desenvolvidas ao longo da vida, necessárias e suficientes para uma vida
com independência e autonomia.
É o grau de preservação da capacidade de realizar as Atividades Básicas de
Vida Diária – AVDs ou autocuidado e o grau de capacidade para
desempenhar Atividades Instrumentais de Vida Diária - AIVDs. Relação
estreita com a avaliação funcional (Neri, 2001).
9. Saúde do Idoso
O envelhecimento não é uniforme, portanto não é possível escolher
um indicador único, pode-se dizer que é o conjunto das alterações
estruturais e funcionais do organismo que se acumulam
progressiva e especificamente com a idade.
A avaliação do idoso deve contemplar todas as
dimensões envolvidas no processo saúde-doença. Deve
ser, portanto, multidimensional. Apresenta como
principal objetivo a definição do diagnóstico funcional
global e etiológico (disfunções/doenças) e elaboração
do Plano de Cuidados (Moraes EM, 2006).
10. Comunicação
Use frases curtas e objetivas.
Chame-o pelo próprio nome ou da forma como ele preferir.
Evite infantilizá-lo utilizando termos inapropriados como “vovô”,
“querido”, ou ainda, utilizando termos diminutivos desnecessários
Pergunte se entendeu bem a explicação, se houve alguma dúvida.
Repita a informação, quando essa for erroneamente interpretada,
utilizando palavras diferentes e, de preferência, uma linguagem mais
apropriada à sua compreensão.
Fale de frente, sem cobrir sua boca e, não se vire ou se afaste enquanto
fala.
Aguarde a resposta da primeira pergunta antes de elaborar a segunda,
pois, a pessoa idosa pode necessitar de um tempo maior para
responder.
Não interrompa a pessoa idosa no meio de sua fala, demonstrando
pressa ou impaciência. É necessário permitir que ele conclua o seu
próprio pensamento.
11. Práticas corporais
Melhor funcionamento corporal, diminuindo as perdas
funcionais, favorecendo a preservação da
independência
Redução no risco de morte por doenças
cardiovasculares
Melhora do controle da pressão arterial
Manutenção da densidade mineral óssea, com ossos e
articulações mais saudáveis
Melhora a postura e o equilíbrio
Melhor controle do peso corporal
Melhora o perfil lipídico
Melhor utilização da glicose
12. Práticas corporais
Melhora a enfermidade venosa periférica
Melhora a função intestinal
Melhora de quadros álgicos
Melhora a resposta imunológica
Melhora a qualidade do sono
Ampliação do contato social
Correlações favoráveis com redução do tabagismo e
abuso de álcool e drogas
Diminuição da ansiedade, do estresse, melhora do
estado de humor e da autoestima
EXCELENTE PÚBLICO PARA O TRABALHO EM
GRUPOS
16. Áreas de atuação
Demência, depressão, diabetes mellitus, hipertensão
arterial sistêmica, doença arterial coronariana,
insuficiência cardíaca (ICC), acidente vascular
encefálico/fibrilação atrial, subnutrição, osteoartrite,
osteoporose, pneumonia/influenza, ulcera por
pressão, quedas e instabilidade postural, incontinência
urinária,déficit visual, déficit auditivo, dor crônica,
continuidade do cuidado, estratégias de prevenção,
manejo de medicamentos, cuidado hospitalar e
cuidado paliativo, DPOC, câncer colorretal, câncer de
mama, distúrbios do sono e hiperplasia prostática
benigna.
17. Efeito cascata
uma pessoa idosa portadora de doença pulmonar obstrutiva
crônica (DPOC) pode, após um quadro gripal, desenvolver
insuficiência respiratória;
uma pessoa idosa, normalmente muito comunicativa, de
repente passa a ficar mais quieta, conversando menos e,
após algum tempo, começa a apresentar períodos de
confusão mental. Nesse caso, é importante avaliar a
presença de infecções;
um idoso com osteoartrose que apresente dor, tende a
reduzir sua participação em atividades externas à sua
residência. Isso pode ocasionar um maior isolamento que,
com o passar do tempo, pode levá-lo a desenvolver um
quadro depressivo.
