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História do Espiritismo no
Brasil
Primeiros registros de mesas girantes no Brasil
No dia 14/06/1853 é publicado, na seção
exterior do Jornal do Comercio do Rio de
Janeiro, notícias sobre as "mesas girantes‖.
No dia 02/07/1853, foi a vez de o Diário de
Pernambuco.
No dia 15/07/1853, foi a vez de O Cearense.
―Não há neste momento uma reunião na Alemanha na qual não se fale da nova
importação americana The moving table, e não se experimente mais de uma vez o
fenômeno, parecendo-me que a sua descrição poderá interessar os seus leitores,
passo a referi o que vi. Importa pouco a madeira de que a mesa deve ser feita,
basta
que seja de forma oval e pouco pesada, para se tornar rápida a execução da
experiência.
Sentadas cinco pessoas pelo menos à roda da mesa, põem as mãos sobre ela e
formam uma cadeia, colocando o dedo mínimo da mão direita sobre o dedo
mínimo
da mão esquerda da pessoa que fica à direita (...) Começa a notar-se na mesa um
movimento de ondeação que se transforma em movimento de rotação assaz
rápido
(...) Agora, quanto a maneira porque este fenômeno se explica, nada sei.‖
(JORNAL DO COMMERCIO, 08/1853)
Espiritismo e Homeopatia
 No Brasil, as ideias que darão origem ao espiritismo remontam às primeiras
experiências com o chamado "fluido vital" (magnetismo animal,
mesmerismo) por parte dos praticantes da homeopatia, nomeadamente os
médicos Benoît Jules Mure, natural de França, e João Vicente Martins, de
Portugal, que chegaram ao país em 1840 e o aplicavam em seus clientes. O
grupo mais antigo desses estudiosos e praticantes constituiu-se no Rio de
Janeiro, então capital do Império do Brasil, em torno da figura do médico e
historiador Alexandre José de Mello Moraes, sendo integrado por Pedro de
Araújo Lima (Marquês de Olinda), Bernardo José da Gama (Visconde de
Goiana), José Cesário de Miranda Ribeiro (Visconde de Uberaba) e outros
vultos do Segundo Reinado.
 Os primeiros experimentadores da mediunidade, no Brasil, saíram dos
cultores da Homeopatia, com os médicos Bento Mure, francês, e João
Vicente Martins, português, aqui chegados em 1840, que aplicavam passes
em seus clientes e falavam em Deus, Cristo e Caridade, quando curavam.
EXTRATO DO JORNAL DO COMMERCIO DO RIO DE JANEIRO
De 23 de setembro de 1863 - CRÔNICA DE PARIS.
A propósito dos espectros dos teatros, o correspondente conclui assim, depois de deles fazer o histórico: "Por sorte, no próximo inverno, cada
um poderá regalar aos seus amigos do espetá-
culo, tornado popular, de alguns fantasmas e outras curiosidades sobrenaturais. De sobremesa, se apagarão as velas e ver-se-ão aparecer,
envolvidos em seus lençóis, os espectros modernos que substituirão assim as tiradas que outrora cantavam nossos avós.
Nos bailes, em lugar dos refrescos, far-se-ão desfilar os fantasmas. Que encantador divertimento! nada que disso pensar se tem dele o
arrepio." O autor passando ao Espiritismo: "Uma vez que falamos de coisas sobrenaturais, não passaremos em silêncio O Livro dos Espíritos.
Que título atraente! quantos mistérios não se escondem! E se nos reportarmos ao ponto de partida, que caminho que essas idéias fizeram há
alguns anos! -No início, esses fenômenos, ainda não explicados, consistiam em uma simples mesa posta em movimento pela imposição das
mãos; hoje, as mesas não se contentam mais em girar, em saltar, em se endireitar sobre um pé, em fazer mil cabriolas, elas vão mais longe;
falam! que digo eu: elas falam, é que têm um alfabeto próprio e mesmo vários. Basta dirigir-lhe uma pergunta, e a resposta é logo dada por
pequenos golpes seguidos, batidos com o pé, ou bem por meio de um lápis que, preso à mão, põe-se a traçar sinais sobre o papel, palavras,
frases inteiras ditadas por uma vontade estranha e desconhecida; a mão se torna então um simples instrumento, um porta-lápis, e o espírito da
pessoa fica completamente estranho a tudo o que se passa. "O Espiritismo, é assim que se chama a ciência desses fenômenos, fez, em poucos
anos, grandes progressos nos fatos, na prática; mas a teoria, na minha opinião, não fez o 13 mesmo caminho, está estacionaria, (...)
Essa invasão geral, além deter produzido uma viva impressão, tem uma muito alta importância. É preciso, pois, sem precipitação nem idéias
preconcebidas, verificar de boa fé esses fenômenos, até que venham a ser explicados, o que ocorrerá um dia, se aprouver a Deus nos revelar a
natureza desse agente misterioso."
O autor, como se vê, não é muito avançado; mas ao menos não julga aquilo que não sabe; reconhece a existência dos fatos e a sua causa
primeira, mas não conhece seu modo de produção. Ele ignora os progressos da parte teórica da ciência, e dá a esse respeito um conselho
muito sábio: poderão fazer teorias arriscadas, assim como se estava muito apressado de fazê-lo no início da aparição dos fenômenos, onde
cada um se apressou em explicá-los à sua maneira; assim, a maioria desses sistemas prematuros caíram diante das experiências ulteriores, que
vieram contradizê-los. Hoje se possui disso uma teoria racional da qual nenhum ponto foi admitido a título de hipótese; tudo é deduzido da
experiência e da observação atenta dos fatos; pode-se dizer que, sob este aspecto, o Espiritismo foi estudado à maneira das ciências exatas.
Constatamos com prazer que a idéia espírita fez progressos sensíveis no Rio de Janeiro, onde conta com numerosos representantes fervorosos
e devotados. A pequena brochura: O Espiritismo em sua mais simples expressão, publicada em língua portuguesa, não contribuiu pouco para
ali difundir os princípios da Doutrina.
Primeira Sessão Espírita que se tem
conhecimento
 Luís Olímpio Teles de Menezes, filho do Oficial do Exército Fernando
Luís Teles de Menezes e de D. Francisca Umbelina de Figueiredo
Menezes, nasceu na cidade de Salvador, Bahia, aos 26 de Julho de
1825.
 Em 17/09/1865 —Salvador, Bahia —, é instalado o "Grupo Familiar do
Espiritismo", o primeiro Centro Espírita do Brasil e, às 20h30min, Luís
Olímpio Teles de Menezes preside a uma sessão mediúnica, onde se
recebe a primeira página psicografada e assinada por "Anjo Brasil".
 Na presidência do Grupo Familiar do Espiritismo, Teles de Menezes
distinguiu-se pelo seu ânimo forte, pela sua cultura e elevação de
sentimentos, suportando com destemor e firmeza o espírito
zombeteiro dos incrédulos e materialistas, bem como o ambiente
hostil da religião dominante. É exemplo expressivo das chacotas,
lançadas contra ele e o Espiritismo, os versos e as curtas e burlescas
composições teatrais que a ―Bahia Ilustrada‖ publicava desde o ano
de sua fundação, em 1867. Por quase um decênio o Grupo
desempenhou, com louros e louvores, sua missão na Bahia, até que
lhe viesse continuar a obra a Associação Espirítica Brasileira.
A primeira instituição espírita a ser fundada foi a Sociedade de Estudos Espiríticos - Grupo
Confúcio, em 1873. Conforme previsto em seus estatutos, devia seguir os princípios e as
formalidades expostos em O Livro dos Espíritos e em O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec.
As suas atividades incluíam ainda o receituário gratuito de homeopatia e a aplicação de
passes aos necessitados. A sua maior virtude, entretanto, foi a de promover a tradução das
obras básicas de Kardec para a língua portuguesa. A reação na imprensa da época
expressa-se, por exemplo, num comentário veiculado nas páginas do Jornal do
Commercio, acusando o Espiritismo de fabricar "loucos" e pedindo a interferência da
polícia, concluindo: "É uma epidemia mais perigosa que a febre amarela..." (Jornal do
Commercio, 13 de dezembro de 1874)
Em 1875, o Grupo Confúcio lançou o segundo periódico espírita do país (primeiro no Rio de
Janeiro), a Revista Espírita, dirigida por Antônio da Silva Neto.
