2. Victor Hugo: “A mão que embala
o berço é a mão que embala o
mundo”.
3. Da necessidade da
reencarnação
166 A alma que não alcançou a perfeição na vida corpórea como
acaba de depurar-se?
-Suportando a prova de uma nova existência.
166 a Como a alma realiza essa nova existência? É pela sua
transformação como Espírito?
– A alma, ao se depurar, sofre sem dúvida uma transformação,
mas para isso é preciso que passe pela prova da vida corporal.
166 b A alma tem, portanto, que passar por muitas existências
corporais?
– Sim, todos nós temos muitas existências. Os que dizem o
contrário querem vos manter na ignorância em que eles próprios
se encontram. Esse é o desejo deles.
(O Livro dos Espíritos – Allan Kardec)
4. A família como locus inicial da
educação
• A oportunidade da reencarnação como manifestação da
bondade divina.
• A família como prova dessa solicitude.
• Sabemos que o espírito traz a bagagem de experiências
adquiridas de numerosas vidas anteriores. Como lidar
com espíritos que, não raras vezes, têm mais
experiência, vivência, conhecimentos e moralidade do
que nós?
• O primeiro ponto a observar é, sem dúvida, o respeito
que devemos ter pelas crianças. Podendo mesmo ser um
espírito mais avançado do que nós que está a
reencarnar, devemos tratá-lo com toda a dignidade
possível.
5. O papel da família nas primeiras
impressões do espírito
reencarnante
379 O Espírito que anima o corpo de uma criança é tão desenvolvido
quanto o de um adulto?
– Pode até ser mais, se progrediu mais. São apenas órgãos imperfeitos
que o impedem de se manifestar. Ele age em razão do instrumento,
com que pode se manifestar.
383 Qual é, para o Espírito, a utilidade de passar pela infância?
– O Espírito, encarnando para se aperfeiçoar, é mais acessível, durante
esse tempo, às impressões que recebe e que podem ajudar o seu
adiantamento, para o qual devem contribuir aqueles que estão
encarregados de sua educação.
(O Livro dos Espíritos – Allan Kardec)
6. O papel da família nas primeiras
impressões do espírito reencarnante
• Martins Peralva, “Estudando o Evangelho”: “A
primeira escola é o lar (...) Imprime-lhe no
caráter os elementos fundamentais da educação.
É necessário que a criança sinta e se impregne,
no santuário doméstico, desde os primeiros
instantes da vida física, das sublimes vibrações
que só um ambiente evangelizado pode
assegurar, para que, simultaneamente, possa ela
ver o que é belo, ouvir o que é bom e aprender o
que é nobre”.
7. O papel da família nas primeiras impressões do
espírito reencarnante
• Papel tradicional da mãe. Afetividade,
abnegação, ligação muito estreita com o espírito
reencarnante.
• Instinto maternal – Garantia da sobrevivência
física dos filhos e noções básicas para a vida.
• Papel tradicional do pai – É tradicionalmente
símbolo de autoridade. Crescentemente
importante com o desenvolvimento das
espécies.
8. O papel da família nas primeiras impressões
do espírito reencarnante
• Influência dos demais componentes do tecido
familiar sobre a criança e na formação de sua
personalidade.
• A dinâmica da vida familiar é interativa.
Influências recíprocas.
• Questões do passado.
• Criação ou reforço dos laços de amor.
9. O papel da família nas primeiras impressões
do espírito reencarnante
• Irmão X/ Chico Xavier – “Lázaro
Redivivo”: “Os filhos não são almas
criadas no instante do nascimento (...) São
companheiros espirituais de lutas antigas,
a quem pagamos débitos sagrados ou de
quem recebemos alegrias puras, por
créditos de outro tempo”.
10. Papéis familiares
• No passado, a família tinha uma
estruturação bastante enrijecida e pouco
flexível.
• O sistema do patriarcado. O autoritarismo.
• A família no Direito Romano.
• Esfera pública e esfera privada.
11. Papéis familiares
• Mudanças sociais.