18. Sempre investigar e descartar
1. afecções cardiovasculares, em especial doença
hipertensiva;
2. diabetes e suas complicações;
3. déficits sensoriais (auditivo e visual);
4. afecções osteoarticulares;
5. déficits cognitivos.
Especial atenção a interação medicamentos. Perguntar sobre
todos os sistemas e incluir questões que abordem mudanças no
estado funcional no último ano, alterações de peso não
intencionais, fadiga, mal estar inespecífico, quedas, transtornos
do sono, alterações cardiovasculares, alterações miccionais ou
intestinais, presença de incontinência, afecções osteoarticulares,
dor e problemas sexuais. USAR A CADERNETA SEMPRE!
19. Alimentação e nutrição
IMC - limites 22 e 27
Perda da autonomia para comprar os alimentos, inclusive financeira;
Perda da capacidade/autonomia para preparar os alimentos e para
alimentar-se;
Perda de apetite e diminuição da sensação de sede e da percepção da
temperatura dos alimento;
Perda parcial ou total da visão que dificulte a seleção, preparo e
consumo dos alimentos;
Perda ou redução da capacidade olfativa, interferindo no seu apetite;
Algum motivo que a faça restringir determinados tipos de alimentos,
como dietas para perda de peso, diabetes, hipertensão,
hipercolesterolemia;
Alterações de peso recentes;
Dificuldade de mastigação por lesão oral, uso de prótese dentária ou
problemas digestivos.
20. Acuidade visual
O processo natural de envelhecimento associa-se à
uma redução da acuidade visual devido às alterações
fisiológicas das lentes oculares, déficit de campo visual
e doenças de retina. Cerca de 90% das pessoas idosas
necessitam do uso de lentes corretivas para enxergar
adequadamente. Ao avaliar essa função, pergunte à
pessoa idosa se ela sente dificuldade ao ler, assistir
televisão, dirigir ou para executar qualquer outra
atividade da vida cotidiana. Aqueles que responderem
afirmativamente devem ser avaliados com o uso do
Cartão de Jaeger
21. JAEGER
O cartão é colocado a
uma distância de 35
cm da pessoa idosa
que se possuir óculos
deve mantê-los
durante o exame. A
visão deve ser testada
em cada olho
separado e depois em
conjunto. Os olhos
devem ser vendados
com as mãos em
forma de concha.
Avaliações dos resultados: as pessoas que
lerem até o nível 20/40 serão consideradas
sem disfunção.
22. Acuidade auditiva
Cerca de um terço das pessoas idosas referem
algum grau de declínio na acuidade auditiva. A
presbiacusia - perda progressiva da capacidade de
diferenciar os sons de alta freqüência – é uma das
causa mais comuns relacionadas a essa queixa.
Muitas vezes, o idoso pode não perceber essa perda
e, por essa razão, não referi-la. Para auxiliar nessa
verificação pode-se utilizar o “teste do sussurro”,
23. TESTE DO SUSSURRO: O examinador deve ficar fora do campo
visual da pessoa idosa, a uma distância de aproximadamente 33cm
e “sussurrar”, em cada ouvido, uma questão breve e simples como,
por exemplo, “qual o seu nome?”
Compreende a fala em situações sociais?
Consegue entender o que ouve no rádio ou televisão?
Tem necessidade que as pessoas repitam o que lhe é
falado?
Sente zumbido ou algum tipo de barulho no ouvido
ou cabeça?
Fala alto demais?
Evita conversar? Prefere ficar só?
24. Incontinência Urinária
Muitas das causas são reversíveis – transtornos
mentais, restrição de mobilidade, retenção urinária,
infecção e efeito medicamentoso - e devem ser
investigadas. Perguntar diretamente se a pessoa idosa
perdeu urina recentemente ou sentiu-se molhada é
uma forma rápida de verificar o problema.
Agudas: endócrinas ( vaginite atrófica), psicológicas,
farmacológicas, infecciosas (ITU), neurológicas,
excesso de débito urinário, constipação intestinal
“perda de urina em quantidade e freqüência suficientes
para causar um problema social ou higiênico”
25. ÇO em pequenas quantidades) com aumentos da assoalho pélvico,que provoca
pressão intra-abdominal (p.ex., tosse, risos ou hipermobilidade da base
exercício) vesical e da uretra proximal.