A este grupo estiveram ligados nomes expressivos como o de Joaquim Carlos Travassos que,
ainda em 1875 apresentou a primeira tradução de "O Livro dos Espíritos" para a língua
portuguesa a Bezerra de Menezes.
O Grupo extinguiu-se em 1876, dando lugar à Sociedade de Estudos Espíritas Deus, Cristo e
Caridade, sob a direção de Francisco Leite de Bittencourt Sampaio. No seu programa
doutrinário, em que a obra codificada por Allan Kardec era parte essencial, compreendia-
se o estudo da obra Os Quatro Evangelhos, de Jean-Baptiste Roustaing.
Mais tarde, no Rio de Janeiro
Divergências ideológicas entre os que preconizavam um espiritismo "científico"
e outros que sustentavam um espiritismo "místico",9 entretanto, conduzirão a
dissidências da Sociedade de Estudos. Inicialmente, em 1877 um grupo se
separou para constituir a Congregação Espírita Anjo Ismael (20 de maio). No
ano seguinte (1878), outro grupo constituiu o Grupo Espírita Caridade (8 de
junho). Ambos tiveram efêmera duração, estando desaparecidos já em 1879.
Nesse mesmo ano, a Sociedade de Estudos deu lugar à Sociedade
Acadêmica Deus, Cristo e Caridade (3 de outubro de 1879), atendendo à
orientação do grupo "cientificista", contrário ao caráter religioso da Doutrina.
Em consequência, um último grupo, sob a liderança do médium João
Gonçalves do Nascimento, de acordo com a tradição sob a inspiração do
próprio espírito Ismael, constituiu uma nova agremiação que se denominou
Grupo Espírita Fraternidade (1880).
Os periódicos cariocas O Cruzeiro e Jornal do Commercio, anunciaram em suas páginas, em
furo de reportagem, a ordem policial que proibiu o funcionamento da "Sociedade Acadêmica
Deus, Cristo e Caridade" e dos centros que lhe eram filiados, tornando passíveis de sanções
penais os espíritas que contrariassem as disposições policiais. Nesse mesmo dia, a Sociedade
reuniu-se em sessão extraordinária, a fim de tomar providências defensivas, caso a referida
noticia fosse confirmada. Ainda nesse mesmo dia, a Diretoria da Sociedade Acadêmica
compareceu perante o Ministro da Justiça, que a recebeu com muita cordialidade, declarando
que deveria ter havido algum equivoco, e que não consentiria na perseguição de ninguém.
Entretanto, no dia 30 de agosto, um Oficial de Justiça apresentou à Sociedade Acadêmica a
contra-fé do mandado de intimação do 2º Delegado de Polícia do Município da Corte,
mandado que suspendia e vedava as reuniões da dita Sociedade, alegando que ela não se
achava legalmente constituída. De imediato, a Diretoria da Sociedade Acadêmica expediu
ofícios ao Chefe de Polícia e ao Ministro da Justiça, Conselheiro Manuel Pinto de Souza Dantas,
demonstrando a arbitrariedade daquela medida. Uma comissão, da qual faziam parte o Dr.
Antônio Pinheiro Guedes, Carlos Joaquim de Lima e Cirne e o Dr. Joaquim Carlos Travassos,
entrou em contato com o Chefe de Policia, que, apesar de a ter recebido com amabilidade,
nada resolveu, dando a entender que a ordem vinha de autoridade superior.
O ano de 1881 foi marcado pelo início da
perseguição oficial ao Espiritismo
É nesse contexto que, no dia 6 de setembro de 1881, teve lugar o primeiro
Congresso Espírita no Brasil, promovido pela Sociedade Acadêmica.11 No
mesmo dia, uma comissão de espíritas foi recebida pelo Imperador Pedro II
do Brasil, a quem entregou em mãos um documento com minuciosa
exposição dos fatos e o pedido de que se fizesse justiça.
O Imperador, na ocasião também terá afirmado: "Eu não consinto em
perseguição". Duas semanas depois, a 21, a mesma comissão retornou ao
palácio a fim de conhecer da resposta às considerações emitidas na
exposição que fora entregue ao Imperador. Este afirmou que enviara os
papéis ao Ministro do Império para dar solução ao caso, e tornou a afirmar,
com certo ar de graça: "Ninguém os perseguirá. Mas...não queiram agora
ser mártires."
Embora a ordem policial jamais tenha oficialmente revogada, também não
teve prosseguimento. Finalmente, em Ofício de 10 de janeiro de 1882,
dirigido a S.M. D. Pedro de Alcântara, Imperador do Brasil, a Diretoria da
Sociedade Acadêmica manifestou o seu jubilo "pelo começo da tolerância"
em relação àquela Sociedade, "sinal evidente de que estão terminadas as
perseguições encetadas contra o Espiritismo e os espíritas".
Espiritismo no Segundo Reinado
Com a Proclamação da República do Brasil (15 de
novembro de 1889), a 22 de dezembro a FEB congratula-se
com o Governo Provisório pelo advento do novo regime.
Entretanto, estando o país ainda sem uma Constituição, o
Decreto nº 847, de 11 de outubro de 1890, promulgou o
Código Penal da República. Este diploma, de inspiração
positivista, associava a prática do Espiritismo a rituais de
magia e curandeirismo, conforme expresso em seu Artigo
157, que rezava:
"É crime praticar o Espiritismo, a magia e seus sortilégios, usar
de talismãs e cartomancias, para despertar sentimentos de
ódio ou amor, inculcar cura de moléstias curáveis ou
incuráveis, enfim, para fascinar e subjugar a credulidade
pública. Pena: prisão celular de 1 a 6 meses e multa de
100$000 a 500$000."
Espiritismo na República
Código Penal brasileiro de11 de Outubro de 1890.
Art. 156. Exercer a medicina em qualquer de seus ramos, a arte dentária ou a farmácia; praticar a homeopatia, a dosimetria, o hipnotismo ou o magnetismo
animal, sem estar habilitado segundo as leis e regulamentos:
Penas – de prisão celular por um a seis meses, e multa de 100$000 a 500$000.
Parágrafo único. Pelos abusos cometidos no exercício ilegal da medicina em geral, os seus autores sofrerão, além das penas estabelecida
as que forem impostas aos crimes que derem causa.
Art. 157. Praticar o espiritismo, a magia e seus sortilégios, usar de talismãns e cartomancias, para despertar sentimentos de ódio ou amor
inculcar cura de moléstias curáveis ou incuráveis, enfim, para fascinar e subjugar a credulidade pública:
Penas – de prisão celular de um a seis meses, e multa de 100$000 a 500$000.
Parágrafo 1 Se, por influência, ou por conseqüência de qualquer destes meios, resultar ao paciente privação ou alteração, temporária ou
permanente, das faculdades psíquicas:
Penas – de prisão celular por um a seis anos, e multa de 200$000 a 500$000.
Parágrafo 2 Em igual pena, e mais na privação de exercício da profissão por tempo igual ao da condenação, incorrerá o médico que
diretamente praticar qualquer dos atos acima referidos, ou assumir a responsabilidade deles.
Art. 158. Ministrar ou simplesmente prescrever, como meio curativo, para uso interno ou externo, e sob qualquer forma preparada,
substância de qualquer dos reinos da natureza, fazendo ou exercendo, assim, o ofício do denominado curandeiro:
Penas – de prisão celular por um a seis meses, e multa de 100$000 a 500$000.
Parágrafo único. Se do emprego de qualquer substância resultar à pessoa privação ou alteração, temporária ou permanente, de suas
faculdades psíquicas ou funções fisiológicas, deformidade, ou inabilitação do exercício de órgão ou aparelho orgânico, ou, em suma, alguma deformidade:
Penas – de prisão celular por um a seis anos, e multa de 200$000 a 500$000. Se resultar a morte:
Pena de prisão celular por seis a vinte e quatro anos.