• Modificação do papel da mulher na
sociedade.
• Nova conformação familiar.
• Flexibilização dos papéis.
• Novos desafios.
12. Papéis familiares
• Movimento pendular.
• O “filiarcado”.
• A liberalidade excessiva e o risco para a
formação da personalidade da criança.
• O bom senso. O caminho do meio.
13. Momentos de transição planetária
e o papel da família
• Processo de transição.
• Novas realidades e desafios.
• A nova geração. Suas características:
Precocidade, potencial para os diversos tipos de
inteligência, não aceitam a autoridade por
imposição, dizem o que pensam e agem
conforme desejam, são mais práticas, são
seletivos, concentrando sua atenção somente
naquilo que as interessa.
14. Momentos de transição planetária e o
papel da família
• 28. - A época atual é de transição; confundem-se os elementos das
duas gerações. Colocados no ponto intermédio, assistimos à partida
de uma e à chegada da outra, já se assinalando cada uma, no
mundo, pelos caracteres que lhes são peculiares.
• Têm ideias e pontos de vista opostos as duas gerações que se
sucedem. Pela natureza das disposições morais, porém sobretudo
das disposições intuitivas e inatas, torna-se fácil distinguir a qual das
duas pertence cada indivíduo.
• Cabendo-lhe fundar a era do progresso moral, a nova geração se
distingue por inteligência e razão geralmente precoces, juntas ao
sentimento inato do bem e a crenças espiritualistas, o que
constitui sinal indubitável de certo grau de adiantamento anterior.
Não se comporá exclusivamente de Espíritos eminentemente
superiores, mas dos que, já tendo progredido, se acham
predispostos a assimilar todas as idéias progressistas e aptos a
secundar o movimento de regeneração.
(Allan Kardec, A Gênese – cap. XVIII)
15. Momentos de transição planetária e o papel
da família
• Essa nova realidade exige uma capacitação
maior dos pais como educadores.
• Para lidar com esse novo tempo, Américo
Canhoto, em seu livro “Pequenos
Descuidos, Grandes Problemas”, propõe
a reestruturação íntima e familiar, a partir
de algumas questões:
16. Momentos de transição planetária e o papel
da família
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
1. Quem somos nós?
2. O que fazemos aqui?
3. Quem é a minha família?
4. Quem são meus filhos?
5. O que é educar?
6. Qual é o melhor método de educação?
7. Quem é o educador?
8. Quem é o educando?
9. Quando termina o processo educativo?
10. De quem é a responsabilidade da educação?
17. Momentos de transição planetária e o papel
da família
• Diferença entre educação e instrução.
• A importância do exemplo.
• A vivência das próprias experiências.
• Pestalozzi – Educador “jardineiro”.
• Processo educativo promove o crescimento a
partir de dentro do indivíduo.
• Algumas dificuldades: foco na questão material e
no incentivo à competição.
18. Momentos de transição planetária e o papel
da família
• O risco da deserção. A raiz das dificuldades
do presente.
• Educar é assumir compromissos.
“Estamos com aqueles que serão nossos
professores nesta existência e para os
quais exerceremos o mesmo papel”.
19. A família espírita
Dora Incontri, pedagoga espírita, em “A Educação Segundo
o Espiritismo”, trata o papel da família espírita na
educação, levantando os seguintes itens:
•Desierarquização de funções;
•A família adquire novo dinamismo;
•A questão da reencarnação – reconciliação e reajuste;
•A família como cenário mais promissor para a educação
espírita;
•A vivência espírita pressupõe engajamento existencial;
•A família como local prioritário para desenvolvimento das
virtudes cristãs.
20. Descuidos comuns na educação
• Desenvolvimento de muitas caras;
• Falta de limites;
• Estresse crônico;
• A educação pelo medo;
• Falta de honestidade na relação com os filhos;
• Manipular ou se deixar manipular pelos filhos;
• A cultura das pequenas mentiras;
• Perda de autoridade;
21. Descuidos comuns na educação
• A redoma;
• A inversão de valores (cita como exemplo o
conceito de “aproveitar a vida”);
• Projeção de frustrações nas crianças;
• A padronização;
• A luta por regalias e privilégios;
• A excessiva influência dos meios de comunicação
e outros divertimentos.