Debilidade do esfícnter uretral
ou da saída da bexiga, quase
sempre por cirurgia ou
traumatismo.
URGÊN- Extravasamento de urina (quase sempre Hiperatividade do detrusor,
CIA volumes grandes, ainda que seja variável) pela isolada ou associada a:
incapacidade para retardar a micção após Condições locais como uretrite,
perceber a sensação de plenitude vesical. cistite, tumores, litíase,
diverticulose. Alterações do
SNC como AVC, demência,
parkinsonismo, lesão espinhal.
SOBRE- Escape de urina (quase sempre em pequenas Obstrução anatômica: pela
FLUXO quantidades) secundária a esforço mecânico próstata ou por uma cistocele
sobre a bexiga distendida ou por outros efeitos grande. Bexiga hipocontratil
da retenção urinária e a função esfincteriana. associada a diabetes mellitus
ou lesão medular.
FUNCIO Escape de urina relacionado com a • Demência grave.
NAL incapacidade para usar o vaso sanitário por • Imobilidade.
dano da função cognitiva ou física, falta de • Ataduras.
disposição psicológica ou barreiras no • Depressão.
ambiente.
26. Ações terapêuticas
TIPO TRATAMENTO
Delírio Não utilize sondas vesicais, pois podem causar ou exacerbar o delirium. Busque e
trate a causa.
Vaginite atrófica Tratamento local baseado em aplicações locais de estrógenos com creme vaginal,
preferencialmente a base de estriol, 2cc, 1 a 2 x por semana.
Infecção Antibioticoterapia. Se ao término do tratamento a incontinência não se resolver,
buscar outras causas e não repetir tratamento a menos que haja documentação de
resistência bacteriana.
Fármacos Se possível, retirar todos os fármacos que possam causar incontinência. Em caso
de antihipertensivo mude para outra classe. Em caso de antidepressivos
tricíclicos, mude para inibidores de recaptação de serotonina.
Psicológicas Limitar a ingestão de líquidos a 1,5 litros/dia e orientar a não tomá-los após as 20
horas.Outras causas, encaminhar ao especialista.
Endocrinológicas Em caso de diabetes mellitus, dê tratamento específico. Nos outros casos,
encaminhe ao especialista
Restrição de Fisioterapia e modificações no domicílio tendem a facilitar o deslocamento da
pessoa. Ouso de papagaios ou comadres pode auxiliar.
mobilidade
Impactação fecal Tratar a obstipação e remover fecaloma quando existente.
27. Kegel
podem ser realizados em qualquer lugar, sentada, em pé ou deitada.
Primeiro, a pessoa deve identificar onde se localizam os seus músculos
pélvicos. Uma maneira de fazê-lo é começar a urinar e então tentar
prender a urina. Se conseguir pelo menos diminuir o jato de urina, é
porque está usando os músculos corretos. A pessoa não deve contrair os
músculos das nádegas ou os músculos abdominais. Para um
treinamento de força eficaz, recomenda-se de 8 a12 contrações lentas e
próximas da força máxima, com período de manutenção da contração
de pelo menos 6 segundos, em três séries, 3 a 4 vezes por semana.
TREINAMENTO VESICAL para melhorar a urgência
FISIOTERAPIA
28. Drogas envolvidas com a incontinência
Antagonistas alfa-adrenérgicos - Diminuição da resistência uretral
Opióides - Constipação intestinal
Anticonvulsivantes - Confusão mental / Ataxia
Antihipertensivos - Hipotensão arterial – mobilidade diminuída
Antiparkinsonianos - Confusão mental / Hipotensão postural
Antagonistas H2 - Confusão mental
Diuréticos potentes de alça - Aumento da freqüência / Urgência
miccional
Sedativos / Hipnóticos - Sedação excessiva
Anestésicos, raquianestesia, peridural - Paralisia detrusora
Antagonistas dos canais de cálcio - Constipação intestinal / retenção
urinária
Relaxantes musculares - Constipação intestinal / retenção urinária
Inibidores da enzima conversora - Tosse – Incontinência urinária de
estresse
Álcool / Cafeína Poliúria – aumento da freqüência e urgência
29. Medicamentos
Oxibutinina e Tolterodina: redução das
contrações involuntárias do detrusor, por
mediação dos receptores muscarínicos.