Será Elias da Silva quem promoverá, ao final desse ano (27 de
dezembro de 1883) , em sua própria residência, a reunião
preparatória de rearticulação do movimento no Município
da Corte, dada a manifesta incompreensão entre os
componentes das diversas entidades espíritas então aí
existentes: o "Centro da União Espírita do Brasil", o "Grupo dos
Humildes", o "Grupo Espírita Fraternidade" e a "Sociedade
Acadêmica Deus, Cristo e Caridade". Como fruto desse
entendimento, será fundada, a 1 de janeiro de 1884, a
Federação Espírita Brasileira, considerada como a "Casa de
Ismael", com o objetivo de federar todos os grupos através de
"um programa equilibrado ou misto" e que difundisse por
todos os meios o Espiritismo, principalmente pela imprensa e
pelo livro.15 16
A 17 de agosto de 1885, em uma sala na rua da Alfândega,
a FEB inaugurou o ciclo de conferências públicas que se
destacará, tendo entre os seus oradores os nomes de Elias da
Silva, Bittencourt Sampaio e outros pioneiros do Espiritismo no
país. O aumento do afluxo de público fará com que essas
palestras se transfiram para o Salão da Guarda Velha (na rua
de igual nome, atual Av. 13 de Maio)
1886 – Bezerra de Menezes
anuncia no Rio de Janeiro, no
salão da FEB, na rua Guarda
Velha, sua adesão ao Espiritismo.
É fundado em Barra do Piraí, RJ,
o Grêmio Espírita de
Beneficência. Desencarna o
médium Daniel D. Home.
1934 – O prefeito do Rio de Janeiro, Pedro Ernesto,
assina um decreto reconhecendo a Federação Espírita
Brasileira como entidade de utilidade pública. Luis
Gomes da Silva funda em Santos a primeira Mocidade
Espírita do País. Manuel Porteiro e Humberto Mariotti
destacam-se no 5º Congresso Internacional de
Espiritismo, em Barcelona, com suas teses sobre
problemas sociais.
Do Estado Novo combate ao espiritismo
Desde a década de 1920 registravam-se choques entre o espiritismo e a psiquiatria.
Henrique Roxo (1877-1969), em seu "Manual de Psiquiatria" (1921) dedica um capítulo
inteiro ao espiritismo, reproduzindo o discurso médico e católico da época, ainda
marcado pelo escravismo, que remetia a crença, no país, a resquícios do fetichismo
africano, observando: "Vê-se muito frequentemente o que se observa no cinema,
nessas danças de negros, com seus movimentos extravagantes, suas contorções e seus
gestos." Os profissionais formados na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro
consideravam o espiritismo como uma patologia contagiosa, capaz de incapacitar
grandes contingentes humanos para o trabalho. Devia, por essa razão ser reprimida
pelas autoridades e erradicada por meio de campanhas de saúde pública:
O combate ao espiritismo deve ser igualado ao que se faz à sífilis, ao alcoolismo,
aos entorpecentes (ópio, cocaína, etc.), à tuberculose, à lepra, às verminoses, enfim a
todos os males que contribuem para o aniquilamento das energias vitais, físicas e
psiquícas do nosso povo, da nossa raça em formação.
— João Coelho Marques, Espiritismo e Idéias Delirantes, tese de Doutorado
apresentada à Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, 1929.
O doutorando, apelava à Liga Brasileira de Higiene Mental e à Igreja Católica para
sensibilizarem a opinião pública e os poderes constituídos, propondo mesmo uma
"Semana antiespirita" à semelhança da então existente "Semana antialcoólica", para
mobilizar a sociedade contra esse mal.24
Espiritismo como loucura
Alguns médicos que dedicaram uma produção acadêmica sobre
aquilo que chamavam de “loucura espírita”. Um deles, Xavier de
Oliveira,“Espiritismo e Loucura” afirma, em 1931, que o
Espiritismo seria a terceira maior causa de loucura no país,
perdendo apenas para o álcool e a sífilis. Eis o que propõe:
“É a cocaína dos debilitados nervosos que se dão à pratica do
espiritismo. E com um agravante a mais: é barato, está no alcance
de todos, e por isso mesmo, leva mais gente, muito mais aos
hospícios, do que a 'poeira do diabo', a 'coca maravilhosa'... É o
tóxico com que se envenenam, todos os dias, os débeis mentais,
futuros hóspedes dos asilos de insanos. Lêem-no, assimilam-no,
incluem a essência diabólica de que é composto, caldeiam os
conhecimentos nele adquiridos nas sessões espíritas.
Década de 30‘e‗40
 a partir da década de 1930, algumas medidas policiais são
tomadas com o objetivo de controlar, vigiar e, eventualmente,
reprimir as atividades de instituições espíritas.
 A década encerrou-se com a reforma do Código Penal, que
deixou de criminalizar explicitamente a prática do Espiritismo
(1940). Ainda assim, no ano seguinte (1941), todos os centros
espíritas da então capital federal foram suspensos por portaria
da polícia, do mesmo modo que todos templos afro-brasileiros.
No Rio de Janeiro, foi fundada a Sociedade de Medicina e
Espiritismo do Rio de Janeiro (11 de junho de 1941), tendo como
primeiro presidente o Dr. Levindo Gonçalves de Mello.
 Em 30 de Abril de 1937, Inácio Bittencourt, médium receitista, foi preso
pela Polícia, sob a acusação de exercício ilegal da medicina, por estar
prescrevendo receitas de medicamentos homeopáticos para pessoas
que o procuravam. Foi lavrado o auto do flagrante, presidido pelo 1°
Delegado Auxiliar, Anésio Frota Aguiar, para a instrução do processo
crime. Depois de paga a fiança estipulada, o médium retorna para sua
casa. Há 17 anos, já havia sido processado pela mesma razão, sendo o
processo anulado. Em uma reportagem, publicada com o título ―O
médium Inácio Bittencourt autuado em flagrante por exercer a
mediunidade‖, no jornal Mundo Espírita[5], de 8 de Maio de 1937,
consta que os atendimentos eram realizados por ele, em seu gabinete
de trabalho, na Rua Voluntários da Pátria n° 20, em Botafogo, onde
funcionaria, também, a redação do jornal ―Aurora‖, de propaganda
espírita, dirigido e mantido por ele.
 Por meio do cruzamento das informações existentes nos recortes de
jornal e a ata acima transcrita se percebe que, Inácio Bittencourt, preso
sob acusação de exercício ilegal da medicina, desenvolvia em sua
residência as atividades doutrinárias do Círculo Espírita Cáritas, que teria
sido fundado e presidido por ele, além de manter aí a redação do seu
periódico de propaganda doutrinária. Além disso, é possível observar
que havia interesse, por parte do ―recém-fundado Centro Espírita
―Amor, Caridade e Esperança‖ em alugar o mesmo imóvel no qual
funcionava o Centro espírita dirigido pelo acusado, em cujo processo
foi, igualmente, absolvido.
Em entrevista ao jornal Diário da Noite, o médico Oscar Pimentel entende
que
O Espiritismo está fora da lei e os centros dessa crendice escarnecem
abusivamente das nossas autoridades, funccionando em flagrante
violação da Lei Penal. Sou de parecer, assim, que a Sociedade de
Medicina e Cirurgia, antes de solicitar providências no sentido de impedir a
realização da ―Hora Espírita Radiophonica‖, deveria falar de preferência
em nome da Constituição e do Código Penal, pleiteando junto às
autoridades superiores o fechamento summario dos Centros Espíritas e a
prohibição terminante das práticas ridículas e grotescas, confusas e
perniciosas dessa moderna superstição que é o Espiritismo.
Defende ainda que se fosse feito isso, se estaria prestando um serviço à
saúde mental dos brasileiros e à moral do Brasil. É bastante contundente
nas solicitações de repressão às atividades dos centros espíritas. O
programa de rádio, no entanto, não parou de ser transmitido por isso.
Catolicismo e Espiritismo
Setores da Igreja Católica, também contrários aos espíritas, aproveitaram-se de
reflexões produzidas no interior da medicina para incorporarem-nas aos seus
argumentos. Buscavam legitimar suas idéias sobre o Espiritismo através de
pressupostos científicos, a fim de obterem maior crédito para suas investidas.
Assim, aquela argumentação de que esta doutrina era causa de loucura, ou de
que causaria histeria ou neuroses, às vezes levando ao suicídio, teriam passado a
ser comuns em alguns de seus discursos.