22. A reestruturação da família
Nessa nova realidade, é momento, segundo o autor de se
repensar a família. Propostas:
•respeitar a individualidade e personalidade de cada um;
•agir com indulgência. É fundamental não produzir
desentendimentos. Devemos lembrar que estamos
tentando melhorar a vida em família e não piorá-la;
•aprender a ouvir antes de falar;
•não impor aos outros metas ou mudanças;
•conscientizar-se da importância dessa missão;
23. A reestruturação da família
• deixar claro que as mudanças estão sendo feitas porque a
família merece uma vida melhor e mais saudável;
• reconhecer as próprias falhas e fazer o que estiver a seu
alcance para corrigi-las;
• anotar os comentários dos familiares, especialmente quando
manifestam descontentamento. Normalmente, quando
perdemos o controle do consciente, manifestamos o que
verdadeiramente pensamos;
• evitar criticar o errado e o malfeito. Elogiar o certo;
• não esperar elogios ou retribuição pelos seus esforços (para
evitar frustrações).
24. A arte de educar com alegria e
prazer
•
•
•
•
•
Impor é desrespeitar.
Falar menos e agir mais.
Falar a verdade acima de tudo, evitar as mentirinhas
O desafio de mostrar aos filhos que eles podem ser diferentes.
Aprender a dar tempo ao tempo. Como educadores, somos
semeadores.
• “A criança precisa de nossa ajuda para perceber que somos
interdependentes e que o espaço de uma pessoa e o conjunto
de meus direitos terminam no momento em que começam os do
próximo.”
• A responsabilidade dos pais em ofertar os princípios morais,
desde tenra idade, principalmente com o exemplo.
25. A arte de educar com alegria e
prazer
• A importância do exemplo:
• Prof. Amaral Fontoura – “Psicologia Educacional”: “A
partir dos sete anos de idade, a criança começa a formular
juízos próprios, não aceitando qualquer coisa que lhe digam.
Ela compara afirmações dos pais e dos mestres com a de
outros conhecidos e dos próprios colegas. Por isso é
importante que os pais e os professores não percam o crédito
de confiança que tenham com a criança”.
• Conciliar os ensinamentos oferecidos com os exemplos é nosso
caminho para manter esse crédito de confiança.
26. A arte de educar com alegria e
prazer
O trabalho em prol da criança deve ser conjunto entre escola –
família – sociedade, poderíamos acrescentar religião.
A importância da família incentivar a frequência da evangelização
por parte dos filhos. Transmissão dos conceitos de moral cristã,
indispensáveis para uma vida feliz.
“Quem instrui oferece meios para que a mente alargue a
compreensão das coisas e entenda a vida. Quem educa cria os
valores para uma vivência nobre e ditosa. Quem evangeliza
liberta para a Vida feliz.”
27. A arte de educar com alegria e
prazer
“Eduque – e traçará linhas de caráter.
Evangelizar é redimir.
Quando você ensina, transmite.
Quando você educa, disciplina.
Mas quando você evangeliza, salva.
Instruído, o homem conhece; educado,
vence; evangelizado, serve sem cansaço, redimindo-se”.
Amélia Rodrigues
28. A arte de educar com alegria e
prazer
• O MAIS IMPORTANTE, SEM DÚVIDA, É QUE
EXERCITEMOS O AMOR E A AFETIVIDADE. EM
MATÉRIA DE EDUCAÇÃO, SOMENTE O AMOR E O
AFETO PERMITIRÃO QUE TOQUEMOS O
CORAÇÃO E A MENTE DE NOSSOS FILHOS. PARA
TOCAR O CORAÇÃO DE ALGUÉM, É NECESSÁRIO
QUE SEJAMOS TOCADOS TAMBÉM. POR ISSO,
CRIAR FILHOS É UM EXERCÍCIO DE EDUCAÇÃO E
APRENDIZADO RECÍPROCO ENTRE PAIS E FILHOS.