Aumentam a capacidade da bexiga. Baixa
tolerância pelos efeitos colaterais:
Retenção aguda de urina.
Constipação.
Deterioração da cognição.
Xerostomia (redução da saliva)
Terazocina: Hipotensão
30. Sexualidade
A grande maioria mantém vida sexual ativa!
Muitas das alterações sexuais que ocorrem com o
avançar da idade podem ser resolvidas com orientação
e educação. Alguns problemas comuns também
podem afetar o desempenho sexual: artrites, diabetes,
fadiga, medo de infarto, efeitos colaterais de fármacos
e álcool.
Desconforto feminino – atrofia de mucosa vaginal
Disfunção erétil masculina
31. Vacinação
Influenza sazonal– anual
Pneumocócica 23 valente - 1 dose após os 60 anos.
Institucionalizados - 1 reforço com 5 anos
DT – a cada 10 anos
Febre Amarela – a cada 10 anos
Hepatite B – 3 doses
Registrar na caderneta de vacina
32. Avaliação cognitiva
Mini exame do estado mental
Desenho do relógio
Teste de fluência verbal
QPAF – questionário Pfeffer de avaliação
funcional – ao cuidador
36. Teste de fluência verbal
TESTE DE FLUÊNCIA VERBAL POR CATEGORIAS SEMÂNTICAS
Consiste em solicitar à pessoa idosa que diga o maior número possível
de animais em 1(um) minuto.
Objetivo : verificar declínio cognitivo.
Avaliações dos resultados: É importante verificar como a pessoa idosa
utilizou o tempo disponível para a execução da tarefa. Pacientes com
demência, além de produzirem escores baixos, tendem a interromper a
geração de palavras após 20 segundos do teste. Pacientes deprimidos
podem apresentar escores baixos, mas tendem a gerar palavras durante
todo o minuto. O escore esperado é de 14 ou 15 animais citados.
Providências com os achados/resultados: escores muito baixos
associados aos outros testes de função cognitiva sugerem
encaminhamento para avaliação neuropsicológica específica.
37. Questionário de Pfeffer
Escala de 11 questões aplicada ao acompanhante ou cuidador da pessoa
idosa discorrendo sobre a capacidade desse em desempenhar
determinadas funções. As respostas seguem um padrão: sim é capaz
(0); nunca o fez, mas poderia fazer agora(0); com alguma dificuldade,
mas faz (1); nunca fez e teria dificuldade agora (1); necessita de ajuda
(2); não é capaz (3). A pontuação de seis ou mais sugere maior
dependência.A pontuação máxima é igual a 33 pontos.
Objetivo: Verificar a presença e a severidade de declínio cognitivo por
meio da avaliação da funcionalidade e consequentemente da
assistência requerida.A combinação do MEEM com o Questionário de
Pfeffer indica uma maior especificidade para a medida de declínio
cognitivo mais grave. Ainda considerando o viés produzido pela baixa
escolaridade nos resultados do MEEM parece ser adequada a
associação do QPAF para se obter a confirmação do declínio cognitivo
acompanhado de limitações funcionais sugerindo a presença de
demência ou outros transtornos associados. Escores ≥ 6 associados aos
outros testes de função cognitiva alterados sugerem encaminhamento
para avaliação neuropsicológica específica.
38. Depressão
Mulheres. Institucionalizados.
Antecedentes depressivos prévios.
Doença incapacitante, sobretudo se há deterioração
funcional implicando numamudança brusca e rápida.
Doença dolorosa (neoplasia, doença osteoarticular
deformante).
Morte de cônjuge, familiar ou amigo próximo.
Uso de medicamentos como os benzodiazepínicos,
betabloqueadores, metildopa, reserpina, clonidina,
cinarizina, flunarizina, digoxina e esteróides.