Flamarion Costa defende que na década de 1930 houve um acirramento do
embate entre católicos e espíritas. Segundo ele, mudanças institucionais geradas
pela Constituição de 1934 teriam aproximado a Igreja Católica e o Estado. Cita o
padre Julio Maria que, também lançando mão de argumentos da medicina, em
1938, alertava aos seus fiéis:
―Católicos! Fugi da praga espírita! Fugi e nunca permitais que escritos espíritas
penetrem em vossos lares. Nunca, por nenhuma razão, assistais a sessões espíritas
[...] guerra a esta praga, para preservar a nossa sociedade, como para conservar
o equilíbrio mental das pessoas que nos são caras.‖
Dados estatísticos
No relatório policial consta que havia em 1938, no então Distrito
Federal, 1.107 Centros espíritas de um total de aproximadamente
5.000 em todo o Brasil. No mesmo ano (1938), havia agregados à Liga
Espírita do Brasil, 45 Centros espíritas no Rio de Janeiro que, somados
aos 22 que estavam agregados à FEB, fazem um total de 67
instituições vinculadas às duas entidades federativas. Pode-se
perceber claramente um dos limites do presente trabalho, dado pela
dificuldade de localizar as instituições que não estavam filiadas a
nenhuma das duas federativas e que, naquele momento,
representavam a esmagadora maioria.
Centro 9
Riachuelo 7
Méier e Botafogo 6
Vila Isabel, Andaraí, Engenho de
Dentro, Penha e Encantado
5
Tijuca, Campo Grande, Irajá e
Praça da Bandeira
4
Estácio, Marechal Hermes, Olaria,
Engenho Novo, Jardim Botânico,
Piedade, Ramos, Santa Cruz e
Jacarepaguá
3
Sampaio, São Cristóvão, Benfica,
Bonsucesso, Cidade Nova, Santo
Cristo, Bento Ribeiro e Costa
Barros
2
Rocha, Catete, Ricardo de
Albuquerque, Santa Tereza, Praça
XV, Catumbi, Mangueira, Del
Castilho, Anchieta, Parada de
Lucas, Tomás Coelho, Vigário
Geral, Todos os Santos, Grajaú,
Colégio, Osvaldo Cruz, Caju,
Realengo, Pavuna, Santíssimo,
Cavalcante e Cordovil
1
A Polícia e o espiritismo
Pelo que constatei, os anos de 1941 a 1943 foram bem difíceis para os
centros espíritas no Rio de Janeiro, em função de Portarias expedidas
pela Chefatura de Polícia, com diversas exigências que não eram fáceis
de serem cumpridas por todos. Em 10 de Abril de 1941, numa ―quinta-
feira Santa‖, o Jornal do Brasil publicou a primeira Portaria, que suspendia
o funcionamento de todos os núcleos espíritas da capital. Eis o texto:
Suspenso o funcionamento de todos os Centros espíritas
O major Filinto Muller, Chefe de Polícia, assinou a seguinte portaria:
Fica suspenso o funcionamento de todos os centros espíritas desta
capital, que só poderão recomeçar suas atividades mediante novo
exame das suas finalidades, para o que deverão os interessados se
submeter a novo processo de registro. Este deverá ser informado pela
Delegacia Distrital respectiva sobre a localização do centro; pela
Delegacia Especial de Segurança Política e Social sobre os antecedentes
político-sociais dos seus componentes; pela Diretoria Geral de
Investigações a respeito dos antecedentes criminais dos mesmos e pela
1ª Delegacia Auxiliar na parte especializada, subindo, então, a despacho
final desta chefia.
Uma semana depois, no dia 17 de Abril de 1941,
novamente pelo Jornal do Brasil encontramos
algumas informações a respeito. Publicam um
―radiograma‖ do Chefe de Polícia onde ele
responde a uma pergunta sobre o funcionamento
dos centros espíritas. Assim se pronuncia:
Objetivo portaria centros espíritas visa
assegurar funcionamento normal aqueles centros
verdadeiramente dedicados culto e não proíbe
nem temporária nem definitivamente que qualquer
cidadão tenha sua crença. Pensar o contrário seria
absurdo. Já dei instruções meu substituto eventual
Cap. Batista sentido permissão funcionamento
provisório centros sobre quais não pairem dúvidas.
Cordiais saudações (a.) – F. Muller
Os Centros espíritas, a partir de Setembro de 1942, foram obrigados a dividir seus
associados em duas categorias. A primeira era a de filiados, que se dedicariam ao
desenvolvimento da moral cristã espírita e às práticas de benemerência social. A
segunda, de “adeptos”, que possuíssem “capacidade mental e intelectual necessárias
para a compreensão e a efetivação de trabalhos de investigação psíquica.” Assim, os
associados que participassem do “círculo de experimentações psíquicas” deveriam
submeter-se a exame médico, realizado por profissional escolhido pela diretoria da
instituição, “cabendo-lhe responsabilidade, conjuntamente com a diretoria, por qualquer
falta, dolosa ou culposa, que se verificar na circunstância.” Para facilitar a fiscalização
da Polícia nos centros, estes deveriam
“fazer constar em seus livros, a relação dos nomes com os característicos de identidade
de todos os membros da diretoria e associados que ingressarem no círculo de
experimentação psíquica, incluindo a declaração do médico responsável em referência à
capacidade mental e intelectual daqueles associados.”
Cadastro dos Médiuns
Livro de Registro de Médiuns do Grupo
Espírita caridade, Deus , Luz e Amor
Fechamento de Casas Espíritas
Em 1948 Leopoldo Machado realiza no Rio
o I Congresso de Mocidades Espíritas do
Brasil.
Pacto áureo 1949
O chamado Pacto Áureo foi um acordo celebrado entre a Federação Espírita Brasileira
(FEB) e representantes de várias Federações e Uniões de âmbito estadual, visando
unificar o movimento espírita a nível nacional. Foi assinado na sede FEB, na cidade do
Rio de Janeiro, a 5 de outubro de 1949. A expressão é atribuída a Artur Lins de
Vasconcelos Lopes, um de seus signatários à época.
Como conseqüência, em 1 de janeiro do ano seguinte (1950), foi instituído o Conselho
Federativo Nacional da FEB (CFN), com a posse dos seus onze membros pelo presidente
da FEB. Em 8 de março desse mesmo ano, o CFN lançou a Proclamação aos Espíritas1 .
Desde então, o CFN exerce a função de dirimir dúvidas, orientando o movimento Espírita
e recomendando normas e diretrizes para os Centros Espíritas.
A assinatura do Pacto Áureo foi a base para um entendimento entre as instituições
espíritas no país, possibilitando uma nova fase de difusão da Doutrina Espírita,
viabilizando a convivência entre as mesmas sem prejuízo da liberdade de pensamento e
da ação individuais.
Por outro lado, os seus críticos, à época questionaram o modo pelo qual ele foi
apresentado e aprovado - em reunião de dirigentes, "ad referendum" das entidades
federativas, sem que tivesse havido uma maior discussão e aprovação pelas bases -, na
ocasião em que um Congresso Panamericano reunia as lideranças do movimento
espírita na então Capital Federal. Os críticos consideravam que o Pacto Áureo se
desviava das propostas originais da doutrina e posteriormente criaram uma dissidência.
1949 – Caravana Espírita
Levantou as bandeiras: ―Espiritismo é obra de educação‖ e ―Cruzada de
Espiritismo de vivos‖, que geraram livros. A ―Caravana‖ foi um dos eventos
subsequentes à assinatura do Pacto Áureo, concretizando visitas fraternas e
de estímulo aos espíritas do Nordeste e do Norte do País. Esta foi a tônica da
programação cumprida entre 31 de outubro e 13 de dezembro de 1950.
O êxito do roteiro é devido ao projeto nobre e à experiência e história de
vida dos integrantes da ―Caravana‖, idealistas como Carlos Jordão da Silva e
Ary Casadio (São Paulo), Leopoldo Machado (Rio de Janeiro), Francisco
Spinelli (Rio Grande do Sul), Artur Lins de Vasconcellos (Paraná) e Luiz Burgos
Filho (Pernambuco).
Após a visita a 11 Estados do Nordeste e Norte do País, alguns caravaneiros
resolveram encerrar o labor com visita ao médium Francisco Cândido Xavier,
em Pedro Leopoldo (MG), tendo sido agraciados com mensagens assinadas
por Emmanuel e Amaral Ornellas. Em visita à União Espírita Mineira, em Belo
Horizonte, os caravaneiros fizeram o primeiro relato de suas impressões sobre
a longa viagem.