29. A arte de educar com alegria e
prazer
"A escola deve ser a continuação do lar. É no lar que se encontra
o fundamento de toda cultura verdadeiramente humana e
social"
“O objeto da educação é preparar os homens para viver em
sociedade”. Johann Heinrich Pestalozzi
A educação do homem tem, portanto, duas metas:
a) uma educação geral que aspira à plenitude do homem e a mais
completa humanidade;
b) a educação condicionada pelo tempo e lugar, que tem um
caráter profissional, ou seja, educa o homem para o ambiente
social dado, e está em correlação com as forças conformadas do
meio.
30. Educar para o mundo, para o novo
mundo
O papel da família espírita está, portanto, na
primeira vertente de educação, que fomenta
no homem sua plenitude, como ser integral,
visando a sua mais completa humanidade.
Em última análise, a família deve formar o
indivíduo para a sociedade, preparar o
homem de bem, integrado ao novo tempo
do nosso planeta.
31. Educar para o mundo, para o
novo mundo
• Herculano Pires (Pedagogia Espírita):
- Formação do novo homem é a tarefa da
Educação Espírita:
1. Educação Clássica greco-romana formou o
cidadão, o homem vinculado à cidade e suas leis,
servidor do Império;
2. Educação Medieval formou o cristão, o
homem submisso a Cristo e sujeito à Igreja, à
autoridade desta e aos regulamentos
eclesiásticos
32. Educar para o mundo, para o
novo mundo
• 3. Educação Renascentista formou o gentil-homem,
sujeito e observador das etiquetas e normas sociais,
apegado à cultura mundana;
• 4. Educação Moderna formou o homem esclarecido,
amante da Ciência e das Artes, cético em matéria
religiosa, vagamente deísta em transição para o
materialismo;
• 5. Educação Nova formou o homem psicológico do
nosso tempo, ansioso por se libertar das angústias e
traumas psíquicos do passado, substituindo o
confessionário pelo consultório psicanalítico.
33. Educar para o mundo, para o
novo mundo
• Nesse continuum há progresso e o homem, de
submisso ao Estado ou a Deus, ganha
progressivamente consciência de si mesmo.
• Cabe, finalmente, à Educação Espírita, formar o
homem consciente do futuro, que já começa a
aparecer na Terra, senhor de si e responsável
direto e único por seus atos, pois conhecedor do
seu destino e da razão de sua vida.
34. Educar para o mundo, para o
novo mundo
• Allan Kardec, no Evangelho Segundo o Espiritismo,
magistralmente, elencou os caracteres do homem de bem,
que devemos nos esforçar para construir em nós e em nossos
filhos, para a construção de um amanhã melhor:
• “O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça,
de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a
consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará
se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que
podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser
útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a
outrem tudo o que desejara lhe fizessem.”
35. Educar para o mundo, para o
novo mundo
• “Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços
que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que
enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu
primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar
em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu
próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos
e as perdas decorrentes de toda ação generosa.”
•
“Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo,
faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal
com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica
sempre seus interesses à justiça.”
36. Bibliografia
• CALLIGARIS, Rodolfo. A Vida em Família. IDE, 38ª edição.
Araras/SP, 2006.
• CANHOTO, Américo. Pequenos Descuidos, Grandes Problemas.
Petit Editora. São Paulo/SP, 2008.
• INCONTRI, Dora. A Educação Segundo o Espiritismo. Editora
Comenius, 8ª edição. Bragança Paulista/SP, 2008.
• KARDEC, Allan. A Gênese;
•
O Evangelho Segundo o Espiritismo;
•
O Livro dos Espíritos.
• MARTINS, Celso. Relacionamentos entre Pais e Filhos. DPL
Editora. São Paulo/SP, 2003;
• PIRES, José Herculano. Pedagogia Espírita. Editora Paideia, 10ª
edição. São Paulo/SP, 2004.