ESCALA DE DEPRESSÃO GERIÁTRICA
39. Mobilidade
Instabilidade postural
Alteração da marcha
Poliartroses
Obesidade
Sequelas de AVC
Escala de Avaliação do Equilíbrio e da Marcha - Tinnet
ou POMA Brasil
40. Quedas
Presença de tapetes pequenos e capachos em superfícies
lisas.
Carpetes soltos ou com dobras.
Bordas de tapetes, principalmente, dobradas.
Pisos escorregadios (encerados, por exemplo).
Cordas, cordões e fios no chão (elétricos ou não).
Ambientes desorganizados com móveis fora do lugar,
móveis baixos ou objetos deixados no chão (sapatos,
roupas, brinquedos, etc).
Móveis instáveis ou deslizantes.
Degraus da escada com altura ou largura irregulares.
Degraus sem sinalização de término.
Escadas com piso muito desenhado (dificultando a
visualização de cada degrau).
41. Quedas
Uso de chinelos, sapatos desamarrados ou mal
ajustados ou com solado escorregadio.
Roupas compridas, arrastando pelo chão.
Má iluminação.
Cadeira, camas e vasos sanitários muito baixos;
Cadeiras sem braços;
Animais, entulhos e lixo em locais inapropriados.
Objetos estocados em lugares de difícil acesso (sobe-se
numa cadeira ou banco para alcançá-los).
Escadas com iluminação frontal.
42. Avaliação Funcional
Atividades de Vida Diária (AVDs)
Alimentar-se
Banhar-se
Vestir-se
Mobilizar-se
Deambular
Ir ao banheiro
Manter controle sobre suas necessidades fisiológicas.
43. Avaliação Funcional
Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVD) que
são as relacionadas à participação do idoso em seu
entorno social e indicam a capacidade de um indivíduo
em levar uma vida independente dentro da
comunidade.
Utilizar meios de transporte
Manipular medicamentos
Realizar compras
Realizar tarefas domésticas leves e pesadas
Utilizar o telefone
Preparar refeições
Cuidar das próprias finanças
44. Escalas de avaliação AVD
Escala de Katz - AVD
Lawton –AIVD
Medida de Independência Funcional
46. Avaliação do estresse do
cuidador
O ato de cuidar é voluntário e complexo, tomado por
sentimentos diversos e contraditórios como raiva,
culpa, medo, angústia, confusão, cansaço, estresse,
tristeza, nervosismo, irritação e choro. Esses
sentimentos podem ser simultâneos e devem ser
compreendidos, fazendo parte da relação entre o
cuidador e a pessoa cuidada. É importante avaliar a
presença de estresse entre os cuidadores.
Instrumento de avaliação - ZARIT
47. Violência
Estrutural
Interpessoal – comunitária
Trabalho
Institucional
Intrafamiliar
Lei nº 10.741/2003, art. 19, está previsto que os casos de
suspeita ou confirmação de maus tratos contra idoso
são de notificação obrigatória ao Conselho Municipal
ou Estadual dos Direitos do Idoso, Delegacias de
Polícia e Ministério Público.
48. Violência
Física
Psicológica
Sexual
Econômica, financeira ou patrimonial
Institucional
Negligência ou abandono
Auto-negligência
50. ÁREA AVALIAÇÃO BREVE ENCAMINHAMENTOS
AVALIADA
Nutrição O/A Sr/a perdeu mais de 4 kg no último Refere perda de peso ou
ano, sem razão específica? _____ apresenta IMC alterado nos
Peso atual: ____ kg Altura: _____ cm extremos (desnutrição ou
IMC = ______ obesidade). Encaminhar ao
nutricionista para a
avaliação nutricional
detalhada
Visão O/a Sr/a tem dificuldade para dirigir, ver Se houver incapacidade de
TV ou fazer qualquer outra atividade de ler alem de
vida diária devido a problemas visuais?Se 20/40 no cartão de Jaeger,
sim, aplicar o cartão de Jaeger:Olho encaminhar
Direito: ______ Olho Esquerdo:________ ao oftalmologista
Audição Aplicar o teste do sussurro. A pessoa idosa Na ausência de cerume e
responde a pergunta feita? caso a pessoa
Ouvido Direito: __ Ouvido Esquerdo: idosa não responda ao
_____Se não, verificar a presença de teste,
cerumen. OD: _____ OE: _____ encaminhar ao
otorrinolaringologista
51. ÁREA AVALIAÇÃO BREVE ENCAMINHAMENTOS
AVALIADA
Incontinênci O/A Sr/a, às vezes, perde urina ou fica Pesquisar a causas.