Se você quiser conhecer mais...
http://livresporemperseguidos.blogspot.com.br/2010/06/capitulo-2-vigilancia-e
repressao.html
Grandes Vultos do Espiritismo:http://www.youtube.com/watch?v=sof2u28RLRc
Eurípedes Barsanulfo: http://www.youtube.com/watch?v=RrlkMDQaGxQ
Bezerra de Menezes: http://www.youtube.com/watch?v=MAK6pTBqdZM
Caibra Schutel: http://www.youtube.com/watch?v=WgtgOOUZ2v4
Anália Franco: http://www.youtube.com/watch?v=N9moUjinp54
http://www.youtube.com/watch?v=pDnDkE7uXns
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História do espiritismo no Brasil

  • 2. Primeiros registros de mesas girantes no Brasil No dia 14/06/1853 é publicado, na seção exterior do Jornal do Comercio do Rio de Janeiro, notícias sobre as "mesas girantes‖. No dia 02/07/1853, foi a vez de o Diário de Pernambuco. No dia 15/07/1853, foi a vez de O Cearense.
  • 3. ―Não há neste momento uma reunião na Alemanha na qual não se fale da nova importação americana The moving table, e não se experimente mais de uma vez o fenômeno, parecendo-me que a sua descrição poderá interessar os seus leitores, passo a referi o que vi. Importa pouco a madeira de que a mesa deve ser feita, basta que seja de forma oval e pouco pesada, para se tornar rápida a execução da experiência. Sentadas cinco pessoas pelo menos à roda da mesa, põem as mãos sobre ela e formam uma cadeia, colocando o dedo mínimo da mão direita sobre o dedo mínimo da mão esquerda da pessoa que fica à direita (...) Começa a notar-se na mesa um movimento de ondeação que se transforma em movimento de rotação assaz rápido (...) Agora, quanto a maneira porque este fenômeno se explica, nada sei.‖ (JORNAL DO COMMERCIO, 08/1853)
  • 4. Espiritismo e Homeopatia  No Brasil, as ideias que darão origem ao espiritismo remontam às primeiras experiências com o chamado "fluido vital" (magnetismo animal, mesmerismo) por parte dos praticantes da homeopatia, nomeadamente os médicos Benoît Jules Mure, natural de França, e João Vicente Martins, de Portugal, que chegaram ao país em 1840 e o aplicavam em seus clientes. O grupo mais antigo desses estudiosos e praticantes constituiu-se no Rio de Janeiro, então capital do Império do Brasil, em torno da figura do médico e historiador Alexandre José de Mello Moraes, sendo integrado por Pedro de Araújo Lima (Marquês de Olinda), Bernardo José da Gama (Visconde de Goiana), José Cesário de Miranda Ribeiro (Visconde de Uberaba) e outros vultos do Segundo Reinado.  Os primeiros experimentadores da mediunidade, no Brasil, saíram dos cultores da Homeopatia, com os médicos Bento Mure, francês, e João Vicente Martins, português, aqui chegados em 1840, que aplicavam passes em seus clientes e falavam em Deus, Cristo e Caridade, quando curavam.
  • 5. EXTRATO DO JORNAL DO COMMERCIO DO RIO DE JANEIRO De 23 de setembro de 1863 - CRÔNICA DE PARIS. A propósito dos espectros dos teatros, o correspondente conclui assim, depois de deles fazer o histórico: "Por sorte, no próximo inverno, cada um poderá regalar aos seus amigos do espetá- culo, tornado popular, de alguns fantasmas e outras curiosidades sobrenaturais. De sobremesa, se apagarão as velas e ver-se-ão aparecer, envolvidos em seus lençóis, os espectros modernos que substituirão assim as tiradas que outrora cantavam nossos avós. Nos bailes, em lugar dos refrescos, far-se-ão desfilar os fantasmas. Que encantador divertimento! nada que disso pensar se tem dele o arrepio." O autor passando ao Espiritismo: "Uma vez que falamos de coisas sobrenaturais, não passaremos em silêncio O Livro dos Espíritos. Que título atraente! quantos mistérios não se escondem! E se nos reportarmos ao ponto de partida, que caminho que essas idéias fizeram há alguns anos! -No início, esses fenômenos, ainda não explicados, consistiam em uma simples mesa posta em movimento pela imposição das mãos; hoje, as mesas não se contentam mais em girar, em saltar, em se endireitar sobre um pé, em fazer mil cabriolas, elas vão mais longe; falam! que digo eu: elas falam, é que têm um alfabeto próprio e mesmo vários. Basta dirigir-lhe uma pergunta, e a resposta é logo dada por pequenos golpes seguidos, batidos com o pé, ou bem por meio de um lápis que, preso à mão, põe-se a traçar sinais sobre o papel, palavras, frases inteiras ditadas por uma vontade estranha e desconhecida; a mão se torna então um simples instrumento, um porta-lápis, e o espírito da pessoa fica completamente estranho a tudo o que se passa. "O Espiritismo, é assim que se chama a ciência desses fenômenos, fez, em poucos anos, grandes progressos nos fatos, na prática; mas a teoria, na minha opinião, não fez o 13 mesmo caminho, está estacionaria, (...) Essa invasão geral, além deter produzido uma viva impressão, tem uma muito alta importância. É preciso, pois, sem precipitação nem idéias preconcebidas, verificar de boa fé esses fenômenos, até que venham a ser explicados, o que ocorrerá um dia, se aprouver a Deus nos revelar a natureza desse agente misterioso." O autor, como se vê, não é muito avançado; mas ao menos não julga aquilo que não sabe; reconhece a existência dos fatos e a sua causa primeira, mas não conhece seu modo de produção. Ele ignora os progressos da parte teórica da ciência, e dá a esse respeito um conselho muito sábio: poderão fazer teorias arriscadas, assim como se estava muito apressado de fazê-lo no início da aparição dos fenômenos, onde cada um se apressou em explicá-los à sua maneira; assim, a maioria desses sistemas prematuros caíram diante das experiências ulteriores, que vieram contradizê-los. Hoje se possui disso uma teoria racional da qual nenhum ponto foi admitido a título de hipótese; tudo é deduzido da experiência e da observação atenta dos fatos; pode-se dizer que, sob este aspecto, o Espiritismo foi estudado à maneira das ciências exatas. Constatamos com prazer que a idéia espírita fez progressos sensíveis no Rio de Janeiro, onde conta com numerosos representantes fervorosos e devotados. A pequena brochura: O Espiritismo em sua mais simples expressão, publicada em língua portuguesa, não contribuiu pouco para ali difundir os princípios da Doutrina.
  • 6. Primeira Sessão Espírita que se tem conhecimento  Luís Olímpio Teles de Menezes, filho do Oficial do Exército Fernando Luís Teles de Menezes e de D. Francisca Umbelina de Figueiredo Menezes, nasceu na cidade de Salvador, Bahia, aos 26 de Julho de 1825.  Em 17/09/1865 —Salvador, Bahia —, é instalado o "Grupo Familiar do Espiritismo", o primeiro Centro Espírita do Brasil e, às 20h30min, Luís Olímpio Teles de Menezes preside a uma sessão mediúnica, onde se recebe a primeira página psicografada e assinada por "Anjo Brasil".  Na presidência do Grupo Familiar do Espiritismo, Teles de Menezes distinguiu-se pelo seu ânimo forte, pela sua cultura e elevação de sentimentos, suportando com destemor e firmeza o espírito zombeteiro dos incrédulos e materialistas, bem como o ambiente hostil da religião dominante. É exemplo expressivo das chacotas, lançadas contra ele e o Espiritismo, os versos e as curtas e burlescas composições teatrais que a ―Bahia Ilustrada‖ publicava desde o ano de sua fundação, em 1867. Por quase um decênio o Grupo desempenhou, com louros e louvores, sua missão na Bahia, até que lhe viesse continuar a obra a Associação Espirítica Brasileira.