a molhado/a? Referenciar s/n
Se sim, pergunte: Quantas vezes? ___ Isso
provoca algum incomodo ou embaraço?
___ Definir quantidade e freqüência.
Atividade O/A Sr/a tem algum problemas na Se sim, fornecer
sexual capacidade de desfrutar informações essenciais
do prazer nas relações sexuais? sobre as alterações da
sexualidade. Identificar
problemas fisiológicos e/ou
psicológicos relacionados.
Humor/depr O/A Sr/a se sente triste ou desanimado/a Se sim, Aplicar a Escala de
essão frequentemente? Depressão Geriátrica .
Referenciar se episódios
frequentes e graves.
52. ÁREA AVALIAÇÃO BREVE ENCAMINHAMENTOS
AVALIADA
Cognição e Solicitar à pessoa idosa que repita o nome Se for incapaz de repetir os 3
memória dos objetos: Mesa Maça Dinheiro nomes,aplique o MEEM.
Após 3 minutos pedir que os repita. Complementando esse,
pode ser aplicado o teste do
Relógio, Teste de Fluência
verbal e o Questionário de
Pfeffer. Alterados: neuro
Função dos Proximal: Ver se a pessoa idosa é capaz de Incapacidade de realizar o
MMSS tocar a nuca com ambas as mãos. Distal: teste – fazer exame completo
Ver se a pessoa idosa é capaz de apanhar dos MMSS. Atenção para dor,
um lápis sobre a mesa com cada uma das fraqueza muscular e limitação
mãos e colocá-lo de volta. de movimentos. Considerar
possibilidade de fisioterapia
Função dos Ver se a pessoa idosa é capaz de: Incapacidade de realizar o
MMII Levantar da cadeira: ___ Caminhar 3,5m: teste – fazer exame completo
___ Voltar e sentar: ___ dos MMII. Atenção parador,
Atenção para dor, amplitude de fraqueza muscular e limitação
movimentos, equilíbrio e avaliação da de movimentos. Aplicar
marcha. escala da marcha de Tinneti e
MIF.Fisioterapia s/n.
53. ÁREA AVALIAÇÃO BREVE ENCAMINHAMENTOS
AVALIADA
Atividades Sem auxílio, o/a Sr/a é capaz de: Na presença de limitações,
diárias Sair da cama? ___ Vestir-se? ___ Preparar instituir intervenções de
suas refeições? ___ Fazer compras? ___ saúde, sociais e ambientais
Se não, Determinar as razões da apropriadas. Aplicar escala
incapacidade(comparar limitação física com de avaliação de MIF,de Katz
motivação), solicitar informações junto aos e escala de Lawton .
familiares.
Domicílio Na sua casa há: Escadas? ____ Tapetes Sim para escada ou tapete e
soltos? ____Corrimão no banheiro? ____ Não para corrimão – Avaliar
a segurança domiciliar e
instituir adaptações
necessárias.
Quedas Quantas vezes? ____ Orientar prevenção)
Suporte Alguém poderia ajudá-lo/a caso fique Identificar, com o agente
social doente ou incapacitado? ___ comunitário de saúde ou em
Quem poderia ajudá-lo/a? ____ visita domiciliar, a
Quem seria capaz de tomar decisões de família/rede de pessoas que
saúde pelo/a Sr/acaso não seja capaz de possam apoiá-lo/a. Realizar
fazê-lo? ___ APGAR de família e
ECOMAPA.
54. Fragilidade
síndrome multidimensional envolvendo uma interação
complexa dos fatores biológicos, psicológicos e sociais no
curso de vida individual, que culmina com um estado de
maior vulnerabilidade, associado ao maior risco de
ocorrência de desfechos clínicos adversos- declínio
funcional, quedas, hospitalização, institucionalização e
morte.
a) nem todas as pessoas com declínio funcional são frágeis;
b) nem todas as pessoas frágeis apresentam declínio
funcional;
c) medidas preventivas parecem interferir na instalação dessa
síndrome.
55. Causas primárias
Alteração na expressão dos
genes
Dano oxidativo do DNA
Encurtamento do telômero FRAGILIDADE
Desregulação
neuroendócrina
Alterações
neuromusculares
sarcopenia
Disfunção imune
Causas secundárias Perda de peso
Depressão Fadiga
Neoplasias Menor força de
Infecção crônica preensão, velocidade
Insuficiência cardíaca da marcha e
congestiva atividade física – pelo
menos 3 desses
56. Fragilidade
1. perda de peso não intencional: = 4,5 kg ou = 5% do peso
corporal no último ano;
2. fadiga auto referida utilizando duas questões: com que
freqüência na última semana o(a)sr(a) sentiu que tudo que
fez exigiu um grande esforço ou que não pode fazer nada;
3. diminuição da força de preensão
4. baixo nível de atividade física medido pelo dispêndio
semanal de energia em kcal(com base no auto relato das
atividades e exercícios físicos realizados) e ajustado
segundo o gênero;
5. diminuição da velocidade da marcha em segundos:
distância de 4,5m ajustada para gênero e altura.
57. Osteoporose
No Brasil, somente uma a cada três pessoas com
osteoporose é diagnosticada e, dessas, somente uma
em cada cinco recebe algum tipo de tratamento, com
uma taxa anual de aproximadamente 100 mil fraturas
de quadril. Cerca de 10 milhões de brasileiros (as)
sofrem com osteoporose e 24 milhões de pessoas terão
fraturas a cada ano, sendo que 200 mil indivíduos
morrerão como conseqüência direta de suas fraturas.
58. Osteoporose – fatores de risco
fratura anterior causada por pequeno trauma;
sexo feminino;
baixa massa óssea;
raça branca ou asiática;
idade avançada em ambos os sexos;
história familiar de osteoporose ou fratura
do colo do fêmur;
menopausa precoce (antes dos 40 anos)
não tratada;
uso de corticóides
59. Osteoporose
doenças que induzam à perda de massa óssea;
amenorréia primária ou secundária;
menarca tardia, nuliparidade;
hipogonadismo primário ou secundário;
baixa estatura e peso (IMC <19kg/m²);
perda importante de peso após os 25 anos;
baixa ingestão de cálcio, alta ingestão de sódio;
alta ingestão de proteína animal;
pouca exposição ao sol, imobilização prolongada, quedas freqüentes;
sedentarismo, tabagismo e alcoolismo;
medicamentos (como heparina, ciclosporina, hormônios tireoidianos,
anticonvulsivantes e lítio);
alto consumo de xantinas (café, refrigerantes à base de cola, chá preto).
60. Protocolo SUS
a - Densitometria óssea recente
(realizada há, no máximo, 01 ano);
b - Calcemia;
c - Calciúria de 24 horas
61. Indicações densitometria
Mulheres acima de 65 anos
Mulheres com deficiência estrogênica com menos de 45 anos
Mulheres peri e pós-menopausa com fatores de risco (um maior ou dois
menores, conforme quadro II)
Mulheres com amenorréia secundária prolongada (por mais de 1 ano)
Todos indivíduos que tenham apresentado fratura por trauma mínimo ou
atraumática
Indivíduos com evidência radiológica de osteopenia ou fraturas vertebrais
Homens acima de 70 anos
Indivíduos que apresentem perda de estatura (maior do que 2,5cm) ou
hipercifose torácica
Indivíduos em uso de corticosteróides por três meses ou mais (doses superiores
ao equivalente de 5 mg de prednisona)
Mulheres com índice de massa corporal abaixo de 19kg/m2
Portadores de doenças ou uso de medicações associadas à perda de massa óssea
Monitoramento de tratamento do osteoporose
ABAIXO DE – 2.5 DP
62. Problemas crônicos
HAS
DM – filtração renal, raramente desenvolvem
cetoacidose, mas podem entrar em estado de
hiperosmolaridade e fazer sua apresentação inicial
com confusão, coma ou sinais neurológicos focais.