  • 7. A primeira instituição espírita a ser fundada foi a Sociedade de Estudos Espiríticos - Grupo Confúcio, em 1873. Conforme previsto em seus estatutos, devia seguir os princípios e as formalidades expostos em O Livro dos Espíritos e em O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec. As suas atividades incluíam ainda o receituário gratuito de homeopatia e a aplicação de passes aos necessitados. A sua maior virtude, entretanto, foi a de promover a tradução das obras básicas de Kardec para a língua portuguesa. A reação na imprensa da época expressa-se, por exemplo, num comentário veiculado nas páginas do Jornal do Commercio, acusando o Espiritismo de fabricar "loucos" e pedindo a interferência da polícia, concluindo: "É uma epidemia mais perigosa que a febre amarela..." (Jornal do Commercio, 13 de dezembro de 1874) Em 1875, o Grupo Confúcio lançou o segundo periódico espírita do país (primeiro no Rio de Janeiro), a Revista Espírita, dirigida por Antônio da Silva Neto. A este grupo estiveram ligados nomes expressivos como o de Joaquim Carlos Travassos que, ainda em 1875 apresentou a primeira tradução de "O Livro dos Espíritos" para a língua portuguesa a Bezerra de Menezes. O Grupo extinguiu-se em 1876, dando lugar à Sociedade de Estudos Espíritas Deus, Cristo e Caridade, sob a direção de Francisco Leite de Bittencourt Sampaio. No seu programa doutrinário, em que a obra codificada por Allan Kardec era parte essencial, compreendia- se o estudo da obra Os Quatro Evangelhos, de Jean-Baptiste Roustaing. Mais tarde, no Rio de Janeiro
  • 8. Divergências ideológicas entre os que preconizavam um espiritismo "científico" e outros que sustentavam um espiritismo "místico",9 entretanto, conduzirão a dissidências da Sociedade de Estudos. Inicialmente, em 1877 um grupo se separou para constituir a Congregação Espírita Anjo Ismael (20 de maio). No ano seguinte (1878), outro grupo constituiu o Grupo Espírita Caridade (8 de junho). Ambos tiveram efêmera duração, estando desaparecidos já em 1879. Nesse mesmo ano, a Sociedade de Estudos deu lugar à Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade (3 de outubro de 1879), atendendo à orientação do grupo "cientificista", contrário ao caráter religioso da Doutrina. Em consequência, um último grupo, sob a liderança do médium João Gonçalves do Nascimento, de acordo com a tradição sob a inspiração do próprio espírito Ismael, constituiu uma nova agremiação que se denominou Grupo Espírita Fraternidade (1880).
  • 9. Os periódicos cariocas O Cruzeiro e Jornal do Commercio, anunciaram em suas páginas, em furo de reportagem, a ordem policial que proibiu o funcionamento da "Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade" e dos centros que lhe eram filiados, tornando passíveis de sanções penais os espíritas que contrariassem as disposições policiais. Nesse mesmo dia, a Sociedade reuniu-se em sessão extraordinária, a fim de tomar providências defensivas, caso a referida noticia fosse confirmada. Ainda nesse mesmo dia, a Diretoria da Sociedade Acadêmica compareceu perante o Ministro da Justiça, que a recebeu com muita cordialidade, declarando que deveria ter havido algum equivoco, e que não consentiria na perseguição de ninguém. Entretanto, no dia 30 de agosto, um Oficial de Justiça apresentou à Sociedade Acadêmica a contra-fé do mandado de intimação do 2º Delegado de Polícia do Município da Corte, mandado que suspendia e vedava as reuniões da dita Sociedade, alegando que ela não se achava legalmente constituída. De imediato, a Diretoria da Sociedade Acadêmica expediu ofícios ao Chefe de Polícia e ao Ministro da Justiça, Conselheiro Manuel Pinto de Souza Dantas, demonstrando a arbitrariedade daquela medida. Uma comissão, da qual faziam parte o Dr. Antônio Pinheiro Guedes, Carlos Joaquim de Lima e Cirne e o Dr. Joaquim Carlos Travassos, entrou em contato com o Chefe de Policia, que, apesar de a ter recebido com amabilidade, nada resolveu, dando a entender que a ordem vinha de autoridade superior. O ano de 1881 foi marcado pelo início da perseguição oficial ao Espiritismo
  • 10. É nesse contexto que, no dia 6 de setembro de 1881, teve lugar o primeiro Congresso Espírita no Brasil, promovido pela Sociedade Acadêmica.11 No mesmo dia, uma comissão de espíritas foi recebida pelo Imperador Pedro II do Brasil, a quem entregou em mãos um documento com minuciosa exposição dos fatos e o pedido de que se fizesse justiça. O Imperador, na ocasião também terá afirmado: "Eu não consinto em perseguição". Duas semanas depois, a 21, a mesma comissão retornou ao palácio a fim de conhecer da resposta às considerações emitidas na exposição que fora entregue ao Imperador. Este afirmou que enviara os papéis ao Ministro do Império para dar solução ao caso, e tornou a afirmar, com certo ar de graça: "Ninguém os perseguirá. Mas...não queiram agora ser mártires." Embora a ordem policial jamais tenha oficialmente revogada, também não teve prosseguimento. Finalmente, em Ofício de 10 de janeiro de 1882, dirigido a S.M. D. Pedro de Alcântara, Imperador do Brasil, a Diretoria da Sociedade Acadêmica manifestou o seu jubilo "pelo começo da tolerância" em relação àquela Sociedade, "sinal evidente de que estão terminadas as perseguições encetadas contra o Espiritismo e os espíritas". Espiritismo no Segundo Reinado
  • 11.
  • 12. Com a Proclamação da República do Brasil (15 de novembro de 1889), a 22 de dezembro a FEB congratula-se com o Governo Provisório pelo advento do novo regime. Entretanto, estando o país ainda sem uma Constituição, o Decreto nº 847, de 11 de outubro de 1890, promulgou o Código Penal da República. Este diploma, de inspiração positivista, associava a prática do Espiritismo a rituais de magia e curandeirismo, conforme expresso em seu Artigo 157, que rezava: "É crime praticar o Espiritismo, a magia e seus sortilégios, usar de talismãs e cartomancias, para despertar sentimentos de ódio ou amor, inculcar cura de moléstias curáveis ou incuráveis, enfim, para fascinar e subjugar a credulidade pública. Pena: prisão celular de 1 a 6 meses e multa de 100$000 a 500$000." Espiritismo na República
  • 13. Código Penal brasileiro de11 de Outubro de 1890. Art. 156. Exercer a medicina em qualquer de seus ramos, a arte dentária ou a farmácia; praticar a homeopatia, a dosimetria, o hipnotismo ou o magnetismo animal, sem estar habilitado segundo as leis e regulamentos: Penas – de prisão celular por um a seis meses, e multa de 100$000 a 500$000. Parágrafo único. Pelos abusos cometidos no exercício ilegal da medicina em geral, os seus autores sofrerão, além das penas estabelecida as que forem impostas aos crimes que derem causa. Art. 157. Praticar o espiritismo, a magia e seus sortilégios, usar de talismãns e cartomancias, para despertar sentimentos de ódio ou amor inculcar cura de moléstias curáveis ou incuráveis, enfim, para fascinar e subjugar a credulidade pública: Penas – de prisão celular de um a seis meses, e multa de 100$000 a 500$000. Parágrafo 1 Se, por influência, ou por conseqüência de qualquer destes meios, resultar ao paciente privação ou alteração, temporária ou permanente, das faculdades psíquicas: Penas – de prisão celular por um a seis anos, e multa de 200$000 a 500$000. Parágrafo 2 Em igual pena, e mais na privação de exercício da profissão por tempo igual ao da condenação, incorrerá o médico que diretamente praticar qualquer dos atos acima referidos, ou assumir a responsabilidade deles. Art. 158. Ministrar ou simplesmente prescrever, como meio curativo, para uso interno ou externo, e sob qualquer forma preparada, substância de qualquer dos reinos da natureza, fazendo ou exercendo, assim, o ofício do denominado curandeiro: Penas – de prisão celular por um a seis meses, e multa de 100$000 a 500$000. Parágrafo único. Se do emprego de qualquer substância resultar à pessoa privação ou alteração, temporária ou permanente, de suas faculdades psíquicas ou funções fisiológicas, deformidade, ou inabilitação do exercício de órgão ou aparelho orgânico, ou, em suma, alguma deformidade: Penas – de prisão celular por um a seis anos, e multa de 200$000 a 500$000. Se resultar a morte: Pena de prisão celular por seis a vinte e quatro anos.