Podem ainda apresentar queixas inespecíficas como:
fraqueza, fadiga, perda da vitalidade ou infecções
menos importantes da pele e tecidos moles, como a
monilíase vulvo-vaginal. Como regra, na presença de
prurido vulvar pense em monilíase; na presença de
monilíase, pense em diabetes. Cuidar a hipoglicemia
e a desnutrição
63. Demência
TIPOS CARACTERÍSTICAS
ALZHEIMER Início insidioso, perda de memória e declínio
cognitivo lento e progressivo. No início,
a pessoa apresenta dificuldade para lembrar-se de
fatos recentes e para aprender coisas novas, e
lembra-se de coisas de ocorreram num passado mais
distante.
DEMÊNCIA VASCULAR Início abrupto, geralmente, após um episódio
vascular, com deterioração em degraus (alguma
recuperação depois da piora) e flutuação do déficit
cognitivo (dias de melhor e pior performance).
Apresenta sinais focais, de acordo com a
região cerebral acometida.
DEMÊNCIA DOS CORPÚSCULOS Flutuação na cognição, alucinações visuais
DE LEWY recorrentes bem formadas (p.ex., a descrição de
uma pessoa, produto da alucinação, com detalhes) e
parkinsonismo precoce (rigidez, acinesia e fácies
amímica)
64. Causas reversíveis - demência
Uso de medicamentos (psicotrópicos e analgésicos narcóticos).
Metabólica (distúrbio hidroeletrolítco, desidratação, insuficiência renal
ou hepática e hipoxemia).
Neurológica (hidrocefalia de pressão normal, tumor e hematoma
subdural crônico).
Infecciosas (Meningite crônica, AIDS, neurossífilis).
Colágeno-Vascular (lúpus eritematoso sistêmico, arterite temporal,
vasculitereumatóide, sarcoidose e púrpura trombocitopênica
trombótica).
Endócrinas (doença tireoidiana, doença paratireoidiana, doença da
adrenal edoença da pituitária).
Nutricionais (deficiência de vitamina B12, ácido fólico, tiamina e
niacina).
Alcoolismo crônico.
Outras (DPOC, insuficiência cardíaca congestiva e apnéia do sono).
65. Portaria nº 843 que aprovou o Protocolo Clínico e
DiretrizesTerapêuticas – Demência por doença de
Alzheimer.
TSH
B12
Ácido Fólico
Sorologia para sífilis
Hemograma
Creatinina
Sódio
Potássio
Neuro-imagem:Tomografia Computadorizada
Ressonância Magnética
67. Anamnese : Avaliação da Saúde bucal do Idoso
Aplicar o questionário
Nos últimos 3 meses o(a) senhor(a)
1 Diminuiu a quantidade de alimentos ou mudou o tipo de alimentação
por causa dos seus dentes?
2 Teve problemas para mastigar os alimentos?
3 Teve dou ou desconforto para engolir os alimentos?
4 Mudou o jeito de falar por causa dos problemas de sua boca?
5 Teve algum desconforto ao comer algum alimento?
6 Evitou encontrar com outras pessoas por causa de sua boca?
7 Sentiu-se insatisfeito(a) com a aparência de sua boca?
8 Tomou remédio para dor ou desconforto de sua boca?
9 Algum problema bucal o deixou preocupado(a)?
10 Chegou a se sentir nervoso(a) por problemas na sua boca?
11 Evitou comer com outras pessoas por problemas bucais?
12 Teve dentes ou gengivas sensíveis a alimentos ou líquidos?
68. Saúde do Idoso
Sinais de Alerta em Saúde Bucal
Dor
Hemorragia
Abscesso
Traumatismo
Lesão de tecidos moles
Necessidade de intervenção – cirurgião dentista ou reparo
protética.