  • 14. Será Elias da Silva quem promoverá, ao final desse ano (27 de dezembro de 1883) , em sua própria residência, a reunião preparatória de rearticulação do movimento no Município da Corte, dada a manifesta incompreensão entre os componentes das diversas entidades espíritas então aí existentes: o "Centro da União Espírita do Brasil", o "Grupo dos Humildes", o "Grupo Espírita Fraternidade" e a "Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade". Como fruto desse entendimento, será fundada, a 1 de janeiro de 1884, a Federação Espírita Brasileira, considerada como a "Casa de Ismael", com o objetivo de federar todos os grupos através de "um programa equilibrado ou misto" e que difundisse por todos os meios o Espiritismo, principalmente pela imprensa e pelo livro.15 16 A 17 de agosto de 1885, em uma sala na rua da Alfândega, a FEB inaugurou o ciclo de conferências públicas que se destacará, tendo entre os seus oradores os nomes de Elias da Silva, Bittencourt Sampaio e outros pioneiros do Espiritismo no país. O aumento do afluxo de público fará com que essas palestras se transfiram para o Salão da Guarda Velha (na rua de igual nome, atual Av. 13 de Maio)
  • 15. 1886 – Bezerra de Menezes anuncia no Rio de Janeiro, no salão da FEB, na rua Guarda Velha, sua adesão ao Espiritismo. É fundado em Barra do Piraí, RJ, o Grêmio Espírita de Beneficência. Desencarna o médium Daniel D. Home.
  • 16. 1934 – O prefeito do Rio de Janeiro, Pedro Ernesto, assina um decreto reconhecendo a Federação Espírita Brasileira como entidade de utilidade pública. Luis Gomes da Silva funda em Santos a primeira Mocidade Espírita do País. Manuel Porteiro e Humberto Mariotti destacam-se no 5º Congresso Internacional de Espiritismo, em Barcelona, com suas teses sobre problemas sociais.
  • 17. Do Estado Novo combate ao espiritismo Desde a década de 1920 registravam-se choques entre o espiritismo e a psiquiatria. Henrique Roxo (1877-1969), em seu "Manual de Psiquiatria" (1921) dedica um capítulo inteiro ao espiritismo, reproduzindo o discurso médico e católico da época, ainda marcado pelo escravismo, que remetia a crença, no país, a resquícios do fetichismo africano, observando: "Vê-se muito frequentemente o que se observa no cinema, nessas danças de negros, com seus movimentos extravagantes, suas contorções e seus gestos." Os profissionais formados na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro consideravam o espiritismo como uma patologia contagiosa, capaz de incapacitar grandes contingentes humanos para o trabalho. Devia, por essa razão ser reprimida pelas autoridades e erradicada por meio de campanhas de saúde pública: O combate ao espiritismo deve ser igualado ao que se faz à sífilis, ao alcoolismo, aos entorpecentes (ópio, cocaína, etc.), à tuberculose, à lepra, às verminoses, enfim a todos os males que contribuem para o aniquilamento das energias vitais, físicas e psiquícas do nosso povo, da nossa raça em formação. — João Coelho Marques, Espiritismo e Idéias Delirantes, tese de Doutorado apresentada à Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, 1929. O doutorando, apelava à Liga Brasileira de Higiene Mental e à Igreja Católica para sensibilizarem a opinião pública e os poderes constituídos, propondo mesmo uma "Semana antiespirita" à semelhança da então existente "Semana antialcoólica", para mobilizar a sociedade contra esse mal.24
  • 18. Espiritismo como loucura Alguns médicos que dedicaram uma produção acadêmica sobre aquilo que chamavam de “loucura espírita”. Um deles, Xavier de Oliveira,“Espiritismo e Loucura” afirma, em 1931, que o Espiritismo seria a terceira maior causa de loucura no país, perdendo apenas para o álcool e a sífilis. Eis o que propõe: “É a cocaína dos debilitados nervosos que se dão à pratica do espiritismo. E com um agravante a mais: é barato, está no alcance de todos, e por isso mesmo, leva mais gente, muito mais aos hospícios, do que a 'poeira do diabo', a 'coca maravilhosa'... É o tóxico com que se envenenam, todos os dias, os débeis mentais, futuros hóspedes dos asilos de insanos. Lêem-no, assimilam-no, incluem a essência diabólica de que é composto, caldeiam os conhecimentos nele adquiridos nas sessões espíritas.
  • 19. Década de 30‘e‗40  a partir da década de 1930, algumas medidas policiais são tomadas com o objetivo de controlar, vigiar e, eventualmente, reprimir as atividades de instituições espíritas.  A década encerrou-se com a reforma do Código Penal, que deixou de criminalizar explicitamente a prática do Espiritismo (1940). Ainda assim, no ano seguinte (1941), todos os centros espíritas da então capital federal foram suspensos por portaria da polícia, do mesmo modo que todos templos afro-brasileiros. No Rio de Janeiro, foi fundada a Sociedade de Medicina e Espiritismo do Rio de Janeiro (11 de junho de 1941), tendo como primeiro presidente o Dr. Levindo Gonçalves de Mello.
  • 20.  Em 30 de Abril de 1937, Inácio Bittencourt, médium receitista, foi preso pela Polícia, sob a acusação de exercício ilegal da medicina, por estar prescrevendo receitas de medicamentos homeopáticos para pessoas que o procuravam. Foi lavrado o auto do flagrante, presidido pelo 1° Delegado Auxiliar, Anésio Frota Aguiar, para a instrução do processo crime. Depois de paga a fiança estipulada, o médium retorna para sua casa. Há 17 anos, já havia sido processado pela mesma razão, sendo o processo anulado. Em uma reportagem, publicada com o título ―O médium Inácio Bittencourt autuado em flagrante por exercer a mediunidade‖, no jornal Mundo Espírita[5], de 8 de Maio de 1937, consta que os atendimentos eram realizados por ele, em seu gabinete de trabalho, na Rua Voluntários da Pátria n° 20, em Botafogo, onde funcionaria, também, a redação do jornal ―Aurora‖, de propaganda espírita, dirigido e mantido por ele.  Por meio do cruzamento das informações existentes nos recortes de jornal e a ata acima transcrita se percebe que, Inácio Bittencourt, preso sob acusação de exercício ilegal da medicina, desenvolvia em sua residência as atividades doutrinárias do Círculo Espírita Cáritas, que teria sido fundado e presidido por ele, além de manter aí a redação do seu periódico de propaganda doutrinária. Além disso, é possível observar que havia interesse, por parte do ―recém-fundado Centro Espírita ―Amor, Caridade e Esperança‖ em alugar o mesmo imóvel no qual funcionava o Centro espírita dirigido pelo acusado, em cujo processo foi, igualmente, absolvido.
  • 21. Em entrevista ao jornal Diário da Noite, o médico Oscar Pimentel entende que O Espiritismo está fora da lei e os centros dessa crendice escarnecem abusivamente das nossas autoridades, funccionando em flagrante violação da Lei Penal. Sou de parecer, assim, que a Sociedade de Medicina e Cirurgia, antes de solicitar providências no sentido de impedir a realização da ―Hora Espírita Radiophonica‖, deveria falar de preferência em nome da Constituição e do Código Penal, pleiteando junto às autoridades superiores o fechamento summario dos Centros Espíritas e a prohibição terminante das práticas ridículas e grotescas, confusas e perniciosas dessa moderna superstição que é o Espiritismo. Defende ainda que se fosse feito isso, se estaria prestando um serviço à saúde mental dos brasileiros e à moral do Brasil. É bastante contundente nas solicitações de repressão às atividades dos centros espíritas. O programa de rádio, no entanto, não parou de ser transmitido por isso.
  • 22. Catolicismo e Espiritismo Setores da Igreja Católica, também contrários aos espíritas, aproveitaram-se de reflexões produzidas no interior da medicina para incorporarem-nas aos seus argumentos. Buscavam legitimar suas idéias sobre o Espiritismo através de pressupostos científicos, a fim de obterem maior crédito para suas investidas. Assim, aquela argumentação de que esta doutrina era causa de loucura, ou de que causaria histeria ou neuroses, às vezes levando ao suicídio, teriam passado a ser comuns em alguns de seus discursos. Flamarion Costa defende que na década de 1930 houve um acirramento do embate entre católicos e espíritas. Segundo ele, mudanças institucionais geradas pela Constituição de 1934 teriam aproximado a Igreja Católica e o Estado. Cita o padre Julio Maria que, também lançando mão de argumentos da medicina, em 1938, alertava aos seus fiéis: ―Católicos! Fugi da praga espírita! Fugi e nunca permitais que escritos espíritas penetrem em vossos lares. Nunca, por nenhuma razão, assistais a sessões espíritas [...] guerra a esta praga, para preservar a nossa sociedade, como para conservar o equilíbrio mental das pessoas que nos são caras.‖
  • 23. Dados estatísticos No relatório policial consta que havia em 1938, no então Distrito Federal, 1.107 Centros espíritas de um total de aproximadamente 5.000 em todo o Brasil. No mesmo ano (1938), havia agregados à Liga Espírita do Brasil, 45 Centros espíritas no Rio de Janeiro que, somados aos 22 que estavam agregados à FEB, fazem um total de 67 instituições vinculadas às duas entidades federativas. Pode-se perceber claramente um dos limites do presente trabalho, dado pela dificuldade de localizar as instituições que não estavam filiadas a nenhuma das duas federativas e que, naquele momento, representavam a esmagadora maioria. Centro 9 Riachuelo 7 Méier e Botafogo 6 Vila Isabel, Andaraí, Engenho de Dentro, Penha e Encantado 5 Tijuca, Campo Grande, Irajá e Praça da Bandeira 4 Estácio, Marechal Hermes, Olaria, Engenho Novo, Jardim Botânico, Piedade, Ramos, Santa Cruz e Jacarepaguá 3 Sampaio, São Cristóvão, Benfica, Bonsucesso, Cidade Nova, Santo Cristo, Bento Ribeiro e Costa Barros 2 Rocha, Catete, Ricardo de Albuquerque, Santa Tereza, Praça XV, Catumbi, Mangueira, Del Castilho, Anchieta, Parada de Lucas, Tomás Coelho, Vigário Geral, Todos os Santos, Grajaú, Colégio, Osvaldo Cruz, Caju, Realengo, Pavuna, Santíssimo, Cavalcante e Cordovil 1
  • 24. A Polícia e o espiritismo Pelo que constatei, os anos de 1941 a 1943 foram bem difíceis para os centros espíritas no Rio de Janeiro, em função de Portarias expedidas pela Chefatura de Polícia, com diversas exigências que não eram fáceis de serem cumpridas por todos. Em 10 de Abril de 1941, numa ―quinta- feira Santa‖, o Jornal do Brasil publicou a primeira Portaria, que suspendia o funcionamento de todos os núcleos espíritas da capital. Eis o texto: Suspenso o funcionamento de todos os Centros espíritas O major Filinto Muller, Chefe de Polícia, assinou a seguinte portaria: Fica suspenso o funcionamento de todos os centros espíritas desta capital, que só poderão recomeçar suas atividades mediante novo exame das suas finalidades, para o que deverão os interessados se submeter a novo processo de registro. Este deverá ser informado pela Delegacia Distrital respectiva sobre a localização do centro; pela Delegacia Especial de Segurança Política e Social sobre os antecedentes político-sociais dos seus componentes; pela Diretoria Geral de Investigações a respeito dos antecedentes criminais dos mesmos e pela 1ª Delegacia Auxiliar na parte especializada, subindo, então, a despacho final desta chefia.
  • 25. Uma semana depois, no dia 17 de Abril de 1941, novamente pelo Jornal do Brasil encontramos algumas informações a respeito. Publicam um ―radiograma‖ do Chefe de Polícia onde ele responde a uma pergunta sobre o funcionamento dos centros espíritas. Assim se pronuncia: Objetivo portaria centros espíritas visa assegurar funcionamento normal aqueles centros verdadeiramente dedicados culto e não proíbe nem temporária nem definitivamente que qualquer cidadão tenha sua crença. Pensar o contrário seria absurdo. Já dei instruções meu substituto eventual Cap. Batista sentido permissão funcionamento provisório centros sobre quais não pairem dúvidas. Cordiais saudações (a.) – F. Muller
  • 26. Os Centros espíritas, a partir de Setembro de 1942, foram obrigados a dividir seus associados em duas categorias. A primeira era a de filiados, que se dedicariam ao desenvolvimento da moral cristã espírita e às práticas de benemerência social. A segunda, de “adeptos”, que possuíssem “capacidade mental e intelectual necessárias para a compreensão e a efetivação de trabalhos de investigação psíquica.” Assim, os associados que participassem do “círculo de experimentações psíquicas” deveriam submeter-se a exame médico, realizado por profissional escolhido pela diretoria da instituição, “cabendo-lhe responsabilidade, conjuntamente com a diretoria, por qualquer falta, dolosa ou culposa, que se verificar na circunstância.” Para facilitar a fiscalização da Polícia nos centros, estes deveriam “fazer constar em seus livros, a relação dos nomes com os característicos de identidade de todos os membros da diretoria e associados que ingressarem no círculo de experimentação psíquica, incluindo a declaração do médico responsável em referência à capacidade mental e intelectual daqueles associados.” Cadastro dos Médiuns
  • 27. Livro de Registro de Médiuns do Grupo Espírita caridade, Deus , Luz e Amor
  • 28. Fechamento de Casas Espíritas
  • 29. Em 1948 Leopoldo Machado realiza no Rio o I Congresso de Mocidades Espíritas do Brasil.
  • 30. Pacto áureo 1949 O chamado Pacto Áureo foi um acordo celebrado entre a Federação Espírita Brasileira (FEB) e representantes de várias Federações e Uniões de âmbito estadual, visando unificar o movimento espírita a nível nacional. Foi assinado na sede FEB, na cidade do Rio de Janeiro, a 5 de outubro de 1949. A expressão é atribuída a Artur Lins de Vasconcelos Lopes, um de seus signatários à época. Como conseqüência, em 1 de janeiro do ano seguinte (1950), foi instituído o Conselho Federativo Nacional da FEB (CFN), com a posse dos seus onze membros pelo presidente da FEB. Em 8 de março desse mesmo ano, o CFN lançou a Proclamação aos Espíritas1 . Desde então, o CFN exerce a função de dirimir dúvidas, orientando o movimento Espírita e recomendando normas e diretrizes para os Centros Espíritas. A assinatura do Pacto Áureo foi a base para um entendimento entre as instituições espíritas no país, possibilitando uma nova fase de difusão da Doutrina Espírita, viabilizando a convivência entre as mesmas sem prejuízo da liberdade de pensamento e da ação individuais. Por outro lado, os seus críticos, à época questionaram o modo pelo qual ele foi apresentado e aprovado - em reunião de dirigentes, "ad referendum" das entidades federativas, sem que tivesse havido uma maior discussão e aprovação pelas bases -, na ocasião em que um Congresso Panamericano reunia as lideranças do movimento espírita na então Capital Federal. Os críticos consideravam que o Pacto Áureo se desviava das propostas originais da doutrina e posteriormente criaram uma dissidência.
  • 31. 1949 – Caravana Espírita Levantou as bandeiras: ―Espiritismo é obra de educação‖ e ―Cruzada de Espiritismo de vivos‖, que geraram livros. A ―Caravana‖ foi um dos eventos subsequentes à assinatura do Pacto Áureo, concretizando visitas fraternas e de estímulo aos espíritas do Nordeste e do Norte do País. Esta foi a tônica da programação cumprida entre 31 de outubro e 13 de dezembro de 1950. O êxito do roteiro é devido ao projeto nobre e à experiência e história de vida dos integrantes da ―Caravana‖, idealistas como Carlos Jordão da Silva e Ary Casadio (São Paulo), Leopoldo Machado (Rio de Janeiro), Francisco Spinelli (Rio Grande do Sul), Artur Lins de Vasconcellos (Paraná) e Luiz Burgos Filho (Pernambuco). Após a visita a 11 Estados do Nordeste e Norte do País, alguns caravaneiros resolveram encerrar o labor com visita ao médium Francisco Cândido Xavier, em Pedro Leopoldo (MG), tendo sido agraciados com mensagens assinadas por Emmanuel e Amaral Ornellas. Em visita à União Espírita Mineira, em Belo Horizonte, os caravaneiros fizeram o primeiro relato de suas impressões sobre a longa viagem.
  • 32. Se você quiser conhecer mais... http://livresporemperseguidos.blogspot.com.br/2010/06/capitulo-2-vigilancia-e repressao.html Grandes Vultos do Espiritismo:http://www.youtube.com/watch?v=sof2u28RLRc Eurípedes Barsanulfo: http://www.youtube.com/watch?v=RrlkMDQaGxQ Bezerra de Menezes: http://www.youtube.com/watch?v=MAK6pTBqdZM Caibra Schutel: http://www.youtube.com/watch?v=WgtgOOUZ2v4 Anália Franco: http://www.youtube.com/watch?v=N9moUjinp54 http://www.youtube.com/watch?v=pDnDkE7uXns Maria Modesto: http://www.youtube.com/watch?v=h2m-B88LmGs Meimei: http://www.youtube.com/watch?v=CZ4uP2MkIzk Auta de Souza: http://www.youtube.com/watch?v=0ICzLrDT86M